CHAEYOUNG ON

Ao escutar um barulho alto vindo do andar de baixo decido descer e ver o que estava acontecendo, à medida em que chegava ao final da escada os sons ficavam cada vez mais altos e assim que cheguei na sala pude presenciar um cara apontando uma arma para a minha "mãe" apertando o gatilho logo depois. Ela não teve tempo de reagir e apenas caiu para o lado e o som do tiro não foi alto pela arma estar silenciada.

- Prepara tudo, eu pego ele - o careca diz e eu corro escada acima novamente.

Já no quarto eu não tenho muito tempo para pensar então apenas abri a janela que havia ali e pulei pela mesma.

Taehyung no andar de baixo encontrara um dos engravatados para logo atirar-se em cima dele com uma arma na mão. Uma enxurrada de golpes são feitas e apesar de ser um pouco velho não deixa a desejar nas suas habilidades.

Os dois homens rolaram pelo chão buscando controle naquela situação, mas em um movimento falho o "pai" de Chaeyoung acaba preso nos braços do homem. Rapidamente ele olha para Son já morta no chão e toma como incentivo para se livrar dele.

Com a mão direita enfia o dedo no globo ocular do cara fazendo-o soltar seu corpo em desespero pela dor, em um movimento rápido Taehyung bate a cabeça do homem diversas vezes na bancada e por fim quebra o pescoço dele.

Ele olhou para o corpo da sua mulher e abaixou-se para lamentar sobre o seu corpo.

- Yoona...- diz e chora passando a mão em seu rosto.

Assim que saí pela janela passei a andar pelo telhado da maneira mais rápida que podia. Desço do mesmo para dar a volta na casa e chegando finalmente na entrada olho para a porta e vejo o meu "pai".

- Corre, Chaeyoung! - sussurra para mim depois de abaixar a arma que no momento de susto teria apontado em minha direção - Foge e não para! - arregala os olhos logo depois por sentir o impacto e a dor de ter levado um tiro.

Ainda em choque e com a respiração ofegante eu faço o que ele me mandou, FUJO!...

Assim que estou a alguns metros de minha casa lembro da ligação de mais cedo, a mesma em que Mina dizia que estava vindo para minha casa, então corro de volta para procurá-la.

- Ai, entra na casa! - o careca fala apontando a arma para Mina estava morrendo de medo e seu rosto estava banhado em lágrimas.

Assim que entraram na casa ela pode ver os corpos dos "pais" de Chaeyoung mortos no chão juntamente com a sala de estar toda revirada.

- Boa gatinha, vai ficar tudo bem, está bem? - Fala assim que ela ajoelha no chão ainda chorando - Você não vai sentir nada...é um desperdício, mas fazer o quê - aponta a arma para a cabeça da garota e ela fecha os olhos esperando que a sua morte seja rápida.

Mas ela nunca veio...

- HEYY!! - gritei jogando algum objeto no homem.

Fui para cima do mesmo atingindo-o com os dois pés em seu peito e subindo em cima dele logo depois para soca-lo, não o dando tempo de reagir. Golpeei seu rosto diversas vezes, mas logo paro quando vejo a expressão de medo no rosto de Mina.

Saio de cima do corpo do homem e a garota chega perto de mim com um ferro que havia pegado ao lado da lareira. Sinto-a tocar em meu ombro ainda chorando e olho para o cara em minha frente vendo que ele tentava pegar a arma próxima a sua mão, então tomo o ferro das mãos da Mina e golpeio novamente seu corpo.

- QUEM É VOCÊ? - um golpe - FALA PARA MIM! - outro golpe - RESPONDE!! - grito com ele.

Lisa, para o homem pede.

- VOCÊ MATOU OS MEUS PAIS...- grito novamente e tento acerta-lo novamente, mas Mina segura em meu braço me fazendo parar.

- Eu te conto o que você quiser, mas eu não quero morrer aqui...tem uma bomba no forno - me alerta.

Sem mais o que fazer corro com Mina para a cozinha vendo que realmente tinha uma bomba lá dentro e que faltavam apenas 6 segundos para ela explodir.

5 segundos restantes...

Nos olhamos e sem dizer uma única palavra nós corremos.

4 segundo restantes...

Saímos da cozinha o mais rápido possível para chegarmos na sala de estar.

3 segundos restantes...

Desviando de todos os corpos saímos da sala e fomos para o jardim.

2 segundos restantes...

Sem tempo para pensar, pulamos na piscina.

1 segundo restante...

BOOOM!!...

A bomba explodiu assim que nossos pés tocaram na água nos arremessando para dentro da mesmo pela força do impacto.

Emergimos da água para eu olhar para cima e ver um pedaço de madeira vindo em nossa direção, sem mais escolhas afundo e puxo a garota comigo para irmos no fundo da piscina nos livrando dos estilhaços que ainda voavam.

No fundo da piscina observo a Mina e ela estava com a mão esquerda pressionando o seu ombro direito. Pela água eu podia ver seu sangue sendo misturado e a expressão de dor dela era mais que o suficiente para eu saber que ela tinha se machucado.

Emergimos novamente e nadamos até a beira da piscina, ajudo a garota a subir na borda para sentar-se ali enquanto eu apenas apoiava-me. Juntas observamos o que um dia foi a minha casa, madeira, concreto, fumaça e muito fogo foi a única coisa que restou de todas as lembranças de que um dia eu já tive naquele local.

Saio da piscina ajudando a garota a levantar e ao longe eu já podia escutar o barulho da sirene.

- Vamos sair daqui - falo para ela e vamos em direção a minha moto que por ironia do destino estava intacta longe da casa. Ajudo ela a subir na mesma e saímos em direção a algum lugar longe daqui.

Ao longe dali em um aeroporto o senhor Park estava prestes a embarcar para ir em direção a Pensilvânia atrás da Chaeyoung.

- Você está muito ferida? - pergunto a Mina assim que passamos na ponte.

- Não sei, só está doendo - diz me apertando contra si por estarmos em alta velocidade.

- Eu vou te levar no hospital - falo acelerando ainda mais vendo alguns caminhões de bombeiros passarem em direção oposta à nossa.

Diversos homens desembarcam em território da Pensilvânia com malas extremamente grandes e cheias de armas pesadas.

- A GENTE PRECISA DE UM MÉDICO, POR FAVOR! - grito na recepção do hospital assim que chegamos.

[...]

Mina estava sendo levada para o atendimento enquanto eu estava no telefone fixo que havia no hospital, tentando ligar para a polícia.

-"911. Qual a emergência?" - ouço a voz feminina soar pelo telefone.

- Alô?...meus pais foram assassinados e os assassinos estão atrás de mim também falo de uma vez.

- "Qual a sua localização, senhorita?".- pergunta-me.

- Hum...eu estou em um hospital, no Vassar Brothers, mas meus pais foram mortos na Clearwater Drives, 2009 respiro fundo impaciente.

- "Aguarde um minuto" - pede.

- Esperar?...como assim esperar? - solto o telefone e presto atenção na TV onde o noticiário estava passando a notícia do incêndio da minha casa que dizia ser vazamento de gás, o que na verdade era mentira.

- "Chaeyoung, você está ai? - uma voz masculina pergunta e eu respondo que sim - Você está bem? - pergunta novamente.

- Estou um pouco nervosa, mas...espera, como sabe meu nome? - pergunto curiosa.

"Meu nome é Min Yoongi e sou agente da CIA" - fala.

- CIA?...por que eu estou falando com a CIA? - pergunto.

- "Eu só preciso saber se está bem" - diz simples.

- Se eu estou bem?...acabei de ver os meus pais sendo assassinados e na minha frente, então claro estou ótima - ironizo.

"Você falou com alguém depois do incidente, além de Myoui Mina?" - e eu nego prontamente - "Ótimo, não fale com ninguém, não ligue para ninguém que dois homens irão ai te buscar...um está vestido com uma camisa de flanela vermelha e irão te ajudar... Chaeyoung, precisa confiar em mim" finaliza com o pedido.

- Confiança tem que ser conquistada...- falo lembrando da frase que a minha "mãe" disse.

Deixo-o falando sozinho e solto o telefone para ir atrás da Mina que devia estar em algumas daquelas salas. Já no corredor uma mulher cheia de balões passa por mim.

- Coloca isso - fala a moça me entregando um casaco.

- O quê?...Dra. Minnie? O que faz aqui? -  pergunto ao ver a minha psicóloga quando os balões afastam por breves segundos deixando o seu rosto exposto.

- Não da tempo de explicar, Chaeyoung. A gente precisa sair daqui!...coloca isso e venha para trás de mim, esconda o seu rosto das câmeras - fala apressadamente enquanto faço o que ela mandou.

- O que você tem a ver com isso? - pergunto puxando o capuz do casaco para cobrir a minha cabeça.

- Sou uma amiga do seu pai - diz simples.

- Meu pai acabou de ser morto - aviso-a.

- Estou falando do seu pai verdadeiro - fala e eu paro de andar.

- Espera...a Mina - lembro da garota.

- Não temos tempo, vim por sua causa, Chaeyoung - diz séria.

- Eu não vou embora sem ela - digo firme e vejo a mulher tocar no ouvido, provavelmente com uma escuta.

- Eles já estão aqui - alerta-me.

Saímos para procurar pela Mina e a encontramos sentada em uma das macas na sala de sutura.

- Oi - falo para a garota que está confusa pela presença da mulher.

- Oi - Dra. Minnie a cumprimenta.

- Está tudo bem, ela é minha...- deixo a frase morrer por não saber o que ela é minha.

- Não importa, vamos! - diz rapidamente e eu ajudo Mina a levantar.

Enquanto isso na recepção alguns dos homens de Park se separam para procurar Chaeyoung.

- Vamos por aqui - diz a Dra. Minnie ao avistar alguns dos homens.

Corremos pelos corredores do hospital passando por pacientes, enfermeiras e médicos. A todo momento nos apressamos para sair do local até que vimos a saída de emergência, passamos por ela para chegarmos no estacionamento.

- Onde está o carro? - pergunto ainda correndo.

- Está ali, agora vamos! - aponta para o carro logo a frente.

Dra. Minnie acelerou o carro assim que entramos, vimos e ouvimos alguns gritos dos homens ao qual estávamos fugindo.

- Alvo fugindo, sentido oeste...veículo prata e da marca BMW, estamos seguindo - a voz de um dos agentes ecoa no som.

- Fica com eles - diz Yoongi.

- Senhor?...o reconhecimento facial encontrou outro alvo e o senhor tem que ver isso - fala um dor agentes para o capitão.

- Pode dar adeus à sua aposentadoria, Minnie - sua voz soa raivosa assim que o rosto da mulher aparece na tela do agente.

- Chaeyoung? Você vai ter tempo de lidar emocionalmente com tudo isso depois, mas agora tem que segurar a onda - fala ao me ver dando indícios de estar desesperada.

- Quem é você de verdade? - pergunto.

- Sou sua guardiã, Chaeyoung. E fui plantada para cuidar de você...assim como a Yoona e o Taehyung que morreram protegendo você - diz acelerando ainda mais o carro.

- Isso é loucura, chama a polícia, Chaeyoung... - diz Mina pela primeira vez ainda chorando.

- Eu já tentei, liguei quando estava no hospital, mas eles passaram para um cara da CIA...Min Yoongi - digo para ela.

- Min?...eu trabalho para ele, esperai...ele não é confiável, só 4 sabiam da sua identidade. Taehyung, Yoongi,Yoona e eu diz Chaeyoung surpresa - Até eu entrar em contato com o  não devemos confiar no Min - finaliza.

Eu podia ver que estávamos sendo seguidos por um carro preto e ela pareceu perceber também já que pisou fundo no acelerador desviando dos carros que estavam por ali.

- Aqui, 4311 da Clarendon Bulevar...apartamento 2, Airlington, Virginia. Decore esse endereço!...vai para lá e espere alguém entrar em contato - joga todas as informações para mim entregando-me uma chave.

- É para a gente ficar lá esperando alguém? - pergunta Mina desesperada.

- Foi o que eu combinei pai para um caso como esse - fala simples.

- Quem é o meu pai? Quem são os meus pais verdadeiros? - pergunto a ela.

- Ela já ouviu mais do que deveria - se refere a garota no banco de trás.

- Está falando sério? - e minha pergunta é totalmente ignorada.

- Assim que der, se livra dessas roupas - diz ainda me ignorando - Em 20 segundos a gente vai chegar a uma curva e antes da ponte eu vou reduzir o suficiente para que vocês pulem - fala seu plano.

- PULAR? - Mina arregala os olhos.

- Eles não irão ver vocês, são 10 metros até o rio - comunica enquanto olha para a estrada.

- Dra. Minnie, isso é loucura! - exclamo.

- 15 segundos e lembrem-se que de agora em diante, não confie em mais ninguém a não ser Park Hyunbin e no Oh Suho.

- Doutora, quem são essas pessoas? Eu preciso de respostas! - imploro aumentando a voz.

- Você procurou por respostas a vida toda, só não sabia o que perguntar...você consegue, Chaeyoung! Você tem 10 segundos para abrir essa porta e depois que pularem eu distraio eles - fala rapidamente.

- Eu não vou conseguir - exclama Mina chorando.

- 5 segundos. Deixa a garota é melhor ir sozinha...- continua falando.

- E para onde eu vou? - pergunta desesperada.

- Ei, confia em mim - falo para a garota olhando em seus olhos enquanto tocava em sua mão.

- PULEM! AGORA! - a Dra. Minnie grita e abrimos a porta para pular.

Assim que chegamos na curva ela deu uma reduzida assim como nos informou e pulamos. Rolamos morro a baixo nos sujando de terra e sendo atingidos por folhas secas que estavam no chão daquele morro. E quando finalmente chegamos no rio o barulho de uma explosão foi ouvida por nós.

- Vem, vamos por aqui - chamo a garota para me seguir.

CONTINUA...