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07 | antes | quase

BOSTON, USA
METADE DA PRIMAVERA

Em um click delicado a chave gira na ignição, silenciando o suave ronco da SUV alugada. Pela primeira vez estava dentro de um carro com Avery, pela primeira vez poderia usar saia e vestido, mas não naquele dia.

As palmas das minhas mãos estavam inapropriadamente grudentas, de soslaio encaro a enorme propriedade em que estávamos, era uma espécie de casa de campo, próxima a Boston, mas não praticamente próxima para ser considerada uma casa pertencente a cidade.

Conhecia bem aquela propriedade, desde que me entendia por gente explorava aquele enorme chalé de madeira, cercado por belas e variadas árvores, com uma agradável área recreativa que se resumia a piscina, quadra poliesportiva e trilhas.

Mas não era o fato de estar ali que me deixava nervosa, afinal o encontro mensal dos Clarke acontecia como o nome já diz: uma vez por mês.

Uma vez por mês a família toda se reunia, enchia a pança de comida boa e caseira, competia em variados esportes e gincanas. Era divertido.

O que estava me deixando nervosa era o porquê estava ali, e o que estava prestes a fazer: apresentar Avery para minha família.

Isso é loucura

Penso mais uma vez. Tendo a certeza de que era uma loucura quando ele me convenceu em leva-lo junto. Afinal ele iria conhecer minha família, meu pai. Eu tinha levado quase seis meses para apresentar Todd para minha família e em menos de duas semanas lá estava com aquele homem sentado ao meu lado.

— Você está mais nervosa do que eu — aquele sopro sonoro me obriga a fitar o homem sentado atrás do volante.

Confortável, animado e sem preocupações, o homem de cabelos castanhos e desgrenhados, com aquela familiar barba rala, sorriso fácil, trajando uma camiseta branca, calça esportiva preta e tênis – não esperava que ele levasse tão a sério o estilo casual – me encarava, com o braço apoiado no suporte da porta e a mão em seu queixo.

— Sabe o que aconteceu com o último cara que apresentei ao meu pai? — questiono aflita.

Sem preocupação alguma ele maneia negativamente a cabeça.

— Ele quase o matou — murmuro comprimindo os lábios, fitando a aglomeração do clã Clarke através do vidro.

Meu pai teria matado Todd se pudesse, teria cortado suas bolas e não sei o que mais. Isso porque Todd era todo respeitoso com ele, educado e amigável, inclusive eles tinham até assistido algumas partidas de basquete juntos.

— E você está com medo de que ele me mate ou que ele seja preso? — aquelas palavras pinicam contra as terminações nervosas da minha orelha.

Uma corrente inapropriada percorre meu corpo, arrepiando cada pequeno pelo do meu corpo e inquietando os bicos dos meus seios envolvidos por um sutiã esportivo.

Giro a cabeça, roçando no nariz do homem ao meu lado, me deparando com seu rosto quase colado ao meu. O mesmo sorriso fácil e provocativo de sempre estava lá, mas sua língua estava presa entre seus dentes, enquanto seus olhos não encaravam os meus, mas os meus lábios.

Quase me deixo levar, quase permito que meus lábios caminhem em direção a perdição dos seus lábios.

Balanço a cabeça em busca de razão.

— Se comporte Avery — advirto, quase chocando minha cabeça contra o vidro fechado da porta ao meu lado.

Ele se afasta, expele o ar entre as narinas, enquanto seus ombros se elevam despreocupados.

— Ele vai me amar, prometo — suas palavras soam com uma segurança absurda — Assim que ele perceber que sua filha achou o homem da sua vida.

Ele pisca, suavemente fecho minhas pálpebras.

— Sério, Avery

— É sério Lennon — ele aponta o seu dedo indicador em minha direção e depois contra o seu peito — Isso é sério, acredite, esse é o primeiro pai que conheço de alguém do sexo feminino.

Informação demais

Ignoro aquele fato, como tantos outros, pois eram informações que preferia processar a noite, sozinha na minha cama, onde tinha certeza que estava dando os passos certo, dizendo as palavras corretas e me arriscando com a pessoa certa.

Naquelas duas semanas que Avery tinha invadido minha vida, ele tinha tanta certeza de que éramos certos um para o outro que me assustava, encarava suas avelãs e não encontrava dúvidas, medos, nada que não fosse uma absurda certeza.

— Infelizmente temos uma questão mal resolvida Lennon — aquelees lábios silabam aquelas palavras lentamente.

Estreito os olhos, não conseguindo me recordar de nada que fosse excessivamente importante para ser resolvido naquela hora, naquele momento e naquele lugar.

— O que? — murmuro, tencionando cada terminação nervosa do meu corpo.

Aqueles lábios carnudos, contornados por uma rala barba, delineiam um sorriso fácil e prático.

— Como me apresento? — seu ombro direito se eleva como se aquela pergunta fosse a de mais fácil resposta — Eu sou seu o que?

Bufo o ar entre meus lábios que se entreabrem com a lufada de ar. Sério?. Lanço em sua direção um olhar descrente.

— Sério? — questiono — Agora? — nervosa disparo aquela pergunta— Você quer resolver isso agora?

E o agora era agora mesmo, de soslaio meus olhos alcançam a figura alta, magra e de cabeleira grisalha do homem responsável pela minha vida.

Droga

Inflo as bochechas, não conseguindo ignorar as avelãs que me encaravam cheias de expectativas e a aproximação de Michael Clarke. E antes que pudesse responder para o homem sentado no banco ao meu lado é a minha porta que se abre.

— Joaninha — e meu apelido de infância é proferido pelos lábios do único homem que me chamava assim, meu pai.

Joaninha

Ele dizia que era sua Joaninha porque elas são cheias de pontinhas pretas, e como eu era sardenta na infância, era uma comparação lógica para a sua mente paterna , pelo menos para a do meu. Enquanto minha irmã era sua mariposa.

Os braços magrelos e caloroso do meu pai envolvem meu corpo, me acolhendo, enquanto seus lábios depositavam o familiar beijo na altura da minha têmpora. Por uma fração de segundo me permito sentir aquela segurança.

Dizer que Michael Clarke era o meu porto seguro era eufemismo, aquele homem tinha criado eu e Isobel sozinho, não tinha faltado a nenhuma apresentação ridícula da escola, sempre com a filmadora em mãos, sempre presente as partidas de futebol e nunca deixava de mandar uma mensagem, pelo menos uma vez por dia, principalmente depois que descobrirá os gifs, vivia mandando coisas engraçadas.

Era reconfortante saber que tinha alguém no mundo a quem eu poderia correr em direção, alguém que sempre estaria me esperando com os braços abertos e uma xicara de chocolate quente com marshmallow.

— Demorou Joaninha — murmura se afastando, mas mantendo suas mãos agarradas em meus bíceps, enquanto seus olhos paternos passeavam pelo meu corpo em busca de algum estrago físico — Já estava preocupado.

Agarro seus antebraços em um gesto de carinho, curvando suavemente os lábios diante daquela preocupação.

— Foi o trânsito — minto, pois eu tinha me atrasado para sair, na esperança que Avery desistisse de conhecer toda a minha família.

E a simpatia se esvaia do rosto do senhor Clarke, assim que seus olhos encaram o homem parado ao meu lado – nem tinha percebido a presença dele ali – os lábios de Michael Clarke se limitam a uma linha reta, seus cenhos se tornam duros, enquanto cada musculatura da sua face se enrijece.

— E esse rapaz? — não sei se a pergunta é dirigida a mim ou a Avery.

— Esse é — e a informação não sai da minha boca, poderia dizer namorado, ficante, beija-beija, mas ainda não tínhamos rotulado nada — É — gaguejo, enquanto meu pai se afasta e observa o jovem ao meu lado meticulosamente — É o Avery — com um suspiro prefiro definir a figura ainda nova em minha vida — Um amigo.

Sério Lennon? Amigo?

Os músculos do homem de certa idade se tornam mais relaxados, enquanto ignoro as avelãs que queimam em minha direção com uma pergunta ensurdecedora.

Mas o que eu poderia fazer?

Apresentar Avery como algo a mais, para meu pai odiá-lo à primeira vista, por pura e simples comparação a Todd, o fazendo crer, devido a sua superproteção paterna que todo e qualquer homem seria capaz de machucar e trair sua filha.

Avery curva os lábios no seu sorriso mais simpático, um sorriso que nunca tinha visto, enquanto estende sua mão em direção ao meu pai, que se limitar a encarar o membro suspenso no ar, antes de encarar sua face, a minha e aquele membro novamente.

Meus pulmões prendem o ar.

Meu pai curva os lábios e aperta a mão do homem ao meu lado.

Solto o ar preso nos pulmões.

— Os amigos da minha filha são sempre bem vindos — sua declaração me alivia, mas queima em minha nuca a velada mentira que contará.

— Fico feliz — felizmente ou não, ele não faz questão de me contradizer.

Suas mãos se afastam, enquanto os finos lábios do meu pai se curvam e toda sua atenção volta-se para John Avery.

— Lennon nunca falou de você — murmura cruzando os braços, iniciando um interrogatório discreto, enquanto eu trago a saliva como se tivesse engolindo uma pedra — Faz tempo que vocês se conhecem?

Pela primeira vez vejo os lábios de Avery se entreabrirem sem expelir uma palavra se quer, enquanto seus olhos giram na orbe e seus ombros se empertigam ao enfiar a mão nos bolsos da calça esportiva preta.

— Alguns meses — murmura sem muita confiança — Nós ficamos presos juntos — seus lábios disparam aquela informação com veemência.

Aquelas irritantes avelãs alcançam meu campo de visão, não consigo manear a cabeça para ele não ir por aquele caminho – não tinha contado para o meu pai que tinha sido presa por culpa de Todd – mas meus olhos disparam de um lado para o outro dentro da cavidade ocular.

—Presos? — os olhos de Michael Clarke se retraem.

Ele encara meu pai, desenhando em seus lábios aquele conhecido sorriso presunçoso e até com certa arrogância. Não sei porque, mas não temi o que ele diria, por algum motivo quando ele delineava seus lábios daquela forma eu sabia que tudo ficaria bem, ele daria um jeito de que tudo ficasse bem.

— É — firmemente ele silaba, enquanto uma de suas mãos fica suspensa no ar, como se sustentasse suas palavras — Ficamos presos juntos em um trabalho.

Ele não me encara, na verdade nenhum dos dois homens me encaram, por algumas frações de segundos sou ignorada.

— Você é cozinheiro? — um dos cenhos grisalhos do meu pai se arqueia.

Avery maneia negativamente.

— Sou jornalista — revela confiante — Sou um dos donos e criador da revista digital Bearded Gentleman. E a Lennon me ajudou em uma matéria.

O semblante do meu pai muda, como uma criança animada seus lábios se curvam, seus olhos brilham e eu não entendo nada.

— Eu adoro essa revista — entusiasmado meu progenitor revela.

Conhece?

— Conhece? — animado o jovem questiona retoricamente.

E felizmente ou não, os dois se tornam amigos de infância, companheiros de bar, confidentes de banheiro. E minha existência é ignorada, me limitando apenas a segui-los, enquanto eles conversavam entusiasmados.

Meu pai praticamente rapta Avery, o coloca como seu ajudante na churrasqueira, o apresenta para toda a família como o meu amigo, enquanto um misto de alivio e peso de uma mentira bem contada me perturba.

— Acho que você não contou quem ele realmente é — observa uma voz feminina, sustentando no ar um copo na altura do meu estômago.

A contragosto fito os olhos claros da mulher de cabelos castanhos e alguns traços semelhantes ao meu, minha irmã mais nova, Isobel Clarke. Necessitada envolvo meus dedos no copo vermelho de plástico com cerveja quente e barata. Beberico o liquido.

— Não — murmuro ainda com o plástico em meus lábios.

Mas sem sentir minha boca úmida o suficiente e não seca de nervosismos. Sabia que Avery não me desmentiria, porém odiava mentir para Michael Clarke, era errado. Pois uma porção absurda do meu ser necessitava que ele aceitasse e gostasse daquele homem que inesperadamente havia invadido a minha vida.

— O papai vai ficar bravo — observa, bebericando.

De soslaio a encaro, com nossos corpos repousados sobre a enorme mesa de madeira e os pés apoiados no banco do mesmo material. Tendo a certeza que aquelas palavras eram verdadeiras, quase um presságio.

— Ou goste o suficiente dele para não se abalar com esse detalhe — dou voz a uma pequena esperança.

Sorrateiramente aquelas avelãs cruzam com as minhas, seus lábios se curvam quando tem a certeza que as estou vendo. Ele pisca. Eu comprimo meus lábios tentando esconder um teimoso sorriso. Suas avelãs me esquecem.

O ombro feminino da mulher morena, pele clara, e corpo esguio se choca no meu.

— Ele gosta de você — Isobel observa o obvio — E você dele, então porque mentir?

Por que mentir?

Porque sou covarde? Porque estou gostando daquela relação sem rótulos? Ou porque aquela fantasia de que éramos algo perfeito não podia ser quebrada por intrusos fazendo questionamentos para os quais não tinha resposta.

— E porque contar a verdade? — murmuro, virando o copo do liquido maltado que desce fácil, mas queima em meu estômago — Para todos julgarem? Ou especularem nosso futuro? Ou o compararem com o Todd? Ou dizer que é cedo demais?

Apoio meu antebraço no meu joelho, inclinando meu corpo, sussurro aquelas palavras para a mulher empertigada ao meu lado.

— Ele a faz feliz? — seus olhos se estreitam, enquanto criamos uma atmosfera só nossa.

Curvo os lábios, buscando a figura masculina em questão, que conversava animadamente com meus tios, enquanto seu corpo convulsionava com uma risada autêntica.

Ele me faz feliz?

John Avery fazia tudo em minha vida, me faz as vezes até esquecer aquilo que sabia sobre mim, então talvez a resposta fosse:

— Eu gosto de quem eu sou quando estou com ele — revelo em um sussurro, quase como um segredo que não pudesse ser compartilhado — Ele me apresentou outra parte de mim mesma, uma parte que não tenta aparar as arestas para se encaixar — dou de ombros, encarando os olhos castanhos claros atentos ao meu lado — Porque ele simplesmente se encaixa em mim.

Os delicados lábios de Izzie delineiam um sorriso acolhedor, enquanto sua mão envolve meu ombro em um abraço lateral, empertigo meu corpo, encostando minha cabeça na sua.

— Talvez até o papai tente juntar vocês — observa.

Nos entreolhamos, e uma risada em conjuntos explode de nossos lábios diante daquela possibilidade.

E o clã Clarke estava dividido em dois times em mais um almoço mensal. Coube a mim ser a representante do time no ataque, na última rodada, meus dedos suados envolvem o bastão de madeira, enquanto nos pontos estratégicos do campo estavam o time que jogava na posição de defesa.

E estávamos em mais uma partida de beisebol dos Clarke, Avery tinha feito um ataque perfeito e rebatido duas das três bolas, nem preciso mencionar que aquele feito tinha deixado o senhor Michael Clarke eufórico, até ignorei – em partes – quando ele deu um tapa nas costas do seu novo conhecido e dito: esse é o meu garoto.

Agora cabia a mim finalizar aquela partida. Encaro os olhos negros e penetrantes do meu primo Jack a alguns metros de mim, segurando a bola de couro entre os dedos, analisando cada centímetro da minha postura.

O retumbar do meu coração era ensurdecedor, uma melodia que me impedia de ouvir qualquer outro ruído ou som.

— Tempo — mas uma familiar voz paterna me desestabiliza.

Estreito os olhos, desdobrando os joelhos e os cotovelos, olhando sobre o ombro para ver quem menos esperava se aproximar: Avery.

Ele corre em minha direção, inapropriadamente sua mão desliza por minha cintura, queima, inquieta meu interior, me desconcentra, me fazendo questionar se sua aproximação era para me ajudar ou atrapalhar.

— Ele vai jogar a bola com velocidade — aquelas palavras salpicam em minha orelha.

Bola? Velocidade?

Minhas pálpebras abrem e fecham mais do que o normal, me ajudando a recordar que estava no meio de uma partida e que sempre meu time perdia.

— Abaixe o taco suavemente, você vai rebater a bola para cima, o que vai dar tempo de você correr entre as bases — ele pisca.

Meus lábios maneiam em silêncio enquanto minha mente tenta processar aquela informação. Um vazio fica na parte do meu corpo que havia sido tocada por sua mão, enquanto ele refaz seus passos.

O observo, obrigando meu cérebro a se concentra, aperto as pálpebras, dobrando os joelhos e os cotovelos, mantenho meu taco ereto em um ângulo propicio para acertar a pequena bola.

Trago a saliva, enquanto partes do meu corpo que não deveriam produzir suor produzem. Jack me encara feroz e presunçoso, naqueles anos na nossa família não era a primeira vez que estávamos naquela posição, não sabia porque a família se dividia daquela forma, apenas sempre se dividia da mesma forma.

— Pronta — murmuro para o homem agachado atrás de mim que faz um sinal para o homem diante de mim.

Aperto os nós dos dedos em torno da madeira. A bola é lançada em minha direção. Meu coração dispara. Abaixe o taco – aquelas palavras ressoam em minha mente – e suavemente minhas mãos reclinam o taco que se choca contra a bola.

Uma ensurdecedora explosão toma conta dos meus tímpanos, enquanto acompanho o pequeno e redondo objeto voar em direção ao céu, mas visivelmente dentro da área delimitada para o campo.

— Corre Joaninha — aquela ordem ressoa em minha direção.

E como um botão de ligar, jogo o taco de madeira no chão, correndo as bases do campo em um formato diferente. Corro o mais rápido que posso. Alcançando a última base, me atiro contra a o barro e um pouco de grama que explode contra meu rosto. Enquanto o silêncio é substituído por ruídos, inúmeros e identificáveis ruídos.

Meu corpo continua estirado no chão, de bruços, sentindo cada fibra muscular reclamar pelo excesso de exercício incomum em minha rotina.

— Você conseguiu Joaninha — meus tímpanos captam aquela informação.

Antes de sentir meu corpo ser tirado do chão e com ajuda meus joelhos se empertigarem e sustentam meu pequeno corpo ereto. Braços me envolvem, enquanto um êxtase invade meu interior. Uma risada explode por entre meus lábios, enquanto encontro meu nirvana, meu céu, onde me sinto a última bolacha do pacote ou a mais deliciosa.

Meus olhos passeiam ao redor não sabendo o que procurar, enquanto todos do meu time se abraçam, comemoram e riem, encontro aquelas avelãs, tendo a certeza de que estava a sua procura.

Impetuosamente corro a curta direção que nos separava, intencionalmente ou não me corpo se impulsiona e se choca contra o homem alto e musculoso diante de mim. Meus braços envolvem seu pescoço, enquanto suas mãos agarram minhas coxas, sustentando meu corpo contra o seu.

— Obrigado pela dica — necessitava agradecer.

Mais do que deveria necessitava agradecer, necessitava abraça-lo, encarar aqueles profundos olhos e tocar aquela cálida pele, era uma necessidade que fazia minhas entranhas doerem. Na minha vida nunca ninguém tinha me ajudado a conquistar algo – fora minha família – e lá estava um não estranho me ajudando.

— Disponha — seus lábios se curvam

A ponta dos nossos narizes se roçam, nossas testas quase se colam, enquanto nossos olhos se predem brevemente, pelo menos os meus, porque não consigo evitar encarar aqueles carnudos lábios.

Inapropriadamente a ponta da minha língua umedece meus lábios. Ele percebe. Eu percebo. Mas não podemos.

Droga! Não podemos.

Trago a saliva. Trago o ar. Enquanto aquela recordação me detém.

— Aqui não — murmuro.

Seus lábios permanecem curvados. Não me censuram, apenas sorriem. E sua língua estala no céu da sua boca.

— Amigos — ele recorda o motivo com alguma emoção oculta por trás.

— É — solto o ar pelas narinas.

Enquanto gentilmente Avery solta meu corpo, me permitindo apoiar o chão que não parecia ter a mesma estabilidade sem estar sendo segurada por aquele homem. As pessoas ao nosso redor riem e brincam, se provocam, ignorando aquele momento.

Dou dois passos firmes para trás, em busca de estabilidade, seus olhos vagam em direção ao meu tórax, eu os acompanho, me deparando com minha camiseta branca em um tom de marrom, com algumas pequenas manchas verdes de grama.

Rio. Pegando o tecido sujo entre o polegar e o indicador.

— Preciso me trocar — anuncio — Trouxe uma muda de roupa extra, mas a deixei no carro — encaro o homem diante de mim — Você pega?

— Claro.

Ele se afasta. Eu me afasto. Ele vai até o carro. Eu adentro o enorme chalé de madeira e me refúgio no banheiro.

Encosto a porta, não a chaveio. Me deparo com meu reflexo que se resumia: aos meus cabelos castanhos presos em um rabo, mas com muitos fios fujões, minhas bochechas vermelhas, minha pele suada e com resquícios de terra.

Sem mencionar minha roupa digna de ir ao lixo e dispensar horas de lavagem. Arranco a camiseta de manga 3/4, com o peito branco e as mangas da cor vermelha. A jogo sobre o piso de azulejo, decidida a enfia-la depois em alguma sacola até seu destino final: minha máquina de lavar roupa. Ficando apenas com meu sutiã esportivo, também vermelho.

Ignorando tudo aquilo refletido diante dos meus olhos. Ligo a torneira metálica diante de mim, deixando a água escorrer, inclino meu corpo sobre a bancada, sustento uma porção de água entra minhas mãos unidas e as leve de encontro contra a minha pele, sentindo seu frescor diminuir minha temperatura.

Empertigo meu corpo, quase dando um pulo ao me deparar com o meu reflexo e o de mais alguém, por algumas batidas meu coração acelera. Enquanto identifico aqueles familiares avelã e o sorriso fácil delineado naqueles carnudos lábios.

Pelo reflexo, o observo balançar minha pequena bolsa preta – quase uma nécessaire – no ar. Seu corpo não estava colado ao meu, mas também não estava distante o suficiente para não ignorar o seu calor.

— Aqui está — ele murmura.

— Você podia ter batido — observo.

Ela dá de ombros.

— A porta estava aberta

Estreito os olhos diante daquele argumento. Seus cenhos dançam. Enquanto encara o reflexo. E por uma fração de segundos – propositalmente ou não – seus olhos passeiam em direção ao meu colo. Seus olhos se prendem no meu colo, mais precisamente em meu sutiã esportivo.

Um calor percorre meu corpo – sem toque, só com aquele olhar – um calor ativa os músculos entre as minhas pernas, enquanto ruborizam as maçãs das minhas bochechas.

— Avery — seu nome queima em meus lábios

— Hum — ele geme hipnotizado.

Sinto o calor dos seus dedos contra a lateral do meu abdômen, inapropriadamente minhas pálpebras se apertam, enquanto o calor se intensifica.

— Aqui não — dou voz a uma fagulha de razão que ainda resta em meu ser.

Uma fagulha que se apaga quando seus lábios travessos repousam em meu ombro, colando nossos corpos, provocando o movimento involuntário da minha cabeça que se joga para trás, se chocando em seu ombro.

— Tem gente lá embaixo — minha razão toma mesmo lábios.

Enquanto outros lábios exploram a pele exposta do meu ombro. E os dedos curiosos do homem logo atrás de mim passeiam em direção ao meu abdômen. Sinto um frio percorrer meu abdômen, junto com borboletas e aquele calor. Mordo meu lábio inferior.

— Estão ocupados com o jantar — seus lábios proferem contra a minha pele — Prometo ser silencioso.

Aquelas palavras não são um estimulo, pois minha família estava próxima, no andar debaixo. E eu jamais tinha me pegado com algum namorado, nem com Todd em algum lugar que tivesse familiares. Mas lá estava eu, tentado a quebrar uma regra e cometer um pecado, o da luxuria.

Minha mão corre para trás, agarrando o tecido fresco da sua camiseta esportiva, envolvo com força entre meus dedos. Enquanto aqueles travessos lábios não tocam a minha pele, apenas passeiam pela curvatura do meu pescoço como se a acariciasse.

Através do tecido da sua camiseta puxo seu corpo contra o meu. Um erro. Pois sua ereção cola praticamente entre as minhas nádegas. Inquietando os músculos entre as minhas pernas, que já estava ativo, deixando minha vagina úmida.

Eu não tinha percebido o quanto eu queria aquilo até aquele momento. Até aquele momento estava em uma posição confortável, estava confortável com a ideia de esperar um momento único, intimo, em que estivéssemos apenas nós dois. Inclusive já tinha fantasiado nós dois rolando pelos lençóis da minha cama.

Em uma manhã eu tinha fantasiado ele entre as minhas pernas, enquanto só me restava o consolo do meu próprio dedo para me satisfazer.

Sinto meu corpo girar, meus pés obedecem a ordem, meus olhos encontram aqueles pares de olhos de avelã negros, com as pupilas dilatadas, os lábios entreabertos e ofegantes.

A ponta do seu dedo indicador passeia por minha clavícula, até o meio dos meus seios suados, ele não se detém muito ali, passando pelo meu abdômen. A ponta do seu dedo alcança a cós da minha legging preta. Sem permissão ele a abaixa, enquanto minhas mãos se apoiam no tampo de mármore atrás de mim. Ele arranca meus tênis e minha calça, me deixando somente com a minha calcinha.

— Avery — e uma fagulha da razão pestaneja — Não podemos.

Seu corpo cola contra o meu, enquanto seus dedos passeiam pela lateral da minha coxa e brincam com a minha calcinha esportiva – era grande, quase da vovó, mas confortável para esportes -, seus lábios colam em minha orelha, junto com seu corpo.

— Eu posso parar — aquela lufada de ar arrepia cada pelo do meu corpo — Mas eu não quero. Eu não posso — e como um condenado no deserto quando encontra água, sua suplica se esvai por entre seus lábios — Eu fantasiei isso mais vezes do que deveria.

Oh

Mordo meu lábio inferior com força.

— Eu também — involuntariamente meus lábios compartilham aquele segredo.

Sua cabeça se afasta. Suas avelãs me encaram. Seus lábios se curvam lascivos.

— Fantasiou?— e por um momento me arrependo daquela confidencia.

A ponta da sua língua umedece seus lábios, como se estivesse diante de um pedaço de carne. Avery dá um passo para trás. A ponta do seu dedo toca a curvatura de cima do meu seio.

— Você me fantasiou aqui? — questiona.

Maneio positivamente a cabeça, apertando a ponta dos dedos com força contra o mármore atrás de mim. Seus lábios repousam onde seu dedo tocava a pouco, tremendo todo meu corpo, me fazendo apertar os lábios para engolir um inapropriado gemido.

A ponta do seu dedo desenha uma linha reta em meu abdômen. Tocando o cós da minha calcinha, mas seu dedo passa direto pelo tecido, tocando o pequeno clitóris coberto pelo tecido.

Oh

Levo minhas mãos até os ombros do homem que me provocava, envolvo o tecido entre meus dedos, com força, comprimindo meus lábios contra seu ombro.

— Avery — gemo seu nome — Não temos tempo para isso — recordo.

Entendendo minha aflição. Suas mãos deslizam por minha cocha, apoiando meu corpo sobre a pia de mármore. Nossos corpos se colam, enquanto a ponta das minhas unhas querem rasgar o tecido da camiseta masculina.

— Eu não tenho camisinha — aquelas palavras pinicam em minha orelha.

Enquanto uma frustração se assola em meu interior. Giro minha cabeça, as pontas dos nossos narizes se roçam, não consigo ignorar sua respiração ofegante.

— Nem eu — choramingo.

Sua testa repousa na minha. Enquanto as pontas dos seus dedos se enfiam contra a pele da minha nádega. Estávamos ofegantes e suados, sem ainda termos feito algo.

—Mas eu não vou conseguir parar — murmura, roçando seus lábios nos meus.

Sua mão puxa meu corpo em direção ao seu, minha vagina se choca contra o seu membro duro e preso na cueca, enquanto seu corpo começa a se movimentar, roçando seu membro em minha vagina entre os tecidos.

— Nem eu — ofego com aquele contato.

Mordo meu lábio inferior, gostando da brincadeira. Levo uma das minhas mãos até o cós da sua calça, a abaixando com certa dificuldade. Entendendo meu objetivo, Avery me ajuda a eliminar um dos tecidos entre nós. Restando apenas o tecido da minha calcinha e da sua cueca.

Ele apoia meu corpo no mármore, apoiando as mãos ao lado do meu corpo, enquanto envolvo com força seu pescoço e ofego com os lábios próximos a sua orelha. Ele esfrega a extensão do seu membro em minha vagina molhada. Ele esfrega rápido, com a cabeça apoiada em meu ombro.

Gentilmente ele coloca a mão entre nós, acariciando com a ponta do indicador meu clitóris. Mordo meu lábio inferior com força, sentindo um suave gosto de sangue. Ele afasta o tecido da minha calcinha para o lado e ajeita seu membro na cueca, o deixando reto.

Finalmente só um tecido separa nosso contato. Ele esfrega toda a extensão do seu membro grosso e rígido entre meus lábios vaginas, até o clitóris.

Cravo as unhas no seu pescoço, mordo seu ombro, ele ofega próximo a minha orelha.

Um calor atravessa meu corpo. Minha respiração esta ofegante, meus ouvidos zumbem, enquanto meu corpo convulsiona de prazer. Ele intensifica os movimentos, apoio minha testa no seu ombro, só para observa o liquido branco vazar pela cabeça saliente do seu membro.

Ele urra contra meu pescoço. Um barulho irritante invade nossa atmosfera. Era algo se chocando contra a madeira. Era alguém batendo na porta.

Droga

Me sentia exausta. As palavras engasgam e morrem em minha garganta.

— O que? — minha voz sai vergonhosamente falha.

— Você viu o Avery? — era o meu pai.

Droga

Não sei se aquilo torna as coisas mais excitantes ou broxantes. Mas o sangue corre rápido por entre as minhas veias.

Pigarreio, limpando minha garganta, enquanto ainda estou com as pernas aberta, Avery entre elas, e com a sua testa encostada em meu ombro, ele parece não se importar com o intruso.

— Ele foi — minha mente não me ajuda.

Aperto com força as minhas pálpebras buscando uma mentira.

— Ver se conseguia sinal no celular — falhamente aqueles lábios próximos a minha orelha sussurram aquela mentira.

— Ele foi ver se conseguia sinal no celular — minto, vergonhosamente — Precisava fazer uma ligação. Daqui a pouco ele volta.

— Tomara que não se perca — a preocupação na voz do meu pai é tocante — Daqui a pouco sai o jantar Joaninha, não demore.

E ignorando o que acontecia no interior daquele banheiro, meu pai parte. Deixando Avery e a mim ainda presos no banheiro, sem forças e ofegantes.

— Você vai ter que correr — anuncio, dando um tapinha nas costas do homem entre as minhas pernas.

Um momento para aquecer o coração depois do capítulo anterior.
O que acharam desse capítulo?
E amanhã a maratona continua.

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