Capitulo 29
Depois de uma longa conversa sincera com a minha mãe, que como sempre envolve lágrimas e abraços, eu me sinto leve como uma puma, sem peso algum, ou drama em cima de mim.
Eu não sei o que vou fazer quanto ao meu pai, mas não quero saber disso agora.
Olho para as folhas rabiscadas do meu caderno e as arranco, frustada por não consegui escrever nada.
Jogo o caderno no chão e me pulo de costas na cama, respirando fundo.
—Enquanto há vida, há esperança. -cantarolo essa frase antes de decidi me levantar pra tomar um banho e relaxar.
Pego tudo o que preciso e vou parar o banheiro do corredor, que fica praticamente na frente do meu quarto.
Depois de me despi, observo meu corpo nu pelo espelho e mais uma vez vem aquele pensamento:
Nada demais
Isso que eu penso ao olhar para o meu reflexo, nunca tive problemas com minha autoestima, nunca liguei para o que via não espelho.
Mas depois do Logan, depois do primeiro beijo, de renutrir os meus sentimentos por ele de novo e depois ter que guarda-los num lugar onde nem eu deveria ir.
Eu via as meninas que ele levava pra casa, eu não sou como elas, não tenho pernas longas, curvas, eu não tenho nada demais.
Tudo em mim é nada demais, meus cabelos, meus olhos, meu corpo.
Passo as mãos pelo cabelo antes de sair de frente ao espelho e entrar no box.
Deixo a água quente cair pelo meu corpo e com os olhos fechados eu me permito pensar longe.
O que será que o Logan sente?
Pergunto mentalmente, foi ele que me beijou as duas vezes, ninguém beija outra pessoa sem interesse, certo?
Sorrio ao me lembrar do beijo, da sensação que tive quando ele apertou seu corpo ao meu, eu não queria parar, eu queria sentir tudo que deixei guardado, todos os sentimentos reprimidos que eu não sei se é seguro deixar aparecer.
Depois de um banho de 15 minutos, me enrolo na toalha e mais uma vez olho pro espelho, mas não me dou tempo de me deixar pra baixos com meus pensamentos desanimadores.
Saio do banheiro, porém paraliso com o Logan na frente do meu quarto como se estivesse pronto pra bater e então ele me vê, me olha exatamente como eu estou olhando pra ele, tirando a partir dos seus olhos terem descido sobre o meu corpo coberto com uma mísera toalha que vai até o meio das coxas.
—Puta que pariu...-ele diz tão surpreso quanto eu e eu "volto a vida" automaticamente.
—PARA DE OLHAR. -grito sentindo meu corpo esquentar, mas ele não para de olhar, aí meu Deus.
—Eu não consigo...-ele se move como se fosse se virar pro outro lado, mas volta a me encarar.
—Logan, pelo amor de Deus. -Falo tampando meu rosto com as mãos, me sentindo cada vez mais envergonhada.
Ouço ele respirar fundo.
—Eu te espero lá em baixo. -ele diz se virando de costas pra mim, em direção a escada e eu finalmente o encaro, as costas dele pelo menos, mas ele volta a olhar pra mim.
—Logan. -o repreendo.
—Tudo bem, tudo bem.
Ele diz descendo as escadas e eu as encaro sem reação, sentindo minhas bochechas queimarem cada vez mais.
Puta merda
—A sua mãe falou que eu poderia subir. -Justifica Ele assim que me vê descer as escadas.
—Está tudo bem, Logan. -falo me juntando a ele no sofá, muito mais tranquila de que antes. —E então?
Falo de maneira sugestiva, curiosa pra saber o porquê ele veio.
—E então que hoje eu fui pra diretoria, vou ser obrigado a frequentar o psicólogo do colégio três vezes na semana e vim te levar pra sair.
Ele diz tranquilamente, mas mesmo assim não processei todas as informações com competência.
—Diretoria? -pergunto surpresa e ele me mostra o punho vermelho com um sorriso nos lábios, orgulhoso.
—Você por acaso perdeu o juízo? -falo, se ele continuar fazendo essas coisas ele vai acabar sendo expulso, ou pior, preso.
—Eu posso dizer que valeu muito a pena socar o Aaron e tudo bem, não pretendo socar mais ninguém. -ele diz como se isso fosse mais tranquilizador. —Então, vamos sair?
Pergunta ele com um sorriso nos lábios.
—Machucou ele? -pergunto. —Sim.
Ele diz e eu sorrio de volta.
—Pra onde nós vamos? -pergunto animada, fazendo ele sorri mais ainda. —Comer.
—Eu quase não vejo você dirigindo, é por causa dos seus pais? -falo enquanto saio do carro.
ele da de ombro
—Não me sinto mais confortável.
Ele fecha o carro e vem para o meu lado. Observo a lanchonete, eu não costumo sair muito, ainda mais sem a laria por perto, então obviamente eu nunca vim aqui.
—E agora você está desconfortável? -pergunto ao olhar pra ele.
—Não, mas é estranho que tudo pode acabar por causa de uma falha ou por causa de um erro de alguém.
Ele diz pegando minha minha mão e me puxando para dentro. O acompanho, mas simplesmente não consigo parar de olhar para as nossas mãos.
Ele infelizmente as solta assim que entramos. Sentamos em uma mesa no fundo, um pouco afastada.
Ele pediu três hambúrgueres, um milkshake e uma batata frita pra ele, o olho supresa enquanto ele diz o pedido, como ele consegue ficar com esse corpo?
—E você? -pergunta ele ao meu lado, mordo os lábios nervosa por ainda estar indecisa. —Talvez o mesmo que você, só que apenas um hambúrguer.
Falo e ele sorri divertido.
—Eu não acho que você vá conseguir comer. -ele diz olhando pra mesa de outra pessoa e eu faço isso também, me surpreendo mais ainda com o tamanho das coisas.
—O nome da lanchonete é Mister Big por isso. -ele completa. —Vai querer isso mesmo?
—Mas é claroooo. -falo firme, acreditando firmemente que conseguiria.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro