Capitulo 35 - Em busca do Vicent
Era sábado de manhã e eu estava cansada. Não era para ser diferente pois eu estava sem dormir desde o momento aonde o Vicent deu sinal de vida. Eu estava preocupada pois ele não atendia minhas ligações e não respondia minhas mensagens, alguma coisa aconteceu e eu só imaginava o pior. Não deveria ter deixado ele ir para aquele lugar perigoso, era para mim ter impedido ou escolhido outro plano mais eu não pensei e agora veja o que aconteceu, estou sem noticias dele.
Carla não falou comigo ontem, ela ainda estava com raiva de mim por causa daquele café da manhã que no qual convidei o Vicent, fui atrás dela mais a mãe dela , Helena, disse que Carla queria ficar sozinha com os pensamentos dela e esperava que hoje ela falasse comigo, queria conversar com ela , apesar de que ela iria ficar com mais raiva ainda quando eu contasse a ela sobre o que tava rolando com o Vicent.
Olhei para meu celular e não tinha nenhuma chamada perdida ou mensagem, eu tentei outra vez ligar para o Vicent mais foi sem sucesso, o que será que estava acontecendo com ele ? Só esperava que ele estivesse bem pois se acontecer algo de ruim será por minha culpa.
- Bom dia flor mais linda do campo - disse meu padrinho bem animado entrando em meu quarto - Bora tomar café ? - ele beijou minha testa e sentou ao meu lado - O dia está meio nublado mais dá pra aproveitar, podemos sair e ir em uma lanchonete e tomar um belo de um café da manhã ou eu preparo pra gente aqui mesmo.
- Parece legal - soltei um leve suspiro e ele segurou minha mão e fez um carinho nela - Desculpe padrinho, tô meia devagar hoje.
- Notei isso - ele me fez olhar para ele levantando meu queixo - Está com olheiras, não dormiu não é ? Seu amigo ainda não entrou em contato com você ?.
- Não, acho que aconteceu alguma coisa com ele e por isso ele não da notícias.
- O que poderia ter acontecido ? Talvez ele deva estar dormindo e por isso ele não falou com você, não se preocupe, daqui a pouco ele vai entrar em contato e essa preocupação passará.
- É o que eu espero - olhei para meu celular.
- Realmente gosta dele não é ? - olhei para ele que estava me olhando - Seu coraçãozinho realmente está confuso.
- Não está confuso...já expliquei pra você que ele é apenas meu amigo - me levantei - Só isso, eu vou ver se a Carla volta a falar comigo, eu já volto. - ele assentiu com a cabeça e eu sai do quarto.
De frente a porta do apartamento da Carla eu esperava ela atender a porta. Apertei três vezes a campainha e ninguém tinha atendido, talvez a mãe da Carla não estaria ai mas a Carla estava e deveria saber que era eu que estava aqui apertando essa campainha irritante, já estava dando nos nervos e quando eu estava pra sair a porta foi aberta por ela, Carla.
- A gente vai ficar nessa até quando ? - era desse jeito que eu deveria começar a conversa ?.
- Bom dia pra você também - disse ela pouco se importando, era o que seu jeito expressava - O que ouve ?.
- Queria resolver esse nosso assunto, quero que volte pra casa.
- Estou bem ocupada sabe - ela cruzou os braços e olhou para mim de baixo pra cima - Estou um pouco ocupada sabe, quando eu tiver um tempo eu falo com você - ela se virou e eu segurei seu braço a fazendo ela olhar pra mim - O que foi isso ?.
- Para de fazer a difícil Carla, você não quer resolver isso ? Não sente minha falta ?.
- Querer eu até queria mais vou dar uma saída, quando eu voltar a gente conversa.
- Saída ? Vai sair com quem ?. - perguntei bem irritada.
- Ela vai sair comigo docinho - a pessoa mais irritante surgiu das trevas.
- Serio isso ? - encarei a Juliana que ficou ao lado de Carla que me olhava - Ridículo.
- Não é ridículo sair comigo, é diversão garantida amor - ela abraçou a Carla de lado.
- Porque você não vai atrás do idiota do Vicent ? Você vive dando atenção pra ele.
- Tudo isso por causa do Vicent ? Está me fazendo ciúmes ? OK então Carla, se não quer voltar a ficar comigo vá em frente, faça o que quiser - sorri de canto e ela me olhou com uma cara de decepção, certamente não era o que ela queria ouvir.
- Eu vou divertir ela de uma maneira que você não consegue - me olhou debochada e eu ri não me importando.
- Vai em frente, não tô com vontade de brigar não, tchau - sorri para as duas e de vez ir pelo elevador eu fui pela escadas.
Eu detestei aquela ceninha toda mais eu realmente não estava afim de brigar, se era isso que ela queria então, quem sou eu pra reclamar.
Quando cheguei em meu AP eu tomei café com meu padrinho e conversamos bastante, falamos sobre a Carla e também sobre o Vicent que no qual me deixava apreensiva, até agora ele não me deu nenhuma notícia, será que eu deveria ir no beco dos Johnson pra ir atrás dele ? Ou eu deveria ir na casa dele ? Talvez ele deva estar lá bêbado e por isso ele não entrou em contato comigo.
- Está pensando na sua namorada ou no seu amigo ? - perguntou ele enquanto estava arrumando a mesa .
- No meu amigo....eu tô pensando em ir na casa dele pra ver se ele está lá padrinho.
- Isso seria bom pra você, assim quem sabe a angústia sai do seu coração não é ? - concordei balançando a cabeça - Quer que eu vá com você ?.
- Não precisa - me aproximei dele e beijei sua bochecha - Eu vou indo, nestante estarei de volta.
Sei que não era uma boa idéia andar sozinha pela situação que estou mas eu tive que me arriscar pois queria saber sobre o Vicent, eu rezava para que ele estivesse em sua casa.
Depois de uma média caminhada eu cheguei na casa dele, estive aqui duas vezes e da última eu consegui decorar o lugar. Me aproximei da porta e apertei a campainha umas três vezes, ele não atendeu, olhei para os lados e coloquei a mão na maçaneta a virando só que a porta não abriu, estava trancada, olhei pelos vidros da janela e dava pra notar que a casa estava vazia. Andei para um lado e para o outro e comecei a pensar em alguma maneira de entrar, alguns americanos tem mania de esconder chaves reservas caso perda ou esqueça a chave principal por ai, Vicent não é americano, mas ele pode ter pegado essas manias, olhei para o tapete que estava de frente a porta e levantei e lá estava a chave, tão americano.
Pegando a chave eu abri a porta e entrei. Como percebi lá fora, a casa estava silenciosa e nada fora do normal, eu chamei o Vicent ao decorrer que eu andava pela sua casa mais não ouvi se quer uma palavra dele, resolvi subir o andar de cima e torcia para que ele estivesse jogado em sua cama por conta da bebida mais esse desejo sumiu quando entrei em seu quarto e não vi sua presença, a cama estava arrumada, significava que ele não dormiu aqui, me sentei em sua cama e observei seu quarto e comecei a pensar nele, o que será que estava acontecendo nesse exato momento com o Vicent ? Sera que ele estava vivo ? Ou..., impedi de que esses pensamentos ruins tomassem minha mente, ele é irritante mais não quero que nada de mal o aconteça.
Me levantei de sua cama e me aproximei da cômoda que estava presente em seu quarto. Abri a primeira gaveta e vi algumas coisas pessoais dele. Retirei uma caixa de sapato de dentro e retornei a me sentar em sua cama, abri aquela caixa e encontrei umas cartas e fotos também , peguei uma delas e vi um garoto que se parecia com o Vicent junto com um outro garoto que nunca vi, olhei atrás e estava escrito " Eu e meu irmão Bucky na casa da vovó no verão" , sorri e olhei para foto de novo, Vicent estava bem feliz na foto, o irmão dele se parece com ele. Peguei outra foto que tinha ele e seu irmão junto com duas pessoas que era os pais deles , eles estavam em um parque e estavam bem felizes, peguei outra foto e ri quem estava nela, era eu, como ele conseguiu uma foto minha ? E olha que não é uma das melhores, coloquei as fotos em cima da cama e peguei as cartas, na frente de cada uma delas tinha nomes, " Pai e Mãe ", " Bucky " " Mark " " Ana " , eu peguei a minha e pensei se deveria abrir e ler mais eu estava tão curiosa que resolvi ler a minha carta, tava surpresa em saber que ele escrevia. Sua caligrafia era bonita, não tinha muitas palavras mais era uma carta de fato, comecei a ler.
" Não serei capaz de entregar essa carta para você assim como não serei capaz de entregar as outras. Escrevo pra você pois você Ana , se tornou a pessoa mais importante de minha vida desde o momento em que me contou toda sua história, naquele momento eu quis me tornar seu protetor, um guardião, disposto a dar a minha vida a você. Nunca gostei de ninguém, nunca me interessei por qualquer mulher mais você me fez nutrir esse sentimento mágico que sinto, é meio estranho para mim mas me faz bem, só queria ser correspondido , queria ter você sempre comigo e lhe proteger mais de perto, amar é complicado mais esse sentimento nunca vai morrer enquanto eu estiver vivo. Você é minha vida Ana, só queria poder falar isso pra você ".
Confesso que deixei escapar uma pequena lágrima enquanto eu lia a carta. Nunca pensei que me sentiria comovida por um homem. Vicent é diferente de todos e jamais me faria mal...talvez eu estivesse confusa com tudo ou sinto mesmo algo...o que quero mesmo e ver ele.
Coloquei tudo que retirei da caixa dentro da caixa e devolvi para seu lugar de origem a gaveta. Olhei outra vez seu quarto solitário e sai de lá fechando a porta, desci as escadas e vi que a porta que no qual entrei estava aberta, não me lembro de ter deixado ela aberta e sim fechada. Não entendendo nada eu fechei a porta e atrás de mim eu senti uma presença de alguém, não sabendo quem era eu peguei rapidamente um guarda chuva que estava perto da porta e me virei pra acertar aquela pessoa que no qual segurou e me olhou meio assustado.
Era um homem alto de pele clara e olhos verdes, seus cabelos eram loiros compridos da altura de seus ombros, quem era ele eu não sabia, mas ele pegou o guarda-chuva e jogou em cima do sofá.
- Quem é você ? - perguntei por ele ter entrado aqui sem bater, ele apenas me olhava com concentração - Não pode entrar na casa dos outros sem bater na porta antes.
- Que irônico dizer isso pra mim se você invadiu aqui primeiro .
- Eu tinha a chaves, não invadi ! - ele riu e ajeitou seu relógio que estava no pulso - Quem é você ?.
- Quem é você ?.
- Eu perguntei primeiro - franzi minha testa e ele passou as mãos em seus cabelos e riu - Não tem graça, responda minha pergunta.
- Pra ser desse jeito eu tenho plena certeza de que vem andado com o Vicent, ele é assim também.
- Não preciso andar com ele pra ser o que sou, tenho minha própria personalidade!.
- Meu Deus - ele gargalhou e colocou as mãos em sua cintura e olhou para os lados rindo - Gostei de você, seria bom ter uma mulher de atitude como você nos negócios.
- Não me misturo com gente do seu tipo - ele riu outra vez, isso estava o divertindo.
- Você tem sorte que eu fui com sua cara, logo ao contrário não estaria mais aqui - ele andou até a cozinha e abriu a geladeira - Vim atrás do Vicent, ele está com uma coisa minha e a quero de volta.
- O Vicent ele.... - parei de falar pois não deveria falar disso com um estranho.
- Ele o que ? - ele fechou a geladeira e me olhou - Ele ainda não voltou ?.
Ele sabia sobre isso ?
- Que droga - ele bateu a mão na geladeira - Não deveria ter deixado ele ir.
- Ele falou com você ? Espera ai - olhei pra ele que se aproximou de mim - Você é o chef dele ? Mark ?
- E você é a Ana - seus olhos me analisaram de cima a baixo - Entendo porque ele se sacrificou por você.
- Ele falou de mim pra você ?.
- Em partes sim, ele está com minha arma e por isso vim aqui, achei que ele estaria aqui mais estava bem enganado, ele entrou em contato com você ?.
- Não, ele não responde minhas mensagem e nem minhas ligações, acho que aconteceu alguma coisa com ele - ele colocou a mão dele em meu ombro.
- Sinto muito em te dizer isso, mas se o Vicent não deu nenhum sinal até agora é porque o mal aconteceu com ele - disse ele com semblante serio e olhando em meus olhos - Meu irmão nunca perdoou a traição dele , ele deve ter sido descoberto e bom....
- Não - me afastei dele e coloquei a mão em meu rosto pra esconder minhas lágrimas.
- Desculpe criança, mas isso é a realidade.
- O Vicent ele é um cara esperto e nunca iria deixar que alguém o pegasse, talvez ele viu que estava em perigo e se escondeu.
- Se é isso então porque ele não entrou em contato com você ou comigo pedindo ajuda ?.
- O celular dele deve ter descarregado - ele soltou um riso e se aproximou - Você o conhece melhor do que eu, acha mesmo que ele está morto ? Por favor, não desista dele.
- Nunca desistiria dele.. - fez uma pausa e suspirou - Eu vou dar um jeito de saber se ele ainda está no beco do meu irmão OK ? Mais acho que ele não está com o Marcos, se ele tivesse com o Vicent , o meu irmão já teria mandado a cabeça dele pra mim então vendo esse lado, alguém pegou ele.
- É uma pequena esperança então - ele sorriu e eu também sorri.
- Vai dar tudo certo - ele me entregou um cartão e se aproximou da porta - Eu vou pedir pra uma pessoa dar uma olhada na movimentação do beco do meu irmão, assim como o Vicent eu estou proibido de colocar os pés lá, sabe... Coisa de família, ligue pra mim caso aconteça algo.
- Antes de você ir , eu posso te perguntar uma coisa ?.
- Claro.
- O Vicent ele vende drogas ? - ele riu de minha pergunta.
- Sim , ele vende - rindo ele abriu a porta e saiu.
Eu sabia que aquele safado vendia drogas, nunca desconfiei dele. Mas o perdoava pois a única coisa que desejava nesse momento era ver o Vicent
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