Capítulo 22
Extremamente um realce para os ânimos de ambos era estarem defronte um do outro. Melanie achava que não o veria mais, após tanto tempo distantes um do outro, pensando sobre o quanto o mundo é realmente pequeno. Eu vejo isto com um outro pensamento: Quando Deus tem um propósito de unir dois corações, não importa a distância, não importam as dificuldades que há no caminho, eles se encontrarão, ajuntar-se-ão e permanecerão juntos.
Melanie não sabia o que proferir, e ambos permaneceram fitando um ao outro até que Ryan decidiu por um fim ao silêncio formado.
— Como é bom te ver! Como estás? Faz tanto tempo... — Sua ansiedade o fizera proferir tanto.
— Eu... Estou bem, e não esperava vê-lo. — Suas palavras fizeram Ryan esboçar uma careta. Ela nunca muda nas respostas? Pensou. Eu diria que não muda, afinal estamos falando de Melanie e isso sempre fizera parte de sua personalidade tão diferenciada e longe de ser condecorada cem por cento aos bons modos.
— Compreensível. E Matt, como ele se encontra?
— Está bem. É... O que fazes por aqui? — Mais uma vez, indagou sem arrodeios.
— Bom, estou morando aqui perto por agora. Não lembrava que vocês estavam residindo por este bairro, também, se isso é o que queres saber.
— Entendo. Então... Soube que não estás na empresa. — E ele assentiu. — Estás desempregado então? — riu, Ryan e ela estreitou os olhos. Porém seu riso foi mais como uma reação de espanto, afinal levou sua pergunta como que uma demonstração de interesse em, de fato, saber sobre sua vida. Afeiçoou-se, então, a estar longe por um bom tempo se havia de ser assim o rumo de seu relacionamento com ela.
— Não. Estou coordenando uma nova empresa. Cuido das finanças.
— Que bom. Esse ramo faz bem a você. — E ele a encarou. Ansiava por dizer o quanto permanecia apaixonado por ela, mas ainda era um pouco cedo para isso. O melhor era não apressar as coisas, pois há uns tempos os resultados não haviam sido animadores.
— Vejo que sim. Você... Gostaria de sair comigo este fim de semana? — sugeriu relutante. — Poderíamos almoçar juntos e, se quiseres, podes me contar a respeito de como vocês têm andado — falou, esperando ouvir uma resposta contrária. Já havia se acostumado com os inúmeros nãos ditos por ela. Mas suas palavras posteriores deixaram-no estarrecido.
— Até que não seria uma má ideia. — Melanie sorriu.
Pela primeira vez, ela achava interesse em saber um pouco mais sobre ele em todo esse tempo, pois passou a admirá-lo, devido a suas atitudes, antes de perderem contato de vez. Apesar que Matt sempre esteve um passo à sua frente. Este, sim, buscou manter contato com Ryan.
E, novamente, Melanie e Ryan permaneceram estáticos encarando um ao outro. Ele analisando aqueles olhos cor de esmeralda e o quanto ela era sua jóia preciosa, e ela observando os seus olhos como um esplêndido mar azul. Ambos estavam desconcertantes como dois adolescentes sem saber o que proferir. Contudo, depois de tantos desencontros, pela primeira vez, algo estava sendo produtivo.
Matt ficaria feliz logo mais ao tomar conhecimento disto.
(...)
Num sábado, eles se encontraram. E, dessa vez, Ryan havia dado seu número a ela para que pudessem se comunicar. Claro que os sentimentos de Melanie eram confusos ainda para aceitar toda aquela amizade de maneira tão abrupta. Para Matt, já era meio caminho andado. Para Ryan, era como estar próximo de ganhar na loteria. Mas o tesouro era outro, era a sua amada.
Trabalhar nem lhe era um castigo, não quando todo o seu esforço era visando um futuro próximo. Ansiava que ele chegasse logo, mas as coisas se sucedem no tempo certo. E ali num dos melhores restaurantes das proximidades, estavam ambos encarando um ao outro e na mesma jogatina de quem iria se pronunciar primeiro. Contudo, Melanie foi a primeira a proferir algo.
— Sabe, eu sempre me perguntei porque eu. Porque você me escolheu para estar num laço matrimonial junto a ti, e nunca achei uma resposta para isso. Diga-me, só me diga por quê?
Suas palavras pegaram-no de surpresa. Ryan não esperava iniciar uma conversa dessa maneira, tão direta e objetiva. Tinha que ser Melanie para lançar as coisas em rosto de uma só vez. A sorte dele, que o fez ter tempo para uma boa resposta, fora a chegada do garçom a fim de pegar os pedidos. Melanie esperava que Ryan terminasse de falar com o rapaz com tamanha expectativa sobre sua resposta. Ela queria que ele expusesse absolutamente tudo e todos os motivos que o levou até eles. Queria ter certeza de que estava abrindo espaço da maneira correta. De que suas palavras e mudanças eram verdadeiras.
— Mel, foi apenas por acaso. Foi apenas uma atitude impulsiva de te conhecer, de conhecer a moça na qual quase atropelei. — Sorriu. Ela se mantinha neutra diante de suas verbalizações e ele percebeu que nada iria dizer a respeito, continuando, então, a se explicar. — Havia achado em ti o molde perfeito para um casamento que me traria benefícios. Não irias estar preocupada em esbanjar com meu dinheiro ou provavelmente agir de maneira fútil, devido a sua simplicidade. Seria uma provável esposa recatada e longe de interferir em meus negócios.
Melanie esboçara um semblante entristecido ao ouví-lo. Pensava que ele era literalmente um aproveitador e estimado cafajeste da pior espécie a fim de usá-la e mexer com a estrutura física e emocional de sua humilde família.
— Mas eu não imaginava que olharia para vós com tanto amor e compaixão. Claro que ainda eu tinha em mente cumprir o testamento, no entanto algo me aconteceu e me fez mudar toda a minha maneira de enxergar a vida e as pessoas que estavam ao meu redor. Mudou a maneira como eu te enxergava, Melanie. Não só vi Deus em você, mas também a pessoa que até hoje tenho plena certeza que é com quem eu quero passar o resto da minha vida.
Melanie ficara sem reação. Abria a boca na tentativa de dizer algo, mas debalde foi. Passar o resto de sua vida com ela? Quando deu-se conta da situação, sentiu sua face ruborizar de forma que fora um alívio quando o garçom trouxe o pedido. Eles se serviram e, por alguns minutos, nada proferiram. Ryan permanecia na expectativa de que ela dissesse algo após sua confissão, porém ela se encontrava meditativa. Não só buscava digerir a comida, como também as suas palavras. Por fim arriscou perguntar:
— O que houve que o fez mudar tanto seus conceitos sobre mim e sobre Deus?
Ryan precisava de uma saída. Não tinha coragem de dizer sobre sua experiência ainda.
— Nunca ninguém se interessou tanto em mim como você se interessa. E mesmo depois de todo este tempo, ainda dizes sentir algo por mim. Por quê? Por que arriscou tudo por mim, Ryan? Eu não entendo. — Melanie olhava firmemente para ele enquanto ele intentava achar uma explicação plausível que não a expulsasse de vez.
— Dizer que é porque eu te amo seria o suficiente?
— Como essas simples palavras podem ser o suficiente? Nós não tínhamos quase nada para que tivesses que perder tudo o quanto almejastes obter.
— Uma vez você me disse: De que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Sabe, Melanie, pode não ter sido por você que retornei a Deus, mas foi através de você que voltei para ele. E saiba também que foi ele quem mostrou o caminho para chegar até seu coração, e mesmo com uma muralha tão forte quanto a de Jericó ainda tenho plena confiança de que ela cairá e eu terei espaço em seu coração. O que um homem como eu, apaixonado por uma mulher tão bela, pura e especial como você não faria? É por esse seu jeito impossível de se lidar que eu me afeiçoei.
— Ainda sim, nada explica o fato de que começaste a gostar de mim tão rapidamente. — Melanie conseguia ser irredutível e Ryan se questionava se ela ainda era como as outras mulheres que se derretem com tantas declarações. Nem isso a fazia retroceder ainda que suas palavras fossem sinceras.
— O que eu preciso fazer mais para que acredites no meu amor por você? — E então ela riu.
— Sei que me escondes algo. E eu quero saber o que é. — Ryan permaneceu incrédulo, afinal ela ainda mantinha um sorriso no rosto.
— Acho melhor terminarmos de comer. Um dia, Melanie, um dia te direi o que tanto queres saber. Até lá apenas quero desfrutar de sua companhia e da de Matt.
— Você sempre joga sujo comigo. — Esboçou um semblante zangado, no entanto suas palavras foram brincalhonas. Não queria discutir, mas deixar-se aproximar dele apesar que ainda possuía um pouco de desconfiança. Porém ansiava por descobrir qual era o segredo e não se importou de permanecer ao seu lado até este dia chegar.
E ambos sorriram e se entreolharam por um instante. Conversar sobre gostos, hobbies e como eles estavam era o que Ryan queria, porém, para aquele dia, o diálogo tido já era o suficiente.
Recordo-me que há pouco tempo, quando escrevia todo o diálogo em papéis, ambos gargalhavam ao memorarem de tais lembranças. Incrível como lembram tão claramente das respostas dadas um ao outro. Quando os observo, hoje, percebo que Deus não poderia ter lhes dado pessoas melhores. Conseguem ser o complemento um do outro. Cada um com suas qualidades, cada um com seus defeitos que se encaixam perfeitamente. O que falta em um, o outro possui. Assim como acontece a mim e a minha amada esposa.
Mas, enfim, por mais que eles estivessem começando a se dar bem verdadeiramente, ainda teriam muitas dificuldades a serem enfrentadas. Um pouco mais de discussões devido a teimosia de Melanie, um pouco mais de alegria da parte de Matt em vê-los em tamanho entrosamento.
(...)
Houve uma certa noite, em que eles foram à igreja, e certamente os dois passaram a frequentar o mesmo templo, onde conheceram pela primeira vez Thomaz que na época era um dos músicos. Ele tocava guitarra e era o vocalista da banda da igreja junto a outros rapazes.
Naquela noite, ele estava a recepcionar quem adentrava as portas junto ao reverendo. Com tamanha alegria, recebeu a Melanie, Matt e Ryan. E Matt não via a hora de se juntar aos colegas de igreja numa salinha que havia ao lado.
— Bem-vindos. Acho que já vi vocês por aqui antes não?
— Eu só vim algumas poucas vezes. —Melanie proferiu.
— Eu também. — Ryan se expressou.
— Pretendem ficar conosco? — questionou, Thomaz, ansioso por mais novos membros. A congregação era um pouco nova no bairro e não tinha tantos membros ainda.
— Sim.
— Fico feliz por isso, irmãos. O reverendo tem orado para que mais pessoas passem a congregar conosco — disse, risonho.
— Que bom então. Seu nome? — Ryan perguntou.
— Thomaz Phillip e o de vocês?
— Chamo-me Ryan, esta é Melanie — apontou para ela — e este é o Matt. — Mas ele não estava ali, antes já havia feito amizade com as outras crianças e Ryan riu.
— Pelo visto, ele não perdeu tempo em se enturmar. — Thomaz sorriu e os guiou ao assento. — Fiquem a vontade irmãos. Nos vemos depois.
Neste dia, Melanie havia convidado Ryan para ir com eles e por isso ele estava ali, pois ela não sabia que já colocara em seu coração o desejo de congregar naquele lugar. Quem os olhava à distância, podia considerá-los um casal. Porém Melanie se sentia confortável em tê-lo por perto e Ryan permanecia na vontade de segurar sua mão a todo instante. Mas não era hora para pensar nisso. Encontravam-se ali para ouvir a palavra e não para outros afins.
________________________________
Olha eu aquiiiiii ^^
Estamos pertinho do fim.
Vocês estão perto de saber quem é este exímio narrador. Alguma suspeita de quem seja?
Layla ainda não sumiu não gente! Vem treta por aí.
Não se esqueçam de votar e/ou comentar caso tenham gostado.
Bjs! Deus abençoe vcs!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro