Quinze
Diga-me se eu enlouqueci de novo?
Eu tenho a sensação de que você pode sentir o mesmo - New Hope Club.
○●
Beatriz
Lua queria ver o pai, Bruno não chegaria nem tão cedo. E só sobrou pra mim em levá-la até a casa dos horrores do Nicolas.
Enquanto dirigia pensei na última vez em que coloquei meus pés naquela maldita casa, jurei que nunca mais colocaria meus pés nela, e aqui estou eu. Dirigindo até o lugar que por alguns anos foi o melhor e pior do mundo.
- Mãe?
Sou tirada de pensamentos por Lua, tiro por alguns segundos o olho da estrada para olhar.
- Você voltaria com o Nicolas? - pergunta.
- O QUE?? - Era uma simples pergunta, e eu ainda assim consegui ficar nervosa. - Não! Que pergunta absurda é essa Lua?
- Nada, só queria saber mais sobre vocês dois. - da de ombros e volta a mexer no celular.
Nicolas e eu não poderia existir mais.
Mesmo depois de anos eu ainda sentia raiva, por tudo que ele fez e por ter me abandonado.
Estaciono o carro em frente à casa do Nicolas. Lua sai do carro como o próprio The flash, dou uma última olhada antes de finalmente criar coragem e sair do carro.
Lua me esperava do lado de fora, formos recebida pelo antigo ou talvez atual motorista, Carlos.
- Senhora, quanto tempo! - ele exclamou logo após que começamos atravessar o jardim. - Não acredito.. Essa é a Lua? - pergunta e eu concordo. - Você é a cara do senhor Nicolas, diria que uma versão feminina do mesmo.
Lua sorriu e eu fiquei sem graça.
- O Nicolas estar? - pergunto.
- Sim. Podem entrar.
Quando cruzei a porta, um milhão de sentimentos me atingiram como uma avalanche. Não conseguia parar de pensar nas coisas boas e ruins que vivi aqui, e foi inevitável não pensar em mim tentando escapar e ligando pro Bruno no meio da madrugada.
- Pensei que não viria. - Nicolas apareceu na sala e o mesmo correu para abraçar Lua. - Estou feliz por ter vindo, estou feliz por ter vindo também Beatriz.
- Não tive muita escolha. - respondo ríspida.
- Minha mãe vai adorar te conhecer, venha. - ele arrasta Lua até o andar de cima, me deixando sozinha naquela sala enorme.
Olho para todos os lados, observando o ambiente. E é incrível como tudo parece estar no mesmo lugar.
- Eu cuidei dessa casa enquanto o garoto Nicolas ficou fora, cuidei como se fosse minha. - Carlos surge, ele tira o chapéu que era acompanhado de seu uniforme.
- Admiro sua lealdade ao Nicolas, depois de tantos anos. - Pego um porta retrato que tinha uma foto dos pais de Nicolas, pareciam felizes na fotografia.
- O tenho como se fosse meu filho. - diz.
- Já pode sair Carlos. - Nicolas volta descendo as escadas sem a minha filha. - Obrigado Carlos.
Carlos apenas faz um breve aceno e sai nos deixando a sós.
- Tô impressionado que o Bruno te deixou vim sozinha.
- Estou com a Lua e eu sei que você não tentaria algo. - digo e coloco o porta retrato de volta no lugar.
- Tem razão. - suspira. - minha mãe amou a Lua, elas ficaram conversando quando sai.
Um silêncio surgiu entre nós, Nicolas possuía o mesmo olhar e também o mesmo perfume. Amadeirado, eu amava esse perfume.
- Vai ficar por quanto tempo? - tento quebrar aquele silêncio constrangedor.
- Pelo tempo que minha filha quiser.
- Entendi.
- Queria te mostrar uma coisa - se aproxima de mim. - Sobe comigo até o nosso antigo quarto? - pergunta e eu nego rapidamente. - não vou tentar nada Beatriz, eu prometo.
- Não sei porque eu não acredito. - digo, depois do ocorrido no banheiro não sei se facilitaria as coisas de novo.
- Confia em mim. - ele estende a mão.
Não pego em sua mão, mas passo na sua frente. Nicolas da um sorriso e me deixa ir na frente.
Ao chegar no quarto, tive lembranças de 16 anos atrás. Da gente conversando e dele conversar com minha barriga de 6 meses. Nicolas havia comprado alguns móveis e mudado os mesmo de lugar, mas ainda permanecia quase do mesmo jeito.
- Por que ela só chuta com você? - pergunto fazendo biquinho.
- Porque ela sabe que é a garotinha do papai. - responde e volta a alisar minha barriga novamente. Olho através do espelho e vejo um sorriso bobo brotar nos lábios de Nicolas. - Eu amo tanto vocês duas.
- Também te amamos seu bobo. - viro-me pra ele e o beijo.
As vezes queria que as coisas tivessem sido diferentes.
- Queria te da algo ou você pode da a Lua. - Nicolas vai até a estante de Livros e tira de lá um embrulho. - tirei no dia que Lua nasceu, antes de ir embora.
Me entrega o embrulho e eu abro o mesmo, e lá estava a foto de nós três. Eu provavelmente estava dormindo, Nicolas segurava Lua nos braços com um sorriso tão grande no rosto e a mesma estava toda enrolada com uma manta.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Esperei você dormir e tirei essa foto para ter alguma lembrança de vocês duas. - diz.
Começo a chorar feito uma idiota.
- Por que disso agora? - pergunto. Tento enxugar as lágrimas, olho para o teto na esperança de que elas parem de cair. - porque não lutou por nós? Por que foi embora?
- Eu precisava. - se aproxima. - fiquei agressivo com você e fiquei com medo de machucar a Lua também. Não me perdoaria nunca se isso tivesse acontecido. - Nicolas toca em meu rosto e se aproxima ainda mais de mim. - eu te amo Beatriz.
- Se me amasse não teria ido embora a 16 anos atrás. E não teria assinado os malditos papéis do divórcio.
- Eu te amei tanto, que deixei você ser livre e feliz com um cara que faria tudo por você. - diz.
Empurro Nicolas para longe de mim.
- Você não sabe o que é amor. - respondo com raiva.
Lua apareceu sorrindo com Dona Renata, limpei minhas lágrimas rapidamente e tentei sorrir também.
- Mãe, o que houve? - Minha filha pergunta.
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