45 - Me escolha, Eloá (+18)
— Mamãe, só não acho apropriado que eu, Lucca, Marcos, Mário e Jonas subamos até o palco e dancemos de sunga ao lado dos gogo boys. Não estou te desrespeitando, é apenas a minha opinião! — Meu pai rebate e dá um trago no charuto, enquanto minha avó o encara emburrada.
— Vocês são muito sem graça. — Minha avó rebate de braços cruzados. — E apenas fale por você, se os outros quiserem dançar com os gogo boys, que dancem.
— E o que a senhora ganha com isso? Mãe, tem outras pessoas aqui. Poucas, mas têm! Por Deus, nós somos empresários, temos que manter a classe. — Meu pai enfatiza e tia Maria dá uma risada.
Coitada, estava tentando segurar a gargalhada desde o início do debate. A esposa dela também não se contém e a acompanha.
— Memórias, meu filho. Filmagens para vermos no Natal. Poxa vida, sou uma senhorinha de 71 anos, viúva e sem três dedos em um dos pés. Nunca se sabe o dia de amanhã. E se eu morrer? Vai me deixar partir sem realizar esse último pedido? — Vó Conceição chantageia meu pai, fazendo com que minha mãe se juntasse à Tia Maria e se acabasse de rir. Lúcia e Beatriz também gargalhavam, já com lágrimas escorrendo em seus rostos.
— Acho esses argumentos muito plausíveis. — Me posiciono sorridente. — E também é meu aniversário, então vocês devem me ouvir e eu concordo totalmente com a minha avó. Todos os homens aqui devem dançar Y.M.C.A. de sunguinha. — Jonas cutuca meu braço mais forte do que deveria com o cotovelo e me repreende com o olhar. — Ei, não faça isso. — Cochicho com o objetivo de que ninguém ouça, mas percebo que a atitude de meu namorado chamou a atenção de Lucca, que logo ficou emburrado.
Jonas tem demonstrado alguns comportamentos estranhos desde que começamos a dividir o mesmo apartamento, principalmente quando não faço suas vontades.
E, para ser sincera, ainda não consegui compreender a real motivação por trás disso, afinal, não exijo nada. Arco com tudo: contas, comida e roupas. Comprei várias coisas novas para ele, afinal, o mesmo não conseguiu trazer tudo do apartamento que pertence à mãe e jurou não retornar até lá.
Acredito que seja o estresse excessivo provocado pela situação. Ninguém nunca está preparado para descobrir que foi "jurado" para outra pessoa por dinheiro. Isso é tão retrógrado que não consigo colocar em palavras. Só fico extremamente triste com o fato de ele estar descontando tudo em mim, justamente aquela que está fazendo de tudo para jogá-lo para cima.
Mas vai passar, sei que vai. Jonas é e sempre foi um homem muito gentil. Tenho plena consciência de que é apenas uma má fase.
— Pois eu acho que deveríamos sim. Se as aniversariantes desejam isso, não tem porquê agir diferente. — Lucca interrompe meus pensamentos enquanto encara Jonas, que desvia o olhar demonstrando certo constrangimento.
— Se minha avó quer, eu vou. — Mário se pronuncia e surpreende a todos, principalmente ao meu pai. Em seguida, tio Marcos deu de ombros e topou também, deixando tia Carlota louca e vó Conceição em êxtase.
— Nossa, vocês realmente são todos caras de pau. — Meu pai fala. — Não têm vergonha das pessoas assistindo? — Questiona?
— Das amigas da minha avó? — Mário aponta e duas senhorinhas que estavam enroladas em casacos de tricô florido ao lado de dona Conceição acenam risonhas. — Porque só tem idosas aqui. Não sei se o senhor percebeu, ou se foi informado, mas o clube foi parcialmente fechado, pelo menos durante algumas horas, apenas para as amiguinhas dela. Eloá concordou, pois sabe que o sonho da vó é ver um show de gogo boys.
Dou um sorrisinho e acaricio a região do meu braço na qual Jonas deu a cotovelada, pois está doendo, e concordo. Lucca percebe meu toque sutil na área e fica altamente incomodado. Ele sempre foi uma pessoa muito preocupada comigo, então não me surpreendo com sua inquietação.
— Não existem motivos para que a dança não seja feita. Vovó vai ficar feliz e a mulherada vai simplesmente surtar. — Viro para Jonas e dou um sorrisinho de leve. — Não precisa ir, amor.
— Mas ele não tem que ir mesmo não. — Minha avó me corta encarando meu namorado. — Não me leve a mal, Jonas, mas é um momento em família. Por mais que esteja com Eloá, ainda não faz parte de forma oficial, se é que me entende. — Arregalo os olhos em reprovação e Jonas sorri amargamente.
— Vó, pelo amor de Deus, que grosseria desnecessária! — Repreendo e Jonas coloca o braço ao redor dos meus ombros.
— Fique tranquila, amor. Fico até feliz, até porque teria muita vergonha de subir ao palco de sunguinha. Deixo isso para os "Oliveiras". — Afirma e dá um selinho nos meus lábios. — Vou pegar um drink.
— Bom, agora que tudo foi resolvido, vocês podem ir até a sala de troca, para que possam vestir as sunguinhas. O Antony, dono do clube, já está sabendo de tudo. Está esperando vocês na portinha lateral. — Tia Maria aponta e meu pai arqueia uma das sobrancelhas.
— Você é uma sacana, Maria. Deveria vir junto, afinal, também é irmã! — Meu pai responde e uma nova discussão começa.
Enquanto eles debatiam, Lucca se aproximou, segurou a minha mão e me conduziu até a porta lateral, por onde todos entrariam para trocar de roupa. Como o ambiente estava escurecido e todos estavam envolvidos na discussão acalorada, ninguém percebeu nossa discreta saída.
Acompanhei-o silenciosamente, evitando chamar atenção. Entramos no corredor e, em seguida, adentramos uma sala distinta daquela onde os demais se preparariam. Aparentemente, Lucca queria privacidade para conversar comigo. Respirei fundo e cruzei os braços assim que ele soltou minha mão.
— Mostra, Eloá — ele exigiu, mas mantive os braços cruzados, em silêncio. — Eu vi exatamente o que Jonas fez. Também notei sua reação. Por favor, deixe-me ver o seu braço.
Senti um leve aperto no coração e ergui o braço, revelando a marca vermelha provocada pela cotovelada de Jonas. Além disso, uma pequena mancha roxa também estava ali, devido a um beliscão anterior.
— Eu vou matá-lo — Lucca rosnou e caminhou em direção à porta, mas segurei seu braço, fazendo-o parar e me encarar. — O que foi? Vai defendê-lo? Não vai me dizer que acha esse tipo de coisa normal? Sabe que isso se enquadra em violência doméstica, né?
— Ele apenas exagerou na força, sem querer. Não é como se fosse um comportamento recorrente — soltei seu braço. Ele sorriu com escárnio.
— Entendo que tenha escolhido voltar com Jonas, Eloá. Não consegui conversar com você desde então porque a sensação era de que tinham arrancado e pisoteado no meu coração. Senti-me usado e descartado — ele respirou fundo, e percebi lágrimas em seus olhos. — Só que não vou admitir que ninguém te machuque. Nunca. Por mais que te odeie agora, estarei sempre a teu lado.
Senti borboletas venenosas percorrendo meu estômago. Cada célula do meu corpo queria abraçá-lo agora, pois Lucca sempre foi o meu maior refúgio. Talvez ter dado uma última chance ao Jonas tenha sido um grande equívoco, mas me vi em um beco sem saída, afinal, ele brigou com a maldita Célia por minha causa. Além disso, ainda havia sentimentos. Estavam esfriando gradativamente, mas existiam.
Ficamos em silêncio durante alguns longos segundos, apenas nos encarando, até que não me contive e falei.
— Você sempre me deixa partir fácil demais. Sabe por que estou falando isso? Simplesmente porque você nem quis entender meus motivos para ter aceitado dar uma nova chance a ele — falei, irritada.
Teria sido ótimo ouvi-lo dizer "não precisa ter medo, vamos construir algo legal juntos", mas Lucca não quis me ouvir.
— E há oito anos, quando decidiu se afastar, você quis entender os meus? — Lucca questionou, e eu engoli em seco, pois ele estava totalmente certo. — Ninguém nunca me compreende, mas sempre tenho que ser compreensivo. É foda pra caralho isso, eu também tenho sentimentos e eles são válidos — desabafou, e eu senti meu estômago embrulhar.
— Eu estava esperando por você naquele dia. Sei que o objetivo era passear no shopping, mas queria te surpreender, então coloquei uma lingerie sexy. A campainha tocou e eu fui atender animada, mas era Jonas — expliquei sucintamente enquanto Lucca caminhava até o canto da sala e recostava o corpo à parede —. Eu estava decidida a terminar tudo, mas ele disse que brigou com a mãe e levou algumas roupas......
Lucca bufou e olhou para cima.
— Você não teria dado uma nova chance se não gostasse dele, Eloá — rebateu imediatamente.
— Independente disso, eu não tive escolha! — respondi, andando em sua direção e parando a poucos centímetros de distância dele.
— Teve sim, a fácil e a difícil — seus olhos brilhavam de tristeza —. E é claro que você optou pela mais conveniente.
— Eu simplesmente tive medo de te escolher e sair mais ferida do que da primeira vez — admiti, com lágrimas nos olhos —. Era isso que você queria ouvir? Pronto, está aí o fator que me fez decidir naquele dia.
Ele permaneceu em silêncio durante longos segundos, que mais pareciam séculos.
— Até quando você vai usar isso como desculpa? — ironizou, e eu sorri de desgosto.
— Enquanto tiver cicatrizes emocionais recentes, isso será um motivo pertinente que me fará pensar inúmeras vezes antes de tomar qualquer atitude — respondi, de nariz erguido, encarando-o nos olhos. Meu tom de voz era firme.
— Antes de mais nada: você precisa entender que eu mudei — declarou —. Partimos daí. E, nossa, tudo era muito mais fácil quando eu te odiava. Mas acho que Lúcia tem razão. Porque isso tudo é muito complicado e se fosse qualquer outra pessoa eu já teria fugido, mas como é você, Eloá, eu estou aqui, e pretendo continuar até o fim — afirmou, e eu fiquei confusa.
— O que Lúcia disse, Lucca? — questionei, completamente confusa.
— Que eu te amo — declarou, continuando a me fitar profundamente. Sem pensar duas vezes, segurei seu rosto e, delicadamente, uni nossos lábios de forma apaixonada. Lucca fechou os olhos e levou uma das mãos até minha nuca, correspondendo à iniciativa.
A língua dele invadiu minha boca e se entrelaçou à minha. Quando menos esperava, Lucca me pegou no colo e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura. Ele encostou meu corpo à parede que estava anteriormente e se afastou do beijo por alguns segundos.
— Me escolha, Eloá. Fique comigo. Eu estou aqui e vou lutar por você — Lucca distribuiu alguns beijos pelo meu pescoço, deixando-me cada vez mais excitada —. Sei que não pode mandá-lo embora repentinamente... dê o prazo de uma semana, duas no máximo. Você merece muito mais do que um cara que te machuca.
— Eu... — falei ofegante, já tomada pelo desejo. — Vou fazer isso... Esse é meu sonho desde os 14... Ser sua, total e completamente sua. — Lucca levantou meu vestido de forma nada sutil e esfregou o pau duro contra minha calcinha, já molhada pela excitação.
Ele retira a carteira de dentro do bolso com a mesma mão que levantou meu vestido e, com a ajuda dos dentes, extrai a camisinha que estava ali guardada. De maneira apressada, abre o botão da calça e o zíper, expondo seu membro ereto.
Após revesti-lo com a camisinha, Lucca desloca minha calcinha de lado e penetra lentamente, acelerando aos poucos. Agora, ele coloca a mão na minha boca para abafar meus gemidos. Precisamos ser rápidos, afinal, já gastamos tempo demais aqui nesta discussão.
— Duvido que ele te satisfaça assim... — sussurra enquanto se movimenta inteiramente dentro de mim, atingindo um ponto sensível que nem imaginava existir. — Duvido mais ainda que te leve ao ápice dessa forma...
Ele prossegue com os movimentos, proporcionando-me sensações novas. Enquanto isso, Lucca não desvia os olhos dos meus por um segundo sequer.
Após mais algumas investidas, sinto ondas de prazer percorrendo meu corpo. Aperto as pernas com mais força contra a cintura de Lucca, que compreende perfeitamente a chegada do meu clímax. Com isso, ele também se permite alcançar o orgasmo.
Ofegante, antes de descer do seu colo, confesso em seu ouvido.
— Ninguém, Lucca. Ninguém nunca me proporcionou um clímax assim. — Sussurro, e ele sorri.
Desço e começo a me recompor. Ele faz o mesmo. Antes de sairmos separadamente, ele me encara.
— Pode ser plenamente satisfeita assim pelo resto da sua vida, priminha. Pense nisso. — Descarta a camisinha. — Eu saio primeiro para encontrar o pessoal. Espere alguns minutos e volte ao clube. Peça ajuda para Lúcia em relação ao seu álibi.
Concordo e dou um breve beijo em seus lábios. Em seguida, ele sai.
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