—LOGAN

O treinador Derik grita, enquanto tenta me separar de Alex , mas eu continuo o socando até sentir meus punhos doloridos demais pra continuar.

—JÁ CHEGA PORRA.

O treinador grita, me empurrando de cima de Alex, que estava no chão sem reação. Olho em volta e percebo o olhar de todo o time e de algumas pessoas da arquibancadas me olhando.

—Meus Deus

O treinador sussurra ao olhar para Alex.

—CHAMEM UMA AMBULÂNCIA.

Ele grita fazendo que todos a nossa volta começarem a agir para fazer algo, eu continuo sentado tentando controlar a raiva, olho para meus punhos cheio de sangue e para os olhares assustados em minha volta.

—Ele que começou treinador, ele provocou.

Tento me defender do olhar de reprovação dele.

—Está suspenso dos últimos jogos da temporada, vá para a diretoria e reze para ele não prestar queixa contra você.

Ele diz de maneira ríspida e eu me levanto, saindo da quadra ainda ensanguentado, os corredores muito movimentados ficaram em silêncio quando comecei a passar pelo aglomerado de pessoas.

Assim que chego em frente a porta da diretora percebo um par olhos castanhos me encarando.

—Você vai acabar sendo expulso desse jeito.

Eva Marie diz, ela nunca olha nos meus olhos.

—Ele que começou.

Me defendo mais uma vez e ela revira os olhos.

—Aí Eu sou o Logan tenho 10 anos de idade e ele me chamou de idiota e eu vou bater nele.

Ela diz fazendo uma voz infantil, que se eu não tivesse vermelho de raiva eu com certeza iria rir.

—Minha família morreu e não podem nem sequer sair da porra do meu pé, que inferno.

Falo de maneira grosseira e semblante dela vacila por um momento.

—Todo dia tem alguém perdendo alguém Logan, a vida é cruel e cabe a você seguir em frente, mas a vida continua, você querendo ou não.

Ela diz brava demais para perceber que se aproximou demais.

—Nossa você é tão imaturo, acha que essas brigas vão adiantar algo? Deve ser a quinta briga essa semana.

Ela diz balançando a cabeça negativamente

—E quem disse que eu ligo Eva?

Falo me aproximando o Bastante para encostar meu nariz no dela, que leva um susto se afastando.

—idiotia.

Ela murmura se virando rapidamente para sair de perto de mim.

—Eva

A chamo e ela me olha, as bochechas dela estão coradas, as rugas na testa significa que ela está puta da vida, conheço ela há cinco anos, desde que a mãe dela se mudou para minha rua e sei exatamente como irritá-la, mesmo que na maioria das vezes eu só a procurava quando eu precisava de respostas e é mais que nítido que isso não a agradava, tirando a parte de eu estar surpreso por ela está me enfrentando.

—Diz meu nome.

Falo sorrindo e ela me olha indignada

—Vai se ferrar Logan.

Uma semana de suspensão e ir aos treinos mesmo sem poder jogar seria o meu castigo, nenhum sacrifício pra mim.

—Logan, sabe que eu gosto de verdade de você, porque não me dá uma chance?

Olho para Cassandra deitada do meu lado e logo olho para o teto, que droga, só o que me faltava.

—O que decidimos quando começamos isso cass?

Pergunto e ela se remexe do meu lado e logo se levanta.

—Mas tudo mudou, você precisa de mim e eu...

Eu a interrompo antes que ela termine de falar.

—Eu não preciso de você.

Falo me levantando e procurando minhas roupas, sem saco pra ouvir qualquer coisa que ela poderia falar.

—Você só me usou pra se satisfazer, logan?

Ela diz e eu reviro os olhos enquanto coloco minhas calças, assim que termino de me vesti eu volto a encarar ela, que estava prestes a chorar.

—Eu falei que não queria um relacionamento com você, falei pra você não nutrir sentimentos por mim, pois eu não corresponderia, eu estou bem sozinho e você vai ficar bem sozinha, você é uma mulher incrível.

Falo com calma e ela dá um pulo da cama fazendo eu levar um baita susto.

—SAI DA MINHA CASA AGORA.

Ela grita me esmurrando e eu rio da situação enquanto caminho para a porta.

—Cass, você é uma menina legal e eu nunca menti pra você, você sabe dis...

Falo ao sair da casa, mas a porta é fechada antes mesmo de eu completar a frase, bom, é melhor assim.

Caminho preguiçosamente algumas quadras até minha Rua, que estava meio cheia, com algumas crianças brincando.

—Eva

A chamo assim que a vejo no primeiro degrau da casa dela com a cabeça quase sendo comida pelo livro, uma visão que me faz rir, ela me olha por cima do livro sem dizer nada.

—Sabe alguma coisa sobre o Alex?

Pergunto ao me aproximar da cerquinha.

—Porque eu deveria saber?

Ela diz indiferente.

—Porque sua mãe trabalha no hospital que ele está.

Ela revira os olhos e fecha o livro, o colocando em cima das pernas.

—Ela falou que ele está bem, só precisou levar uns pontos e está horrível.

Ela diz me olhando de cima a baixo, minhas roupas estavam todas amarrotadas.

—Ele mereceu.

Falo desviando o olhar para minha casa que ficava alguns metros de lá.

—O que ele fez?

Ela pergunta de maneira curiosa e eu resolvo pular a pequena cerca que me separava dela, nunca tivemos contato assim, definitivamente eu nunca faria algo assim, não com ela.

—O que você tá fazendo?

Ela pergunta assim que eu me sento no degrau junto a ela.

—estou cansado?!

Falo como se fosse óbvio.

–Ele falou "Você não pode receber privilégio só por que é a merda do capitão e sua família morreu, não seja idiota, você não merece isso tudo, seu filho de uma puta"

Repito o que ele disse tentando imitar uma voz infantil, a fazendo rir.

—Ah....Você não deveria fazer isso, vai acabar sendo expulso.

Ela diz olhando para os próprios pés.

—Eu não ligo.

Falo a olhando, elas têm algumas pintas no pescoço dela que vai descendo até onde eu não consiga mais ver, ela continua olhando para os próprios pés desconfortável.

Sorrio ao ver o livro que ela estava lendo.

—É um bom livro.

Falo ao tentar espiar mais ele, mas ela o tampa.

—Qual é? Eu também gosto de 50 tons de cinzas, pelo menos o filme.

Falo tentando pegar o livro mas ela dá um tapa dolorido da minha mão.

—Desembucha o porque você está aqui falando comigo Logan.

Ela fala, Na verdade nem eu sei, Volto a olhar pra minha casa.

—Eu queria saber do Alex...e la é tão solitário agora sem eles, sinto falta.

Ela entende o que eu falo e olha pra minha casa também.

–Do meu irmão irritante na puberdade, do meu pai rígido que só queria me colocar no caminho certo e da minha mãe....porra...minha mãe.

Tombo a cabeça pra frente suspirando.

—Você até que está sendo forte.

Ela diz colocando a mão em cima da minha em um leve aperto.

—E sinto muito por isso Logan.

Ela diz ainda segurando minha mão.

—Eu também sinto Eva, sinto demais.

Falo afastando a mão dela da minha enquanto eu levanto.

—Até mais.

Falo pulando a cerquinha, mas antes de caminhar eu dou uma última olhada pra ela.

—Diz meu nome.

Falo e ela revira os olhos sorrindo.

—Vai se ferrar.

Ela diz sorrindo e eu sorrio de volta sentindo uma certa paz, faz tempo que não tenha uma conversa que não lenvolva mulher, bebida, drogas ou ouvi um "tudo passa", isso alivia muito.

Caminho até minha casa com mãos dentro dos bolsos, caminhado até minha tortura, está lá dentro é a pior coisa que eu tenho que fazer todos os dias.

Antes eu era recebido pelo um beijo da minha mãe e uma bolada do meu irmão, agora sou recebido apenas por um vento quente.