Capítulo 31 - Não foi como imaginei
- Você ainda está com raiva ? - perguntei colocando os pães de forma em cima da mesa.
- Não queria ele aqui - disse Carla com seu tom de frieza - Quando ele chegar eu não estarei aqui , vou tomar café na casa da minha mãe.
- Não precisa fazer isso , sei que odeia o Vicent mais ele é uma pessoa boa - ela me encarou e eu continuei a colocar o café da manhã na mesa.
- Ele só está se aproveitando de você e você Ana não percebe isso - ela fez um coque no cabelo dela e cruzou os braços - Esse homem é a pior desgraça que Deus deixou a esse mundo.
- Que exagero Carla - franzi a testa - Graças a ele eu estou viva.
- Agradeço, mais não quero ele aqui conosco e aliás eu nem deveria estar te ajudando a preparar um café especial pra ele sendo que ele não significa nada pra gente.
- Ele é meu amigo e pode ser o seu também , esse café da manhã vai servir pra vocês se conhecerem e ver se tem algo em comum um com o outro.
- Não vou conversar com ele - fez bico - Cara chato e sem graça.
- Só peço que não brigue com ele OK ? O Vincent ele pode ser o que for pra você mais ele é bem solitário entende ?
- E o que isso tem haver com a gente Ana ? O problema é dele se ele não tem ninguém , foda-se.
- Ei - a repreendi e ela puxou a cadeira e se sentou - Faz um esforço - ela sorriu forçado pra mim.
- Odeio esse cara - disse ela já se servindo.
Já com a mesa arrumada deu 7:00 horas da manhã e ponto e a campainha foi tocada , se era o Vicent ele chegou na hora certa , abri a porta e era ele mesmo , com um grande sorriso nos labios ele entrou em meu apartamento , Fechei a porta e observei o Vicent e a Carla , ele falou com ela mais ela o ignorou , ele puxou uma cadeira pra se sentar e começou a se servir , me juntei aos dois na mesa.
- Você dormiu bem minha linda ? - perguntou Vicent mordendo o pão de forma com queijo.
- Sim e você ?
- Não chame ela de " Minha Linda " ela não é sua ! - reclamou Carla e Vicent como sempre riu.
- Ela é minha sim - retrucou - Amo ela - disse ele me olhando e Carla jogou uma fatia de pão na cara dele - Não desperdice comida garota.
- Se continuar a chamando de " sua " eu vou quebrar a sua cara ! - ameaçou.
- É a valentona é ? - riu e Carla jogou de novo uma fatia de pão nele.
- Vocês dois parecem crianças - encarei os dois que estavam se olhando tortos - Amor, porque você não pergunta alguma coisa da vida do Vicent pra ele ? Tentam se conhecer.
- Não preciso perguntar nada , pela cara dele eu já sei que ele é bandido - disse sorrindo de canto e eu franzi a testa e tomando meu café olhei para o Vicent que não estava com nenhuma expressão.
- Tem razão , eu sou um bandido mais um bandido do bem - respondeu ele colocando mais queijo em seu pão de forma.
- Não existem bandidos bons , só ruins - retrucou.
- Os ruins matam , eu não mato ninguém - retrucou agora comendo o pão de forma com queijo dele.
- Pra mim todos são iguais , o mesmo lixo de sempre - Vicent encarou ela mais não disse nada , continuou a mastigar o pão de forma dele - É tão solitário , não tem ninguém na vida a não ser seu próprio ego.
- Carla - ela me olhou e voltou a encarar o Vicent que ainda estava comendo.
- Cade sua família em Vicent ? Deve ter matado eles ou melhor , eles viram a vida miserável que você tem e os abandonaram e agora ta aí você sozinho nesse mundo , feito um rato procurando um abrigo no esgoto!.
- Para Carla! - ela me encarou e Vicent puxou a cadeira para trás e se levantou - Vicent - ele pegou o pão de forma com queijo e sem olhar pra mim ele caminhou até a porta e abriu e saiu - Porque fez isso Carla ? .
- Não quero esse homem aqui - ela se levantou - Esse cara é um idiota e só quer ter sua atenção!
- Em primeiro lugar Carla , a casa é minha e eu recebo quem eu quiser , em segundo lugar o Vicent precisa da gente , só que você nunca coopera com nada.
- Ele não precisa da gente , ele precisa é de você porque aquele ibencil está apaixonado por você e só você não percebeu isso , quer saber ? Foda-se Ana , hoje eu vou dormir com a minha mãe! - batendo os pé , Carla andou em direção a porta e abriu e fechou batendo.
Era tão errado assim fazer com o que o Vicent não se sentisse tão sozinho nesse mundo ? Porque a Carla não vê que eu apenas quero ajudar ? Não gostei Do que ela disse para ele , achei pesado de mais e ela sabia como iria conseguir magoa-lo , acho que não foi uma boa ideia fazer esse café da manhã.
Em anos , o Vicent é o único cara que eu consigo ter contato sem ter medo de que ele faça alguma coisa comigo , eu ainda tenho meus traumas do passado mais ao lado dele não sinto medo e eu me importo com aquele palhaço assim como me importo com a Carla que é a pessoa que eu amo. Desapontada eu resolvi tomar ar fresco , subi para o terraço , indo pra lá eu tive uma surpresa o Vicent estava sentado em cima da mureta e olhando para baixo eu fiquei preocupada com aquilo pois um movimento falso ele poderia cair dali e se espatifar no chão eu chamei ele e ele me olhou e não disse nada e mordeu o pão de forma que ele estava nas mãos.
- Sai daí Vicent , é perigoso ficar aí - me aproximei um pouco.
- Não pra mim , eu estou de boa - continuou a comer o pão dele.
- Por favor sai daí , sei que está triste pelo o que a Carla disse mais não fica triste com isso não.
- Eu não me importo com ela e eu não ligo para o que ela diz - disse ele olhando para os prédios em volta.
- Vicent - ele olhou para mim - Sai daí vai .
- Não se preocupe comigo , eu tô bem - ele passou as mãos nos cabelos dele - Só quero ficar um pouco sozinho.
- Eu queria que tudo fosse diferente , queria que a Carla gostasse de você e que se dessem bem...
- Ser boazinha não faz parte de sua pessoa Ana , você sempre foi fria e se era boa ficava escondido, sinto falta da Ana sarcástica de antes.
- Eu ainda contínuo a mesma coisa mais alguns pensamentos mudaram , agora sai daí pra gente conversar.
- Eu já disse que quero ficar sozinho , por favor Ana vai embora - implorou e eu mesma com rancenho me aproximei dele e perto coloquei minha mão em seu ombro.
- Saiba que não está sozinho , eu to aqui ao seu lado pra ajudar nisso e em qualquer coisa que você precisar , sei que as vezes sou chata com você e as vezes finjo que não lhe suporto mais não é verdade , eu aprendi a gostar de você e lhe aturar e não quero te ver assim triste - ele me encarou franzido a testa - Mesmo falando que não está triste eu sei que está , eu vejo isso nos seus olhos Vince.
- Me chamando de Vince ? Estamos intimos então - ele riu e eu sorri - Não vou mentir mais pra você , estou triste mais não conta pra ninguém.
- Vai ser o nosso segredo - ele saiu da mureta e ficou frente a frente comigo - Quer desabafar comigo ?.
- Não gosto de desabafar princesa mais sei que é bom... -ele suspirou e olhou para o céu.
- É bom sim - segurei a mão dele - Vamos se afastar daqui porque está muito alto - rimos e nos afastamos da mureta e sentados no chão - O que está sentindo ?.
- Sinto falta da minha familia...do meu pai e da minha mãe.
- Você deveria voltar a falar com eles Vicent , seria uma boa pra você.
- Matei meu irmão e não posso voltar...
- Você sabe muito bem que você não matou ele , não foi sua culpa as coisas acontecem porque tinha que acontecer.
- Não queria que meu irmão tivesse morrido - lágrimas começaram a caminhar em seu rosto - Eu odeio a minha vida!
- Não chora - abracei ele de lado - Fica calmo.
- Meus pais me odeiam , não posso voltar a falar com eles e acho melhor deixar como está - ele passou as mãos no rosto dele e fungou o nariz - Me desculpe, não queria que visse isso.
- Eles sabem que não é sua culpa , espero que um dia você volte pra sua casa.
- Não posso voltar linda , além desse problema é muito perigoso não quero meter minha família em meus assuntos , eu só tenho você na vida e mais ninguém.
- Estarei aqui pelo que precisar - entrelacei minhas mãos com as dele e apoiei minha cabeça em seu braço.
- Hoje a noite eu vou ligar pra você de novo - ele riu e me olhou - Só pra ouvir sua voz.
- Você faz isso toda hora , não cansa ?.
- Não Ana , eu gosto muito de você e queria ter você sempre pra mim.
- Somos amigos...
- Queria ser bem mais que isso, queria ser seu homem , seu namorado e talvez num futuro seu marido.
- Bateu a cabeça Vicent ? - ri e logo parei ao ver seu semblante sério - Eu amo a Carla.
- Será que a ama mesmo ? Não parece amor , está mais pra um momento...
- Ela é tudo pra mim.
- Talvez seja mais lá no fundo você deve gostar de mim - ele aproximou o rosto dele junto ao meu - Vejo isso em suas esmeraldas.
- Você tomou bastante café - desviei o olhar dele mais retornei a olhar pra ele - Se gosta de mim acho melhor se afastar eu não quero magoar você.
- Não vou me afastar de você coisa linda , nem se eu morrer e se eu morrer a minha alma estará perto de você.
- Isso é muito macabro - ri e ele riu junto também.
- Quero ficar ao seu lado mesmo que você esteja com a chata lá , eu te amo.
- Não pode me amar.
- Claro que posso , e estou amando - beijou minha bochecha - E vou te amar sempre.
- Você tem probleminha - me levantei e ele segurou minha mão e se levantou também.
- Nunca amei nenhuma mulher em minha vida , eu amo você de verdade e sei que não tenho chances mais queria que soubesse o que sinto.
- Eu acho que já vou indo e é melhor você ir também - queria desconversar.
- Essa conversa não está lhe agradando mais tudo bem - Ele ficou mais perto de mim - Vou fazer umas coisas , depois a gente conversa.
- O que você vai fazer ?
- Vou falar com uma pessoa e se der certo lhe darei as informações.
- Hum...- deixei meus olhos entre abertos.
- Não precisa ficar com ciúmes - ele beijou minha testa - Tchau linda. - ele soltou minha mão e começou a se afastar.
Eu não tinha dito nada apenas observei ele entrando no elevador e sorrindo pra mim quando a porta se fechou , na minha cabeça surgiu suas palavras sobre
o que sentia sobre mim mais ele não tinha culpa disso mais não queria que ele se magoasse. Já em meu Ap eu arrumei a mesa do café da manhã e pensei em ir atrás da Carla mais resolvi fazer isso mais tarde , por hora ela iria querer um tempo sozinha com ela mesma.
Depois que eu arrumei a cozinha , a campainha foi tocada. Talvez era a Carla que não estava com raiva de mim e pensando nisso , sequei minhas mãos e fui em direção a porta que no qual abri e olhei para aquela pessoa que estava diante a minha porta.
- Você ??.
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