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Luar Opaco

Às vezes, o amor não precisa ser verbalizado

Elis estava vestida apenas com uma blusa masculina e olhava para a janela enquanto seu cigarro era consumido. Estava tão imersa em seus próprios pensamentos que não se virou quando a porta se abriu.

Antônio arquejou ao vê-la daquela forma, no entanto, não exitou em ir em sua direção.

Ela estava gelada devido ao vento da madrugada, mas não se importava. Não mais.

— Elis? — ele falou em tom de dúvida.

Estava cansado, mas não havia nada que poderia fazer naquele momento. Antônio não tinha autonomia da própria vida e, mesmo se tivesse, provavelmente tomaria a mesma decisão.

— Pensei que já tinha ido embora. — Elis disse com a voz rouca pela falta de uso, mas ainda olhando para frente — Não é isso que você quer?

Ele suspirou audivelmente. O que ele queria não importava e Elis parecia não ligar para isso. Aquela mulher era a definição de extremo, ou se importava demais ou simplesmente deixava de se importar. Não existia meio termo para ela, mas mesmo assim Antônio a amava.

A primeira vez que Tom a viu, ela estava fumando do lado de fora de um café. Estava vestida com pouca roupa — o que para época era algo absurdo — no entanto, não se importava com os olhares ou com comentários. Ao invés disso, olhava fixamente para Lua.

— Ela não é linda? — rompeu o silêncio ainda olhando para o satélite natural — Tão linda que só espalha sofrimento. Tão cheia de pudor que vive nua.

Elis que sempre gostou do mistério só disse aquilo e foi embora. Algum tempo depois, Antônio descobriria que aqueles versos não eram só referentes a Lua, mas a si própria.

Ele ajeitou a farda e sentou ao lado dela, sabia que na manhã seguinte se arrependeria.  Precisava dormir, mas estava ali.

Seu coração apertou ao ver que o rosto da mulher estava vermelho, assim como o seu também deveria estar. Tentou segurar sua mão, mas como um animal acanhado, Elis o afastou.

Estavam andando um do lado do outro, Elis com seu cigarro balançava o corpo ao andar, era como se estivesse levitando. Antônio se via inebriado apenas pela presença dela, confuso com sua própria existência com a autenticidade da mulher.

Sua mente vagueava em locais desconhecidos, quando ela segurou sua mão. Aquele simples gesto vindo de Elis era recheado de sensualidade, algo sutil, mas real. Antonio parou bruscamente, assustado com tudo aquilo.

E Elis como se soubesse a confusão que causava no pobre garoto, sorriu. Antônio sempre achava incrível como o sorriso dela chegava aos olhos.

Agora, ela nem olhava mais para ele. Sua atenção se mantinha na Lua, mas dessa vez o brilho dela não chegava aos olhos de Elis.

— A gente pode ao menos conversar? — Antônio disse baixo, sem forças para tudo aquilo. A amava, de maneira ilógica, mas completamente racional. Não estava confuso sobre seus sentimentos, no entanto, também não podia desistir de seu dever.

— Conversar? — Elis deu uma risada seca e pela primeira vez na madrugada olhou ao homem amado — Não temos o que conversar, Tom. Você nem deveria estar aqui.

Antônio segurava as mãos dela enquanto suspirava, seus lábios ainda estavam dormentes pelo recente beijo e a sua cabeça girava, enquanto se lembrava do que havia acabado de fazer. Elis, porém, não demonstrava o quão apaixonada também estava.

A Lua brilhava forte, assim como todas ás vezes que eles se encontravam. Era como se os dois fossem hipnotizados pelo satélite e, por isso, a Lua era uma parte essencial daquele relacionamento confuso.

Estavam fascinados um pela existência do outro. A garota que tinha os cabelos bem curtos e personalidade forte se via quase que dependente da presença de Antônio. E ele sabia que se um dia viesse perder Elis, não saberia ao certo o que fazer.

— Existe uma lenda que diz que cada pessoa tem um fio vermelho preso no menor dedo que se liga ao da pessoa amada. — Antônio disse enquanto passava os dedos pela nuca dela.

— E você acredita, Tom? — Elis perguntou com um sorriso, ficando arrepiada com a carícia.

Ele deu ombros e a beijou novamente, sentindo seu corpo ficar mais leve com isso.

Eles ficaram em silêncio, tinham sim que conversar, mas não conseguiam. Elis sentia seus olhos arderem e teve que reprimir um soluço com a mão. 

Ela estava o perdendo, provavelmente, para sempre e sabia que não tinha como lutar contra aquilo. Desde pequena, devido ao conturbado relacionamento de seus pais, havia prometido a si mesma que jamais iria se evolver demais com algum homem, pois eles sempre tinham a capacidade de faze-la sofrer.

Agora, se via completamente apaixonada por Tom e isso era a sua perdição. O sorriso tímido e a dificuldade com as palavras era capaz de deixa-la sem fôlego. Elis o tinha nas mãos, mas mesmo assim sentia que ele escorregava cada vez mais para fora da sua vida. 

No final, sempre acabava machucada.

— Eu gosto de você, de maneira real e confusa. Nunca me relacionei com alguém como me relaciono com você, Tom. — ela dizia ao precisar responder sobre o pedido de namoro que Antônio havia feito alguns minutos antes. Como sempre a Lua estava brilhando e os olhos dos dois refletiam esse brilho — Eu preciso que você me jure que não vai me machucar ou me abandonar. 

Antônio, naquele momento, não entendeu a profundidade daquela frase. Nem conhecia ao certo a história de vida de Elis, mas mesmo assim prometeu. 

Jurou e depois lhe beijou. Era como se dois inteiros, fossem completados um pelo outro. 

Agora, Antônio não só estava quebrando sua promessa, como também estava sentindo que uma parte de si estava se desfazendo lentamente ao ver os olhos quebrados de Elis. 

Aquela imagem o atormentaria até o fim de sua vida, ele tinha certeza.

— Eu não queria ir embora sem me despedir. — ele disse finalmente conseguindo segurar as mãos dela.

Ela suspirou como se estivesse sentindo dor, o que não era mentira. Elis sentia que iria desabar em pouco tempo.

— Sabe, quando eu me apaixonei por você, pela primeira vez na minha vida me via passando a vida com alguém. Talvez até casando. — a mulher colocou o cabelo, que já estava um pouco maior, atrás da orelha — Mas você está indo para a morte, sem nem ao mesmo tentar lutar contra isso. Tom, eu não posso lidar com isso.

Antônio tentou responder, mas sentia que nenhuma palavra seria capaz de consola-la naquele momento. Nenhuma sílaba seria capaz de fazer com que ela entendesse o seu lado. Nenhuma letra seria capaz de trazer Elis novamente de volta a si.

Estava indo para Itália e não sabia nem se voltaria vivo. Era apenas um garoto franzino, muito alto e muito magro de 21 anos que estava indo lutar pelo seu país. Se pudesse ficaria com Elis para o resto de sua mísera vida, mas simplesmente não tinha escolha.

Pegou um cigarro e, assim como a amada pôs se a fumar olhando para a Lua.

Não iria propor uma fuga ou uma despedida descente. Simplesmente não convinha para aquela situação.

São demais os perigos desta vida. Pra quem tem paixão principalmente. — ela sussurou a mesma poesia de quando eles haviam se conhecido, era como se as palavras de Vinícius de Moraes fossem apenas uma prévia da vida de Elis e Antônio — Quando uma lua chega de repente. E se deixa no céu, como esquecida.

Ele sabia muito bem em que Elis estava pensando, pois sua própria mente o encaminhava para a mesma lembrança. 

Estava escuro e apenas a Lua iluminava o pequeno cômodo. O corpo de ambos jogado no chão em cima de um edredom qualquer, cobertos por apenas um lençol. 

Tom sorria enquanto passava a mão pelo rosto dela. Elis também sorria tão leve que parecia que tinha voltado ao seus 16 anos. 

Ao fundo, Fascinação soava baixo. Era assim que eles se sentiam. Fascinados. Complemente apaixonados. Hipnotizados um pelo olhar do outro.

— Você me ama? — Elis perguntou em um sussurro. 

Apesar da resposta ser sim — com infintas certezas, sim — Tom não respondeu. Nunca soube ao certo o porquê daquilo e, apesar de Elis saber o quão real era o amor deles, jamais expressou aquilo de forma verbal. 

Era como se as palavras quebrasse o encanto da relação.  

Ele até pensou em expressar alguns de seus pensamentos confusos na tentativa de evidenciar seu amor para Elis. No entanto, quando se voltou para a amada, ela já dormia.

Depois, como em um consenso, não comentaram mais sobre aquilo. 

Agora, porém, Antônio e Elis se viam na mesma situação de anos atrás. No entanto, ao invés de não declararem amor eterno, não verbalizavam o final da relação. 

Apenas fumavam enquanto olhavam para a Lua, torcendo para que aquilo não acabasse nunca. Pois quando terminasse, eles sabiam que seria o fim. 

Ficaram em silêncio, não tinham mais o que conversar. Se mantiveram assim até o Sol começar a nascer. 

Tom, então, se levantou arrumando a farda e enxugando as lágrimas com o dorso da mão. Antes de sair do quarto para tomar o caminho da morte, ohou pela última vez para Elis e perguntou: 

— Você me ama?

Elis nunca respondeu. 

Nem seu término


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