Vinte
Eu conheço a sua reputação e não estou nem um pouco interessada por você.
- Bridgerton (série)
☆
LUA
Seus lábios pressionam-se nos meus com força e necessidade. Me separo do mesmo quase no mesmo minuto, e o olho sem entender.
- Você não era gay? - pergunto me afastando.
Ele cai numa gargalhada que estrondou sobre a sala de aula vazia.
- Nunca fui gay Lua, era só um pretexto pra ficar perto de você e funcionou. - ele não deixou de rir a nenhum momento.
- E todos aqueles caras na sua agenda telefônica?
- Eram falsos, na verdade os números eram reais. - diz e se aproxima de mim novamente. - mais eram todos mulheres, só troquei os nomes.
Começo a rir achando graça de toda aquela situação. Cláudio segura a minha mão, e a tonta ainda não consegue parar de rir.
Seus dedos encostam nos meus lábios.
Paro de rir porque assim que os dedos dele tocaram os meus lábios, esqueço-me de toda a bagunça do mundo lá fora e de como a minha vida se tornou meio doida.
- Quero te beijar desde quando tínhamos onze anos. - diz ele.
Achei graça daquilo.
- Nós somos primos Cláudio.
- Tecnicamente não somos nada, nossas mães apenas são melhores amigas. - responde.
- Fomos criados juntos... - tento dizer.
Cláudio estava prestes a me beijar novamente quando graças a Deus o sinal tocou, e aos poucos os alunos foram entrando na sala.
Volto a me sentar no meu lugar e vejo Cláudio fazer o mesmo, indo para o seu lugar do outro lado da sala.
Isso me parece ser algum tipo de pegadinha, Marcela entra minutos depois.
- Como foi a conversa com o Antony? - pergunta se sentando no seu lugar atrás de mim. Viro-me para ela.
- Tenso. - respondo. - Mar? Cláudio não é gay? - pergunto baixinho. Dou uma olhada nele, e ele estava me encarando.
Marcela achou graça.
- Não Lua, Dinho vive transando com a cadela da Vanessa. - Ela responde pegando seu material e deixando sobre a mesa, Marcela abre o caderno e começa a anotar as anotações do quadro.
- Então... Somente eu que era a lerda aqui?!
Como pude ser tão cega a tal ponto?
- Sim amiga, o Dinho sempre foi apaixonado por você! - como pude não perceber. Além de primos, Cláudio era também meu melhor amigo. Conto coisas das quais nem Marcela e nem meu outro amigo Antônio sabem.
- Lua, se vire e comece a copiar. - Meu professor de biologia manda.
Me viro ligeiro.
Na metade da aula, não consegui parar de encarar Cláudio. E como nunca havia reparado nele, nunca o vi desse jeito.
Cláudio não era feio, era bonito até demais pra dizer a verdade.
Quando criança seus cabelos eram bem pretos. Agora está com algumas mechas loiras, que o mesmo fez a algumas semanas atrás. Cláudio é alto; tem olhos castanhos; ele agora pra mim, parece uma mistura de mistério e aventura.
Cláudio bufava copiando as anotações do quadro. Ele se virou, e nossos olhares se cruzaram. Ele sorriu, e eu sorrir também.
Depois de quase uma hora, o sinal tocou novamente. Antony ja me esperava na porta da sala, meu coração se acelerou de nervoso. Guardei minhas coisas devagar, pensando nas palavras do meu primo.
"Ele não é quem diz ser"
E quem ele é? Antony é um cara legal, ele me salvou do Fábio. Caras legais não fazem isso.
Marcela se despediu com um beijo na minha bochecha e seguiu com o seu namorado para casa ou sei lá onde.
Fecho minha bolsa e solto um leve suspiro ao perceber Cláudio se aproximando.
- Vem pra casa comigo? - pergunta. - minha mãe tá aprendendo a cozinhar e ela prometeu fazer lasanha.
O olho querendo rir, tia Denise era um desastre cozinhando, admirava o esforço dela.
- Antony e eu marcamos de sair, desculpa.
Coloco minha mochila nas costas, Cláudio toca a minha mão.
- Por favor, não vá. - ele me implorava com o olhar.
- Você não pode chegar e querer bagunçar a minha cabeça Cláudio. - digo com raiva.
- Não me chama por esse bendito nome, é Dinho. - Ele odiava o nome e ser chamado de Cláudio o deixava sempre com raiva, mais eu sempre chamava mesmo assim.
- Dinho, eu amo o Antony.
- E eu também te amo. - responde. - Cláudio agarra a minha mão - Não posso deixar você ir com ele Lua.
Nesse momento Antony entrou na sala.
- Tá tudo bem Lua? - pergunta e eu me solto das mãos de Cláudio.
- Tá sim, o Dinho só queria se despedir. - Antony concorda e finalmente saímos da sala. Olho para trás e vejo o Dinho ainda no mesmo lugar.
♧
Nicolas
Já eram quase doze e meia, e nenhum sinal da Lua. Estou na frente de sua escola, esperando. Deixei um recado para Beatriz, avisando sobre o nosso passeio. E ela até que concordou sem hesitar.
Vários alunos saiam e nada da minha filha.
Liguei para ela, deixei mensagens e nada. Estava começando a ficar preocupado, ou aconteceu algo ou ela já poderia ter saído a décadas.
Quando estava prestes a entrar no carro, vejo o filho da Denise, Cláudio saindo de cabeça baixa e as mãos no bolso.
- CLÁUDIO? - Grito.
Ele vem andando até mim, confuso.
- Você viu a minha filha Lua? - ele afirma que sim e sinto um alívio. - ja faz quase meia hora que espero por ela, ficamos de tomar sorvete depois da aula.
- Quando a aula acabou, Lua saiu com o namorado. - responde.
Era estranho ver a minha filha namorando, e tendo as mesmas experiências que tive na minha adolescência.
- Ok, rapaz. Obrigado. - digo e entro no carro. Afim de ir pra casa, Lua provavelmente esqueceu do nosso passeio. O garoto Cláudio se aproxima da janela.
- Antony não presta senhor. - diz.
- Antony é o namorado dela?
- Sim, tentei dizer isso a ela mais cedo. Ele e os outros caras fizeram meio que uma aposta, sobre quem conseguia tirar a vingirdade de todas as meninas virgens da escola. - fecho minhas mãos com raiva. - E desde que ele salvou Lua de um babaca, ela o ver como um santo.
Se esse garoto tocar em um fio de cabelo dela, sou capaz de matá-lo.
- Sabe pra onde eles foram? - pergunto e ele nega. - entra aí rapaz. - Cláudio entra no carro e eu dou partida cantando pneus até a casa da Beatriz.
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