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CAPÍTULO 2 - Hasta luego, hermoso

Quando Cassie botou os pés para fora do elevador, finalmente no décimo nono andar, ela notou que nem todo o perfuminho do mundo seria capaz de arrancar aquela catinga de vômito que estava impregnada em nela. Ela realmente queria ver um lado bom naquilo, mas havia um lado bom em alguém vomitar em você? Talvez um "fique feliz porque você está usando uma bota impermeável", mas aquilo não seria suficiente, com certeza.

Dois segundos. Se o elevador tivesse voltado a funcionar dois segundos antes ela poderia não estar com o café da manhã de alguém na bota - ela jurava que tinha identificado o conteúdo do vômito e não queria pensar sobre esse assunto.

O homem estranho lhe devolveu o celular e saiu correndo do elevador, se enfiando no banheiro mais próximo enquanto ela tomava uma lufada de ar e olhava com nojo para o chão sujo que havia deixado para trás enquanto seguia para o mesmo destino e se enfiava no banheiro feminino.

Bom, com toda certeza naquele estado Lincoln Ullmanov não iria se arriscar a trabalhar com ela. Os cabelos de Cassandra estavam um caos ainda pior do que ao que parecia uma vida atrás, quando entrou naquele elevador, sua roupa molhada de chuva estava ainda mais fedida agora que suas botas estavam sujas de vômito e a maquiagem borrada a fazia parecer ainda mais louca. Mierda!

Ela respirou fundo, afundando o rosto embaixo da torneira e tirou todos os resquícios de maquiagem que poderia haver ali, passou as mãos sobre os cabelos e os prendeu em um rabo de cavalo alto, molhando todo o frizz que havia permanecido com um pouco de água.

Sobre a roupa... Bem, não tinha muito o que fazer. Cass jogou água nas botas, tirando o vômito com um pouco de papel e tentou limpar a barra da calça, mas o cheiro permanecia. Pegou o frasco de perfume na bolsa, borrifando em todos os lugares possíveis, torcendo para a mistura perfume-vômito ser melhor do que vômito-vômito, e se enfiou debaixo do secador de mãos para tentar amenizar tudo aquilo. Não adiantou muito.

Sem mais opções, respirou fundo e saiu do banheiro entrando no hall do andar e sorrindo para a menina da recepção.

— Senhorita Castillo? — perguntou ao que Cassie anuiu. — O senhor Ullmanov está aguardando a senhorita na sala de reuniões, me acompanhe, por favor.

Ela não estava animada o suficiente para poder responder com algo a mais do que um fraco sorriso, mas a seguiu, se questionando quais seriam as desculpas que daria para o atraso gigantesco, sem saber se ele era um daqueles caras que não seriam capazes de entender que ela havia ficado presa no elevador com um cara que havia, literalmente, vomitado nela.

— Aqui. — A recepcionista lhe deu outro sorriso ao abrir a porta e se afastou, enquanto ela entrava.

— Senhorita Castillo! — Ela encarou o homem que se aproximava, julgando que provavelmente aquele era Lincoln.

Ele era baixo, roliço e calvo. O rosto rosado a fazia pensar em balas de iogurte e a camiseta apertada demais parecia o dividir no meio. Por sorte, ele não estava suado quando lhe estendeu a mão e lhe mostrou uma fileira de dentes amarelados.

— Desculpa pela demora, eu acabei ficando presa no elevador e um cara literalmente vomitou em mim — deu um sorriso, tentando parecer animada enquanto tirava um fio de cabelo de sobre os olhos. Lincoln deu os ombros.

— Imaginei que isso poderia ter acontecido. — Imaginou?

Lincoln indicou a sala e ela notou a mesa oval com três pastas de frente para três lugares demarcados. A mesa era de vidro leitoso, as paredes eram claras em tom de cinza e as superfícies estavam cobertas por premiações de pessoas que ela sabia que ele já havia agenciado. Cassie se sentou em um dos lugares que ele indicou enquanto Lincoln tomou o assento central.

— Estamos um pouco atrasados, então irei direto ao assunto. — A encarou com os olhos pequenos demais no rosto rechonchudo. — Você conhece a banda Crossing Bones?

Ela ergueu as sobrancelhas. Não era um nome desconhecido, certo? Mas ela não fazia ideia de onde tinha visto, lido ou ouvido... Crossing Bones era bem nome de banda de rock. Ela não ouvia rock com frequência, então talvez tivesse tocado na rádio ou qualquer coisa assim.

— Não — respondeu, dando de ombros com pesar e assistindo Lincoln tentar disfarçar que estava sentindo seu fedor (bom, ela estava limpa, então o fedor era do vômito), cobrindo o nariz com a mão de uma forma nada discreta, até porque tem certas coisas que não dá para se fazer discretamente.

Lincoln não pareceu realmente decepcionado com aquele fato. Não, definitivamente não. Ele parecia aliviado, na verdade, o que não era muito bom no ramo de Cassandra — normalmente significava que era melhor que ela não conhecesse realmente a batata quente que teria em mãos até que sua única opção fosse lidar com ela após um contrato assinado.

— É uma banda de rock — esclareceu ele, confirmando suas suspeitas. — Ficaram no topo da Billboard por três semanas e...

Lincoln citou uma série de feitos da banda, como turnês pelos Estados Unidos e Europa, a música no topo da Billboard e prêmios. Aquilo, é claro, não parecia combinar com o trabalho de Cassandra, porque seu trabalho era literalmente tirar pessoas do esquecimento e colocá-las sob os holofotes, o que não fazia muito sentido de acordo com a história de Ullmanov.

Todos os que queriam contratá-la sempre gostavam de começar pelos pontos fortes, sem entender que não havia trabalho que ela achasse péssimo. E ela sempre poderia ser convencida com alguns dígitos a mais na transferência bancária, então, ela estava esperando pelo plot twist pacientemente.

— No fim das contas, eles acabaram se separando — o homem explicou, ajeitando um dos botões da camisa que parecia não querer se manter fechado. — Bom, talvez esse não seja o termo mais exato. Eles só, sabe, expulsaram o vocalista.

Cassie ergueu as sobrancelhas e cruzou as pernas.

— É ele que precisa da minha ajuda, então? — perguntou, referindo-se ao vocalista.

— Sim — confirmou ele, com um pedido de desculpas implícito na voz. Sinceramente, Lincoln Ullmanov parecia legal demais para alguém que tinha agenciado tantas carreiras de sucesso, então ela estava esperando que ele fosse um engomadinho metido que apenas lhe atiraria uma pasta com um cheque e diria "se vira", provavelmente com um sotaque russo marcado, enquanto bebia um copo gigante de vodca sem se preocupar em oferecer. — A banda já está com um novo vocalista e parece estar seguindo por um caminho bastante próspero. Travis, por outro lado...

Travis era o nome do seu cliente, Cass percebeu.

— Por que a banda o expulsou? — Cassandra perguntou, curiosa. Todo mundo sabia que não se mexia em um time que estava ganhando, o que parecia ser o caso da Crossing Bones.

Finalmente ele parou de brigar com o primeiro botão da camisa, deixando-o aberto de uma vez. Os olhos pequenos olharam dentro dos da garota por um segundo, então ele os desviou e coçou a nuca.

— Ele tem, sabe... Uma personalidade difícil.

Cassie deu um sorrisinho de canto. Ela adorava aquele tipo de eufemismo simplesmente para dizer que a pessoa era narcisista ou que se achava o último gole d'água no deserto, e no ramo em que ela trabalhava normalmente era as duas coisas.

— Síndrome de estrelinha — a mulher afirmou, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo na mão, encarando seu rosto rechonchudo. Ela não tinha perguntando, mas mesmo assim Ullmanov afirmou com um aceno enquanto ela apontava para a pasta em frente ao assento vazio. — Estamos esperando o Travis?

Lincoln pareceu achar sua pergunta engraçada e, embora Castillo normalmente entendesse a reação das pessoas, não entendeu porque ele achou sua pergunta divertida.

— Na verdade, ele já está no prédio e...

Neste exato momento, a porta da sala onde estavam foi aberta. Antes que ela pudesse olhar para trás, uma terceira voz invadiu o ambiente sem pedir licença e sem se importar com qualquer senso de educação por invadir uma reunião ou por interromper uma conversa.

— A tal garota já chegou? — perguntou ele, mesmo que ela literalmente estivesse dentro da sala. Síndrome de estrelinha, totalmente. — Eu não tenho o dia todo.

O primeiro pensamento de Cassandra sobre ele foi que ela também o expulsaria da banda, porque ele era quem estava mais atrasado ali. O segundo, logo após ela olhar para ele com a maior cara de poucos amigos que podia fazer (o que não era muito difícil, já que seu dia estava sendo uma belíssima mierda), foi que ela notou que já conhecia Travis-síndrome-de-estrelinha.

Até demais, ela diria. E ele era nojento por dentro e por fora, o que ela podia afirmar com muita precisão já que seu conteúdo estomacal estava preso em suas botas e, sinceramente, nem mesmo anos assistindo análises de comida semi-digerida em CSI preparam ninguém para ter vômito de outra pessoa em si mesmo.

Ele também a reconheceu, é claro. Aparentemente vomitar nas pessoas meio que faz com que a fisionomia delas fique gravada na sua cabeça.

Travis ainda estava usando toda a parafernalha para não ser reconhecido e caminhou sobre as muletas até a cadeira extra, se jogando sobre ela da maneira mais mal-educada que conseguiu. Aparentemente ele gostava de ser um rockeiro rebelde, foi o que Cass pensou quando ele jogou os óculos escuros sobre a mesa, deixando-os deslizar até bem perto de onde as mãos dela estavam repousadas.

Ele ergueu as sobrancelhas e ela ergueu de volta, só porque não ia deixá-lo achar que podia dar uma de estrelinha para cima dela.

— Eu não sei como você descobriu onde encontrar o Lincoln e nem como conseguiu filmar — Travis disse, inclinando o corpo para frente e cruzando os dedos das mãos em uma pose de poderoso chefão. — Mas poupa meu tempo e me fala logo quanto você quer pelo vídeo para eu nunca mais ter que olhar para a sua cara.

— Do que você está falando, Travis? — Lincoln foi quem perguntou.

Cassandra demorou um mísero segundo para entender do que ele estava falando. É claro que ele achava que ela estava ali para extorquir seu dinheiro (o que não era exatamente uma mentira) por causa de toda a questão do elevador. A única coisa que ela poderia ter filmado era o interior do seu bolso, é claro, mas ele parecia achar que ela era uma maníaca perseguidora armada com doze câmeras apenas para filmar algo viral sobre ele e jogar na internet.

Espera...

Agora ela se lembrava onde tinha visto a Crossing Bones!

O vídeo que Esteban, seu irmão mais novo, tinha lhe mostrado uns dias antes. Ex-vocalista do Crossing Bones caindo do palco. Ela se lembrava claramente daquele mesmo homem pulando no palco e berrando uma música enquanto andava para trás (genial, ela diria) até cair no palco como uma panqueca. E provavelmente teria quebrado a perna no processo.

Havia um lado bom nele estar tentando comprar seu silêncio. Travis sabia que sua carreira não aguentava outro vídeo viral, mesmo que claustrofobia fosse um problema real e não houvesse nada de engraçado naquilo. E mesmo que ela não fosse publicar um vídeo onde alguém vomita nela, porque até a vontade de ficar famoso tem um limite e era bem aí, não seria uma cretina desse nível.

— Ela me filmou no elevador! — disse ele para Lincoln. — E agora quer dinheiro para não vender esse vídeo para algum tabloide!

O agente olhou para Cassandra desesperado. Ela realmente queria o dinheiro dele, mas de uma forma muito menos idiota, embora Travis realmente merecesse ser extorquido por uma maluca com um vídeo dele vomitando.

— Primeiramente, para eu tentar vender sua imagem, ela teria que valer alguma coisa, o que não é o caso, ou você não teria me procurado.

— Você sabe com quem está falando, garota? Travis Havilliard! — ele disse, apontando para o próprio peito. Cassandra ficou de pé, só pelo gosto de saber que ele não podia fazer a mesma coisa sem um malabarismo com gesso e muletas. — Mas é claro que você sabia disso, senão não teria tentado entrar correndo no elevador só porque me viu! Eu não preciso de você para nada! Você acha que algum famoso precisa de um paparazzi? Me fala o seu valor que eu pago, garota, depois some da minha frente porque você não é ninguém!

Ele realmente achava que ela tinha entrado no elevador correndo para dividir o mesmo ar que ele por uns minutos porque era uma fã alucinada? Ou uma paparazzi maluca atrás de um furo? Além do mais quem ele achava que era para falar com ela daquela maneira?

— Travis, ela é... — tentou o agente, falhando miseravelmente.

— Eres un puto idiota. ¡Dios mío, dame paciencia! — Você é um idiota do caralho. Meu Deus, me dê paciência!, Cassandra grunhiu, olhando diretamente para os olhos de Travis. Claro que ele não entendeu uma palavra do que ela disse, então apenas continuou mantendo sua pose como se entendesse qualquer língua latina.

— Fala logo quanto você quer, garota — ralhou, impaciente. — E de preferência na minha língua e em dólares, esse negócio de peso mexicano não funciona na América.

— Você sabe que o México fica na América, certo? — perguntou ela, erguendo as sobrancelhas. E, só para provocar, emendou: — Estoy hablando en español, así que te sientes estúpido como realmente eres.

— Você também é isso aí! — Travis disse, numa tentativa de devolver o insulto que sequer tinha entendido. Ele não ia gostar de entender que ela tinha dito "estou falando em espanhol porque assim você se sente estúpido como realmente é".

— Increíble — inacreditável.

O olhar que eles trocavam era tão pesado que era possível sentir no ar. Lincoln tinha certeza que se colocasse a mão na reta que conectava os dois olhares ela seria queimada pela força da raiva. Entretanto, aproveitou a deixa para tomar o controle da situação, ou teria que tirar um Travis ferido de dentro do aperto sufocante de uma Cassandra vomitada e esse cenário não parecia nada bom.

— Que bom que vocês já se viram! — disse ele, abrindo as mãos em um gesto amistoso e fingindo que eles eram bons amigos após o encontro no elevador. O olhar fulminante dos dois parou no seu rosto bondoso, levemente vermelho pelo estresse. Havia uma veia saltando perigosamente na sua testa. — Travis, essa é a Cassandra Castillo, que vai te ajudar a voltar para a mídia depois de, bem...

— Você ser chutado da sua banda por ser insuportável — Cassandra completou, dando um sorriso nada amigável e abrindo a pasta que estava sobre a mesa, com o dossiê de informações que Lincoln (ou sua assistente, suspeitava Cass) tinha juntado para ela.

— Iniciar carreira solo, ela vai fazer com que sua imagem pareça um pouco... Melhor. — Continuou, ainda que Travis continuasse falando como se não tivesse lhe ouvido.

— Eu não preciso deles. Eu sou a Crossing Bones, a Crossfire é minha música. Eles que se fodam — pontuou, duro.

Ora, ora, ora. Ressentimento. Interessante.

— No meu ponto de vista, eles é que não precisam de você — Cassandra disse, passando o dedo pela primeira folha da pasta, onde ela tinha acabado de ler uma informação importante. — Eles contrataram o Freddie Bones e ele é incrível. É uma piada pronta que o nome dele esteja literalmente no da banda, quase como se sempre tivesse sido dele.

Frederick Bones era um sucesso absoluto. Tinha crescido muito no YouTube fazendo covers de músicas famosas e tinha, sem exageros, uma legião de fãs apaixonadas por sua voz, seus olhos verdes e sua personalidade de galã debochado. E tinha tanto carisma — algo que Travis Havilliard provavelmente nem entendia muito bem do que se tratava.

Até Cass gostava das suas músicas.

— Eu vou matar essa garota — Travis disse para Lincoln, como se Cass nem estivesse ali.

— Como podemos fazer isso? Eu espero pacientemente enquanto você manca até mim? — perguntou.

— Olha aqui, eu sou bonito — ok, verdade —, famoso — mentira — e canto bem pra caralho. Eu não preciso deles e não preciso de uma babá de Instagram.

Cassandra ergueu as sobrancelhas.

— Cassandra... — Lincoln começou, preocupado. Ela ergueu a mão e dispensou o comentário de Travis como se fosse uma poeira.

— Você precisa de mim, Havilliard, porque eu nem sabia quem você era até uns minutos atrás, o que diz muito sobre sua carreira, quando você leva em conta o meu ramo — disse ela, pacientemente, e olhou para Lincoln após jogar a pasta sobre a mesa e colocar a alça da bolsa no ombro. — Quando ele perceber que precisa de mim e você for me devolver o dossiê, coloque dentro uma proposta com mais três zeros. E mande um par de botas Gucci. Travis vai saber o tamanho porque viu bem de perto.

— Nos seus sonhos — Travis murmurou.

Hasta luego, hermoso — disse ela.

Então saiu da sala estalando as botas no piso.

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Quando eu digo que o desejo de vocês é uma ordem, é disso que estou falando. Espero que gostem do capítulo e deixem o comentário do que estão achando pra gente ter um feedback ♥

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