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[09] Nenhuma medida de tempo com você será longa o suficiente

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Sua mente podia estar criando possibilidades talvez inexistentes. Era a adrenalina? Ou quem sabe ele tenha desmaiado ainda na sala de Hyunki e isso era apenas um sonho sendo manifestado do seu intrínseco desejo. Mas aquele aperto em seus braços eram firmes e tão seguros, como se nunca fosse soltá-lo. Jimin queria tanto ver aquele rosto novamente, a forma como seus traços mudaram um pouco, mas ainda exibia uma juventude. Jungkook parecia diferente, mas ao mesmo tempo o mesmo garoto que deixou para trás há alguns anos.

Não querendo deixar escapar aquela visão, inconscientemente Jimin agarrou a bainha do casaco de Jungkook. Instantaneamente aquele forte aroma que não havia mudado nada, cercou o ômega, como se o embalasse em uma barreira o impedindo de ter contato com todo o exterior. Não eram os feromônios de Jungkook, era apenas seu cheiro corporal que sempre foi tão marcante e reconfortante desde que Jimin o sentiu pela primeira vez. Esse aroma era tão único do alfa, que somente estando bem perto do seu corpo para senti-lo.

- Essa seria uma coincidência do destino? - Hyunki enfia as mãos no bolso, agora sua postura mais controlada do que antes. Seu sorriso com escárnio e os olhos transparentes em raiva. - Você trouxe seu amante com você, Jimin?

Jimin virou o rosto de lado, mas sem encarar diretamente Hyunki. Aquela voz o trazia para a realidade que estava, provando que Jungkook não era uma miragem, pois jamais o ômega permitiria sonhar com a pessoa que ama no mesmo espaço que a que mais desprezava.

- Nunca pensei que um líder de alcatéia fosse tão baixo a querer ser amante - Hyunki continuou, dando alguns passos à frente, mas mantendo uma distância do alfa e ômega.

Jungkook desviou os olhos de Jimin pela primeira vez desde que o encontrou, a suavidade que antes pairava ali dissipou-se. Sua expressão difícil de ler o que pensava, mas o silêncio ainda era sua resposta para o outro alfa.

- Pelo jeito ele é mudo igual aquela bastardinha, tal pai e tal filha - a risada que o alfa soltou após aquela sentença não pode ser completada. Foi cortada no meio com o som de um estalo. Todos que ali estavam se assustaram com a cena repentina, Hyunki era o mais incrédulo de todos.

Foi a primeira vez que Jimin bateu em alguém. A primeira vez que revidou as palavras do alfa, com sua mão, que subiu tão rápido e pousou tão pesadamente deixando aquela região em vermelho vivo.

Hyunki encarou Jimin com os olhos tão abertos que pareciam querer pular de seu rosto. Sua mão segurava o lado que queimava e ele ainda não conseguia demonstrar qualquer reação diante daquilo. Jimin tinha o canto dos seus olhos vermelhos, ele estava realmente cansado de tudo aquilo. Aquele círculo vicioso que parecia não conseguir sair, nem mesmo quando achava que estava tão perto da saída. Naquele momento, ele queria culpar o mundo e principalmente seu pai. Ele queria bater tanto em Hyunki e fazê-lo sentir o peso de todos seus maus-tratos, mesmo que sua força não fosse suficiente para que ele sentisse.

Ele jamais deixaria quem quer que fosse falasse de Nari dessa forma, não importa o quanto ele goste ou tenha medo daquela pessoa. Ele faria pela sua filha o que muitos não tiveram coragem de fazer consigo. Ele não ficaria calado como seu pai ficou todas aquelas vezes.

- Você nunca mais, escute bem, nunca mais irá falar assim da minha filha - Jimin bramiu e aquele tom assustou Hyunki. - Se nos despreza tanto e nos odeia, engula isso é morra. Mas não fique lamuriando e jogando acusações que começaram com ações suas.

- Você enlouqueceu se acha que pode dizer e fazer o que quiser, sem qualquer punição - Hyunki gritou contra o rosto de Jimin, mas o ômega não vacilou e outro tapa avançou na direção do lugar machucado no rosto de Hyunki. O alfa dessa vez tombou e caiu com um joelho no chão. - Eu vou matar você. Te mandarei pro mesmo lugar que aquela prostituta da sua mãe.

- Faça e eu o levarei comigo. Saiba que o único erro da minha mãe foi ela não ter levado meu pai com ela, mas eu não cometeria esse mesmo erro. Eu nunca deixaria que o causador da minha desgraça viva sobre toda a ruína que me causou - Jimin enxugou seus olhos. Sua cabeça latejava junto com a palma de sua mão vermelha e inchada. A dor se espalhava por todo seu corpo, mas isso não era nada comparado a dor emocional que estava sentindo. - Talvez eu deva levar você e ele, a diferença é que inferno nenhum seria pior ou mais doloroso que o que você e ele fizeram a gente passar.

Hyunki tentou levantar, mas cambaleou terminando de cair no chão. Jimin vendo que o alfa estava incapaz de dizer outra coisa, virou-se e foi até o elevador onde Jungkook estava dentro ainda, o ômega não teve coragem de olhar para seu rosto e ver que tipo de expressão ele tinha, apenas apertou o botão de fechar as portas e o andar para qual iria. Os dois ficaram em silêncio e naquele momento, Jimin preferiu assim.

Jimin sentia todo seu corpo tremer de dentro para fora, seu coração batendo de forma arrítmica. Tudo foi difícil como ele pensou, mas estava aliviado de ter dito tudo aquilo para Hyunki. Sempre usando sua mãe como um erro e sua filha como um problema, Jimin lamentava por não ter enlouquecido - como Hyunki disse - há muito tempo.

Quando as portas do elevador se abriram, Jimin caminhou sentindo-se desnorteado para o lado de fora do prédio. Ele esperava que o ar pudesse entrar e aliviar aquele peso por todo seu corpo, mas não aconteceu. O peso começou a escorrer por seus olhos e quando pensou em enxugar toda aquela água, parou suas mãos no meio do caminho e deixou que elas caíssem ao lado do seu corpo novamente. Quando sentiu seu estômago se agitar, tentou tampar sua boca, mas foi em vão, pois já colocava tudo para fora. O ácido queimou sua garganta e Jimin só desejou que aquilo terminasse, mas seu corpo estava apenas despejando como podia aquela sobrecarga.

Uma mão firme tocou sua cabeça, incentivando silenciosamente que Jimin terminasse de colocar tudo para fora. Limpando sua boca, o ômega olhou para o corpo parado ao seu lado. Jungkook tinha seus olhos brilhantes semicerrados. Suas sobrancelhas franzidas tornavam aquele olhar pesado e Jimin balançou sua cabeça negando. Ele não sabia o que exatamente estava dizendo não, ele só sabia que não queria ter encontrado aquela pessoa naquele momento.

Jungkook então fez a mesma coisa que costumava fazer no passado. Ele aproximou-se mais de Jimin e puxou o ômega até seus lábios encostarem na têmpora do loiro. Aquele gesto surpreendeu Jimin mais do que imaginava e assim como no elevador, agarrou a blusa do alfa em seus punhos. Jimin sentiu seu corpo ficar leve, como se Jungkook fosse o ar que estava procurando mais cedo.

- Preciso ir embora - sua voz saiu tão fraca, mas o alfa escutou e segurou o corpo do ômega firme, antes que seus joelhos tocassem o chão.

Abraçando o corpo menor que o seu, Jungkook encostou sua cabeça contra a de Jimin. Seus olhos fecharam lentamente, quando as batidas do coração do ômega começaram a bater ritmicamente junto do seu.

Sua esperança ao pisar naquele lugar, era conseguir ver mesmo que de longe Jimin, mas agora o tinha ali em seus braços. Mesmo que suas ações fossem visíveis em como ele agia como ômega, seus pensamentos sempre foram um lugar bem fechado para que ninguém conseguisse ter um lampejo do que pensasse.

✧⁠*⁠。

O grito tão conhecido por Jimin é escoado por toda a floresta na qual corria, seu sangue congelou por todo seu corpo. Ele estava perto e seu único pensamento era escapar. Os choramingos de Nari fazia seu coração se comprimir por fazê-la passar por toda essa adrenalina sendo tão nova. Não conseguia aromatizá-la para que pudesse se acalmar, Jimin não podia se dar ao capricho de parar de correr.

Ao longe avistava-se sua reta final e junto dela o homem que estava atrás dele, cercando-o entre o fim do caminho e seu corpo. Não havia escapatória. Um passo a mais para trás e ele seria engolido pela turva água lá embaixo.

- Você não tem para onde ir, Jimin. - A voz grossa e estridente reverbera no eco que aquele lugar isolado e escuro o cercava. - Você e sua filhote estão sozinhos nesse mundo. Não há lugar para pessoas indesejadas como você. Alguém que a mãe preferiu morrer do que criá-lo e um pai que nunca se importou consigo. Como é viver sendo indesejado?

Jimin puxava o ar com tanta força, pois parecia tão denso e pesado, esmagando seus pulmões nesse processo. Hyunki saiu da enorme sombra que engolia toda a floresta a frente de Jimin e seu olhar estava tão escuro quanto o céu.

- Do que adianta se esforçar por uma vida melhor, sendo que nada irá melhorar. O mundo não favorece os fracos e você é um deles. Seu pai nunca irá te reconhecer como um filho, seu irmão apenas usa você para causar sofrimento a pessoa que ele detesta. Seus amigos que você deixou para trás, nunca se importaram realmente com você. Seu primeiro amor nunca te amou. Por que ele nunca foi atrás de você Jimin? Por que ele nunca assumiu um compromisso com você antes? Por que ele decidiu firmar esse compromisso só depois de você se entregar a ele? Ele sabia Jimin, ele sabia que se as pessoas descobrissem, o único prejudicado seria você. Ele apenas te enrolou por todo aquele tempo, pois você era mais fácil. Era débil de amor familiar, você não tinha ninguém. - Sua voz causava náuseas no ômega, era como ser socado e impedido de perder a consciência, pois a tortura maior eram palavras que ele dizia. - Quando se tem fome de amor, um toque mata a sede e palavras de carinho saciam o apetite. O pouco é muito e o mínimo é suficiente. Quem passa fome não exige o que comer, apenas aceita o que é oferecido.

Os passos de Hyunki se tornam pesados e lentos à medida que ele avança na direção do loiro. Seu sorriso mostrava que havia vencido, mas em seus olhos o ódio era o mais presente. Por que escutar alguém que não se importa consigo? Era o que começava a martelar na cabeça de Jimin. Mas como ele poderia dar ouvidos pra essa voz tão baixa, quando todas as palavras de Hyunki gritava repetidamente em sua mente.

De repente a mão de Nari escorregou da sua e aquilo o assustou. Ele nem havia notado quando ela já não estava mais em seus braços e quando segurou sua mão, mas agora sem o calor dela ele sentiu-se mais desesperado.

- Olhe para sua filha Jimin, olhe para ela e lembre-se das vezes que você quis deixá-la.

Jimin negou desesperante sua cabeça e agarrou os braços de Hyunki tentando mostrar que aquilo não era verdade. Ele nunca pensou isso. Nunca.

- Não. Eu nunca quis abandonar ela. Eu amo ela, eu nunca faria isso. Não. Nunca. Eu nunca seria como...

- Como sua mãe?

O peso de suas palavras esmagam mais que qualquer pisão.

- Uma fruta não cai longe do pé. Quanto tempo até você ceder? Quanto tempo levará para você se tornar sua mãe? Até o seu amor é frágil. Veja Jimin...

Os olhos do ômega desviaram para onde Hyunki apontava. Ali estava Jimin em seu quarto em Fairbanks, era noite e ele encarava seu reflexo cansado no espelho. Seus olhos estavam tão opacos e sem vida, como se houvesse vazado toda aquela tinta violeta e deixado um fundo escuro no lugar. Seus cabelos em desordem, seu rosto sem cor e a única coisa que denunciava alguma vida ali, eram seus ombros movendo-se junto da sua respiração. Nari era apenas um bebê de meses de vida, quando Jimin passou o dia todo tentando acalmar seu choro, desesperado, pois não sabia como acalmá-la. Já havia oferecido leite, trocado a fralda, mas nada fazia ela parar de chorar. Ele tinha apenas 19 anos, era seu primeiro bebê. Estava sozinho em casa com sua filha, não havia ninguém para lhe dar suporte e ensiná-lo como devia fazer as coisas direito.

Quantas vezes ele quis ligar para seu pai e pedir ajuda. Quantas vezes ele havia ligado para Hyunki e pedido ajuda. Ele estava com medo, não sabia o que fazer. As bolsas embaixo de seus olhos denunciavam os dias que não dormia direito, ele não se lembrava a última vez que havia tido uma refeição decente. O silêncio havia durado pouco, pois logo o choro de Nari estourou no quarto ao lado. Aquilo foi como se uma bomba tivesse sido instalada em sua cabeça. Novamente desesperado, ele agarrou os fios de seu cabelo e puxou-os nervosamente. Ele não queria que Nari chorasse, mas ele não sabia mais como fazê-la parar. Isso estava lhe afligindo.

Jimin não queria mais olhar para aquela cena, pois ele sabe o que veio a seguir. Ele tinha deletado essa memória de dentro de si. Ele havia a isolado de todo seu ser, ele nunca mais queria se lembrar daquilo. Mas ali estavam seus olhos presos. Ele se perguntava o quão fundo ele havia mergulhado para chegar ali.

Ele era tão jovem quando teve tais pensamentos, ele só queria poder consertar suas ações daquela noite. Ele queria correr até o quarto ao lado e embalar seu bebê, queria ter descoberto antes o porquê ela estava tão agitada. Mas tudo que Jimin fez naquela época, foi caminhar até a porta de seu quarto e fechá-la. O choro foi abafado só um pouco, sua mão ainda presa na maçaneta esperando a iniciativa de abrir a porta novamente. Ele correu até o banheiro do seu quarto e também fechou essa porra, dessa vez o choro era quase inaudível, mas ainda assim a mente de Jimin estava barulhenta.

Ele sentou-se contra a porta e abraçou seus joelhos, agora o choro que ouvia era o seu, tão sufocado rasgando seu peito a cada soluço que soltava. Atormentado por toda aquela situação, inconscientemente ele levantou-se e começou a vasculhar os armários, deixando cair sem querer o frasco com seus supressores. Jimin não soube quantos segundos haviam se passado encarando o vidrinho no chão, mas sentiu sua forma quando já o apertava em sua mão.

Lembranças tão traumáticas estavam o atormentando. Ele queria correr até seu outro eu e impedir que ele fizesse isso, mas seus pés estavam colados no chão. As cenas começaram a se misturar em borrões e então algo começou a apertar seu pescoço. O som estrangulado da sua garganta agonizando por ar, as mãos pesadas que apertavam ao redor estavam quentes pela pressão.

- Você queria tanto aquilo Jimin. Você ainda o quer não é? - Hyunki gritava, apertando mais forte. Jimin usava toda sua força para se livrar daquela sensação, mas então uma mão agarrou a sua novamente.

- Papai...

Nari o chamava. Seu corpo pequeno tremia e seus adoráveis olhos azuis perdiam a cor igual aos olhos de Jimin, quando olhava aquele espelho. O ômega queria sua filhote, ele queria segurá-la, mas não conseguia. Então de repente seu corpo começou a ser puxado para trás, seus dedos já não podiam mais tocar a pequena mão. Nari começou a chorar e chamar por ele, mas Jimin não pôde fazer nada, somente ver ela ficar sozinha naquele lugar escuro enquanto ele ia embora. Hyunki o puxava e seu cérebro já não podia mais ficar acordado, estava sem ar. Antes dos seus olhos perderem a luz que ali ainda tinha, ele chamou seu bebê, mas não tinha mais ninguém ali, então seus olhos se fecharam.

Quando eles abriram novamente, seu corpo pulou inconsciente da onde estava e Jimin começou a chamar por sua filha. As imagens ainda vivas em sua mente, o desespero engasgado em sua garganta. Somente voltou a si, quando a paisagem ao seu redor começou a fazer sentido. Era fim de tarde, o sol estava indo embora, deixando seus últimos raios solares tocar tudo antes de desaparecer. Ele estava em movimento, não sabia como havia chego ali no trem e também aquele não era o mesmo que havia chego até Fairbanks.

Sentando corretamente no banco, o peso de algo cair em seu corpo chama sua atenção. Era um casaco grande e preto que emanava um cheiro aconchegante. Então toda a comoção de antes era apenas de um pesadelo, talvez seu corpo estivesse tão cansado que apagou e projetou todas aquelas memórias pela agitação que colocou em sua mente. Seu ômega estava tão encolhido dentro de si, mas Jimin não conseguia confortá-lo. Seu subconsciente o expôs ao pior das lembranças e agora ele estava assustado.

A porta da cabine abriu expondo o som do lado de fora, Jimin despertou do transe que estava e então outra coisa estalou em sua mente. Jungkook estava ali em pé, parado o encarando. Parecia surpreso ao ver o ômega já desperto, então fechou a porta atrás de si, caminhando até o assento de frente a Jimin. Ele usava uma camisa social branca com uma gravata preta ao redor do pescoço. Jimin olhou para o casaco sobre suas pernas, então percebeu de quem era e do porquê cheirava daquele jeito.

- Você acordou - Foi Jungkook quem falou primeiro. Agora ele estava sem o chapéu, então não havia mais sobre cobrindo seus olhos. Na verdade, seu cabelo parecia um pouco bagunçado como o Jungkook de alguém anos atrás.

Ele estava ali, bem em sua frente. Jimin ainda não conseguia acreditar em sua visão. O corpo mais musculoso desde a última vez que se viram, o cabelo também estava maior, como se ele não tivesse cortado um centímetro desde que Jimin foi embora. Era muito estranho encarar aquela pessoa em sua frente, sendo que suas últimas memórias eram de seus corpos enlaçados e promessas que ficaram perdidas no passado.

- Está melhor? - Jungkook quem prosseguiu falando e recebeu apenas um aceno de cabeça do ômega. Era estranho como agora eles não tinham tanto assunto como antes, ou talvez não quisessem tocar de forma errada no que ficou para trás.

- Onde estou?

- Em um trem, estamos voltando para Ketchikan - O alfa explicou, suas mãos entrelaçadas uma na outra. Seus olhos não desviavam de qualquer traço ou movimento que Jimin fizesse. - Você disse que precisava ir embora, então trouxe você comigo.

- Por quê?

- Que tipo de alfa eu seria deixando você sozinho ali.

Jimin sentiu como se tivesse regressado anos atrás, na noite que se encontraram na loja de conveniência. Seus lábios ergueram-se um pouco, pois era bom se lembrar novamente daquilo e de como as palavras causavam o mesmo sentimento da primeira vez.

- Já tem bastante tempo, você cresceu bem - Jimin aponta em sua direção. - Lembro-me que eu estava quase do seu tamanho.

Jungkook olhou maravilhado para a imagem do ômega. Seus fios loiros pareciam mais dourados por causa do sol, seus olhos violetas pareciam mais quentes em meio ao amarelo. O alfa desconhecia outra coisa que fosse mais bela que aquela visão.

- Você se lembra de mim, Jimin?

Aquela voz chamando seu nome. Jimin desconhecia qualquer outro efeito que poderia lhe afetar tanto, quanto seu nome saindo por aqueles lábios. Que pergunta mais sem sentido, quando a verdade era que ele nunca foi capaz de esquecer.

- Como eu poderia esquecer? Você foi uma das pessoas mais gentis e carinhosas comigo.

Jimin sorriu finalizando sua fala, mas Jungkook não retribuiu aquele mesmo gesto. Seu olhar estava sério, Jimin sentia que havia muitas coisas que o alfa queria dizer, mas não sabia porque ele guardava tudo ainda. A verdade era que desde que Jungkook apareceu em sua frente, ele sentiu uma vibração em sua direção. Uma necessidade incontrolável que queria se agarrar a si.

- Como você esteve nesses anos? - Jungkook perguntou. Sua voz curiosa e mostrando o quanto gostaria de ouvir sobre tudo que Jimin tinha a falar.

Jimin não sabia por onde começar ou o que dizer. Não sabia se devia contar toda a verdade ou meia verdade. Se mentir seria melhor, já que agora não voltaria para aquela vida de antes. O ômega não tinha um começo, mas tinha o fim de tudo aquilo.

- Eu me divorciei - Ouvir aquelas palavras saindo por seus lábios, quando finalmente aquela sentença estava concretizada. Jimin quis rir, não porque era engraçado, mas porque era libertador. - Aquilo que você viu mais cedo, foi o fim do meu divórcio. Finalmente estou livre.

- Você esteve preso por todos esses anos? - Jungkook detestou ter ficado um pouco surpreso sobre essa resposta. Ele mordeu o interior de sua bochecha, tentando ignorar a ferida estúpida e ilógica que lhe arranhava o peito.

- Pensei que viveria preso em uma gaiola vendo-a enferrujar, enquanto a vida passava pelo lado de fora - Jimin murmurou depois de um momento, olhando para as mãos. Com a única coisa boa que tinha em meio a tudo, ele ergueu os olhos e um sorriso doce apareceu em seus lábios. - Eu tive uma filha.

Uma emoção correu por Jungkook, ele não sabia dizer exatamente o que era aquilo, mas sorriu de volta pela primeira vez. Mesmo tendo já pensado sobre Jimin ter construído sua família longe, de ter amado outra pessoa e seguido com sua linhagem, ele não conseguiu ficar triste em saber que aquele pequeno ômega havia dado a luz ao filho de outra pessoa.

- Deixe-me adivinhar, o nome dela é Nari?

- Sim - A imagem dos lírios em frente do prédio veio em sua cabeça. Jimin não podia negar a coincidência daquelas flores, mas ter a certeza que Jungkook não esqueceu algo tão simples que ele havia dito a muito tempo atrás, fez seu coração bater como louco. - Não acredito que se lembrou de algo que eu disse tão vagamente.

- Como eu poderia esquecer qualquer coisa relacionado a você.

Jungkook olhou ansioso para o ômega e Jimin queria fingir que aquelas palavras não o pegaram de surpresa, mas sua mente foi invadida com as palavras de Hyunki em seu pesadelo. "Por que ele nunca foi atrás de você Jimin?". Ele jamais queria dar alguma razão para o que aquele homem disse, mas agora essa incerteza lhe rasgava.

- E você, se casou? Teve filhos? - Jimin não queria saber as respostas daquelas perguntas, mas mesmo assim perguntou.

- Não. Como eu poderia quando a pessoa que eu queria não estava mais ali.

Jimin sentiu seu mundo parar com aquela revelação. De todas as coisas que imaginou saindo da boca de Jungkook, essa era de longe algo que ele cogitou. O alfa sempre foi tão bom com as palavras e isso sempre o deixou sem muito o que dizer.

- Como você pode dizer algo assim tão naturalmente? - Jimin deixou um sorriso nervoso escorregar por seus lábios.

- Como eu não poderia?

Jungkook levantou-se e cruzou o pequeno caminho que os distanciava. Seus joelhos tocaram o chão quando ele abaixou-se diante do ômega. Sua mão ergueu-se suavemente em direção ao rosto que parecia tão frágil e embalou o calor que agora esquentava sua palma.

- Naquela noite eu te dei meu coração. Você foi embora com ele e me deixou para trás - Com sua outra mão, o alfa entrelaçou seus dedos com os do ômega. - Mesmo que você não me perdoe um dia por não chegar a tempo de te buscar, em nenhum momento eu vacilei com o que eu sinto por você.

O coração de Jimin batia tão alto, como se quisesse saltar para fora do peito. Ele queria rasgar a carne e também dizer que era todo seu e sempre foi unicamente seu e de mais ninguém. Quando a mão entrelaçada de Jungkook puxou a de Jimin em sua direção, o ômega pensou que repousaria no rosto do alfa, mas foi para trás do seu pescoço. Os dedos finos e gelados tocaram aquela região quente e então seus olhos se abriram sem acreditar no que estava ali.

Seu ômega que a pouco estava encolhido lá dentro, tornou-se agitado. Aquilo... era realmente o que Jimin pensava que era?

- Eu prometi a mim que se eu não fosse seu, não seria de mais ninguém.

Jimin não sabia descrever o que era aquela sensação que estava o invadindo. Sua mão apertou fortemente aquele lugar que Jungkook lhe mostrou. Aquele sentimento que nunca foi conhecido por si, era tão avassalador e difícil de interpretar, mas que era semelhante à vontade que sentiu de viver na noite do seu pesadelo.

Do contrário do que relembrou daquele acidente. Jimin não queria fazer aquilo e não o fez. Ele nunca chegou a abrir aquele vidrinho, ele abriu as portas e mesmo sendo tão jovem e tendo muito medo, Jimin queria viver e fazer diferente com sua filha. O que ele e ela tinham, era uma ligação maior do que qualquer coisa, um laço que emendava os dois e não podia separá-los.

O sentimento de ligação era o que tornava as coisas mais vivas. Estar ligado a alguém que ama, esse era o singelo e genuíno amor que qualquer raça poderia ter. Laços não são desfeitos por mais distantes que estejam, o nó se aperta tão forte que força nenhuma poderia desfazer.

- Me deixa te amar novamente?

🦋

Toda vez que posto capítulo na data certinha, eu fico tão feliz de conseguir cumprir com minha palavra.

Queria agradecer novamente as pessoas que tem depositado muito amor a minha história. Espero continuar caminhando com todos vocês por um bom tempo! 🧡

Não sei se haverá esse tipo de dúvida, mas as coisas não estão indo muito rápido pessoinhas. Eu gosto de deixar muito claro que os Jikook dessa obra se amam e não precisam esconder isso, mesmo que conflitos se esgueiram entre eles.

Vejo vocês na próxima atualização!
Bye bye, minha flores. 🧡🦋

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