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020.




SEMANTIC ERROR.

Sung-hoon queria saber o que tinha por trás daquela máscara e calma tranquila que Min-ho usava. Seu olhar atento para o caminho que percorriam e guiando o motorista para esperá-los, que voltariam logo. Havia algo ali, uma agonia escondida que Sung-hoon notou.

Quando Min-ho começou a andar pela estrada terrosa, Sung-hoon parou. Logo, Min-ho notou a sua ausência em seu lado. Eles estavam caminhando, por ali há alguns minutos, não havia ninguém aos arredores além de algumas casas logo à frente.

Min-ho não era silencioso e gostava muito de falar sobre si. Quando não falou nada desde que encontrou Sung-hoon, notou que algo estava errado.

── Min-ho, aconteceu alguma coisa? ── Ouvir seu nome sendo pronunciado por Sung-hoon fazia o coração de Min-ho acelerar. Era como se voltasse para aquele dia quando começou a notar que seus batimentos cardíacos sempre aceleravam ao vê-lo.

Um garoto americano-coreano com um sorriso bonito e um jeito despreocupado que dormiu em sua cama e agora era dono de seu coração e mente. Seus olhos preocupados apontavam para Min-ho e o silêncio entre eles era desesperador, mas não queria estragar aquele momento.

── Eu só estou pensando naquele dia ── Min-ho falou, se aproximando de Sung-hoon ── Eu não...voltei.

── Sério? Quando comecei a enrugar como uma uva-passa, soube que havia sido largado ── Sung-hoon riu ── Imagino que a conversa com a sua... namorada foi boa, certo?

── É, eu...falei sobre o que aconteceu ── Min-ho falou apenas aquilo e entendeu o que significava.

Eles ainda estavam juntos, Sung-hoon sabia disso desde que viu Stella ao seu lado naquela manhã. O beijo poderia ter sido apenas um acidente, mas o que vieram atrás dele era puro desejo. Mesmo assim, Sung-hoon não o forçaria a nada se não estivesse pronto.

── Sung-hoon, ── Min-ho deu um passo à frente e segurou sua mão ── pode esperar por mim só mais um pouquinho?

Era uma súplica quase desesperadora e o toque em sua mão era gentil e delicado. Os olhos de Min-ho brilhavam ao olhá-lo e Sung-hoon queria saber o que se passava em sua mente.

── Tudo bem ── Sung-hoon forçou um sorriso apenas para tentar o tranquilizar ── Vamos?

Foi uma caminhada rápida e silenciosa. A carta que Min-ho leu há alguns dias foi enviada daquele endereço e, por sorte, ainda existia depois de uma década.

── Já sabe o que vai dizer? ── Min-ho perguntou assim que pararam em frente a uma casa. O endereço era o certo e o número correspondia ao mesmo remetente da carta ── Quer dizer... o que vai me falar para que eu diga e ela?

── Não ── Sung-hoon encarou a construção à sua frente. Era uma casa pequena, típica de um bairro coreano. Era bonita, simples ── Eu deveria ter pensado em algo? O que a carta dizia?

── Hm. Jin-ah só é mencionada, mas acho que esse é o endereço do Jun-ho. Eles eram casados? Talvez Jin-ah fosse apenas uma amiga em comum ── Min-ho explicou ── Quem será que mora aqui?

── A carta foi enviada na época em que minha mãe ainda morava em Los Angeles...uma das últimas cartas que escreveu antes de ir embora ── Sung-hoon falou um pouco triste.

── Vamos descobrir ── Min-ho o olhou e Sung-hoon acabou sorrindo ── Juntos.

Min-ho viu a tensão de Sung-hoon e, por isso, tomou a frente e tocou a companhia. Levou poucos minutos até que alguém a abrisse.

── Bom dia, estamos aqui para...

── ...aconselhamento de casal? ── Ela respondeu, olhando diretamente para Min-ho ── Não são muito jovens para pensarem em casamento?

Sung-hoon tentava deduzir pelas expressões de ambos o tom da conversa. Min-ho riu, a mulher desconhecida na frente deles os encarava com uma expressão séria e tudo piorava pela falta de capacidade dele de entender o que falavam.

── Entrem! ── Ela deu espaço para que pudessem passar.

── É a Jin-ah?! ── Sung-hoon sussurrou e Min-ho não concordou, mas não descartou a possibilidade.

── Ela acha que estamos aqui para ter um aconselhamento de casal. ── Min-ho explicou.

── Jin-ah é casamenteira? Isso é demais! ── Sung-hoon não conseguia conter a animação.

── Sung-hoon, não surta ou eu vou surtar também ── Min-ho tentou acalmá-lo, mas era tarde demais. Sung-hoon entrou na casa e Min-ho o seguiu.

Ela era jovem, cabelos pretos lisos, e Sung-hoon não conseguia tirar os olhos dela. Nas cartas, Jin-ah parecia ser alguém próxima à sua mãe e sempre lhe dava conselhos. Aquela talvez não fosse a casa de sua mãe ou nem ao menos morasse ali, mas era uma pista de que estavam perto.

Sung-hoon analisou a casa por dentro, havia prateleiras com livros e o clima era agradável. Ele sorriu ao pensar que aquilo era um pequeno fragmento de sua mãe.

Min-ho estava logo atrás, como se esperasse ansioso por qualquer movimento dele.

── É ela ── Sung-hoon sussurrou, apontando para uma fotografia. Sua mãe, Do Ha-na. Um pouco mais jovem, mas feliz ── Ela é linda.

Min-ho se aproximou e olhou para a foto, sorriu. Se Sung-woon, seu pai, era como ele, sua mãe era mais. O sorriso era idêntico, gentil e amável.

── É, muito lindo. ── Min-ho respondeu.

── E aí? Qual dos dois é o cliente? ── Jin-ah perguntou, reaparecendo no cômodo.

── Hm. É...cliente? ── Sung-hoon olhou para Min-ho.

── Sou eu! ── Min-ho disse rapidamente ── Eu. O cliente. Sou... eu.

── Certo. ── Jin-ah olhou desconfiada para eles. ── Sentem-se. Vou preparar um chá.

Sung-hoon puxou uma cadeira e se sentou, Min-ho se acomodou bem ao seu lado e observou o quão distraído Sung-hoon estava.

── Então...elas são amigas? ── Min-ho falou.

── Acho que sim ── Sung-hoon sorriu. ── Estou tão nervoso. É meio patético, não é?

── Não, Sung-hoon ── Min-ho negou── Você não é patético.

Jin-ah voltou minutos depois segurando uma chaleira e serviu a bebida a eles com cuidado.

── Isso é um negócio de família ou outras pessoas trabalham com você? ── Sung-hoon perguntou.

── Tenho muitos clientes e às vezes alguns amigos me ajudam. ── Ela respondeu e puxou uma cadeira para se sentar. ── Se estiver procurando alguém em particular, posso tentar marcar um horário.

── Ah, sim... é ── Sung-hoon respirou fundo ── Na verdade, eu estou procurando alguém.

Jin-ah olhou para Sung-hoon atentamente, já que, desde o começo, algo nele a intrigou. Pensou ser algo de sua cabeça, já que havia ouvido falar dele apenas algumas vezes, mas a aparência e alguns traços semelhantes não podia enganar.

── Acho melhor vocês irem embora. ── Jin-ah se levantou.

── Espera! ── Sung-hoon levantou também ── A minha mãe...

── Sung-hoon... ── Min-ho segurou seu braço. ── Vamos com calma.

Sung-hoon não entendeu a preocupação de Min-ho e puxou seu braço com força.

── Do Ha-na. Ela é minha mãe ── Sung-hoon disse ── Você a conhece, não é? Li as cartas e sei que se conheciam. Eu quero...eu possa encontrá-la?

Jin-ah estava de costas para Sung-hoon, evitando olhá-lo.

── Do Ha-na tem outra família. Uma filha e um marido ── Jin-ah disse, sabendo que apenas Min-ho podia entendê-lo, então se virou ── Ela construiu uma nova vida e deixou a antiga para trás.

── Min-ho? ── Sung-hoon o olhou confuso.

── Mas ele é o filho dela ── Min-ho falou ── Como ela pode abandonar o próprio filho? Se pelo menos eles se encontrassem...

── Ela tem vergonha. Não consegue fazer isso ── Jin-ah respondeu ── Já tentei convencê-la e ela...tem medo que ele se decepcione.

Jin-ah suspirou e, dessa vez, olhou para Sung-hoon.

── Sua mãe está feliz. Ela vive bem em Namdaemun e... ── Jin-ah falou com calma. ── tem uma família.

Aquilo Sung-hoon havia entendido perfeitamente, mas talvez não quisesse saber o que significava. Então, ele apenas concordou e sentiu uma onda de tristeza o preencher.

── Eu...

Dentre as fotografias, havia uma que Sung-hoon não prestou atenção. Era sua mãe, ao lado de um homem que segurava uma criança. Uma garotinha sorridente. Ele encarou aquela foto e pensou nas que tinha de sua mãe, em apenas algumas a mulher sorria genuinamente, mas em todas aquelas parecia feliz.

── Me desculpa ── Sung-hoon não soube o que fazer, então apenas correu porta afora.

── Sung-hoon! ── Min-ho o chamou, mas ele já estava longe. ── Obrigada.

── Ei! ── Jin-ah o chamou antes de sair. ── Ha-na não o abandonou. Diga isso a ele, por favor. Eu...vou dar um jeito nisso.

Min-ho não concordou, estava preocupado demais com o fato de Sung-hoon ter corrido para longe do que para lidar com aquilo. Ele saiu da casa e encontrou uma tempestade bem na sua frente.

── Sung-hoon! ── Gritou, mas não havia ninguém por perto.

Aquilo havia sido ideia dele, levar Sung-hoon até ali. Então, não conseguiu não sentir culpa pelo seu fracasso, mas seria pior se Sung-hoon tivesse ido sozinho.

── Sung-hoon!

Min-ho encarou a chuva a fim de encontrá-lo, seu coração batia rápido ao sentir a ansiedade de não o ver. Pensou se havia algo que poderia dizer para Sung-hoon não sofrer tanto, talvez não houvesse, mas iria tentar.

Ali, parado em meio à chuva como se a água pudesse lavar toda a dor que sentia, Sung-hoon encarava o nada à sua frente.

── Sung-hoon ── Min-ho o alcançou, virando-o para olhá-lo ── Ei. Não... chora.

── Ela 'tá feliz, Min-ho ── Sung-hoon o olhou cheio de lagrimas ── Ela tem uma familia e 'tá muito feliz.

── Ei ── Min-ho passou os dedos pelas suas bochechas.

── O que vou dizer para o Alex? ── Sung-hoon disse em meio às lágrimas ── Ele também foi deixado, mas...é feliz também porque tem o pai e... talvez a mim.

── Ele é feliz porquê também tem você, Sung-hoon. E você também tem pessoas que te amam ── Por um momento, um silêncio ficou entre eles ── E... não tem nada de errado com você, sei que deve pensar isso, mas sua mãe...não abandonou você.

── Então, por que sinto que foi exatamente isso? ── Min-ho o puxou para um abraço em seguida, não conseguindo aguentar que Sung-hoon estava magoado demais.

── Podemos dar um jeito nisso, lembra? Posso levar você para qualquer lugar que quiser ── Min-ho disse e Sung-hoon o olhou. O clima não era esse, ambos pareciam tristes e decepcionados, mas havia um sorriso confortante nos lábios de Min-ho que o fez sorrir também ── Sua mãe e o seu pai não sabem o filho incrível que eles tiveram e não precisa desistir de querer encontrá-la. Jin-ah foi o primeiro passo e chegamos tão longe, não vou deixar você desistir agora.

── Min-ho...

Min-ho queria dizer mais, queria dizer tudo que sentia e arrancar aquela dor que Sung-hoon estava sentindo. Mas, ao invés disso, quis ser cuidadoso, amigável e alguém que pudesse apoiá-lo naquele momento.

── Só saiba que... vou ficar do seu lado. ── Min-ho apoiou sua testa na dele e Sung-hoon prendeu a respiração por um momento. ── Vou estar bem aqui, Park.

Sung-hoon sorriu em meio à tristeza e Min-ho sentiu-se um pouco mais aliviado por isso.

── Agora, podemos sair da chuva. ── Min-ho se afastou, mas agarrou sua mão agora. ── Minhas meias estão molhadas.

Sung-hoon deixou que a mão dele segurasse a sua, um gesto que fez seu coração ficar um pouco mais leve. Juntos, voltaram para o carro e em poucos minutos estavam de volta na KISS.

A chuva passou, mas ambos ainda estavam encharcados. Sung-hoon tirou o casaco pesado e Min-ho balançou seu cabelo e isso o fez revirar os olhos.

Antes que pudessem entrar no colégio, o celular de ambos tocou.

── MoonParkLeaks? ── Sung-hoon leu a notificação e Min-ho também encarava o celular.

Quando clicou na notificação, uma página do Instagram apareceu de imediato. Em uma das fotos, era o pai de Min-ho.

Young Moon em situação complicada, fonte revela documentos comprometedores.

── Sung-hoon, não!

Min-ho já havia lido em seu celular, mas não podia impedi-lo de ver. Sung-hoon deslizou a tela para baixo e viu a segunda notícia.

Park Sung-hoon tem romance com outro garoto.

Era uma foto dele beijando um garoto. Não era Min-ho, mas a foto dava para ver nitidamente Sung-hoon.

Ele olhou para Min-ho que o encarava com preocupação.

Todos sabiam, agora. Era um misto de medo pelo que podia acontecer de agora em diante e, talvez, alívio por finalmente ter acabado. 

☾⋆。AVISOS:

001.

Eu não sei o que dizer...
e olha que foi tudo
ideia minha.

002.

Não esqueça de votar e
comentar suas teorias.
Até o próximo capítulo.
Bjos!

saky¡megvmisz

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