Apaixonadinho
Na sede da Tenjiku, estamos terminando de repintar as paredes que foram pichadas meses atrás. Rindou está ao meu lado, com um sorriso constante no rosto enquanto manuseia o rolo de pintura. Observo ele por um momento, intrigado com tamanha jovialidade. Decido quebrar o silêncio.
— Você anda sorrindo demais, Rindou. — comento, levantando uma sobrancelha de forma leve.
Ele me olha com aquele seu jeito descontraído e responde com um tom brincalhão:
— Hmm, está apaixonadinho pelo Nahoya?
Essa provocação me arranca uma risada genuína. Rindou sempre tem um jeito peculiar de levantar assuntos inesperados.
— É claro que não, Rindou. Não seja bobo. — respondo, tentando manter uma expressão séria, mas sabendo que é inútil com ele.
— No fundo, no fundo... quem sabe? — ele continua a provocação, rindo consigo mesmo.
Dou um tapa brincalhão no ombro dele.
— Eu estou sim. Eu amo ele.
Rindou sorri de forma cúmplice.
— Aha! Eu sabia! — ele exclama, antes de voltar a se concentrar na parede que estamos pintando.
Dou um suspiro leve, sentindo o calor do momento entre nós. É bom ter alguém como Rindou por perto, alguém que entende mesmo sem precisar de muitas palavras.
Rindou olha para mim com aquele sorriso característico e solta uma daquelas observações aleatórias que só ele sabe fazer. Lá vem bomba de novo.
— Ran, quando você e Smiley se casarem, posso ser o filho de vocês?
Eu não consigo evitar e solto uma risada.
— O que te faz pensar nisso agora, Rindou?
Ele dá de ombros, com um brilho travesso nos olhos.
— Ah, sei lá. Eu sempre fui o seu neném. Quero saber se posso ser incluído na família quando o grande dia chegar.
O jeito como ele coloca as coisas sempre me faz sorrir. Eu olho para ele e percebo o quão especial é a nossa irmandade, o quanto ele sempre esteve ao meu lado, não importa o quê.
— Claro, Rinrin. — digo com um sorriso genuíno. — Você pode ser o nosso filho.
Ele sorri de volta, satisfeito.
— Ótimo! Já estou ansioso para chamar vocês dois de papai e papai.
Mais uma vez, não posso deixar de rir da sua espontaneidade e doçura. É assim que Rindou é: sempre pronto para fazer uma piada, mas também sempre pronto para estar lá quando precisamos dele.
Me aproximo dele e deposito um beijo em sua testa, fazendo ele sorrir.
— Eu te amo, meu neném.
— Eu também te amo, papai.
Saímos da sede da Tenjiku juntos, Rindou e eu, o sol começando a se pôr no horizonte. Deixamos nossas motos na garagem de casa e seguimos direto para o banho. Estamos animados para nos arrumarmos rapidamente e irmos à inauguração do novo parque de diversões da cidade.
Enquanto a água quente do chuveiro cai sobre nós, o cansaço do dia parece se dissipar. Rindou está cantarolando baixinho alguma música animada, e eu não consigo deixar de sorrir com sua energia contagiante. É bom ter momentos como este, longe das preocupações da sede da gangue.
— Vê se você se comporta viu? Não vai fazer birra ou vexame lá na frente do Angry e do meu namorado hein? — falo enquanto tiro o shampoo do cabelo dele.
— Eu não faço isso.
— Ah não? Você fica bravo quando não ganha os prêmios e faz birra até conseguir o que quer.
— Mas isso não é birra, é persistência.
— Independente.
— Careta. — ele diz e faz careta e eu apenas solto uma risada.
— Pirralho.
Terminamos o banho e nos vestimos rapidamente. Escolhemos roupas confortáveis, mas arrumadas o suficiente para a ocasião. Rindou ajusta seu cabelo bagunçado com um sorriso no rosto enquanto eu coloco minha jaqueta favorita.
— Pronto para ver o que esse parque tem de novo, Ran? — ele pergunta, já ansioso para a diversão que nos aguarda.
— Com certeza, Rindou. Vamos fazer dessa noite uma daquelas para lembrar. — falo enquanto penteio o meu cabelo.
O novo parque de diversões está nos esperando, e quero estar pronto para aproveitar cada momento. Enquanto observo meu reflexo, ouço passos se aproximando e logo vejo Rindou ao meu lado.
Ele me encara com aquele jeito curioso de sempre e pergunta:
— Papi, vou hoje de óculos ou lente de contato?
Olho para ele e dou um sorriso leve.
— Acho que óculos ficam bem em você, Rindou. Dão um charme a mais, sabe?
Ele faz uma careta brincalhona.
— Ah, então quer dizer que sem óculos eu sou só mais um cara normal, é isso?
— Claro que não. — respondo, rindo um pouco. — Mas os óculos te dão um estilo único, combina com você.
Rindou pondera por um momento, parecendo considerar minha opinião.
— Então tá decidido. Vou de óculos hoje. Quero estar estiloso para as fotos no parque. — ele diz e coloca o seu óculos redondo no rosto, faz anos que ele ele usa esse óculos, e nunca deixa de combinar com ele. — Eu tô com fome. Ainda tem Doritos no armário?
— Tem lá ainda. Mas não come demais, se não você vai passar mal na hora que você for nos brinquedos radicais.
— Tá bom. É só um pouco, só para enganar a fome.
Abro um sorriso e volto a dar atenção ao meu cabelo, fazendo as típicas duas tranças, afinal não quero ficar com o cabelo parecendo um gato depois de tomar choque.
Termino de me arrumar rapidamente ao receber a mensagem do Smiley avisando que já está na porta de casa. Um sorriso espontâneo se forma em meu rosto enquanto digo para ele que estou saindo. Saio do banheiro e, ao entrar na sala, encontro Rindou no sofá, com as mãos sujas de pó de Doritos.
— Já acabou com os Doritos, Rindou? — comento, divertido, ao vê-lo comendo.
Ele olha para mim, rindo, e responde:
— É, acabei. Tava uma delícia.
— Então vai lá lavar as mãos pra gente ir ao parque. Smiley já está lá fora nos esperando. — digo, já me movendo em direção à porta.
Rindou se levanta do sofá num pulo, joga a embalagem no lixo e corre para lavar as mãos. Ele volta rapidamente e, animado, dá um pulinho nas minhas costas. Sinto seu entusiasmo contagiante e sorrio ainda mais.
— Vai ver seu mozão? — ele comenta enquanto eu tranco a porta.
— Vou, seu pimentinha. — falo rindo. — Vai indo na frente. Entra no carro.
Rindou sorri e eu me viro, e vejo Smiley abrindo a porta do carro para mim, um gesto que me faz sorrir mais uma vez. Rindou se acomoda no banco do passageiro ao lado do Angry.
Smiley entra no carro e dá a partida, começando nossa jornada até o parque de diversões. Enquanto ele dirige, apoia uma mão carinhosamente na minha coxa, o que me traz uma sensação reconfortante. Estamos prontos para uma noite cheia de diversão e risadas, aproveitando cada momento juntos como sempre fazemos.
— Você está lindo, amor.
— Você também, sorrisinho.
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