Mia Sinclair

Algumas semanas depois

A nossa lua de mel foi melhor do que eu sonhei. E eu tinha sonhado mesmo com ela no jatinho enquanto saímos do país. Passeamos por várias cidades da Europa, experimentamos comidas típicas dos locais que fomos, transamos em alguns lugares um tanto quanto... Inapropriados.

Nick era um homem extremamente romântico, ele fez de tudo para me deixar bem, praticamente deitadava no chão para eu não pisar em nenhuma poça de água. Era um cavalheiro, um gentleman que só eu possuía.

Ele me comprou tantos presentes que chegamos em casa abarrotados de coisas, ele fazia surpresas pra mim durante a viagem, o que me fazia pensar coisas como: toda mulher deveria ter um Nick Sinclair na sua vida.

Deixei ele para trás logo que chegamos e fui até o quarto que sua mãe ocupava agora, no fim do corredor, era igual ao anterior e do jeito que ela queria. Bati à porta e ela não demorou a responder, parecia feliz em me ver, estendi as sacolas para ela e sorri.

— Olá, Nikola, trouxe alguns presentes que compramos na viagem.

— Nick também? — ela ergueu as sobrancelhas, esperançosa. Ele ajudou a escolher os casacos e os enfeites, mas pensava que era pra mim, e ela não precisava saber. Nem a mentira que eu contaria agora.

— Ele também quer saber se você gostaria de jantar conosco, eu ficaria muito feliz!

— Ah, eu não quero atrapalhar, vocês parecem muito felizes.

— Por favor, eu gostaria muito que você pudesse jantar conosco. Ele está vindo, te aguardo mais tarde! — corro de volta e me encontro com Nick vindo em minha direção. Ele se abaixa e me beija, como se não tivéssemos acabado de chegar juntos.

— Eu te amo, está tudo bem? — diz tudo junto e olha para trás de mim. A mãe dele já entrou, então pego sua mão e o puxo para o nosso quarto.

— Tudo ótimo! Vamos transar?

— Não está com jet lag?

— Que se dane, amor — eu sigo em direção a cama, mas ele não entra na brincadeira e me puxa em direção ao seu closet.

— Antes tenho uma surpresa.

— Amor, não quero mais surpresas, quero transar! — faço um bico forçado e ele ri, me puxando para seus braços. Tem algo diferente e percebo na hora, tem uma porta no final do seu closet. Nick vai até ela e deixa eu fazer as honras.

Começo a pensar se ele não criou um outro mundo e que entrarei em Nárnia daqui a pouquinho, mas sei que isso é um absurdo e o olho desconfiada antes de abrir a porta e me ver em um outro closet com a estrutura exatamente igual ao que estamos.

— Oh, meu Deus! — eu entro maravilhada no outro closet, só parece um pouco maior e tem mais espelhos. Minhas coisas já estão perfeitamente arrumadas nele, em uma das paredes tem um quadro com uma foto minha em preto e branco. A moldura e o jeito que foi colocada parece em estilo galeria, muito linda e dourada.

— Gostou?

— Como tem uma foto minha? Não lembro de quando foi tirada — eu vou até a foto que o foco é meu rosto e passo o dedo.

— Faz uns dias, mandei fazer enquanto estávamos de viagem, assim como o seu closet. No espaço anexo tem um lugar para você, uma biblioteca com sofá, um canto para você se refugiar sempre que quiser um tempo sozinha.

— Amor, você é um príncipe! — eu o abraço e o beijo. Acho impressionante em como fizeram tudo só nas semanas que ficamos fora, mas se bem que ele tem dinheiro o suficiente para ser exigente.

Saio do meu closet e encontro um cantinho de leitura que sempre sonhei e nunca tive, eu choro e exploro o ambiente, a janela da para o jardim e consigo ver a dimensão do céu também, vai ser perfeito ler aqui. Me viro para agradecer a ele um milhão de vezes, mas não tenho tempo de abrir a boca, pois a sua cobre a minha em um beijo carinhoso.

Que a gente inaugure aqui, então, para mim tá ótimo!

Continuamos nos beijamos enquanto ele me empurra até uma das estantes, sobe a mão por baixo do meu vestido e puxa a minha calcinha pra baixo. Ajudo ele a tirar a peça sem parar de beija-lo, assim como nos livramos da sua calça e da cueca. Agora estamos caminhando de novo, ele está me levando até o sofá sob a janela, que cabe muito bem a nós dois.

Porém, ele não se deita, apenas se senta ainda me beijando e me puxa pro colo dele. Ainda estou de vestido e ele ainda de camisa, mas não nos importamos, Nick segura o pau e me encaixo dele, gemendo com a invasão deliciosa. Ele me ajuda a subir e descer com a mão na minha bunda, por baixo do meu vestido, está inclinado pra trás e consigo ver o jardim pela enorme janela de vidro. Por sorte não tem ninguém por lá.

— Mais delicioso que isso impossível — ele declara, e eu concordo com a cabeça, sem conseguir proferir nada a não ser gemidos. O barulho da minha bunda batendo na perna dele toda vez que desço é alto, mas espero que esse lugar seja a prova de sons, pois vai ser o meu lugar favorito pra transar também.

— Estou quase... Lá. — Me seguro com força nos ombros de Nick e faço questão de olhar dentro dos seus olhos enquanto gozo, diminuindo meus movimentos. Minha visão fica turva e Nick se deita, nos ajeitando para ele conseguir me foder com força até gozar também.

Ficamos lá deitamos por um tempo, contemplando a vista do sol se escondendo atrás das árvores, até que pego no sono, sentindo o cheiro maravilhoso de livros que essa sala tem. E também do meu marido, agarrado a mim.

— Amor, acorda, Paola e Joaquim estão vindo pra cá — Nick me acordava, mas eu não queria despertar, quando entendi o que ele falou, dei um pulo só de onde estava deitada. Nick tinha me carregado até nossa cama, ele também já estava de banho tomado e todo arrumado.

— Paola está vindo? Por que?

— Convidamos eles para jantar logo que a gente voltasse de viaja, lembra?

— Caramba, me esqueci completamente, estou atrasada? — olho para o meu vestido amarrotado e sinto que também estou sem calcinha, provavelmente meu cabelo deve estar um ninho de pássaros também.

— Dá tempo de tomar seu banho com calma, e olha — me estende um copo com água e meu remédio. — Acho que esqueceu de tomar hoje por causa da viagem.

— Ah, obrigada, amor! Se não fosse você a me lembrar durante quase a viagem toda... — sorrio sem graça e engulo o remédio com a água.

— E os dias que não lembrei, acho que você se esqueceu também, não foi? — ele levanta uma sobrancelha, e eu finjo que ele está ficando doido, mas está certo.

Não vai dar em nada, tenho certeza.

Sigo pro banheiro e tomo meu banho, lavando meu cabelo também. Coloco meu roupão que agora tem meu nome, assim como a toalha de banho que Nick pediu para uma costureira cara preparar juntamente com um novo enxoval de casal. Ele gostava muito de preto e eu de branco, então estava uma mistura de dálmatas muito linda, sendo irônica. Me arrumo no meu closet com um vestido elegante vinho que cabia perfeitamente em mim, mas agora apertava um pouco minhas curvas, mas ainda fico linda nele. Todas as minhas roupas tem a minha medida, pois pelo visto até isso Nick sabia sobre mim.

Quando estou pronta, desço as escadas e encontro meu marido olhando o seu aquário que decora a sala, ele pega um vidro acima e dá comida para os peixinhos lindos. Ouvimos a voz de Marrom, avisando que os convidados chegaram, e só então Nick me vê.

— Uau, você está linda, amor — ele se aproxima e segura minhas cintura, beijando meus lábios de leve para não se sujar de batom. — Eu te amo, sabia?

— Eu também te amo.

— Aaah, que casal de pombinhos mais lindos! — Paola fala atrás de mim e eu quase corro para lhe dar um abraço bem apertado. Novamente perco o ar com a beleza de seu namorado quando lhe dou um abraço rápido.

— Nick — Joaquim diz ao meu marido, com aquele cumprimento rápido de tapas nas costas e depois Nick também abraça Paola e elogia sua roupa.

— Obrigada! Mas eu estou boba mesmo é com o que você fez com minha amiga, olha só para ela — Paola continua seus elogios, me faz sentir vergonha com a atenção, mas não brigo com ela. — E sei que está sendo muito bem alimentada aqui, está até com umas curvas a mais.

Claro que ela não falou por mal, e nem liguei, só fiquei com ainda mais vergonha por realmente estar comendo mais do que eu deveria. Não estou acostumada a ser aquelas pessoas chiques que só sujam o prato e nem comem a sobremesa toda. Eu acho que comia mais do que Nick e era deveras vergonhoso.

— Continua maravilhosa — Nick me puxou para o seu lado pela cintura e Joaquim riu, fazendo o mesmo com a namorada como uma brincadeira entre eles.

— Tem mais uma pessoa para jantar conosco, só vamos esperar um pouco, tudo bem? — eu digo a eles, olhando para o alto da escada.

— Amor? — ele diz no meu ouvido, sem entender.

— Só mais um pouco...

Vejo a mãe dele no topo da escada, está com um macacão preto lindo, desde que cheguei nessa casa, nunca a vi arrumada. Também tinha passado um pouco de maquiagem e quando nos viu, ficou tímida e não encarou ninguém.

— Que bom que veio, Nikola — eu engancho um braço no seu para deixá-la mais confortável e puxo Nick com a outra mão atrás de mim. — Esta é Paola, minha melhor amiga.

— Muito prazer — elas se cumprimentam com um aperto de mãos e sorriem, depois vamos para a sala de jantar. Nick não diz nada, mas sinto seu aperto na minha mão, e sei que está feliz sem precisar olhar para o seu rosto.

A comida que Marrom preparou é maravilhosa, bebemos vinho da adega do meu marido que fica no sótão, a garrafa é de 1980 e é um vinho delicioso. Joaquim e Nick, óbvio, acabam falando de trabalho, então também conto para Paola que começo em um restaurante na próxima semana. Ela me questiona com os olhos e sei que se refere a fortuna do meu marido e que eu não preciso trabalhar, mas ela sabe que eu não iria querer ser uma esposa que fica em casa fazendo nada enquanto meu marido fica o dia todo fora.

Incluímos Nikola na conversa, falamos da época da faculdade e depois conversamos todos juntos sobre casamentos e pedidos de casamento que ainda não saiu. Ao fim do jantar, Nikola diz que está cansada e não deixa que insta para que ela fique, só agradece a todos e volta para o sarcófago. É, Nick me falou que chama o quarto dela assim e eu julguei, para agora pensar o mesmo.

— Aos poucos a gente chega lá — o meu querido marido sussurra em meu ouvido e depois acaricia minhas costas até todos levantarmos para conversar na sala. Não bebo mais do que os goles que dei no jantar, Paola também não, então a missão de acabar com a garra fica para Nick e Joaquim.

Foi um ótimo momento para abrir o jogo e contar para eles que Paola e eu treinamos tiro ao alvo com um ex dela que era policial na época da faculdade. Ele nos ensinou a atirar por vários meses, lembro que ficaram juntos por quase um ano e ele queria que a gente aprendesse defesa pessoal também. Aí Paola terminou com ele quando não aguentava mais os sustos que levava com as notícias da TV sobre polícias morrendo baleados em confrontos.

Já era tarde quando eles vão embora e nós dois subimos pro quarto. Nick quer fazer amor quando me vê só de lingerie, mas estou cansada e peço para vermos um filme antes. Acontece que não assisto metade do filme e durmo cedo, deixando meu marido na mão.

As maravilhas do casamento...