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quatro

Selina

Carros.

Pelo que estudei em Tronian desde que era pequena, sabia que essas figuras enormes e barulhentas se chamavam carros. Fico um tempo parada no meio da calçada observando o ir e vir de vários deles. Alguns com duas rodas, outros sem motor. O céu daqui é tão lindo e azul, com algumas nuvens brancas, as mesmas de Tronian se movendo pelo vento. Uma pessoa apressada esbarra em mim e deixo de admirar a visão à minha frente.

Declan me passou as instruções de como chegar no meu alojamento. Depois que passei por um portal, e caí aqui, me senti estranhamente leve sem minhas asas. Elas eram praticamente tudo o que eu tinha. E sem elas eu me sentia vazia. Mas estar naquela dimensão, igual aos mundanos me trazia algumas vantagens de conhecer de perto tudo o que me foi contado. Ando em direção ao lugar que eu vou ficar, um prédio abandonado ao lado de um beco. Não tinha um lugar melhor, Declan? Raios!

Paro em frente o mesmo, e olho para a estrutura. Tijolos vermelhos compõem todo o revestimento do prédio. Janelas embaçadas, e pequenas. Uma escadaria curta estendia em frente à porta de madeira aparentemente frágil. Com um suspiro, entro no local, e subo mais umas escadas até chegar no primeiro andar, onde tem uma cama, apenas uma estante, e um abajur. Uma geladeira no canto e uma prateleira com alimentos. Ao lado da cama vejo uma porta. Empurro um pouco para ver o que tem dentro, e vejo um banheiro simples. Não há nada, comparado à Tronian, onde eu tinha tudo. Isso é pior que qualquer punição realmente.

Em cima da estante, vejo o arco e as flechas. Passo os dedos pela aste de madeira, e encaro as flechas. Todas já com a magia. Hoje a noite seria meu primeiro dia de missão e não sei como me sairia, mas sei que não poderei ser vista no processo. Isso era tão louco. Vou em direção da cama e me jogo nela, sentindo a estranha sensação das minhas costas contra os lençois macios. O conforto me invade, e adormeço.

Sons do que parecem zumbidos altos, me acordam horas depois. Esfrego os olhos, e levanto o corpo, ficando sentada na cama. Vejo através das janelas que já está escuro. Dormi até demais. Me levanto, e pego o casaco preto em cima da cômoda e o visto, pondo o capuz. Seguro o arco e coloco as flechas nas costas pela alça. Respiro fundo, e desço as escadas, indo para a calçada. Não sei que horas mundanas são agora, mas Declan me informou que seria mais ou menos a partir das dez da noite na terra. Vou andando na calçada até passar por um prédio, e olhar para cima, onde vejo um casal brigando. A mulher está gritando ao mesmo tempo que o cara também. Vejo quando o homem passa pela mulher, e sai da casa. Assim que ele passa pela porta, vejo que ela desaba em lágrimas.

É agora.

Quando ele passa pelo portão do prédio, me escondo atrás da parede do beco, e por não ter muitas pessoas essa hora da noite, ninguém me vê ali. Tiro a flecha das costas, e a posiciono no arco e miro no homem à minha frente vindo na direção onde eu estou, e seu rosto sério, fitando o chão.

Sem lágrimas.

Puxo mais a flecha de encontro ao meu rosto, e sinto a leve pressão do limite do arco. Miro no lado esquerdo de seu peito, e solto, vendo a flecha atingir seu coração, e dissipar pelo ar como fagulhas douradas.

Consegui.

O homem para no meio da rua, levando a mão esquerda ao peito, e seu rosto se iluminar. Ele se vira para o prédio que acabara de sair, e olha para cima, vendo a mulher na janela com as mãos no rosto e tremendo. Ele não pensa duas vezes antes de correr em sua direção. Ele abre o portão rapidamente, e sobe as escadas. Alguns segundos depois, olho para a janela e ele a abraça com força, e beijando seu rosto por inteiro. Assim que os dois sorriem e dizem algumas coisas, sinto o dever cumprido.

Saio do beco, com a cabeça abaixada, e vou em direção ao meu próximo alvo.

Andando pela calçada, avisto um homem sentado em um banco de madeira perdido em pensamentos, e com uma rosa na mão. Ele tem o cenho levemente franzido, e sinto, que seu coração não está inteiro. Me posiciono atrás do que parece ser um poste, e miro em seu coração, o atingindo no peito. Ele leva a mão ao lado esquerdo como o cara anterior, e o brilho voltar para os seus olhos. Ele levanta rapidamente, e segue pela calçada. O sigo, e vejo ele correndo em direção à uma garota de costas andando devagar. Ele a alcança, e entrega a rosa para ela. A mulher segura a rosa, e abre um sorriso tímido para ele. Rapidamente ela levanta o rosto e dá um beijo no rosto do homem, e agradece. Ele oferece a mão a ela e os dois caminham para a direção que ela estava indo.

Mais um.

Andando pela calçada, vejo as escadas de uma estação de metrô, pelo que li na placa. Resolvo descer. Quando chego no último degrau, vejo a estação vazia. Olho para os dois lados, e sigo para uma direção. Passo pelo que parece um túnel, e vejo duas pessoas. Um homem e uma mulher andando em direções opostas um do lado do outro. Os dois com corações partidos por algum motivo.

Não penso duas vezes antes de pegar uma flecha, posicionar no arco, e mirar no peito do homem. Ele para de repente e olha para a mulher que passa do seu lado, e a chama. A mulher se vira para ele, e o mesmo abre um sorriso, começando a falar sobre algum assunto que não ouço. A mulher abre um sorriso em sua direção, e com mais alguns minutos de conversa, eles trocam algum número, e seguem em direções opostas.

Feito.

Saio do túnel, e subo as escadas, indo novamente para a rua. Coloco o arco nas costas, e ponho as mãos nos bolsos do casaco. O ar frio me atinge, e suspiro. Sigo por alguns becos e ruas, até avistar duas mulheres de braços dados. Sinto pelo meu instinto que uma delas sente algo pela outra.

Pego o arco. A flecha. Miro.

Vejo as fagulhas douradas se fragmentando quando a mulher atingida para e olha para a do lado. Ela segura o rosto da outra mulher, e a beija.

Sorrio.

Mais uma.

Sinto que já andei o bastante por hoje, e que está na hora de voltar para o alojamento. Entro em becos que memorizei ter passado, e calçadas que gravei. Avisto o último beco antes do prédio, e vejo um homem cambalear para fora do que aprendi ser um estabelecimento. O homem tem cabelos curtos e castanho, veste uma blusa branca e calças jeans simples. Nada demais. O que estaria fazendo em um lugar desse e em horas mundanas como agora?

Fico atrás da parede do beco, e fecho os olhos, tentando captar seu coração. Vejo tormenta, pedaços partidos, mas vejo amor ainda. Vejo palavras, mas não sei decifrar o que seria. Seu coração foi traído. Me escondo mais na parede enquanto ele tropeça nos próprios pés tentando andar. Pego o arco e a flecha, e miro em seu peito. Fecho um dos olhos para ter mais precisão, e no momento que solto a flecha, algo brilhante escorre de seu olho esquerdo.

Merda. Mil vezes merda. Que não seja uma lágrima.

Mas já era tarde demais.

Ele leva a mão ao coração, e olha para a frente. Uma nuvem espessa me impede de ver seu rosto com clareza, mas sinto que ele me viu pois a luz do poste está estrategicamente em cima de mim. Dou um passo para trás e começo a correr. Olho para trás, e vejo que o humano dá mais alguns passos para a frente e cai em umas latas de lixo.

Um instinto me domina, algo que não sei explicar no momento, e corro em sua direção. Quando me abaixo na sua frente e seguro seu rosto em minhas mãos, a realidade me invade. Não consigo sentir sua pele. Por um segundo esqueci de tudo, de que era um anjo punido, e que esse mundano não poderia me ver. Porém a sensação estranha volta e me vejo levantando seu corpo, e o levando para o alojamento.

Subo as escadas, com ele, e subo para o primeiro andar. Coloco seu corpo grande na cama, e ele se contorce um pouco. Vou até o banheiro e pego uma toalha, molhando a ponta com água gelada da torneira. Vou até onde ele está, e coloco delicadamente o pano em seu ferimento. Ele abre os olhos e me encara por um momento, antes de fechá-los e adormecer.

O grande problema era que quando ele acordasse, eu não saberia o que fazer.


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