capítulo 8
O teto parecia a coisa mais interessante do mundo no momento, achei que seria uma boa ideia faltar hoje, na intenção de desintoxicar, mas o que eu estava pensando? "Vou faltar e sair com meus amigos" ?
Minha mãe vai ficar de plantão hoje, então só volta amanhã, torna tudo 10 mil vezes mais tediantes. Olho em volta, fazendo uma lista mentalmente do que fazer hoje.
1 sair sozinha, talvez ir ao cinema.
2 fazer os trabalhos pra ficar livre Depois.
3 comprar outro peixe
4 dormi.
Eu provavelmente estaria escrevendo isso na minha agenda, mas depois daquele acidente com o Logan, quase não a pego, na verdade eu deveria ter jogado aquela merda fora a dois anos atrás, mas nunca consegui me desapegar dos sentimentos que escrevi nela, de quando eu ainda tinha esperança no papai, ou na mamãe, a única esperança que se manteve de pé, foi pela mamãe.
Minha mãe não sabe, mas meu pai liga algumas vezes, até me da dinheiro as vezes, eu não conto porque sei que a destruiria, eu vi o quanto ela sofreu pelo abandono do meu pai, eu vi o quanto ela batalhou pra me crirar sozinha, ela cometeu erros, muito erros, mas continuou aqui, eu sinto raiva do meu pai por perceber que na mente dele, é só ligar e dar dinheiro que fica tudo bem, é um idiota mesmo e eu sei que eu tenho uma irmã mais nova, mas nunca a vi.
Descido ignorar esses pensamentos e ir me arrumar pra ir ao cinema, sozinha, talvez eu consiga fazer alguma amizade por la, sou boa em fazer amizade, talvez eu não seja boa em mante-las.
—Desculpa senhorita, mas você precisa ir. -acordo com alguém me sacudindo, abro meus olhos, apavorada e em poucos segundos eu me lembrei de onde eu estava, meu sono estava tão bom, que pensei que estava dormindo na minha cama.
—Droga, perdi o final.
Falo me levantando e o cara uniformizado ri baixo, olho em volta e percebo a sala toda vazia, eu com certeza entraria em pânico se eu acordasse e não tivesse mais ninguém aqui.
—Em um filme de terror, ou todo mundo morre, ou o mais babaca sobrevive, o bonzinho sempre morre por causa do babaca. -ele diz abrindo espaço pra eu passar, mas antes leio o nome dele no crachá.
Elias.
—Eu paguei 15 dólares pra dormi, incrível. -Falo rindo de mim mesmo enquanto o sigo para o lado de fora da sala.
—Pelo menos saiu do cinema descansada. -ele diz dando de ombro e eu concordo com a cabeça. —Pelo menos isso.
Falo me afastando dele.
—Tchau.
Digo acenando pra ele, que faz o mesmo, saio do cinema sorrindo, talvez eu tenha feito um amigo, acho que trocar algumas coisas palavras já contam. Caminho observando as lojas e as variedades de pessoas, a dois minutos eu vi um casal dançando uma musiquinha que saia de uma máquina de brinquedo, isso definitivamente me deixou surpresa, não que seja algo significando, mas foi quase prazeroso ver aquilo, foi estranhamente esperançoso.
—Eva Marie?
Merda. É a única coisa que penso quando escuto meu nome, paro de andar e olho para onde me chamaram.
—Nossa, nunca vi você fora do colégio. - alex fala se aproximando, não sei se fico feliz, confusa ou com medo que do nada as pessoas começaram a me notar.
Primeiro Logan, depois Aaron e agora o alex? Acho que é o meu limite.
—É, oi Alex. -falo cautelosa enquanto observo a marca roxa clara em seus olhos e um corte no lado direto do rosto.
—É, aquele imbecil fez um estrago. -ele diz coçando a nuca, desviando o olhar. –Sua mãe que me atendeu, acho que posso dizer que ela fala muito de você.
Ele diz calmo e eu o olho com as sobrancelhas franzidas.
—Sobre o Joshua...-ele diz em uma risada irônica e meus olhos automáticamente se abrem, será que minha mãe conta essa história pra todo ser vivo que aparece na frente dela?
—Foi um acidente. -Falo fingindo indiferença, mas na época eu chorei muito, fora o fato de eu me senti culpada, muito culpada, achei que eu merecia ir pra polícia cúmplice de um assassinato.
—Sei...Veio sozinha? -ele diz ficando do meu lado, afirmo com a cabeça e começo a caminhar, sabendo que ele iria me seguir, será que é estranho demais eu sentir vontade de correr daqui?
—Porque não prestou queixa contra o Logan? -pergunto curiosa, acho que é muito intrusivo perguntar isso, mas já foi.
—Acho que não sou tão insensível ao ponto de por ele na cadeia após os pais dele morrem. -ele diz com um sorriso no rosto, como se tivesse se gabando do grande coração de ouro que acha que tem.
—Mas o que você disse não foi muito sensível. -falo quando me lembro do que o logan disse, posso perceber o olhar do alex em mim, ignoro e continuo caminhando.
—Como você sabe? -ele diz parando na minha frente e eu dou de ombro, pensando em uma desculpa pra dar. —Ouvi por ai.
Falo e finalmente o encaro.
— Ouvimos muitas coisas por ai Eva, não quer dizer que seja verdade. -ele fala quase ameaçador, com a expressão endurecida.
—Eu não entendi o que você quis dizer.
Falo fingindo indiferença e ele sorri, mais fácil do que eu fingir que não estremeci pelo tom de voz.
—Nada, apenas conselhos, fofocas nunca são Boas.
Ele diz saindo da minha frente.
—Entendi, preciso ir, tenho que terminar as tarefas.
Falo enquanto observo as feições dele, na tentativa de entender o que se passava na mente dele.
—Ah...claro, foi ótimo conversar com você fora daquele colégio. -ele diz acenando com a mão, eu não pude evitar de fazer uma careta.
Ele nunca sequer falou comigo dentro do colégio, definitivamente tem algo errado, dou um último aceno com a cabeça e caminho pra longe sem olhar pra trás, ignoro o que aconteceu e sigo em direção a um pet shop que tem aqui, acho que um peixinho é essencial.
—Põe o nome de Joshua 2. -minha mãe diz rindo enquanto olha para o peixinho preto com umas pintinhas nas barbatanas minúsculas. Ela voltou pra casa pra comer, mas vai ter que voltar a trabalhar daqui a uma hora.
—Se eu não tivesse superado, eu ficaria triste. -falo fingindo tristeza. —Como foi seu dia hoje?
Pergunto enquanto observo ela se afastar e ir até a cozinha, onde deixei um prato de comida em cima do balcão. Sigo ela até a cozinha e sento ao lado dela.
—Uma mulher esqueceu que o tabuleiro estava quente e o pegou assim mesmo, mas achou uma boa ideia ficar com eles na mão, enquanto tentava arrumar algum lugar pra por o bolo. -minha mãe diz com um sorriso torto nos lábios, como se tentasse não rir da situação.
—Queimaduras de segundo grau, foi engraçado o jeito que ela falou. -minha mãe diz quase culpada por ter rido.
—Na verdade achei perturbador o fato dela aguentar essa dor toda, só pra não jogar o bolo no chão. —Falo e minha mãe da de ombros. —E você pode por favor, parar de contar minha história como o Joshua pra todo ser vivo que entrar na frente? -junto as mãos, implorando.
—Ah...não.
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