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Capítulo 2 🖋️

Nick Sinclair

Fazer academia, trabalhar, cuidar da minha mãe e sair com amigos. Essa era a minha vida no momento, mas nem sempre foi assim, antes era só trabalhar, estudar e trabalhar ainda mais.

Por isso conquistei o meu próprio vinhedo, hoje transportamos vinho de mais de uma marca, inclusive a minha, para vários Estados. Lucrei tanto a ponto de tirar outras marcas do poço e conseguir comprar pra mim. Pessoas eram fiéis a certas marcas, e por isso permaneci com alguns rótulos. Vivia em uma mansão longe da cidade, perto da vinícola da minha família. Uma das várias que eu tinha, por isso eu não ficava em um lugar só por muito tempo, precisava fazer pequenas viagens com frequência.

— Senhor — meu secretário me entregou minha camisa social assim que saí do banheiro, Átila não saía do meu pé, já estava me passando minha agenda do dia sem que eu tomasse o café da manhã antes.

— Átila, por que você não vai pra casa transar?

Ele olha para o relógio em seu pulso, confuso.

— Senhor, estou no meu horário de trabalho.

— Nem parece que você foi pra casa, juro que te vi andando por aí de madrugada. — coloco as abotoaduras e ajeito a gola.

— Deve ter sido um sonho, senhor.

— Ou um pesadelo. Com todo respeito, Átila.

— Não me ofendi, senhor. — independente da piada, Átila nunca ria, mas eu amava esse senso de não humor dele.

— O carro está pronto?

— Sim, senhor.

— Está a três anos comigo, por que mesmo não me chama pelo meu nome? — me viro para ele antes de sair do quarto.

— Prefiro manter as coisas profissionais, senhor.

— Eu acho uma falta de profissionalismo te encontrar no meu quarto às seis horas da manhã, fique sabendo disso.

Saímos do meu quarto e passamos direto pelo quarto onde minha mãe vegeta. Não que ela esteja de fato vegetando, mas faz anos que ela não se interessa em fazer nada, não sai do quarto, não tem mais amigas para sair, não anda pela casa. Ela não faz nada a não ser assistir televisão e dormir o dia inteiro. Desisti de tentar animar ela para fazer algo produtivo, saudável e diferente a muitos anos. Pelo menos ela não precisava mais se preocupar com grana, tínhamos muito.

Passei o dia viajando, fui em duas vinícolas, assinei papéis, participei de uma reunião. Almocei quase na hora do jantar e voltei pra casa quando já estava tudo escuro. Alguns amigos até me chamaram pra sair, mas recusei, não estava com cabeça pra nada hoje.

Passei no quarto da minha genitora antes de ir pro meu, éramos muito parecidos, mesmos cabelos dourados, mesma sobrancelha grossa, nariz e lábios finos. Ela me deu um tchauzinho, mas não deu indício de que queria conversar, talvez contar algo sobre seu tedioso dia. Acenei de volta e me tranquei na minha suíte como toda noite, tomei um banho relaxante de banheira, escovei os dentes e enrolei uma toalha na cintura para ir até o closet pegar um pijama.

No entanto, parei no meio do caminho quando reconheci o toque promíscuo que meu melhor amigo tinha colocado pra quando ele me ligasse. Os gemidos encheram o quarto silencioso e corri até a cabeceira da cama para pegar o aparelho e atender depressa.

— Seu imbecil, que toque mais infantil, Kinca — ele odiava que eu o chamasse por seu sobrenome.

— Vai se foder, filho da puta! Preciso de um favor — podia ouvir o som de música alta, o arrombado estava em alguma boate, olhando para o meu relógio na cabeceira, percebi que estávamos adentrando a madrugada.

— Não vou fazer favor nenhum pra você.

— Está me devendo! Preciso que leve a amiga da minha garota pra casa.

— Desde quando você tem uma garota? — me sentei na cama, percebendo que talvez a ligação demorasse mais do que eu previa.

— Desde que o meu pau foi fisgado por mais de uma noite.  Vai me ajudar ou não?

— Mas é relacionamento sério? Se for, eu vou. Mas aí eu vou querer estar no jantar de família quando você for apresentá-la — zombei, gargalhando da cara de idiota que ele deveria estar fazendo. Eu o conhecia muito bem.

— Nos conhecemos a pouco tempo pra isso, Nick. Anda, porra, preciso que venha aqui o quanto antes, meu saco tá doendo de vontade de me aliviar...

— Assunto desnecessário — o cortei. — E onde a amiga mora? Não é uma maluca que vai me assediar, né?

— Homens são assediados?

— Homens são assediados.

— Ela me pareceu bem tranquila, daquelas que levaria um livro pra uma balada e beberia chocolate quente ao invés de uns drinks.

— Idiota — eu revirei os olhos para suas mentiras. — Manda a localização, chego assim que poder.

Encerrei a ligação e fui até o closet pegar uma calça de alfaiataria preta e uma camisa de manga branca. Depois de colocar um sapato, passar perfume, pentear os cabelos e pegar as chaves, saí de casa com o conversível preto, um dos meus carros favoritos da garagem.

Joaquim Kinca era o meu melhor amigo, não um dos, ele era o melhor. Assim que comecei meus negócios, quando trabalhava em um cubículo que nem banheiro tinha, ele se candidatou para trabalhar comigo. Achou a vaga no jornal e não se importou de ganhar pouco, ele acreditou em mim desde o início. Pode até soar estranho, mas foda-se, tivemos uma conexão e eu acreditava muito nisso. Nossa amizade estava predestinada a acontecer, não tinha nada que Joaquim não soubesse da minha vida passada até agora.

Segui o endereço que ele mandou, sempre ajudamos um ao outro, então não estranhei seu pedido. Se ele precisava cuidar de uma garota, é porque se importava. A garota com quem ele andava saindo devia ser mesmo importante para ele, e eu fiquei feliz em saber disso. Joaquim Kinca nunca tinha parado com uma garota nos nossos 10 anos de amizade.

Estacionei o carro em frente a saída lateral de uma boate noturna que eu já tinha frequentado algumas vezes, não ficava longe da minha casa, então esperava que a garota morasse perto também. Só precisava deixar ela na segurança de sua casa e voltar pra minha cama.

Estava escuro, mas percebi Joaquim na calçada com duas garotas, uma delas com um vestido tão rosa que parecia brilhar na escuridão. Balancei a cabeça, mas saí do carro para cumprimentar eles e ajudar a moça que deveria estar bêbada demais para entrar sozinha no carro. Fui direto em Joaquim e demos um tapinha nas costas um do outro, então ele se virou para uma loira muito bonita e nos apresentou.

— Essa é Paola Silva, minha loira. Loira, esse é Nick, meu melhor amigo.

— Olá — a loira, Paola, me cumprimentou com um beijo em cada bochecha e a cumprimentei de volta, aprovando na hora a escolha do meu amigo.

— Ah, esta é a amiga dela. O nome dela é Mia... Mia alguma coisa...

Eu não ouvia mais meu amigo, tanto pelo nome que disse, quanto por estar em choque ao me virar para a garota de vestido rosa. Não podia ser, Mia Gallardo não podia estar em carne e osso na minha frente, isso seria loucura, o mundo não era tão pequeno assim, era?

Mia também estava surpresa, me fitava sem piscar, a boca pequena e convidativa estava entreaberta e ela ergueu as sobrancelhas. Senti que eu estava fazendo exatamente a mesma expressão que ela, fazia tantos anos, se dissessem que eu estava de fente para uma miragem, eu acreditaria.

— Nick? Tudo bem aí, amigão? — Joaquim me deu um tapa tão forte no ombro que me obrigou a voltar à realidade. Pisquei e ela também, olhando pra baixo. A loira olhava de mim para sua amiga com a testa enrugada, eu a entendia muito bem, ficamos nos encarando por muito tempo, creio eu.

— Aham, está tudo bem.

— Vocês se conhecem?

— Mais ou menos — respondi, sem saber muito o que dizer. Quanto tempo que não via Mia? Uns 13 anos, se minha memória ainda estiver boa.

— Vou precisar de talhes depois — a amiga resmungou, sorrindo, então abraçou Mia, que estava muito quieta, e então cochichou algo em seu ouvido, que a fez assentir. — Te vejo mais tarde.

— Obrigado, camarada — Joaquim me deu outro tapa no ombro antes de se afastar da gente, provavelmente para achar seu carro. Pigarro e abro a porta do carro para Mia. Ainda me parecia irreal tê-la bem na minha frente, eu precisava perguntar se era ela mesma.

Mia permaneceu parada, olhando pra dentro do carro, fiquei com medo dela correr, então apontei com a mão aberta o banco do carona. Sem me olhar, Mia se moveu em câmera lenta e entrou no carro, se acomodando. Bati a porta e dei a volta para sentar em frente ao volante.

— Uau, faz muito tempo. — eu comentei, como um imbecil. Ela devia me odiar, eu fui o cara que tirou sua inocência, que praticamente a estrupou.

Mais tarde, quando fui ficando responsável o suficiente pra perceber a merda que fiz, me martirizei pelo que fiz a minha amiga de infância. Ela tinha confiado em mim, eu era mais velho e não a impedi. Não me impedi de ser um completo idiota, é claro que ela não sabia o que estava fazendo. Para a lei, ela era uma criança ainda. Tudo bem que Mia nunca me impediu, gostávamos de transar em toda oportunidade que ficávamos sozinhos, todavia, por ser o mais velho, devia ter sido forte.

Observei pelo canto do olho que ela remexia as mãos em seu colo, o corpo totalmente tenso. Aproveitei os poucos minutos para observar o pouco que tinha mudado, o cabelo cacheado estava maior e mais ondulado do que cacheado. O corpo estava mais maduro, mas continuava quase o mesmo, o rosto também não tinha mudado muito. E ela estava bem mais quieta, antes ficava tão à vontade comigo.

Se bem que deveria ser só comigo, por conta do nosso passado. Além de ter me aproveitado dela, fui embora sem me despedir. Estava com muita raiva por minha mãe ser responsável por mim a ponto de me obrigar a mudar para outra cidade para morar com um homem do qual fodeu com a mente dela e quase com a minha também. Não queria me despedir de Mia, não queria nem deixá-la, pra falar a verdade, ela era a alegria dos meus dias. Se eu fosse me despedir, eu choraria, tinha certeza. E não ia suportar ver sua mágoa ao ser abandonada pela única pessoa que ela também tinha, que a entendia, que sabia pelos abusos que ela passava com o padrasto.

Eu me sentia um merda por deixá-la pra trás e nunca ter denunciado aquele traste do João, essa era a verdade.

— Precisa colocar o cinto de segurança, Mia. Quer ajuda?

Ela balançou a cabeça negativamente e puxou o cinto, prendendo no lugar e agarrando a bolsa junto à barriga. Dei a partida no carro, sem saber mais o que dizer, minha mente estava sendo bombardeada por lembranças antigas de quando brincávamos juntos e conversávamos sobre tudo e todos. Estava dirigindo sem saber para onde ia, quando me virei para perguntar o endereço, percebi seu rosto pálido, ela me olhava também.

— Estou enjoada.

— Está grávida? — ergui as sobrancelhas, surpreso.

— Não! — ela arregalou os olhos, desejei voltar atrás na minha burrice.

— Bebeu muito? Quer que eu fique parado no acostamento até você melhorar? — dei seta para encostar com o carro.

— Não, acho que vai passar. Toda aquela maconha me fez mal — mencionou, acariciando a barriga chapada.

— Uau, você...?

— Não! Meu Deus, eu não fumo, não bebi nada e não estou grávida! Eu só quero vomitar — os olhos dela se encheram de lágrimas e o meu desespero começou.

— Calma, você pode vomitar no banco de trás.

— Vai sujar seu carro!

— Quem se importa? É só um carro. — diminuí a velocidade e soltei o cinto dela. Na mesma hora Mia se inclinou entre nossos bancos e se debruçou, vomitando na parte de trás, no meu carpete. Fiz um enorme esforço para não olhar seu corpo a poucos centímetros do meu, ela vomitou bastante e voltou a se sentar.

— Toda aquele cheiro de maconha naquela boate, parece até que... — ela resmungava, mas de repente ficou muda. Estrando, olhei na sua direção e vi a cabeça da garota pendida pro lado e seus olhos fechados.

— Puta que pariu! — pisei no acelerador, mas precisei dirigir com um braço na frente dela, para não correr o risco do seu corpo ir pra frente e ela se machucar.

Olhei as placas, eu tinha três opções que precisava escolher rapidamente:

1. Levá-la para um hospital.

2. Levá-la para minha casa.

3. Levá-la para sua amiga.

Girei o volante para a esquerda, me arrependo no mesmo momento da decisão que tomei, mas sabendo que precisava ser rápido.

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