"Miguel... não quero."

"Só um pouquinho, amor."

"Não. Vai você."

"Não tem graça sem você." Miguel disse, e Robby riu.

"Não tem graça de jeito nenhum, né. Você sabe que eu odeio essas festas. E eu tô de férias. Fé-rias."

"Eu não quero ir sem você. Vou ficar em casa também." Miguel decidiu.

"Miggy... você sempre me convence!" Robby disse, e Miguel sorriu vitorioso. "Só duas horinhas. Depois você vai me levar pra jantar pra compensar."

"Sim, alteza. O que você quiser." Miguel disse, beijando a bochecha de Robby enquanto o menor revirava os olhos. "Vou tomar banho. Vem comigo."

"A gente não vai se atrasar?" Miguel disse, beijando o pescoço do namorado.

"Não. Vamos só tomar banho, espertinho. A gente faz outras coisas na volta, se você merecer." Robby concluiu, sorrindo com malícia.

Tomaram banho o mais rápido possível, depois Robby se secou e tirou a toalha ficando totalmente nu em frente ao armário para escolher a roupa que ia vestir. Eles já estavam juntos há anos, mas Miguel ainda não havia se acostumado com o quanto ele era lindo. Ficou parado lá admirando o mais baixo, até ser chamado atenção. "Anda, Miggy. Vamos atrasar!" Robby disse, e o moreno caiu em si e começou a escolher as próprias roupas. Robby estava usando um terno amarelo e Miguel jamais acharia que isso funcionaria, se não estivesse vendo toda essa beleza ao vivo. Se aproximou dele e passou os braços ao redor do pescoço de Robby, que imediatamente o abraçou pela cintura.

"Você é tão lindo, sabia?" Miguel sussurrou.

"Você também, cariño." Miguel amava quando Robby falava espanhol, o sotaque era muito fofo.

Os dois foram para a festa da empresa, e Robby surpreendeu a todos com sua presença, já que estava de férias, como havia feito questão de dizer.

"Robby! Não esperava ver você aqui hoje." Disse um de seus colegas.

"Finja que não tá vendo. Robby Keene está de férias. Eu hoje sou o Sr Diaz, só vim fazer companhia." Ele disse com um sorriso brilhante e o coração de Miguel até bateu mais rápido.

Dançaram um pouco, beberam, e saíram dali a pouco mais de três horas para irem comer. Robby escolheu um restaurante de comida indiana, e quando estavam no meio da refeição, Miguel tomou coragem de perguntar se ele havia falado só da boca para fora ou se aceitaria se casar com ele. Robby riu, e Miguel ficou muito nervoso, mas logo em seguida o mais baixo disse que ele ia ter uma bela surpresa quando chegassem em casa. Miguel ficou curioso o jantar todo, e quando finalmente chegaram, Robby segurou sua mão e o guiou até o quarto deles, depois abriu o armário e tirou algo de lá.

Era uma caixinha vermelha de veludo e o coração de Miguel imediatamente começou a bater mais rápido com a expectativa do que se revelaria quando ela se abrisse. Robby se ajoelhou em frente ao moreno e abriu a caixinha, onde se encontrava um belo anel de ouro branco, incrustado com uma única esmeralda que lembrava o mais alto dos olhos do namorado.

"Você quer casar comigo, Miggy? Eu ia fazer um pedido mais elaborado, mas já que você quis saber..."

"Sim! Sim, claro que eu quero!" Miguel disse, com um sorriso enorme, e abraçou Robby bem apertado assim que ele se levantou, e depois se beijaram suavemente, ainda encantados com o momento que estavam vivendo.

"Miggy... eu acho que estou pronto. Quer dizer, acabamos de assumir que queremos um futuro juntos e... eu queria te dizer que nunca confiei em ninguém como confio em você. E que eu te amo muito, meu lindo."

"Também te amo muito, cariño. E também confio totalmente em você, quero que saiba que estou aqui com você, sempre. Você está pronto pra mais?" Miguel perguntou, com um olhar surpreso, mas muito carinhoso. Robby podia pedir qualquer coisa e ele faria.

"Sim. Eu não tenho mais medo. Você quer fazer amanhã?" Robby perguntou, apressado.

"Certo, amanhã. Eu já tenho tudo que você precisa, não se preocupe. Vamos tomar banho e dormir? Precisamos descansar."

-

Miguel acordou no dia seguinte transbordando de felicidade e energia, levantou rápido e foi preparar o café, cantarolando e dançando enquanto cozinhava. Mal podia crer que Robby o tinha pedido em casamento e que finalmente iriam construir juntos o futuro que sonhavam há anos. Terminou de fazer os ovos mexidos e torrada com abacate, preparou um café com leite e levou numa bandeja para o outro. Ele queria começar o dia paparicando o Robby adulto e terminar mimando o Robby criança.

"Bom dia, amorcito!" Ele disse quando viu que Robby já estava acordado e sorrindo para ele com aquelas covinhas maravilhosas.
"Bom dia, meu amor. Obrigado pelo café." Robby disse, começando a comer e a alimentar Miguel. Ele amava dividir comida, e o moreno não se incomodava nem um pouco.

"Você acha que eu devo tomar banho antes?" Robby perguntou.

"Não, tenho uma surpresa pra você. Você talvez não lembre, posso tirar fotos ou gravar um vídeo?" Miguel lembrou de pedir permissão dessa vez. Claro que não mostraria pra mais ninguém, mas mesmo assim não se sentia à vontade fazendo algo assim sem combinar antes. Robby disse que sim e que confiava totalmente nele, e isso sempre enchia seu coração de alegria.

Miguel estranhou Robby pedir para ele ficar no quarto dessa vez, mas entendeu o motivo assim que adentrou a sala no tempo estabelecido. Seria muito mais fácil ajudar Robby a andar por aí do sofá que do quarto. E mesmo ele já tendo deixado tudo preparado, a ideia do banho relaxante daria bastante trabalho. Mas não importava, Robby merecia todo o amor e cuidado do mundo.

Robby havia avisado que se esforçaria ao máximo para chegar a 1 ou 2 anos e Miguel percebeu que ele havia conseguido assim que olhou para o rosto do agora noivo. Robby sempre era lindo e fofo, mas naquele momento os olhos verdes pareciam ainda maiores e mais brilhantes, e o beicinho fofo que ele fez foi o suficiente para Miguel querer apertar as bochechas dele.

"Ah, que fofo o meu neném!" Miguel disse com a famosa voz de bebê, sentando ao lado de Robby e o abraçando pela cintura, deixando que ele o usasse como um travesseiro gigante. Robby encostou a cabeça no ombro de Miguel e praticamente deitou por cima dele, soltando ruídos manhosos que quase pareciam miados. Miguel havia lido que pessoas com ansiedade de separação podem ter episódios durante regressões, e isso com certeza se aplicava a Robby, que acordou sozinho e ficou desse jeito. "Tô aqui, bebê. Tô aqui com você." Miguel disse, fazendo carinho no cabelo dele e dando beijinhos em sua testa e rosto.

Robby estava agarrado a Miguel como uma preguiça, parecia ter um medo inconsciente de ele desaparecer se o soltasse. Miguel olhou bem e podia ver os cílios já dando sinal das lágrimas que viriam, e os lábios tremendo. E assim foi, segundos depois, Robby abriu o berreiro, chorando de soluçar. Miguel ia levar ele para o tal banho em breve e ver se ajudava, mas antes precisava deixar ele se sentir seguro e acolhido. "Pronto, Bambi, pronto. Não vou embora, prometo. Olha quem tá aqui." Miguel disse, mostrando a Robby o lobo cinza de pelúcia que havia comprado para ele. "O Theo quer brincar com você!" Falou enquanto posicionava o bichinho entre ele e Robby.

Robby era tão atencioso e carinhoso assim como sempre, assim que olhou para o lobinho, o abraçou com um dos braços, usando o outro para segurar Miguel ainda mais forte, fazendo o moreno rir satisfeito. O choro finalmente estava passando, e Robby estava com o rosto encaixado na curva do pescoço de Miguel, fungando baixinho por causa das lágrimas e também para sentir o cheiro familiar que o tranquilizava. O mais alto o abraçou de volta e se ele quisesse, ficaria ali por horas apenas o enchendo de carinho e atenção.

"Miggy vai cantar uma música pra você, neném." Miguel disse, e fazia questão de se referir a si mesmo na terceira pessoa porque queria que Robby se acostumasse ao nome dele. Começou a cantar uma das músicas que sua mãe sempre usava para acalmá-lo quando ele era bebê, e Robby pareceu gostar tanto quando ele. Os olhinhos estavam bem abertos olhando para ele enquanto ele tentava entender o que era aquele som que estava saindo de sua boca. De repente, ele soltou um risinho baixinho e Miguel quase morreu de fofura. Era a coisa mais lindinha do mundo. Pegou o celular e filmou Robby rindo, inclusive fez cosquinha nele para gravar sua reação.

"Tá bem, bebê? Pronto pro banho?" Miguel disse, se levantando e já levando Robby junto, sabia que se tentasse sair do abraço ele provavelmente entenderia errado e começaria a chorar de novo. Deixou o lobo com carinho em cima do sofá e Robby tentou esticar a mão para pegá-lo, mas Miguel não deixou. "O Theo não pode, neném. O vapor não é bom pra ele." Ele explicou, praticamente carregando Robby com ele para o banheiro. Ele conseguia andar, automaticamente, mas de forma um pouco desajeitada, como se ainda não soubesse muito bem o que fazer com as pernas.

Entraram no banheiro e Miguel deixou Robby sentar na beirada de pedra da banheira, era um luxo que haviam feito questão de ter, uma banheira grande em que coubessem os dois. Encheu-a com água quente e depois jogou nela as ervas que garantiriam o relaxamento do outro. Tirou a roupa toda de Robby com toda paciência, já que ele não conseguia realmente ajudar, na verdade mais atrapalhava. Depois o ajudou a sentar na parte de baixo e seu coração se aqueceu quando ouviu o suspiro de alívio que ele soltou ao entrar na água morna.

"Tá gostoso, neném? Não tá muito quente, né?" Ele tinha checado, claro, mas não tinha certeza se a sensibilidade de Robby estava mais aflorada ou não e não queria causar nenhum desconforto. Mas pelo sorriso que ele tinha quase fixo em seu rosto, a temperatura parecia perfeita, e o cheiro das ervas já estava relaxando até o moreno, que nem estava na água. Entregou um patinho amarelo a Robby que vez um som muito fofo. Miguel lembrou de quando ele pediu o pijama de pato e percebeu que o amor dele pelos bichinhos provavelmente vinha desde pequeno. Enquanto ele brincava de fazer o patinho nadar, Miguel pegou um jarrinho que havia separado para esse momento, coletando água e a jogando nos ombros e cabelos de Robby, massageando o couro cabeludo e os ombros, sentindo os músculos totalmente relaxados.

Ele não resistiu e fez mais um vídeo, dessa vez de Robby brincando com o patinho na banheira e rindo alegremente. Robby bateu com o pato forte demais na superfície e espirrou água em seu próprio rosto, o susto - e a água no nariz - teve como consequência uma careta adorável, com o nariz delicado torcido em desagrado, e Robby soltou um muxoxo ofendido, olhando para a água desconfiado. Miguel riu até não poder mais, mas fez carinho no pescoço e no rosto de Robby enquanto se sacudia devido às risadas. "Passou, Bambi. Passou, pronto." Ele dizia, tentando segurar o riso.

Pegou uma esponja e a passou pelo corpo do outro, para ter certeza que não ficaria nenhum resíduo de suor, depois molhou seu cabelo mais uma vez e percebeu que a água estava esfriando, sinal de que era hora de sair. "Vem, neném. O Liam fica." Miguel disse deixando o patinho na borda da banheira e ajudando o mais baixo a se levantar, envolvendo-o na toalha como um casulo. Levou ele para se secar no quarto, como ele mais gostava, esticou a toalha na cama e ligou o ventilador, deixando Robby secar naturalmente embaixo dele. Era algo que ele amava, mas não fazia sempre, na correria cotidiana. O sorriso satisfeito ainda estava lá, e Miguel usou a toalha para secar bem os pés do outro, entre os dedos, para ter certeza de que cada sobrinha estaria enxuta. No fim, secou o cabelo castanho-claro e pegou a roupa para ele vestir. Era o pijama de pato, e mesmo que não fosse dormir, Robby ia gostar de ficar confortável.

Depois de vestido, Miguel o levou de volta para o sofá e devolveu a pelúcia para ele, aproveitando o momento de reencontro para ir até a cozinha e pegar a comida que havia preparado. Eram dois cremes, um de ervilha e um menor de chocolate, para sobremesa, já que Robby amava seu docinho. Levou menos de 3 minutos para voltar, mas encontrou Robby fortemente agarrado ao pequeno lobo, e quando o viu, esticou as mãos para ele na ânsia de tê-lo de volta mais perto. "Mi" ele disse, provavelmente a única sílaba de seu nome que conseguiu pronunciar, e Miguel deixou as coisas na mesinha de centro na frente do sofá e abraçou Robby o mais rápido possível.

Será que era essa a emoção que as famílias sentiam quando ouviam primeiras palavras? Miguel tinha certeza que sim, era uma mistura de orgulho e alegria, amor e vontade de ouvir de novo. "Miggy" Miguel repetiu perto do ouvido de Robby enquanto o abraçava. "Mi" Robby disse, alongando o i e Miguel nunca havia amado alguém tanto assim. Sentiu algumas lágrimas escorrerem, profundamente emocionado. Até esqueceu da comida por um tempo, até Robby começar com choramingos dengosos que certamente eram fome.

Miguel ajeitou o babador e pegou a colher para começar a alimentar Robby com o creme de ervilha, brincando de aviãozinho com ele e achando graça da bagunça que ele fazia. "Meu deus, que porquinho você, Bambi. Vou passar a te chamar de Babe."

Miguel podia jurar que Robby não entendia o que ele dizia, mas ele fez um biquinho tão fofo que ele até duvidou. "Mentira, neném. Não vou não. Abre a boquinha." Ele disse, se divertindo, e limpando os cantos da boca de Robby com o paninho.

"Agora vem a parte boa", ele disse, dando a primeira colher do creme de chocolate para Robby, e a expressão dele mudou na hora, ficando ainda mais feliz. "Safado. Você é um viciado." Miguel falou, oferecendo mais um pouco.

Quando acabou de dar comida a Robby, ele nem se atreveu a levar a louça para a pia. Deixou tudo na mesinha e se recostou no sofá, deixando Robby sentar em seu colo e se aninhar a ele de novo. "Te amo tanto, neném. Você é perfeito." Miguel disse, dando um beijo no cabelo ainda úmido.

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Obrigada ThiamPack pelo pedido e por todos os vídeos de bebê e ideias fofas kkkk principalmente a do banho relaxante! 💖

Vem aqui, Lobinhaa297 💓

Obrigada a quem estiver lendo! 💞 Kely_MikaelsonHale