2 - Prazer Desbocada, sobrenome Desastre.
Ele já não estava mais na cama quando eu acordei, mas seu cheiro rodeava os travesseiros e cobertores daquela cama enorme.
Abraço mais forte o cobertor fofinho e macio, nunca dormi tão bem em toda minha vida.
Levanto ainda sem saber o que fazer, não sei onde fica o banheiro, tampouco a cozinha... Na verdade mal saberia sair daquela casa enorme sem alguma ajuda.
-Seu café da manhã, senhorita. - uma moça simpática diz quando eu abrona porta do quarto. A quanto tempo ela estava ali esperando que eu acordasse? Ela segurava uma bandeja com alguns pães, frutas, um café, uma pequena jarrinha de suco de laranja e umas bolachas, parecendo um café da manhã de motel, mas não desses baratos para onde os clientes me levavam. Puta merda, eu estou só de sutiã e calcinha - Prefere comer no quarto ou na cozinha? - a moça era extremamente profissional e gentil.
Ainda desnorteada por ter acabado de acordar pergunto:
-É o que...? Desculpa... Onde fica o banheiro?
-Dentro do quarto há uma porta à direita, antes da varanda. Devo deixar seu café na cama?
-Ah sim... Por favor. - entro, deixo que ela coloque a bandeja na cama, agradeço e vou procurar pelo banheiro.
Como tudo naquela casa o banheiro era enorme. Havia uma pia espaçosa com várias gavetas e armários, sobre a pia havia um espelho que tomava boa parte da parede. Ao fundo um box espaçoso com um chuveiro bem alto. Achei interessante não ter uma banheira, será que ele quis economizar? Olhei a magnitude do banheiro e ri com essa ideia estúpida.
Lavo o rosto e boca rapidamente na pia e volto pra cama. Deixo a bandeja em uma mesinha ao lado da cama e abro as cortinas que dão acesso à porta de vidro da varanda. É uma ampla vista estarrecedora para um jardim com uma enorme piscina que fica nos fundos da casa. E lá estava ele, completamente nu na piscina, num sol escaldante às 10 da manhã, cortesia da mãe natureza nesse país tropical abençoado por deus e climatizado pelo capeta.
-Bom dia, preguiçosa. Achei que só fosse acordar na hora do almoço. - o deboche era visível em sua voz.
Lógico que eu não esperava ser super bem tratada, afinal ele era um cliente rude como qualquer outro, mas o cliente sempre tem razão, então devemos tratá-los com cortesia.
-Ah, vai se fuder! - grito da varanda.
Ele ri da minha falta decoro.
-Já subo aí pra te dar umas palmadas. - ele diz saindo da piscina e pegando uma toalha para secar os cabelos, havia certo tom de autoridade e intimidação em sua voz, talvez uma ameaça real, mas eu ignoro porque ele sorri muito alegremente enquanto fala, não parecia sério.
Tiro a calcinha e o sutiã e entro no banheiro novamente, dessa vez para tomar uma ducha e ver se acordo direito.
Não levei a ameaça dele a sério até escutar a porta do quarto abrir e ele entrar.
-Nunca ninguém mandou eu me fuder na frente dos meus empregados. - ele diz ao entrar no quarto ainda com riso em sua voz, porém seu tom de autoridade estava bem mais claro - Você realmente não faz ideia de com quem está falando, não é?
Se aquilo era sério, porque ele ria? Era para eu levar a sério ou não?
-Desculpa, eu me empolguei. - tento parecer sincera, mas meus modos são visivelmente fingidos.
-Os empregados devem te adorar agora. Primeiro você é simpática com a Milena... Depois manda eu me foder pra todo mundo ouvir. Devem estar te aplaudindo da copa. - ele entra no banheiro, posso ver sua silhueta através do box transparente, aparentemente ele ainda está pelado. Ele andou da piscina até o quarto pelado? Quer dizer... Ele andou dentro da casa, no meio dos empregados completamente nu? - Todas as mulheres que trago aqui são de alta classe. Mas ao contrário delas você tem mais modos com a empregada do que com o dono desta casa. - ele abre o box e me olha fixamente. Os olhos calmos e um sorriso leve no rosto.
-Eu também sou só mais uma empregada nessa casa. Meu serviço é só um pouco diferente do dela.
-Então, como seu patrão, como eu deveria reagir à sua falta de modos?
Fico muda com a pergunta.
Normalmente quando destrato ou me nego a fazer algo para um cliente a reação é bem simples e direta, ou eu apanho dele ou do cafetão mais tarde. Me encolho embaixo do chuveiro de costas para ele pensando nessa possibilidade.
Ele entra no chuveiro comigo e acaricia minhas costas, recuo um pouco com medo e ele desce a mão pela minha cintura, passando pela minha barriga, em direção a minha virilha. Ele encosta seu corpo no meu e eu posso sentir seu pau nas minhas costas. Sua respiração no meu pescoço me provoca arrepios.
-Só espero que faça seu trabalho, mocinha. E seja obediente. - ele sussurra ameaçadoramente no meu ouvido.
-Sim, senhor. - as palavras saíram a contra gosto da minha boca.
-Ótimo... Agora abre pra mim. - ele segurou uma das minhas coxas e abriu minhas pernas.
E como fica aquela história de que eu não faço o tipo dele?
-Disse que eu não fazia seu tipo. - sei que estou batendo na mesma tecla, mas não vou deixar isso barato.
-Acho que me enganei. - ele beija meu pescoço e sussurra no meu ouvido - Sinto te informar que terá muito trabalho esse fim de semana.
Ele pressiona seu corpo sobre o meu, me fazendo apoiar as mãos na parede de azulejos frios. Com sua mão esquerda segura meus seios com força e com a direita mantém minhas pernas abertas. Ele é muito mais alto que eu, quase precisa me erguer para que seu pau me penetrasse, o que, na verdade, não seria um problema para ele. Levemente ele esfrega um pouco a cabeça do pau na entrada da minha vagina antes de enfiar, e para minha surpresa entrou novamente com facilidade.
Como? Ele nem tinha me excitado antes, porque eu estava tão úmida?
Apesar de não ir fundo nessa posição eu posso sentir perfeitamente ele entrando e saindo, e como, gradativamente, ele faz com mais força. Sua mão direita soltou minha perna, ainda com o pau dele dentro de mim, para acariciar a minha virilha, abriu os lábios da minha vulva e dedilhou até encontrar o clitóris sem dificuldades.
Meu corpo estremece em resposta. Percebi um pequeno suporte na parede para colocar o pé direito e me manter aberta e apoiada, ele agora segura meu tórax com mais força prevendo meus espasmos e desequilíbrio. Seu dedo rodeia meu clitóris de forma sutil e indireta por cima da pele como uma carícia inocente que se intensificava gradativamente.
Meu ar começa a faltar e os espasmos involuntários se tornam mais intensos.
Ele não vai conseguir isso aqui, vai? Não aqui! Não agora! Não em pé! Eu não vou conseguir!
-Não... - eu digo num suspiro baixo, mas não espero que ele escute. Me apoio mais na parede, dessa vez não com as mãos, mas com os cotovelos e antebraços.
Para a minha surpresa ele cessa seus movimentos momentaneamente.
-Quer que eu pare? - ele sussurra docemente no meu ouvido e eu penso ouvir certa preocupação em sua voz.
Em uma hora ele é rude e autoritário, em outra ele é doce e gentil. É um rapaz difícil de acompanhar...
É isso que eu quero? Eu estou ansiosa, nervosa e confusa... Eu estou gostando apesar de estar insegura?
-Eu não consigo... Não em pé...
-Não se preocupe, só relaxe. - seu tom de voz é inebriante, ele ajeita melhor seu braço a minha volta, coloca seu corpo de apoio contra o meu.
Eu coloco a testa na parede gelada e suspiro bem fundo.
-Posso continuar? - ele sussurra no meu ouvido novamente, seu hálito quente contra o meu ouvido faz os pelos da minha nuca se enriçarem.
Aceno com a cabeça e ele recomeça bem devagar. Os espasmos ficam mais fortes e logo ele adequa a velocidade exigindo cada vez mais do meu clitóris, ainda com um toque indireto, ainda com pau dentro de mim entrando e saindo bem devagar, até que meu corpo reage tremendo e perdendo completamente o controle. Minhas pernas amolecem e meu tronco parece querer arquear todinho para frente, colocando meu rosto e meu tórax contra a parede. Ele entao consegue um ângulo onde pode enfiar o pau por inteiro dentro de mim enquanto seu dedo ainda estimula meu clitóris me fazendo tremer e me contorcer incontrolavelmente, sentindo uma onda elétrica por cada centímetro do meu corpo. Minha respiração é um grito sufocado a cada espasmo.
Em 10 segundos meu corpo desaba nos braços dele. Completamente indefesa.
Ele desliga o chuveiro e me ergue em seus braços. Eu mal tenho forças para me segurar ao redor do seu pescoço.
Ele me carrega para fora do banheiro com facilidade, como eu disse, eu era muito menor que ele e ele era muito forte. Coloca-me sobre uma toalha na cama.
-Era para ser algum tipo de punição? - eu pergunto sorrindo.
-Talvez uma recompensa pela sua sinceridade sem filtro. - ele responde sorrindo ainda mais graciosamente que eu - Vamos à uma festa hoje a noite. Vista-se com algo bem bonito. Pode escolher o que quiser. Só quero que pareça a altura.
Ele pega uma maçã da bandeja e sai do quarto em seguida, ainda molhado e completamente nu, deixando um rastro molhado pela casa.
Fiquei ali na cama mais algum tempo curtindo o pós gozo mais insano que já tive, ainda sem acreditar que ele conseguiu isso comigo em pé.
Saboreio meu café da manhã e como até a última uva da bandeja, se existe algo que eu nunca tive na vida foi vergonha de comer, aliás sinto que também teria aguentado aquela maçã se ele a tivesse deixado.
Me levanto e vou até o enorme guarda-roupa. "Ele falou para eu me vestir a altura? Só vejo ternos... De onde eu vou tirar..." eu penso até observar uma renda vermelha saindo de uma das portas do guarda-roupa do lado oposto.
Abro a porta repleta de vestidos, lingeries e roupas que pareciam custar mais que a minha casa - não que ela fosse lá grande coisa.
-Mas que porra... - eu falo, mas sou interrompida por uma batida na porta.
-Olá, a senhorita gostaria de ir até a piscina? O patrão me pediu para convidá-la. - reconheci a voz da tal de Milena através da porta.
Olhei para imensidão de roupas e abri uma gaveta cheia de biquínis, um deles com umas partes metálicas que eu não me surpreenderia se fossem de ouro.
-Claro. Eu já vou descer. - digo pegando o biquíni. Era esse mesmo que eu queria usar.
Saí minutos depois com provavelmente o biquíni mais caro do mundo.
Me deparei com o corredor e só reconhecia o caminho para fora da casa.
"Socorro Milena... Como que eu chego na piscina?" penso em voltar pra varanda e mergulhar do parapeito, mas meus devaneios são interrompidos quando eu o vejo virar o corredor ainda nu pela casa.
Nunca o havia admirado nu assim de corpo inteiro, como ele era gostoso, atlético, musculoso... O abdômen tinha gominhos sexys e um lindo V se formava em direção do seu...
Ele está duro de novo? Esse homem não cansa? Haja apetite!
-Fica folgado em você. - ele claramente se refere ao biquíni - Mas acho que todos vão ficar já que não tem peito suficiente para enche-los - pois é obviamente a antiga dona tinha seios bem maiores.
-Se não gosta então talvez eu devesse mergulhar pelada. - digo com uma mal criação proposital na voz.
Ele sorri da minha provocação e me coloco contra a parede com seu corpo.
-Minha putinha desbocada. - ele sussurra de forma intimidadora - É exatamente o que você vai fazer.
Ele começa a tirar o meu biquíni e a jogar no chão. O metal fez barulho quando arremessado. Ele também desfaz o laço na calcinha e a tira.
-Quero você sempre desse jeito dentro da minha casa.
Ele passa a mão pelos meus seios e os lábios correm pelo meu pescoço. Por algum motivo eu queria obedecê-lo, e isso era muito incomum.
Ele pega a minha mão e leva ao seu abdômen.
-Eu quero você naquela piscina, no quarto, no banheiro...
-Pagando você pode me ter até na cozinha na frente dos empregados. - sussurro brincando no mesmo tom que ele.
-Não... - ele sorri maliciosamente - Se fosse para todos verem eu contrataria uma stripper qualquer. Você é só minha. - ele pressiona o pau contra a minha barriga - Estou começando a gostar disso...
Essa possessividade me deixava nervosa. Eu não sou de ninguém, eu só quero meu dinheiro e foda-se. E se for preciso fazer algo que eu não concorde eu vou me negar. Assim como já fiz diversas vezes com clientes... Ninguém me faz fazer nada que eu não queira.
"Ele é só um cliente" eu penso comigo mesma.
O resto da tarde foi leve e descontraída, ele realmente me queria em cada cômodo daquela casa... Não vi os empregados enquanto andava pelada. Será que ele dispensou todos para que eu pudesse ficar a vontade?
No almoço ele preparou algo para nós, parecia se divertir de cueca box e avental na cozinha.
-Para onde vamos à noite? - pergunto, já é no final da tarde, estamos à beira da piscina, são 6 da tarde o sol já está quase se pondo, eu me cubro com uma toalha apesar de estar nua.
-Uma festa idiota de um rico escroto que eu odeio. Mas eu não quero ter que aturar isso sozinho. - ele diz com indiferença. Era fofo ver ele dizendo palavras de baixo calão, era algo raro.
-Eu nunca fiz isso. Espero que não ache que eu vá saber me comportar de forma fina e elegante... Eu nem sei andar de salto já vou te avisando.
Ele ri.
Era indescritível como aquele parecia ser o sorriso mais lindo e sincero do mundo.
Opa. Foco Ketlyn. Ele é só um cliente como outro qualquer.
-Não se preocupe eu não quero uma patricinha milionária e entediante. Você é minha diversão na festa. Quero me divertir.
Subo e me troco. Escolho um vestido preto simples e o único salto que parecia ter uma plataforma porque eu não queria cair. Pensei que ele me olharia desapontado, mas me fitou como quem apreciava uma modelo.
-Fica definitivamente melhor em você. - ele diz quase que para si mesmo.
Eu não tenho certeza se quero saber de quem são essas roupas então nao pergunto nada.
Ele veste um terno preto muito sensual e um relógio extremamente caro.
Entramos no seu carro preto. Não me peça mais descrições eu não entendo de carros. Era preto, caro e tinha 4 rodas, foda-se.
No rosto passei apenas um lápis e um batom que achei jogado nas gavetas.
Não quero levar meu Samsung J2 de tela trincada pra uma festa chique, então acho melhor nem levar bolsa.
-Estou sendo usada nessa festa não é? - pergunto a caminho da festa já dentro do carro.
-Seu trabalho é ser usada. Não achei que fosse se incomodar.
"Caralho! Valeu..." eu me sinto levemente ofendida, não sei porquê, afinal ele estava certo.
-Eu não gosto de fingir ser algo que não sou. Sei que vou ser paga por isso, mas... - de repente algo me veio a cabeça - Espere... O cafetão não me pagou nossa primeira noite. E você o socou... Eu acho que eu nunca mais vou poder voltar para aquele ponto! - digo alarmada.
Ele ri.
Eu mal consigo ficar com raiva de seu descarado riso de deboche.
-Está rindo de que? É meu trabalho! Eu preciso do dinheiro, isso não tem graça! - eu tento parecer irritada.
-E quanto eu te devo, minha putinha. - ele me ofende de forma tão fofa e brincalhona que eu não consigo ficar brava.
-Duzentos. - tento parecer séria o suficiente para ele não perceber que na verdade estava dizendo o dobro do valor. Esperava algum espanto, mas ele continua rindo e acelerando - Não. Quinhentos. - ok agora eu estou definitivamente mentindo e ele sabe, isso é óbvio, mesmo assim continua sorrindo.
Chegamos ao local e ele abre o porta luvas e pega uma caixinha.
-Esse colar custa dez mil. - ele sussurra ao colocar o colar ao redor do meu pescoço.
Era lindo, fino com pedrinhas brilhantes.
-Eu não acredito em você. Eu quero em dinheiro. - digo ainda séria, com os braços cruzados feito uma criança mimada.
-Como quiser. - ele sorri e pega a carteira.
Espera, é sério? Quem teria quinhentos reais em dinheiro na carteira?
Ele abre um bolo de notas de 100.
Puta merda ele é traficante?
Ele começa a passar as notas devagar.
Uma.
Duas.
Três.
...
O bolo devia ter mais de 20 notas de 100.
-Para. - eu pedi - Ok, a gente resolve isso depois. - onde eu ia enfiar quinhentos conto? Eu nem trouxe bolsa.
-Pode enfiar na calcinha se quiser se certificar de que não vou te dar um calote. - ele fala como se lesse minha mente. Talvez ele tenha notado que eu não usava sutiã com meu vestido e por isso sugeriu a calcinha, mas ele claramente não esperava minha resposta.
-Eu não estou de calcinha. - abro a porta do carro um pouco constrangida e saio ouvindo os risos dele.
Que bom que eu o divertia.
Me equilíbro no salto e sigo em direção à multidão.
Logo ele me alcança e pega a minha mão.
É isso vamos de mãos dadas eu sou a nova namorada de...
Puta merda qual o nome dele?
Eu passei a tarde toda com ele e só transei, não perguntei o nome. Caralho, eu sabia o nome da Milena, a empregada dele, e não sabia o NOME DELE.
E agora? Seria estranho demais perguntar?
-Você vai entrar, pegar um champanhe, cumprimentar quem me cumprimentar e só. Não é nada muito difícil.
-E se me perguntarem algo sobre você? Sei lá tipo... Seu nome completo...? - quem sabe ele me diria agora e eu não precisaria do constrangimento de perguntar isso depois.
-Alex! - um velho exclamou. AAAAAHH obrigada velho gordo barbudo! Então o nome dele é Alex. Puta merda como eu fiquei aliviada - Como vai o Druelli Júnior?
Espera! Ele tinha dito que trabalhava na Cars Druelli, mas era presidente de uma das filiais. Não disse que era filho do DONO DA EMPRESA.
-Sergio... Vou bem... Obrigada. Essa aqui é a Thifany. - eu seguro o riso.
Puts ele esqueceu o meu nome...
-Ah e onde está Gabriela? - o homem velho e gordo me olha de cima a baixo claramente notando que eu sou uma prostituta.
A expressão de Alex muda na hora.
-No inferno, da onde aquele demônio não devia ter saído, tio. Com licença. - ele diz ao me arrastar pelo pulso para longe.
Que porra foi essa?
Chegamos onde o bar men estava servindo champanhes, Alex pega um e toma em um único gole como se fosse vodka.
-Thifany? Sério? - tento parecer aborrecida, mas ele está visivelmente mal o suficiente com a situação.
-Você pode dar um nome diferente a cada vez que se apresentar. Foda-se. Ninguém aqui se importa. Mas eu não posso deixar de ser Alexander Ferreira Druelli. - ele diz estressado - Olha Ketlyn, se alguém perguntar da Gabriela de novo eu não vou conseguir ficar aqui, ok? A gente vai embora.
Ele definitivamente guardou meu nome.
Espera. Quem é Gabriela?
Ele pega mais um champanhe no balcão. Ele parece mesmo estar determinado a se embriagar com uma bebida com menos de 10% de álcool?
-Eu vou ao banheiro. - digo deixando ele a sós com seus pensamentos.
Este lugar é tão grande que eu precisaria de um mapa para chegar ao banheiro. Ainda bem que eu não estava apertada eu só queria espairecer. Subo uma escada enorme e bonita que dava para um segundo andar, ainda dava para ver o primeiro andar e as pessoas dançando no salão, e eis que uma das portas era de fato o banheiro. Quando finalmente o encontro uma loira alta e peituda está saindo dele.
-Com licença. - digo educada e automaticamente ao alcançar a maçaneta da porta atrás dela. Nem a olho.
-Ah, eu não acredito! - ela exclama.
"Ué. O que houve? Pisei no seu pé?" pensei.
Me viro e ela está me olhando com ódio nos olhos. Olhos azuis, cabelos longos e loiros e um corpão visivelmente siliconado, usava um vestido vermelho muito lindo e diversos acessórios.
-Oi? - pergunto desnorteada.
-Ele acha que pode me fazer ciúmes com uma favelada de cabelo duro. Quem ele pensa que é.
QUEM ELA PENSA QUE É?
Favelada até vai, mas ninguém xinga meu cabelo, ela faz idéia do trabalho que dá um cabelo cacheado como o meu?
-Como é que é? Cabelo duro? Se seu cabelo fosse tão bonito quanto o meu não precisaria de tanta água oxigenada sua vadia escrota. - ok eu confesso que comecei o argumento tentando me conter, mas em minha defesa ela xingou meu cabelo!
-Como pode ser tão cínica! Se atira no meu noivo assim que a gente se separa. É uma puta qualquer mesmo!
Olha, errada ela não estava, eu de fato era puta.
-Ele só trocou uma puta por outra! - eu não tinha medo de me assumir puta, afinal com certeza não havia nenhum familiar meu nequela platéia. Pensando bem, mesmo se tivesse não faria muita diferença, que se foda.
-É isso que você quer Alexander? - a mulher se debruça no corrimão e grita para o Alex que ainda está no bar no andar de baixo.
-Se é pra ficar com alguém que só está comigo por dinheiro é melhor uma jovem e bonita que me faça gozar, Gabriela.
Bem... Então essa é a tal Gabriela, eu sei que você, caro leitor, já havia percebido, mas eu sou lerda.
-Como se atreve. - ela grita, depois vira-se para mim e me olha com nojo - E ainda por cima com as minhas roupas!
"AH CARALHO ALEX TU NÃO FEZ ISSO SEU FIHO DA PUTA!" penso.
Eu olho para o Alex com ódio e ele está no bar indiferente.
Todos no salão estão olhando para nós agora.
Eu vou tirar esse olhar apático da cara do Alex AGORA.
Desastre.
O que define as cenas a seguir é isso.
DESASTRE.
-Não faço questão das suas roupas. - comecei a tirar o vestido e vi a expressão de Alex mudar para pânico na hora. Sinceramente, me divertia essa expressão em seu rosto. Recordei-me de quando ele disse que não queria uma stripper, que me queria só para ele. Pois é Alex... Que ironia não é mesmo? - Nem das suas joias ou seus sapatos. - eu ia dizendo e jogando tudo no chão. - Meu cabelo é natural, meus peitos são naturais e eu não vou tentar ser algo que não sou para impressionar ninguém! Eu não vou ser humilhada por uma vagabunda que até a sobrancelha é falsa!
Vou a passos largos para a escada. Estou completamente nua e descalça. Sio para fora do salão e todos abrem caminho me olhando e cochichando.
Paro na grama de um jardim lindo do lado de fora. A noite está bem escura, já devia ser umas dez da noite, mas o jardim tem sua própria iluminação. Puta merda que salão chique, porque tudo tem que ser tão enorme e bonito...
Alex chega por trás de mim e coloca seu blazer em meus ombros.
-Mas que porra foi essa? - ele diz e agora pela primeira vez noto raiva em sua voz, o que explica o palavrão na boca do sr certinho.
-Eu que pergunto. Como você me dá as roupas da sua ex pra uma festa em que ela vai estar? Não dá para provocar ciúmes assim seu retardado! Teria que me dar coisas que você não deu pra ela. Assim ela talvez não suspeitasse que eu fosse uma prostituta!
Ele recua.
-Bem... O colar realmente não era dela. - ele disse cabisbaixo - Quero dizer... Era pra ela, mas eu não dei...
Afs... Que burro.
-Foda-se eu vou pra casa. - começo a andar sem rumo enrolada no seu blazer.
Será que a carteira está aqui dentro? Tateio os bolsos. Tem algo no bolso, talvez um celular. Ótimo vou pedir um Uber.
A porra do celular tem senha, claro...
Ah como eu queria meu J2 de tela trincada nesse momento.
-Espera eu não vou te deixar ir assim. Vou pedir um motorista para você. - ele pega o celular da minha mão.
Putz mano, parecia um Iphone caro eu queria ficar com ele.
Ele fala rapidamente com alguém no telefone. Passa a mão pelos cabelos fica inquieto. Mexe mais um pouco no celular depois me entrega, passa novamente as duas mãos pelos cabelos e pelo rosto como se estivesse muito confuso.
-Vá no estacionamento e espere o meu carro. Um motorista vai te levar para minha casa para você pegar suas coisas. Tem dinheiro para você na sua mochila. De lá peça para o motorista te levar para casa se quiser. - ele fala visivelmente triste e estressado - Eu preciso me desculpar com meus familiares antes de sair.
EITA PORRA.
Era uma festa de família?
Mas ele havia dito que era festa de um rico escroto que ele não gostava.
-Desculpa. - abaixo a cabeça.
Me surpreendo com ele me abraçando e beijando minha testa.
-Estava incrivelmente sexy enquanto xingava minha ex. Obrigado. - posso ouvir o riso em sua voz enquanto ele se despede e entra novamente.
Sigo para o estacionamento.
O celular dele ficou comigo? Caralho agora eu tenho um Iphone! Deve custar uns 5 mil essa porra. Desbloqueio o celular, ele estava limpo, sem senha, sem dados como se tivesse sido recém formatado.
"Pois é Gabriela... Foi por isso que o biquíni não me serviu... Deve ter dois litros em cada teta..." eu penso comigo mesma enquanto vasculho meu novo celular e espero o carro no estacionamento.
Um carro preto para na minha frente, eu entro no banco de trás e o motorista acelera.
Eu só percebi que estávamos indo na direção errada quando já estava bem longe de tudo e não reconhecia mais nada.
Meu corpo gela.
Com certeza não foi por esse caminho que viemos.
Olho o motorista, ele apenas dirige e não fala nada.
PUTA MERDA!
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