28
Ele muda o semblante e me encara preocupado.
— Mentiu sobre o quê? — indaga bem sério.
— Eu não quero experimentar sua comida... — ele ergue uma das sobrancelhas — Não agora. — explico rindo e com vergonha de mim mesma. É só beber um pouquinho que fico assim — Estou com fome de outra coisa.
Ele sorri e pega em minha cintura. Eu o agarro pelo pescoço, mas não posso beijá-lo sem que ele se abaixe um pouco.
— Você é pequenininha, mas tem atitude de gente grande. — sorrio.
Ele começa a me beijar docemente e morde meu lábio inferior e o puxa. Solto uma risadinha tímida e quando ele solta meu lábio eu faço o mesmo com dele. Sinto meu corpo esquentar e eu aumento o ritmo, logo estamos ofegando. Suas mãos descem da minha cintura até minha bunda, onde ele aperta com força e eu suspiro.
Escorrego as mãos pelo seu peitoral e pego na parte de baixo de sua camisa e a puxo para cima, a fim de tirá-la. Ele levanta os braços e só paramos de nos beijar para que eu passe a camisa por sua cabeça. Depois de tirá-la é que me dou conta do que está acontecendo.
— Ah, meu Deus!!! — exclamei.
— O que foi? — pergunta confuso. Ao olhar na mesma direção em que eu estou olhando, ele indaga: — É a cicatriz? Está tão feia assim???
— Não, não... — digo passando a mão no rosto um pouco desesperada — Sua cicatriz é linda na verdade. — confesso sem planejar e ele sorri com minha resposta.
— Então é o quê?!
— Quanto tempo faz que você foi operado?! — questiono tentando lembrar, mas com tanto álcool que bebi, está um pouco difícil.
— Não sei... um mês e meio... Quase dois, sei lá. Isso importa? — inquire.
— Claro! — digo me sentindo uma idiota por não ter lembrado disso antes - Você não pode fazer sexo antes de três meses, Douglas.
Ele se espanta.
— Pensando bem, acho que tem três meses já...
— Não... — retruco — Já fiz minha conta e tem quase dois meses mesmo.
— Ah, Karen... — ele pressiona seu corpo contra o meu, beijando minha boca, me colocando em uma situação difícil de controlar. O toque de seus lábios me faz arrepiar e querer ele dentro de mim. Ele beija meu pescoço, devagar e falando baixinho — Eu fui baleado, peguei uma infecção grave e sobrevivi. Você acha que eu vou morrer fodendo?
Parece idiotice quando sai da boca dele...
— Não — respondo tentando não gostar do fato dele estar levantando meu vestido lentamente. — Mas você pode sentir dor no peito — suspiro quando ele toca em mim por cima da calcinha, mas tento segurar sua mão. — Ou seus pontos internos podem se romper!
— Não vai acontecer nada — ele fala em meu ouvido.
Faço uma manobra e saio dos braços dele puxando meu vestido para abaixo da bunda de novo, lugar de onde nunca deveria ter saído.
— É sério, Douglas! — ando até a mesa, usando-a como barreira — Não é porque a gente se conheceu no hospital que toda vez que a gente for se encontrar tenha que parar lá novamente.
— Que hospital?! — ele tenta me alcançar e eu ando para o outro lado da mesa, onde estávamos antes. Agora parecemos Piu-piu e Frajola — Ninguém vai passar mal hoje.
— É isso que estou tentando evitar! — falei.
— Então você está fazendo tudo errado. Quanto mais você tenta fugir, mais eu quero te pegar.
Não aguento e começo a rir. Fico boba com o fato de eu atrair essas situações.
— Vamos apenas jantar e depois você me leva para casa, tá?! — tento um acordo.
Ele desvia o olhar de mim, pensativo parecendo avaliar meu pedido. Em seguida relaxa os ombros e me olha sorrindo. Tenho certeza de que vai concordar.
— Não! — ele corre me surpreendo. Tento escapar mas ele me pega por trás enquanto eu prendo o riso.
— Acho melhor a gente continuar o que começou — diz ofegante em meu ouvido e em seguida me vira de frente para ele.
— Eu não vou aguentar te carregar para dentro do carro se você passar mal. — esforço-me para convencê-lo.
— Eu não vou passar mal, Karen... Você não pode me deixar deste jeito. — ele pega minha mão e leva até seu membro duro, por cima da bermuda.
— Você é enorme! — exclamo sem filtrar e ele não se surpreende com a minha reação, apenas sorri.
— Eu sei fazer com jeitinho, não vou te machucar — diz ele e eu me controlo para não piorar sua situação, se é que é possível.
— Para — peço. — Você vai acabar me convencendo.
Ele entranha os dedos nos meus cabelos perto da nuca e me puxa para um beijo. Com a outra mão, ele apalpa minha bunda e devagar, levanta o meu vestido começa a tatear minha calcinha, da lateral para a frente. Seguro a mão dele.
— Deixa. — pede e volta a me beijar. Não solto sua mão, só diminuo a força com que a seguro.
Seus dedos afastam minha calcinha e ele me toca.
— Huuuum... Já está molhadinha — fala em meu ouvido e eu me esforço para me manter passiva — Tem certeza de que quer parar? — ao fazer essa pergunta em meu ouvido, ele acaricia meu clitóris me fazendo gemer. — Vou encarar isso como um "não".
Não foi de propósito que eu não respondi. E sim porque o toque dele estava tão bom que eu não consegui falar. Ainda continuo com medo e, ao mesmo tempo, sinto um tesão enorme. Estou dividida e molhada. Obviamente ele não sente medo algum, se acha o super homem.
— Você não pode fazer muito esforço, Douglas. — aviso ofegando enquanto ele tira minha calcinha.
— Se você quer sentar, não precisa ficar inventando desculpas — diz, com um sorrisinho safado. - É só falar que eu deixo.
Entendi o jogo dele. Disfarçou suas limitações jogando-as em seu favor. Sorrio entrando na brincadeira e volto a beijá-lo segurando em seu rosto. Desço minhas mãos por seu tronco seguindo caminho por sua cicatriz, passando pelos gomos de seu abdômen sarado até o botão de sua bermuda. Enquanto a desabotôo, ele pega em meus seios por cima do vestido e os aperta fazendo um movimento que os une. O fôlego começa a me faltar quando desço seu zíper. Com poucos movimentos sua bermuda cai, e com jeito, ele termina de tirar revelando uma cueca boxer azul marinho. Eu paro de beijá-lo e fasto sua cueca, olhando o grande pau duro ali guardado. Mordo o labio inferior a fim de esconder um sorriso que teima em escapar.
— Você está com medo, mas está gostando... — fala malicioso e eu acabo deixando uma risadinha acanhada fugir. Ele puxa uma das cadeiras e senta. — Vem, senta aqui - diz, colocando o pau para fora.
— Ainda não — respondi.
No rosto dele surgiu uma espécie de fascinação quando me viu abrir suas pernas e me ajoelhar em sua frente. Eu fantasiei esse momento muitas vezes antes de dormir e não posso transar com ele sem antes realizar isso. Primeiro ele se inclina para me dar um beijo e eu retribuo pegando em seu pau e massageando-o. Ele para de me beijar e eu olho em seus olhos sentindo um desejo aflorar em mim que há tempos não sentia. Saboreio cada arfar dele enquanto apenas o movimento. Depois começo a lamber toda a extensão de seu pênis, do saco à cabeça. Ele pega meus cabelos e os ajeita como em um rabo de cavalo e eu começo a chupá-lo bem devagar. Ele geme com rouquidão na voz e isso me dá ainda mais tesão. Aumento o ritmo e completo com a mão a parte do pau dele que minha boca não alcança e ele delira. Sugo-o com vontade e de repente me dou conta de que estou seguindo o tutorial do Wesley inteiro sem planejar. Eu capricho no boquete até ele não aguentar mais, me esquecendo do risco que estou fazendo ele correr.
— Vem, Karen... — ele fala arquejando — Senta.
Me levanto e ele segura o pênis apontando-o para cima, para facilitar. Passo minhas pernas uma para cada lado, levantando um pouco o vestido não revelando nada do meu corpo e deixo que ele guie seu membro para dentro de mim. Eu sou literalmente pequena e estava com medo sim deste momento. Mas estou tão molhada que o pênis dele entra me causando um prazer instantâneo. Começo no embalo em que parei no boquete, a diferença é que agora ele não é o único a gemer. Ele pega no zíper do meu vestido, nas costas e tenta abrir.
— É melhor você me deixar vestida. — digo entre gemidos — O que os olhos não vêem o coração não sente.
Ele ri.
— De jeito nenhum!
O zíper trava e eu fico torcendo para que ele entenda isso como um sinal dos céus e não tire a minha roupa. Mas vejo que isso não é nenhum empecilho para ele quando ouço o som do meu vestido sendo rasgado de alto a baixo.
— Ops... — ele fala fingindo que foi um acidente.
Eu paro os movimentos e em penso:
Que se dane o que pode acontecer, é só uma pequena possibilidade.
Deixo ele terminar de destruir o meu vestido e tirar meu sutiã. Só retorno aos movimentos quando ele começa a chupar meus mamilos me levando novamente ao meu estado de êxtase sexual. Sua boca quente percorrendo meus seios e a sensação daquele pau grande dentro de mim me fazem chegar perto de gozar e eu fico tentando adiar isso, para chegarmos ao nosso pico de prazer juntos. Mas fica difícil quando ele diz:
— Vai... Eu estou doidinho pra ver você gozar, Karen...
Eu luto contra ele, pois sei que se eu tiver um orgasmo agora, não vou conseguir manter essa posição por muito tempo.
— Quero ver você gozar gostoso... vai...
Foi mais forte que eu. Sua voz ofegante e grossa em meu ouvido pedindo para me ver gozar me fez enlouquecer. Ele me fez ter o orgasmo mais forte que já tive. Contra minha vontade, gemi mais alto do que eu queria. E aconteceu exatamente o que temi. Perdi a força nas pernas e o ritmo que eu estava já não é mais o mesmo.
O Douglas levanta comigo em seu colo, sem se desligar de mim e eu o agarro com as pernas. Ele me beija e caminha comigo pelo corredor enquanto eu ainda sinto as pulsações do orgasmo que acabei de ter. Ele abre a porta do quarto, me coloca na cama, mantendo nossos corpos como se fossem um só. Coloca minhas pernas no mesmo ombro e começa empurrar seu pau em mim com força me fazendo ir para outro mundo.
Agora os papéis se invertem. Eu sou quem está deitada na cama, em sua zona de conforto. Aqui é ele quem domina e os meus sinais vitais são uma resposta ao prazer que ele me proporciona. Meu ritmo cardíaco está acima do normal. Meu corpo arde em uma febre de puro desejo e sou eu quem delira e diz coisas que daqui meia hora talvez não lembre, mas que faço questão de dizê-las. É ele quem agora faz cicatrizar todas as minhas feridas.
Ele atinge seu clímax e se deita ao meu lado. Eu fico prestando atenção em sua respiração sem deixar isso óbvio. Ainda estamos desnudos. Ele está sem fôlego, é claro, mas meu lado médico teme que pode estar sentindo dores no peito por ter se esforçado demais. Espero uns segundos e não noto mudanças, era para ele estar respirando de forma mais branda agora.
— Douglas! — chamo deitada ao lado dele sem olhá-lo, para não demonstrar minha preocupação. Ele não responde — Douglas! — chamo mais uma vez, agora olhando para ele.
— Hum — responde ainda arfando.
— Você está bem? — questiono preocupada.
— Não sei — fala colocando a mão no peito.
Ergo-me apressada e me sento ao seu lado. Pego seu rosto com as duas mãos já beirando o desespero.
—O que você está sentindo, Douglas? — indago sentindo um medo tremendo — Dor? Palpitação? FALA!
— Estou sentindo — ele pausa fechando os olhos devagar — vontade de fazer tuuuuudo de novo. — em seguida começa a rir.
Primeiro sinto raiva por ele ter me enganado. Encaro seu semblante risonho por ter me pregado uma peça e começo a sentir alívio por ele estar bem. Me rendo e também caio na gargalhada.
— Não faça mais isso. — peço entre risos — Você quase me matou do coração.
— A vida não seria tão irônica com você — diz acariciando meu rosto.
Beijo-o e volto a deitar, mas desta vez em seu peito. As batidas de seu coração, que antes eu ouvia através do estetoscópio, agora ouço sem que nada seja necessário para mediar isso. Sinto sua pulsação ao dedilhar sua cicatriz, que para mim é um marco não só em sua pele, mas na minha vida. Uma espécie de tatuagem que data o dia em que o conheci. Data o fato que o trouxe até mim, na minha mesa de cirurgia. Marca o fim de uma fase ruim e o começo da melhor da minha vida.
O Douglas acaricia meus cabelos enquanto eu passo os olhos pelo quarto dele. Eu nem tinha olhado direito quando entramos, além de estar escuro, eu estava concentrada em outra coisa. Apesar da escuridão, noto uma silhueta pendurada na parede. Esforço minha visão e reconheço o instrumento.
— Aquele violão é só um enfeite? — pergunto apontando para a parede.
— Quer ver?
— Se não for muito esforço para você... — brinco.
Sento na cama para que ele levante. Ele acende a luz e pega o violão, preto e brilhante. Ao se virar de frente para mim, ele posiciona o violão de uma forma que cobre sua nudez. Ele caminha de volta para a cama já dando os primeiros acordes. Eu não só conheço como acho linda esta canção. "More than Words".
Ele se senta dando continuidade à melodia e eu me deito de bruços, com as mãos no queixo. Não consigo esconder que estou adorando isso. É uma surpresa imensamente agradável ver que ele toca violão com habilidade. E agora que a letra de fato começa, descubro que ele também canta muito bem. Quando conversamos no café, eu disse que não queria ir rápido demais. E olha eu aqui deitada e nua na cama dele, que também está nu tocando violão e cantando para mim. Não pensei que seria tão repentino estar literalmente caidinha por ele.
"O que você faria se meu coração se partisse ao meio? Mais do que palavras é só o que tem que fazer para tornar isso realidade, então nem precisa falar que me ama, pois eu já saberia." — assim diz a canção.
— O que eu faria se seu coração se partisse ao meio?! — pergunto quando ele termina, fazendo com que soe que a escolha da música fez mais uma alusão ao fato de eu ser cardiologista — Faria ele ser um só novamente.
Ele sorri, se aproxima e me beija.
— Você já fez isso.
Ficamos uns segundos nos olhando, ambos admirando a nudez um do outro até algo parecer estranho.
— Douglas, tá sentindo isso? — indaguei sentindo um cheiro estranho.
— A carne! - ele gritou.
Ele pousou o violão sobre a cama, se vestiu e saiu correndo pelo corredor. Eu não tinha o que vestir além das minhas roupas íntimas que estavam no chão da cozinha, já que ele havia destruído o meu vestido lá mesmo. Peguei uma camisa dele emprestada e fui atrás para ver o estrago. Fumaça. Isso resume a consequência de eu ter atropelado tudo por não conseguir segurar meu desejo. A noite terminou em pizza. Mas estávamos felizes.
A madrugada fria passou quase despercebida com o Douglas me aquecendo. Se isso é um sonho, eu não quero acordar. Penso, envolvida em seus braços grandes e fortes.
Há cinco dias atrás eu não imaginava que tudo isso poderia acontecer. Eu estava em São Paulo, tentando esquecer esse cara, que agora me aperta mais contra si me fazendo esquecer o mundo lá fora.
OBRIGADA EscritoresFabulosos!!!
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