Sete
Eu tenho consciência dos defeitos que ele tem, mas acho ele perfeito como nunca achei ninguém.
■
- Você ficou completamente louco. - respondo indo em direção a porta, entretanto, Nicolas me prendeu na parede com o seu corpo tão próximo ao meu.
- Só quero conversar Bea. - era estranho ele me chamar assim.
- Já conversamos. - respondo e o encaro.
- Não.
Nicolas me encarou por longos minutos antes de começar a falar.
- Incrível como depois de anos eu ainda seja louco por você. - Nicolas toca meu cabelo que antes era comprido na cintura e hoje estar a cima dos ombros. - ao contrário do que o Bruno contou sobre aquele dia na igreja, eu não tive nada a ver. Surtei por você não ter acreditado em mim e agi feito um delinquente por conta daquele imbecil. Você e a Lua eram tudo que eu tinha de mais precioso, jamais machucaria vocês duas.
Sinto vontade de chorar, porque no fundo eu sabia que era verdade. Nós éramos tudo para ele.
- Eu só quero uma chance de poder conhecer a minha filha e de tentar me explicar pra ela. Tenho direitos tanto quanto você, eu odeio o Bruno, mas estou em dívida com ele por te criado tão bem a minha filha como se fosse dele.
Ele não se mexe.
Tento olhar nos olhos dele mais vez e o vejo olhando para minha boca.
- Não somos os adolescentes irresponsáveis de anos atrás Nicolas.
- Eu sei.
Ficamos nos encarando mais uma vez.
Parece que estou prestes a morrer.
Nicolas segura meu pescoço com força ainda me encarando nos olhos. E me beija.
A língua dele já estava dentro da minha boca, acariciando a minha.
Nicolas ergue minha perna e envolve seu corpo com ela, e em seguida se pressiona contra mim.
Não, não, não, não.
Isso é um erro.
O empurro para longe de mim e desfiro um tapa em seu rosto. Não estou mais grudada a parede do banheiro.
- Não quero ter nada relacionado a você. - pego as sacolas. - Você pode conhecer a Lua, mas antes precisa me dar um tempo de contar tudo a ela. - Nicolas apenas concorda.
- Beatriz? - Se aproxima tocando o meu rosto. - volta pra mim.
Começo a rir.
Ele achava que era fácil.
- Estou esperando um filho do Bruno, do homem que eu amo. - digo e aliso minha barriga por cima da roupa. - Não trocaria minha família por nada, nem por você.
- Esse filho era pra ter sido nosso. - Nicolas lamenta.
- Não, não era.
Saio do banheiro sem olhar para trás.
"Volta pra mim"
Meus pensamentos se esvaem.
Não sou a mesma adolescente indecisa de antes e nem posso ser. Sou uma mulher casada, com uma filha de dezesseis anos e um bebê a caminho.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro