Eu preciso ter muito cuidado quando chegar a hora de entrar no beco dos Johnson, qualquer errinho é "Pooll ". Porque estou arriscando a minha vida mesmo ? Ah, lembrei, tudo por causa de uma mulher, mais vália apena não é Vicent ? Mesmo não sendo correspondido, vália apena.

Me informaram que o Mark, meu esplêndido chef estava no bar, eu vim até aqui para conversar com ele , mesmo que fazia alguns meses que eu não pedia algum favor a ele, espero que ele recobre as boas lembranças que passamos juntos no passado e no presente.

Entrei no bar aonde estava tocando uma música country do Luke Bryan, com toda a certeza, quem pediu essa música foi o Mark pois ele adora música country. Entre as mesas que ficavam enfileiradas e junta a parede eu fiquei a procura do rosto de Mark mas não foi entre elas que o avistei, vi ele sentado na frente do balcão aonde ele estava se servindo com uma garrafa de vinho, me aproximei e sentei na cadeira vazia que estava ao lado dele.

Enquanto ele não notava a minha presença eu apreciava aquela bela adega na minha frente. Tinha varias bebidas a mostra na prateleiras, sentia vontade de beber tudo, exclusivamente Whisky que eu amava mas eu não vim aqui para beber, um milagre. A música tocava em uma vitrola antiga que estava no canto da parede no bar que não estava muito movimentado pois isso aqui só ficava cheio de bêbados a noite, de manhã ficava essa tranquilidade. Mark começou a cantar o refrão de Country Girls, o barman me ofereceu um copo de whisky mas recusei.

- Eu amo essa música, apesar de me trazer péssimas lembrança - disse Mark me olhando e bebendo seu vinho na garrafa.

- Deveria ouvir músicas da atualidades - mencionei e ele depois de beber seu vinho, soltou um arroto que me fez sentir o aroma do vinho de uva.

- As músicas que hoje em dia são uma porcaria, prefiro as antigas - ele passou as mãos em seus cabelos loiros - Faz um tempinho que não te vejo.

- Estive um pouco ocupado.

- Aquele trabalho que lhe arranjei ainda não terminou ?.

- Não, mais breve vai terminar, preciso de um favor Mark.

- Todo mundo precisa de favores nessa vida, eu também preciso, você era muito bom nas distribuições de drogas, lucravamos muito e depois que você saiu, as vendas abaixaram.

- Eu não quero mais fazer parte dessas coisas.

- Entrou para a igreja agora Vicent ? - zombou e começou a rir e ele pediu uma garrafa de whisky ao barman - Você não é um bom moço.

- Estou longe de ser um, mais aconteceu umas paradas que resolvi largar isso, mais contínuo o mesmo.

- Se fosse verdade isso , você estaria trabalhando comigo e ganhando um dinheiro por fora, você tem futuro nisso sabia ? Esse é o seu mundo, o mundo que no qual você não pode sair.

- Mais tenho escolhas que nas quais eu fiz - vi um singelo sorriso aparecer no canto dos seus lábios - Vai me deletar por isso ?.

- Você é valioso de mais pra eu deletar você, sabe que nunca faria isso - após receber a garrafa de whisky do barman, ele abriu a garrafa e derramou o líquido da garrafa em um copo em que ele deu para eu beber - Me diga, qual favor você quer....

- Estou em busca de respostas....preciso de uma arma pra eu ir adiante.

- Quem esta lhe devendo ? - ele levou a garrafa para seus lábios e apreciou o whisky.

- Ninguém, não quero falar sobre isso, apenas quero que me empreste uma arma, quando acabar eu te devolvo.

- Preciso saber o que está aprontando antes de dar uma arma a você.

Não tinha outro jeito, eu contei a ele sobre tudo que estava acontecendo mais não dei muito detalhes pois isso envolvia a Ana e não queria contar sobre o que ouve com ela mas contei o básico. Mark ficou meio confuso com tudo mais pela suas expressões fáscias ele iria me dar o que eu precisava.

- Eu sempre tive vontade de meter uma bala naquele cabeção do Antônio mas nunca tive chances - ele retirou de sua cintura uma pistola que ele carregava sempre com ele e colocou em cima do balcão - Pode levar a Ritha com você, mais tem que me prometer que vai cuidar muito bem dela.

- Cuidarei como minha alma .

Ele gesticulou com a cabeça para que eu pegasse a arma dele que ele batizou como " Ritha " uma pequena homenagem a ex mulher dele que traiu ele com um ex amigo dele que o mesmo o apagou do mundo. Mark me disse que uma traição era que nem uma bala, matava e por isso ele deu esse nome a arma, meio esquisito mais bem inovador, pra ele.

- Toma cuidado garoto, o lugar que tu pretende ir está bem perigoso e pra você é um chamado da morte. Se por acaso reconhecerem você, é adeus a esse mundo.

- Preciso me arriscar, faz tempo que não passa um desafio difícil assim em minha vida.

- Você ama o perigo.... - ele bebeu mais uma vez um pouco do whisky dele - Ei, parceiro - ele chamou um cara que estava perto da vitrola - Coloca aquela música foda do Bon Jovi , você sabe qual. - o homem obedeceu e a música Its My Life começou a tocar - Essa música foi feita pra você.

- Bem a minha cara mesmo - peguei o copo com whisky e bebi de uma só vez fazendo o líquido descer rasgando a minha garganta.

- 🎶 Esta não é uma canção para quem está de coração partido 🎶 - isso mesmo, ele começou a cantar - 🎶 Não é uma oração silenciosa para os que perderam a fé 🎶 - ele realmente estava cantando - 🎶 Eu não serei apenas um rosto na multidão , Vocês vão ouvir minha voz quando eu gritar bem alto 🎶 - ele pulou da cadeira e começou a cantar o refrão - 🎶 É a minha vida ,É agora ou nunca ,Eu não vou viver para sempre ,Eu só quero viver enquanto estiver vivo , É a minha vida 🎶.

* Video da música está no começo do capítulo pra quem quiser ouvir

Mark continuou a cantar e até improvisou uma dança. Quando ele está um pouquinho bêbado ele acaba fazendo esse tipo de coisa, quem conhece ele sabe muito bem disso e alguns caras que estavam no bar , começaram e ir na do Mark ou seja, cantar também e eu só observei aquilo tudo. Apesar do Mark ser temido por quase todos, ele era um ótimo cara, tinha respeito e admiração de muitas pessoas, mesmo sendo loucura eu era grato por ter conhecido ele, por ele ter me roubado do irmão dele.

- 🎶 Esta é para aqueles que conquistaram seu espaço 🎶 a gente Vicent, a gente - gritou ele todo animado - 🎶Para Eu e Você que nunca desistimos 🎶 - ele alterou essa parte da letra da música - 🎶  Amanhã será mais difícil não cometer erros 🎶 - ele fez a garrafa de whisky de microfone - 🎶 Nem a sorte é afortunada, Tem que fazer suas próprias oportunidades 🎶.

Ele retornou a cantar o refrão mais acompanhado dos caras bêbados ao seu redor. Esse cara era uma figura ,sinceramente, foda-se o mundo. Eu pedi uma garrafa se whisky ao barman e quando ele me entregou eu comecei a colocar aquele líquido que eu amava para dentro de meu corpo, eu não sabia o dia de hoje e nem o de amanhã, eu tinha que aproveitar e logo eu estava cantando com o Mark, its my life.

Logo que acabei de me divertir um pouco eu fui para minha casa aonde eu guardei a arma, eu estava um pouco louco das idéias mais estava ciente do perigo que me rondava por eu estar com aquela arma, eu deixei em cima da mesa, um bom lugar para se guardar uma arma não é ? Tomei um banho e troquei de roupa, peguei meu celular e me joguei em minha cama, me sentia um pouco zonzo por causa do whisky mais eu estava bem, eu acho que estava. Eu sentia vontade de ligar para a Ana, esse desejo louco estava batucando a minha cabeça, eu tinha que ligar pra ela, e era o que eu iria fazer.

Seguindo meus desejos eu liguei para ela, chamou umas três vezes e quando eu iria desistir, ela acabou atendendo a minha ligação.

- Demorou pra atender , estava ocupada com outro homem ? - perguntei e ela riu.

- Sim, eu estava, algum problema com isso ? - entrou na minha brincadeira.

- Serio é ? Ta me traindo agora ?.

- Não estou te traindo pois primeiro não somos namorando e segundo, somos amigos.

- Ai - gemi de dor e ela riu no outro lado da linha, eu amava sua risada - Agora me deixou magoado, sol de minha vida.

- Conseguiu falar com seu chef ?.

- Sim, e ele me deu a arma dele.

- Vai precisar disso mesmo Vicent ? É bem perigoso você portando um arma contigo.

- Está de boa, não se preocupe não - falei de um jeito meio embolado e torcia pra ela não ter notado.

- Você bebeu Vicent ? - não passei de despercebido.

- Um pouquinho....whisky...normal e eu nem estou bêbaço.

- E se estivesse , estaria falando muitas porcarias - murmurou.

- No meu caso, eu estaria falando sobre o quanto eu gosto de você , não seria porcaria não.

- Quando você vai ir no beco do Johnson ?.

- Hoje a noite, se o efeito do whisky sair de mim.

- Não prefere fazer isso de manhã ?.

- Tá muito preocupada comigo não é ? Vai ficar tudo bem, nada de ruim vai me acontecer até porque, eu sou muito esperto. A noite vai ser perfeito pois ninguém vai me notar, estará bem movimentado, mais eu estarei disfarçado.

- Espero que veja aquela mulher nesse local, estou cansada dela.

- Nada de estranho aconteceu até agora ?

- Não, e espero que tudo continue assim, quero minha paz de volta.

-  E logo terá, prometo que hoje eu descobrirei quem é essa mulher que esta lhe perseguindo e de cara eu descubro pra quem ela trabalha.

- Vê se toma cuidado Vicent.

- Quando eu estiver entrando no beco, eu irei enviar uma mensagem pra você, eu vou desligar pois preciso dormir um pouco, se cuida.

- Se cuida também. - desliguei a ligação.

Confesso que estava um pouco nervoso com essa idéia de ir ao beco dos Johnson, eu poderia ser reconhecido facilmente mas eu tinha que me arriscar, tinha que fazer isso, hoje a noite vai ser uma noite tensa.

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