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Prólogo

Selene sempre fora invisível. A rapariga com um rosto comum que toda a gente conhecia de algum lugar mas que nunca sabiam exatamente de onde. Sabia desde cedo que não tinha nenhuma particularidade, nenhum talento, não era gorda nem magra, não era alta nem baixa, bonita nem feia, não arranjava confusão nem era popular. Não era da claque nem da equipa de futebol de Seabrook High. Também não era uma zombie. A partir do momento em que os lobisomens chegaram a Seabrook, adicionou "lobisomem" à lista de coisas que não era.

Recordava-se vivamente da primeira em que sentira na pele o que significava ser invisível. Tinha cinco anos e toda a sua turma do jardim de infância fora convidada para a festa de aniversário de Addison Wells. Gostaria de pensar que fora convidada propositadamente mas lembrava-se de Addison distribuir efusivamente os convites por todos, não fazendo distinção de quem era quem. Os pais de Selene ficaram imensamente entusiasmados e os três tinham ido até à casa dos Wells, o seu irmão mais novo tendo ficado com os avós. Com um presente embrulhado na mão e o seu sorriso mais educado a bailar-lhe no rosto, Selene fora à festa, sentindo algum entusiasmo por ser a sua primeira.

            A festa estava animada, cheia de crianças a correr e a saltar no jardim, os adultos em pé junto ao grelhador a conversarem entre si. Os pais de Selene tinham-lhe dado um beijo e empurrado ligeiramente para junto das outras crianças, incentivando-a a ir ter com Addison para lhe entregar o presente, deixando-a sozinha para não a pressionar. Selene ainda os encarara com um olhar piedoso, envergonhada demais para fazer aquilo sozinha, mas os pais não repararam. Com um suspiro longo, recordava-se de se aproximar timidamente de Addison e tocar-lhe no ombro, chamando-a à atenção.

- Olá. - saudara a pequena Selene, pigarreando ao sentir as bochechas rosadas de vergonha - Parabéns.

          Sem a olhar diretamente nos olhos, estendera o presente embrulhado na sua direção, esperando que a loira o pegasse. Ela não o fez. A Wells franzira o sobrolho, os olhos azuis analisando o rosto de Selene atentamente, esboçando um sorriso gentil e apologético ao dizer:

- Olá! Estou muito contente que estejas na minha festa mas... - Addison inclinou ligeiramente a cabeça, fazendo uma careta - Eu conheço-te?

            Selene sabia que Addison não o fizera com maldade. Quem já estivera cinco minutos com a Wells mais nova sabia que ela não tinha um pingo de maldade no corpo, então a Branwell não levou a mal que a sua colega de turma não a reconhecesse. No entanto, aquilo ficaria para sempre marcado no seu coração jovem e inocente, tornando ainda mais claro o seu papel no mundo.

Ser invisível.

- Addy! Está na hora de cantar os parabéns. - Astra Wells surgiu abruptamente ao lado da irmã mais nova, os olhos violeta fitando Selene com curiosidade- Olá! Sou a Astra. - estendeu-lhe a mão, a qual a morena apertou com alguma hesitação - És amiga da Addison?

- Chamo-me Selene. - olhou timidamente para Addison, cujas bochechas tinham ficado vermelhas - Sou colega de turma da Addison.

- Prima, anda! - o primo de Addison aproximara-se das três, sequer olhando para Selene - Vamos comer bolo!

- Não vês que estamos ocupadas, Bucky? - ripostou Astra, olhando com irritação para o primo - Mal-educado.

- Não podes chamar-me nomes! - exclamou Bucky, cruzando os braços e fazendo beicinho - Peste.

- Tu acabaste de me chamar!

- Porque tu me chamaste! - os olhos verdes de Bucky finalmente notaram a presença de Selene, fazendo uma careta - Quem és tu?

- Chamo-me Se...

- Não quero saber. - o rapaz virou-se para Addison, puxando-a pelo braço - Anda, prima! Está tudo à tua espera!

- Bucky, não se trata assim as outras pessoas! - protestou Astra, pondo-se à frente do menino - Pede desculpa!

- Nem morto.

- Posso tratar disso se quiseres.

- Mãe! Tia! - Bucky choramingou, batendo o pé no chão para atrair a atenção dos adultos para si - A Astra está a ameaçar-me! De novo!

- Não estou nada! Mãe, ele...

- Astra Wells, o que fizeste desta vez?

Selene deixou-se ficar quieta. A confusão instalara-se e a menina observou a expressão de Astra endurecer, escondendo a tristeza que sentia por ninguém a ouvir. Os adultos tinham rodeado Bucky e sequer ouviam a loira justificar-se... como sempre. A menina dos olhos violeta era diferente, não só pelos olhos mas pela atitude rebelde e destravada que não encaixava na perfeição de Seabrook. Addison tentava chamar os pais à razão para não ralharem com a irmã mais velha mas era em vão. Astra Wells era um problema e não havia nada que convencesse as pessoas do contrário.

Com a confusão, tinham-se esquecido de Selene. A morena sentara-se no banco mais próxima, o presente de Addison na mão, esperando pacientemente que a aniversariante voltasse para junto dela para o receber. Não aconteceu. As horas passaram, o aniversário prosseguiu, os "parabéns" foram cantados, os presentes abertos... e Selene preambulava por ali, tentando alcançar Addison ou Astra ou até mesmo Bucky, apenas para entregar o presente, como ficara de fazer... Mas eles passavam por ela e não a viam, não a ouviam, talvez por falar baixinho, talvez por ser demasiado tímida para abordá-los com firmeza, talvez apenas porque... Porque ela era ela.

Acabara por desistir e sentar-se novamente no banquinho, sozinha. Tentara receber uma fatia de bolo mas quando chegara à sua vez já tinha acabado. Tentara ir saltar no trampolim mas estava demasiado cheio e ninguém saíra para ela poder saltar também.

Ficara sozinha o resto da tarde. O presente de Addison era um livro e Selene acabara por decidir rasgar o embrulho e começar a lê-lo, admirando os desenhos e tentando formular as palavras, embora ainda não soubesse ler.

Os pais vieram buscá-la um tempo depois, alheios ao que se passara. Sequer notaram que o livro que ela tinha na mão era o que eles tinham comprado para oferecer a Addison Wells. Apenas sorriram para ela, assumiram que ela estava mais calada que o normal por estar cansada de tanto se divertir e deixaram-na estar sossegada.

Essa fora a primeira vez que Selene percebera que era tão comum que passava despercebida. A partir daí, apenas aceitara isso e vivia no seu próprio mundo, com os seus livros, os pais, o irmão mais novo que a adorava e um cão amoroso chamado Dobby.

O que mais precisava?

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