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21

Não planejei voltar tão cedo. Minha intenção era ficar até meu último dia de férias e retornar pronta para pedir as contas ao Dr. Gilberto. Mas no fim de tudo eu acabei gostando. Mesmo mamãe tendo se machucado, isso teve seu lado bom, que foi a Kássia ter vindo também. Não contamos a eles que ela viria comigo. Fomos direto para o apartamento dos nossos pais e quando a viram, foi uma surpresa e tanto. Fiquei impressionada com a alegria deles em vê-la. Naquele momento não havia recentimento algum sobre a Kássia ter saído de lá e se mudado para São Paulo. Enquanto estavam no congresso, nossos pais iriam lá pela primeira vez também. Mas tiveram seus contratempos.

Passamos a noite lá e no dia seguinte mamãe começou a me instruir sobre meus dias e horários na clínica. De segunda à sexta de 8h00 às 17h00 e sábados de 8h00 às 14h00. Me passou a agenda do mês inteiro e adiantou alguns casos.

A Kássia ter vindo realmente foi a melhor parte, porque assim, papai vai continuar trabalhando normalmente, mamãe vai estar sendo bem cuidada e eu poderei dar continuidade aos atendimentos.

É tão bom ter minha família unida de novo, mesmo que seja só por um tempo. Tudo ficou tão melhor por estarmos juntos. Até o nhoque da Kássia ficou bom. Papai que é rigoroso com a alimentação, comeu e ainda repetiu.

Ficou combinado que eu não atenderia ninguém após 17h00 e voltaria o quanto antes para irmos jantar em comemoração à visita da Kássia e ao começo da minha nova fase. Embora fosse tudo decidido em meio a impulsos, eu estou muito empolgada.

Quando saí de lá, passei na casa da Paola e do Wesley para matar a saudade e buscar o Théo. Até que ele não estava com as unhas cor de rosa, mas o Wes disse que ele destruiu alguns tênis dele, arrancou o varal e espalhou roupas por toda a casa. Eu prometi comprar outros pares de tênis para ele, mas ele disse que não precisava, que se aquele era o preço para eu me distrair e esquecer meus problemas, ele fica satisfeito. A Paola estava de plantão, mas disse que marcaria um dia na semana para almoçar comigo e me contar melhor que está "pegando" um dermatologista lindo. Deve estar com a pele mais linda do que nunca.

A dona Marly já voltou do retiro da igreja, então tudo está como antes.

Eu já tinha vindo na clínica da mamãe outras vezes, mas agora é diferente, vou fazer parte da equipe por um tempo. Ao me aproximar da porta, sinto uma mistura de ansiedade e entusiasmo. Cheguei aqui meia hora antes, como de costume no hospital.

— Bom dia, Dra. Karen! — me cumprimenta uma moça. Ela é negra, alta e muito bonita.

— Bom dia! Marcela? — tento lembrar o nome dela. Não deu para decorar as centenas de nomes dos integrantes da equipe que mamãe falou há uns dias atrás.

— Sim, é um prazer te conhecer — ela diz sorrindo. — Me acompanhe, vou te apresentar aos outros do setor da cardiologia e mostrar sua sala. Da sua mãe. — se atrapalha. — Sua... — ela começa e rir e acabo não conseguindo ficar séria.

Conheci outros médicos, outros enfermeiros e tomamos um café no espaço reservado aos funcionários da clínica. A equipe é super alto astral e me senti renovada aqui. Ainda não é o meu espaço de trabalho, mas já me sinto feliz por esta nova estapa.

Já estou na sala da minha mãe. Passo os olhos por todo ambiente maravilhada com os certificados de todas as especializações dela. Na mesa tem vários porta-retratos. Em um deles tem uma foto do casamento dos meus pais. Estão tão felizes que até me emociono. Um dia quero ter uma foto dessa na minha mesa, do meu próprio casamento. Mas este dia está muito longe, pois nem namorado eu tenho. Tem uma foto da primeira apresentação de balé que a Kássia e eu fizemos juntas. Outro moldura exibe a lembrança da minha formatura. Eu tinha estampado no rosto o medo do novo, a felicidade e a maquiagem do Wesley.

— Dra. Karen. — a Marcela me tira da nostalgia. — Posso mandar o primeiro paciente entrar?

Faço que sim com a cabeça e quando ela vira as costas dou uma breve olhada no meu reflexo na tela do celular.

É isso. Estou pronta para começar.

Entra um senhor que eu reconheço de algum lugar.

— Bom dia! — ele me sauda olhando sem muita atenção para mim e depois parece recobrá-la. — Foi você quem me operou? — ele se senta à minha frente.

— Bom dia, Senhor... — olho a tela do computador para ver seu nome — Nelson Moraes. Não lembro bem em qual ocasião o atendi.

— A angioplastia... Sou aquele paciente assustado, lembra? — ele pergunta sorrindo.

— Ah, claro! Não sabia que era paciente da minha mãe — respondo surpresa e alegre.

— Que bom que você saiu daquele hospital. Lá não era lugar para você.

— É mesmo? E por que não? — indago com curiosidade.

— Nossa... aquilo parece um programa de fofocas. O pouco que eu caminhei pela triagem para me exercitar, ouvi cada coisa...

— Como o quê? — pergunto rindo de nervosismo.

— Tem uma tal de... — ele franze o cenho tentando lembrar o nome. — Tamara... Samara... não lembro muito bem. Que vivia falando de uma outra. Acho que é Paola. Dizia que ela pegava o hospital inteiro! — ele exclama com as sobrancelhas erguidas.

— Minha nosssa! — me espanto.

— Você a conhece? — inquire constrangido.

— Não — nego —, mas já ouvi esses boatos também. — fazer um paciente passar por um constrangimento desses logo na primeira consulta comigo, seria começar com o pé esquerdo. — Como está se sentindo hoje?

Iniciei a consulta logo com o intuito de terminar aquele assunto antes que eu desse crises de risos. Mas a Paola tem culpa, tem que manter a pegação dela no sigilo.

Cada paciente atendido era um pedaço meu que estava sendo devolvido a mim mesma. Essa foi a minha escolha e a dos meus pais. Talvez fosse necessário mesmo passar por tudo isso para que eu conseguisse entender que nem tudo vindo deles era controle, mas cuidado.

Almocei na companhia dos meus novos colegas de trabalho em um restaurante perto daqui. Henrique, um ruivo dono de um sorriso lindo, alto e simpático da radiologia. Marina, obstetra. Ela me contou várias coisas engraçadas que já aconteceram aqui. Isso me fez lembrar o Daniel. Estou com saudades, mas não quero entrar em contato com ele porque sei que esse afastamento é necessário, pelo menos por enquanto.

Já são quase 17h00 e estou me organizando para ir embora. Alguém bate na porta e eu vou ver. É a Marcela.

— Tem tempo para fazer um encaixe? Tem um paciente pedindo para ser atendido.

— Não dá pra jogar para amanhã? Tenho um compromisso —resmungo.

— Eu sugeri isso, mas ele disse que está sentindo dores no peito e falta de ar.

— Meu Deus! Então mande-o entrar.

Corro para vestir o jaleco novamente e  como sou desastrada, deixo cair uma pilha de papéis da minha mãe que estavam no cantinho da mesa. Algumas folhas foram para debaixo da mesa e eu entrei feito louca embaixo dela para arrumar minha zona. Ouço os passos lentos já na sala e resolvo deixar a papelada pra lá. Levanto devagar com a juba caída no rosto. Sento e começo a retirar os cachos que atrapalham a minha visão e encaro aqueles olhos jabuticabas.

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