Quatro
A única certeza que tenho é de que minha vida e meu coração nunca mais serão os mesmos depois de Hardin. - After
.
- Antony, o que cê tá fazendo aqui? - Lua pergunta após finalmente sair do quarto.
- Falar com sua mãe.
- Não precisava, esse negócio de pedi permissão é do tempo da minha vó. - Lua fala com raiva.
- Pois eu gostei. Filha, o Antony veio mostrar que não é um moleque. - digo e relaxo minhas mãos no ombro do mesmo. Antony pareceu mais relaxado com o toque. - Quantos anos você tem Antony? - pergunto curiosa.
- 17, Dona Beatriz. - responde.
- Quer ficar para o jantar e conhecer o pai da Lua? - pergunto.
- Mãe, é melhor deixar pra um outro dia. O pai vai surtar. - ela até que tinha razão.
- Tudo bem. Antony foi um prazer te conhecer. - digo e aperto mais uma vez a mão do garoto.
Como mãe eu fico feliz que minha filha soube escolher um garoto descente, bem diferente das amigas de Lua. Meu celular toca, vejo que é Fernanda me chamando para uma chamada de vídeo. vou atender no meu quarto.
- Oii? - Ela manda um aceno do outro lado da tela.
- Oi - respondo me deitando na cama. - que silêncio, cadê todo mundo?
- Clystoff tá no banho e os meninos saíram com a minha mãe. - Fernanda estava tão séria ou era apenas mais uma das minhas paranóias. - Beatriz, eu preciso te contar algo.
- O que? - não sei se era o nervosismo ou a minha ansiedade, mas meu coração parecia que iria saltar do peito.
- Tá deitada perfeitamente? - ela pergunta e eu reviro os olhos afirmando que sim. - Nicolas voltou.
- O QUE??? - Meu coração literalmente iria sair do peito, senti minhas mãos tremerem e o calafrio subi por todo o meu corpo. - co.. como você sabe? Pode ter sido alguém parecido com ele. - sim, Fernanda só podia ter confundido. Ela é louca às vezes.
- Se parecido é ter vindo aqui em casa e ficado cara a cara comigo e seu irmão, então acho que são gêmeos.
- Para de graça Nanda.
- Não sei como ele descobriu nosso endereço, Bea ele quer conhecer a Lua. - não, Fernanda continuou a falar. Porém eu não estava ouvindo mais nada, só conseguia pensar no porque que ele voltou.
Estamos bem sem ele, Lua está bem sem ele, eu estou bem.
Porquê depois desse tempo todo ele quer simplesmente conhecer a filha?
Ainda lembro de como eu fiquei igual louca procurando por ele, e em quanto eu me negava a assinar o divórcio. Parte de mim achava que ele voltaria e tudo ficaria bem, nada aconteceu. E eu via Lua crescer sem o pai, quando ela completou um ano, parei de procurar.
Era inútil procurar por alguém que não queria ser encontrado. Assinei finalmente os benditos papéis e esperei...
Sumiu pra sempre.
Segui com a minha vida e agora ele quer se aproximar? Não vou permitir, embora ele também tenha direitos.
- Beatriz? Bea. - Fernanda me chama, e eu volto ao meu estado de transe. - Ele quer falar com você.
- Quem? - pergunto lerda.
- Nicolas, ele quer marca para falar com você.
- Não tenho nada para falar com ele. Nanda, ele sumiu por dezesseis anos. - respondo com raiva. - quem ele pensa que é? Ele nos abandonou, foi embora e não ficou nem pra conhecer a filha.
- Você sabe que apesar de tudo ele tem direitos. - Fernanda parecia pensar nas palavras. - Você e o Bruno já deviam ter tido essa conversa com a Lua, precisam contar a verdade.
- Não temos nada para contar, Nicolas é um estranho. Quem você acha que ela vai acreditar?
- Mesmo assim.
- Tenho que desligar. - E desligo sem esperar por nenhuma resposta.
Jogo o celular no chão e me encolho sobre a cama. Isso só podia ser um pesadelo e eu resolvi acreditar nisso.
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