capítulo 6
—O QUE? - grito quase sem ar. —Eu vou odiar mãe, Porque você achou que eu gostaria disso?
Ela me olha com o olhar cheio de tédio.
—Fala sério Eva, você gosta dele desde que ele veio pra cá, meio óbvio né?
Ela diz escondendo o sorriso debochado com o copo de suco.
—Gostava.
À corrijo e ela ergue as sobrancelhas, como se não estivesse acreditando.
—Eva, eu te conheço a dezessete anos, sei muito bem que você olha para a rua antes de ir pro colégio, e quando ele está indo, você entra desesperada e só sai quando ele está longe.
Ela joga na minha cara e eu fingo que é mentira, mas não é porque me pus no meu lugar, que eu de fato superei meus sentimentos, pelo menos, não a maioria.
—Eu faço isso porque....Porque ele...-gaguejo enquanto penso em uma resposta. —Porque ele é uma péssima influência pra minha reputação, ja imaginou o que falariam de mim se me vissem com ele?
Falo de maneira convincente, mas está óbvio que ela não caiu nisso.
—As vezes eu me pergunto se trocaram você na maternidade...-ela diz rindo e balançando a cabeça de uma lado para o outro. —Vá se arrumar e...passa um batom, você está quase transparente.
Ela diz me deixando sozinha no meio da cozinha, eu estou ferrada.
Me olho no espelho pela vigésima vez, eu estou como eu sempre estou, uma calça e uma camiseta, deixei meus cabelos soltos, acompanhado do rímel, se eu me arrumar toda, ele vai Pensar que me arrumei por causa dele, se hoje não fosse o aniversário da mamãe, eu nem descia.
Os aniversários da mamãe nunca parecem aniversário, faz só dois anos que ela começou a comemorar e se eu tentasse fazer algo legal pra ela, ela ficava triste, acho que é por causa do meu pai, então tecnicamente, é o segundo aniversário dela que comemoramos.
Ansiosa é a palavra que me define hoje,minha mente continua bagunçada com tudo o que o Aaron falou, mas sei que ele não falou nenhuma mentira e eu aceitei aquilo a muito tempo.
Minha atenção vai para a porta do meu quarto quando escuto a porta da sala bater, respiro fundo antes de levantar e ir pra frente do espelho me olhar mais uma vez.
Antes de sair, eu ergo os ombros e tento ao máximo não abaixar a cabeça, eu sempre fugia dos olhares assim, com a cabeça baixa, mas não quero que ele sinta que me abala de um jeito.
As pessoas costumam te ferir quando vêm que conseguem te deixar vulnerável. Desço as escadas orando mentalmente para não estarem na sala. Minhas presses foram ouvidas, ou quase.
—Até que sua casa é legal. -Logan diz, saindo da cozinha e se sentando no sofá.
Evito fechar os olhos quando solto minha respiração, engole a merda do seu nervosismo Eva.
—Achei que você fosse menos folgado. -falo firme, surpreendendo a mim mesma. —E você perdeu uma prova surpresa hoje.
Falo me sentando no mesmo sofá que ele, mas em uma ponta afastada.
—Eu tenho outras prioridades. -Ele diz dando de ombros e não resisto a tentação de revirar os olhos.
—Eu imagino que prioridades são essas. - Falo mas me arrependo assim que os olhos dele caem sobre mim, desvio o meu olhar dele quando as lembranças que me obriguei a não pensar, começam a invadir minha mente.
—E posso saber quais prioridades que você imagina? -ele diz sinico e eu respondo:
—Não. -respondo do jeito mais simples e indiferente que consegui. —Vou ver se minha mãe quer ajuda.
Falo e volto a olhar ele, quando ele balança a cabeça negativamente.
—Na verdade não, ela pediu pra eu ir te chamar. -Ele diz, da uma picadinha com o olho direto e se levanta. —Agora vamos, por que eu tô Com fome.
Ele fala andando na direção na cozinha e eu o sigo sem dizer nada, mas ele para no meio do caminho.
—Porque do nada você passou a falar comigo e me enfrentar? -ele diz sério, pude até notar certa acidez na voz dele. — Não sei.
Minto, sei sim, não tão nítido como eu gostaria mas sei, sempre gostei do Logan gostosão e apaixonante que falam pelos corredores, sempre gostei do Logan que só falava comigo para pedir resposta e quando passava pela rua, nunca me notou e se notou, foi insignificante, mas nunca me falaram dos sentimentos dele, mas sei da maioria das garotas que ele pegou, mas o que eu vi quando ele foi pra diretoria, ou quando conversamos na frente da minha casa e até mesmo na sexta, quando vi um logan que pra mim era inexistente.
Acho que por isso me senti segura em falar com ele.
—Se foi porque você acha que eu estou frágil por causa da morte dos meus pais e acha que pode me ferir de alguma forma, mude seus malditos planos imbecis, Aaron me disse o que ouviu você comentar com alguém sobre eu estar mal e que isso seria bom pra você, mas seja o que for, desista. -ele diz arrogante e entra na cozinha sem me dar ao menos tempo pra responder, apenas fiquei olhando por onde ele entrou, sem entender.
Eu não falei nada disso.
Eu nem sequer pensei algo do tipo, meu Deus, Aaron é um ser nojento, ele achou que eu contaria as coisas ditas por ele, para o Logan e pra não ficar mal, falou essa história Idiota pro Logan. Mesmo sabendo disso, não consegui não ficar magoada, mesmo sendo algo imaturo demais pro Logan acreditar
Olho pra escada, pensando em subir e me abrigar no meu casulo e olho pra entrada da cozinha, onde consigo ouvir a voz animada da minha mãe.
Penso internamente todos os palavrões que eu conheço, na intenção de me acalmar e ter uma noite boa com a minha mãe, a versão idiota e manipulada do Logan não vai me fazer estragar o "segundo aniversário" da minha mãe comigo.
Entro na cozinha com um sorriso no rosto, ignorando a presença dele e focando na minha mãe.
—Nossa, você demorou, quase que eu mesma fui chamar você. -ela diz e sorri cúmplice a mim, entendi o que ela quis fazer, me deixar sozinha com ele.
O tiro saiu pela culatra.
—Eu estava terminando de me arrumar, o que a senhora fez de bom? -Falo olhando pra mesa farta.
—Muita coisa, não ta vendo? -ela diz apontando pra mesa, ter uma mãe conhecedora do sarcasmo e totalmente avançada, é como uma dádiva, mas não sempre. —pedi pizza também e comprei bebida alcoólica, vai lá por aquelas músicas estranhas que vocês jovens gostam.
Ela diz e eu a olho com os olhos praticamente arregalados.
Cade a minha mãe?
—O que é o Joshua? -Logan fala como se estivesse totalmente aéreo ao comportamento quase estranho da minha mãe.
Minha mãe e eu o olhamos confusas, e então lembrei que ele leu algumas anotações da minha agenda.
—Joshua era o peixe dela, mas acabou sendo assassinado quando ela esqueceu a janela aberta e algum gato entrou e devorou ele, só sobrou uma barbatana do coitado boiando no aquário.
Minha mãe diz rindo e eu a olho indignada, eu amava aquele peixe, ela automáticamente para de rir.
—Nossa, acho que a pizza chegou, vou la buscar. - minha mãe diz como desculpa e sai rapido da cozinha.
—Então quer dizer que...- antes que ele termine de falar, eu o interrompo: —Cala a boca.
Falo me sentindo na cadeira e apoio meu braços na mesa, que serviram de apoio para minha cabeça, que estava prestem a entrar em um colapso.
Será uma longa noite.
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