Trinta e oito
Encontrar a pessoa certa para se relacionar, não é como encontrar uma roupa em liquidação.
♡
Nicolas
Alguns meses haviam se passado e desde esse tempo Bianca e eu estamos nos dando super bem. Eu gosto da companhia dela e de fato criamos uma ligação tão boa juntos, quando estou com ela consigo me desligar de tudo e isso inclui a Beatriz.
Não penso e nem falo nela quando estou com Bianca.
Bianca só passaria alguns dias comigo, e quando chegou o dia de sua viagem de volta a Itália... eu simplesmente pedi que ela ficasse mais um pouco. E desde então estamos tendo essa amizade, que não é bem uma amizade envolvendo sexo.
Cheguei a provocar Bruno sobre sua irmã, porém ele pareceu não acreditar e me mandou ir a merda. Em parte fico feliz por ele não ter contado nada a Bianca, ela é uma das poucas pessoas que acredita que não sou um louco. E se Bruno contasse, não perderia somente ela.
Como eu me odeio.
- Tem certeza que os ingredientes são esses? - pergunto.
- Claro, você nunca fez strogonoff de frango? - nego e a vejo cortar o peito de frango em cubinhos pequenos.
- Você não deveria colocar o peito de frango na panela de pressão? E ir desfiando eles depois de cozido?
- Nicolas... quer sair da cozinha e me deixar preparar o almoço? - levanto minhas mãos em forma de redenção, Bianca sorrir e eu finalmente me lavanto da cadeira. Só que antes, passo por trás dela e a agarro pela cintura a enchendo de beijos. - quer parar com esses beijos - Bianca se vira de frente para mim e me agarra pelo pescoço intensificando ainda mais o beijos, a pego no colo e ela entrelaça suas pernas ao redor da minha cintura.
- Vamo pro quarto? Eu posso pedir a um dos empregados que termine por você.
- Não! - Bianca desce devolta para o chão e volta a cortar o frango. - sai da cozinha.
- Sério? - bufo com raiva - olha o que você fez - aponto para minha bermuda com minha ereção nada pequena. - venha aqui e termine o trabalho!?
Bianca sorrir não acreditando no que eu acabará de dizer e nega.
- Bate uma que passa!
.
Quando o almoço ficou pronto, Bianca me chamou de volta para a cozinha e me serviu com o strogonoff. Ela não colocou na panela de pressão, mas havia ficado uma delicia.
- O que me diz? - pergunta.
- Ta mto bom - digo pegando mais batata palha e despejando sobre o meu almoço. - onde aprendeu a cozinhar?
- Nem todo mundo tem empregados pra cozinhar a sua comida. - ela diz e bebe um pouco do refrigerante antes de continuar. - minha mãe trabalhava o dia inteiro, Bruno e eu tínhamos que nos virar com o que tinha. Eu era curiosa e tinha interesse na cozinha, mas Bruno nunca me deixou ir pro fogão porque tinha medo de eu me machucar ou de provocar um incêndio por ser muito nova.
- E o pai de vocês? Você nunca me falou dele.
- Ahh, nosso pai casou de novo quando eu era muito nova e meio que achou que a família antiga atrapalharia a nova.
Esse era o tipo de assunto que Bianca não gostava muito de conversar e mesmo assim ela se abria comigo e me contava tudo que eu quisesse saber.
- E você, Roger não apareceu mais desde o resultado do exame.
- E nem vai, me livrei finalmente dele.
Meu pai sempre foi ambicioso e só pensava nele mesmo e nos seus estúpidos problemas. Apenas ofereci uma boa quantia em dinheiro e o mandei para fora do país.
- Você é louco. - Bianca solta uma gargalhada.
Carlos aparece na cozinha carregando algumas sacolas de compras e a deposita em cima da pia.
- Sua mãe quer me deixar louca garoto Nicolas. - ela lava as mãos e a enxuga no pano de prato.
- Almoça conosco - digo - Bianca fez um strogonoff de frango dos deuses.
- Adoraria, mas eu prometi a sua mãe que almoçaria com ela.
- Você não é mais um empregado Carlos, você agora é da família, sempre foi!
Tirei Carlos de seu trabalho como nosso motorista e hoje em dia ele morava em nossa casa, pago todo mês uma pequena pensão três vezes mais que seu salário como nosso motorista. Bianca me fez prometer que nunca o deixaria desamparado e tô tentando cumprir.
- Não é bem um trabalho - ele sorrir e ajeita o terno em seu corpo.
Faço uma careta entendendo perfeitamente com o que ele quis dizer.
- Você e minha mãe? Como?
- Sempre fui apaixonado por ela, depois que ela se casou com o seu pai, tentei me afastar - ele sorrir sozinho. - arrumei esse emprego de motorista, ela engravidou de você e eu continuei trabalhando aqui por ela, mesmo sabendo que a mulher que amo estava grávida de outro.
Bianca e eu nos entre olhamos.
- E porque não abriu mão e contruiu sua própria família? - Bianca pergunta.
- Por que eu era trouxa - Carlos sorriu - Brincadeira, ela me pediu que a esperasse.
- Essa história parece com a minha. - lamento.
- Não chega nem perto. Beatriz não te deu esperanças, você estar se iludindo sozinho. - após dizer isso, Carlos sai da cozinha deixando novamente eu e Bianca sozinhos.
Bianca se levanta e coloca o prato dentro da pia, ela se vira para mim e me olha com lágrimas nos olhos. Fico sem entender o motivo de suas lágrimas, me levanto e tento me aproximar dela tocando em suas bochechas, mais ela tira minhas mãos.
- O que foi? - pergunto confuso.
- Depois de todo esse tempo você ainda não esqueceu a Beatriz?!!
- Não se esquece um amor assim.
- Você nem está tentando. - diz ainda com lágrimas nos olhos.
- Estou, tento esquecer ela todos os dias e meu peito se enche de raiva toda vez que imagino ela lá - aponto para a fora da janela da cozinha. - grávida de outro e quase dando a luz, de um filho que poderia ter sido nosso. E vendo em como ela está feliz com a minha ausência. - respondo com raiva. Não entendo por que ela queria tocar no nome da Beatriz agora, nosso almoço estava indo tão bem.
- Você é um idiota Nicolas - após falar isso ela tenta me dá as costas, porém eu a agarro pelos braços. - vai bater em mim também. - a solto na mesma hora.
- Eu, eu nunca machucaria você Bianca. - me afasto dela. - por que tocar na Beatriz agora? Deixa ela seguir com a vidinha dela, e vamos seguir a nossa.
- Porque eu me odeio - mais lágrimas.
- Se odeia por qual motivo?
- Me odeio por ter me deixado se apaixonar por você, era isso que queria ouvir? - ela limpa as lágrimas que insistiam em cair. - mesmo todos sendo contra e falando horrores de você, eu não consigo te odiar.
- Por que eu? Tantos caras com menos problemas e menos sem noção, por que foi se apaixonar justo por mim?
- Como se a gente mandasse no coração.
Me aproximo de Bianca tocando em suas bochechas macias, ela não se afasta. Apenas fica me olhando com aqueles olhos verdes enormes.
- Estou todo quebrado. - digo e acaricio suas bochechas.
- Eu te conserto! - sorriu e continuamos nos encarando.
- Tem certeza? Eu sou muito difícil. - brinco com ela. - falando sério, não quero te magoar e me odiaria se você chegasse a me ver como os outros me olham. E Deus, tem o seu irmão que me mataria sem pensar duas vezes e tem a - Bianca me interrompe.
- Apesar de todos esses contras, eu ainda continuaria te amando.
Sem pensar duas vezes, colo nossos lábios. Sentindo ainda seu belo sabor do strogonoff, Bianca me agarrava de volta intensificando beijo.
Vou fazer de tudo para fazer isso dá certo.
Eu posso ser capaz de amar alguém e esse alguém pode ser a Bianca.
♥︎
Tamo quase acabando galera! :/ falta pouco
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