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Capítulo 36 - Separação.


Eu estava na lanchonete do shopping junto com meu padrinho. Estávamos comendo hambúrguer e batata fritas que Johnny amava. Viemos aqui para comprar uma blusa e uma calça para meu padrinho, ele comprou pois queria estar usando roupa limpa, ainda me pergunto como ele teve a coragem de vir até aqui só com roupas do corpo. O ruim era que no mesmo local que a gente, estava a Carla e a Juliana, quando chegamos aqui elas já estavam desfrutando dos lanches da lanchonete, eu ignorava a cada risada e olhada que elas davam para mim e na real, eu não estava acreditando que isso estava acontecendo, como a Carla pode se sugerir a fazer uma coisa dessas comigo ? Só por causa de ciúmes, puts grila é muita mancada mesmo.

- Porque não tira ela de lá e vão conversa ? - perguntou Johnny enquanto eu olhava para a Carla que estava rindo de alguma coisa que a vadia disse.

- Não vou conversar com ela, ela quis assim não foi ? O problema é dela e não meu - dei uma mordida em meu hambúrguer.

- Essas brigas não vão levar vocês a nada. Nenhuma das duas estão ganhando com isso, só está fazendo vocês se afastarem, é isso que você quer ?.

- Eu só queria estar de boa com ela mas ela quis isso padrinho então deixa.

- Se quiser eu posso falar com ela e....

- Não - o cortei - Não quero que fale com ela, deixa pra lá.

- Princesa - olhei pra ele com cara de tédio - Não fique assim, logo tudo voltara ao normal.

- Tanto faz... Não preciso dela mesmo - tomei meu refrigerante e olhando para as mesas das duas eu vi a Juliana olhando para um certo canto, segui seu olhar e vi que ela estava olhando para a Pietra, a garota da seita - Hum...

- O que foi ?.

- Nada não - dei outra mordida em meu hambúrguer enquanto observava as duas.

Juliana falou alguma coisa para Carla e se levantou caminhando em direção a Pietra que a mesma começou a se afastar , elas iriam se encontrar em algum lugar, eu deveria segui-las para descobrir se elas são amantes ? Quando eu ia me levantar o meu padrinho me impediu segurando meu braço, eu olhei para ele e ele balançou a cabeça de leve em direção a Carla me falando " Fala com ela " , eu revirei meus olhos e sentei em meu lugar, não iria até ela não.

- Mais você e teimosa não é ? - sorri e bebi meu refrigerante - Vai falar com a menina.

- Não vou e para de insistir nisso - ele fez bico e levou algumas batatas fritas para sua boca - Você parece uma criança sabia ?.

- Eu pareço uma criança ? - ele riu bem alto e todos olharam para gente.

- Tá chamando a atenção - olhei pros lado e ele continuava a rir - Para com isso padrinho .

- Não sabia que tinha vergonha de mim - ele mordeu o hambúrguer dele e fez um olhar triste - Que decepção.

- Para com isso - ri e ele também riu - Você me diverte.

- Você também me diverte, me faz esquecer um pouco dos meus problemas do trabalho - ele colocou a mão dele sobre a minha - Espero que algum dia venha morar comigo, todo dia será um dia diferente.

- Quando eu enjoar daqui, eu prometo que o primeiro lugar que eu irei vai ser a sua casa e de lá não sairei mais.

- Isso é um sonho pra mim - ele fez um carinho em meu rosto - Agradeço o seu pai por ter lhe trazido nesse mundo e por ter confiado você a mim, farei o que tiver no meu alcance para que você seja feliz.

- Eu sei padrinho - Fechei meus olhos ao estar recebendo o carinho dele - Eu te amo.

- Também te amo - sorriu e continuou a comer o hambúrguer dele, eu olhei para a Carla que estava olhando para gente - Sabe, se você me ama mesmo me demostra.

- Demostrar como ?.

- Deixe o seu orgulho de lado e vá falar com sua namorada, faz isso por mim vai ? Eu não quero ir embora desse país sabendo que minha afilhada  esta brigada com a pessoa que ela ama.

- Você é muito chato sabia ? - ele deu de ombros e riu - Já volto. - me levantei e andei em direção a mesa da Carla.

Eu estava com cara de poucos amigos e ela estava com cara de paisagem, sentada junto com ela eu olhei para meu padrinho que gesticulou para eu falar com a Carla, olhei para ela que estava me olhando e esperando alguma ação minha, era ela que tinha que começar um diálogo, essa palhaçada toda começou com ela.

- Então.... Você  e a Juliana estão de "cazinho" né ? Bem legal isso.

- Não estamos de "cazinho", ela me convidou pra eu sair e aceitei, uma coisa que você nunca faz pra mim.

- Então eu nunca te levei pra sair ? Sério isso ? Legal, é bom saber disso - cocei minha nuca - Não faz sentido isso.

- A mesma coisa que não faz sentido você  convidar o cara que te ama pra tomar café na nossa casa.

- O Vicent ele se sente sozinho, só queria que ele se sentisse bem , eu já expliquei isso para você.

- Continua sem sentido, não tem o porque de se importar com ele, é só um homem idiota igual aos outros , nada de especial.

- Ele é diferente dos outros, ele é especial Carla.

- Pra mim ele é um lixo que só está se aproveitando de você e você está caindo na onda dele.

- Não estou caindo na onda dele não, Carla eu amo você.

- Não ama, se você me amasse você não iria trazer esse cara pra nossas vidas e para nossa casa, admita, você gosta dele!

- Eu gosto, mais como amigo - ela me encarava feio - Quer que eu provê que eu te amo ?

- Quero sim !

- O que eu posso fazer pra gente voltar ao normal ?.

- Fique longe do Vicent, não quero que tenha contato com ele , quero que apague o número dele e que nunca deixe ele pisar na nossa casa! É isso que quero.

- Carla...eu não posso fazer isso.

- Eu sabia - ela bateu as mãos na mesa chamando a atenção de todos - Você gosta dele.

- Aconteceu uma coisa com o Vicent , não tenho notícias dele, nem sei se ele esta vivo , estou preocupada com ele pois tudo que está acontecendo com ele é por minha culpa.

- Estou pouco me fodendo pra ele , seja lá no que ele se meteu eu espero que só coisas ruins aconteça com ele - disse ela friamente - Quer saber Ana, eu cansei de ser idiota, acabou.

- O que ? - me levantei e ela fez o mesmo - Não pode terminar comigo.

- Posso e vou, quer ficar com ele ? Fique, mais torço para que ele apareça morto para você pois assim você não ficará com ninguém!.

- Carla.

Ela que estava furiosa deu um tapa em meu rosto e se afastou de mim. A Juliana apareceu e sabe o que a Carla fez na minha frente e na frente de todo mundo ? Ela beijou a Juliana e eu magoada sai dali com o Johnny vindo atrás de mim.

Hoje estava realmente sendo o dia mais difícil da minha vida.

Eu já estava em meu AP com meu padrinho, não estava afim de falar sobre o que ouve, eu só queria esquecer aquilo pra não sofrer. Tô tentando entender porque ela fez isso, sério, mereço isso mesmo ? Talvez seria melhor assim. A chuva estava muito forte assim como os trovões, meus pensamentos nesse momento estava no Vicent, eu precisava saber dele , saber se ele estava bem e vivo, eu retirei do meu bolso o cartão do Mark e sai da sala e fui para meu quarto, peguei meu celular e disque o número em meu celular e aguardei atenderem, não demorou muito e atendeu.

- Quem é ? - perguntou uma voz masculina no outro lado da ligação.

- Oi, sou eu a Ana, queria saber se tem alguma notícia do Vicent.

- Eu sinto muito, por enquanto estou com zero de informação sobre ele, pedi para uma pessoa observar o beco do meu irmão e lá está tranquilo, sem evidências do Vicent, se pegaram ele , ele não está lá mas, acabei de enviar outra pessoa para lá.

- Entendo - suspirei  decepcionada.

- Não vou desistir dele OK ? Vou encontrar o Vicent e logo você vera ele.

- Espero que sim...

- Tenho que desligar, preciso cuidar de umas mercadorias aqui, qualquer informação que eu tiver eu vou ligar pra você. - ele desligou.

Isso está parecendo até coisa de cinema, se o Vicent não aparecer eu vou ter que chamar a polícia pra poder procurar ele, não espera...não posso contatar a polícia, eles iriam ver a ficha do Vicent e iriam prender ele, que droga, tudo dependera agora do Mark.

- Oi minha linda - olhei para meu padrinho que estava com um semblante triste - Preciso falar com você.

- Já até sei o que deve ser - deixei meus olhos entre abertos e ele riu e sentou ao meu lado - Vai embora não é ?.

- Infelizmente minha linda, recebi uma ligação a poucos minutos e estão precisando de mim na empresa, aconteceu uma bagunça lá e tenho que arrumar.

- Sempre sendo o Charlie o consertador não é ? - ele riu com minha referência - Vai agora ? Está chovendo.

- Vou deixar a chuva passar um pouco e quando passar eu vou pegar um vôo para o Brasil, sinto muito, queria ficar mais tempo contigo por causa dessa situação que está acontecendo em sua vida.

- Eu entendo, logo ficaremos juntos de novo e eu sei me cuidar.

- Eu sei que sabe, mais eu queria lhe dar apoio.

- Você já dá - abracei ele - Pode ir tranquilo Johnny, eu vou ficar bem.

- Espero que fique mesmo, quando receber notícias do seu amigo , me avise OK ?.

- Pode deixar.

- Eu vou tomar um banho pra poder estar arrumado pra ir na empresa - ele se levantou - Quando a chuva passar eu já vou pro aeroporto.

- OK - ele saiu do meu quarto.

Quando passou algumas horas o meu padrinho ele foi embora e eu fui para casa do Vicent. Resolvi ir para lá para caso ele aparecesse assim do nada, é o que eu queria.

Eu estava sentada em seu sofá observando tudo em volta. Eu estava ouvindo o som da chuva que vinha lá de fora e isso me trouxe algumas lembranças do Vicent. Eu deitei no sofá e resolvi dormir um pouco, eu precisava relaxar.

Acordei com o som estrondoso do trovão, parecia que tinha caido do lado da casa. Me sentei e passei as mãos em meu rosto, peguei meu celular e vi que marcava 21:00 horas, dormi muito. Me levantei e escutei batidas na porta, batidas bem fortes, eu peguei o guarda- chuvas e me aproximei da porta , era uma pessoa tentando entrar eu abri a porta e essa pessoa caiu no chão, eu gritei e corri pra perto dele. Era o Vicent.

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