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17

Avisto o rosto da minha querida irmã ainda de longe e meu coração quase explode por querer abraçá-la logo e não poder. Me apresso puxando a mala e ela vem de encontro à mim, sorridente. A cada passo mais próximo, o alívio de estar com a pessoa que eu posso abrir meu coração por completo me invade. Solto a mala e corro para o abraço dela. A danada ainda aguenta comigo e me tira do chão parecendo um passo de dança.

— Desculpa por ter demorado tanto para vir!

— O que importa é que você está aqui agora — diz ainda abraçada a mim. Depois me coloca novamente no chão.

Pego minha mala e vamos caminhando para a saída do aeroporto.

— Me conta tudo o que eu preciso saber. — ela praticamente dá uma ordem.

— Depois de você — argumenta.

— Não é justo, eu perguntei primeiro — protesta risonha.

— Depois que a gente chegar, conversamos.

— Mas tem alguma coisa séria acontecendo, mamãe falou que você parecia estar escondendo alguma coisa.

— Então ela quer que você colha informações? — pergunto desconfiada.

— Na verdade não. Mesmo sem saber de nada assegurei que isso era só você sendo você e ela acreditou. A preocupação é toda minha — fala pondo a mão esquerda no peito e a direita para cima, como um tipo de juramento.

— Seu Clark Kent está em casa? — zombo da semelhança do Eduardo, namorado dela, com o Henry Cavill e ela ri antes de responder.

— Vai chegar no final de semana. Está em Minas Gerais tentando uma fusão com uma empresa maior. Mas não muda de assunto.

— Nossa, Kássia! Você é difícil de enrolar... Vamos chegar no seu apartamento primeiro.

— Tá bom, teimosa. — ela faz uma careta. — Antes da gente se confessar, eu quero te mostrar umas coisas.

— Que tipo de coisa? — indago curiosa.

— Do tipo que você vai gostar. Mas não vou dizer mais nada. — ela faz um sinal de passar a chave na boca e jogar fora.

No caminho ela fez questão de que ouvíssemos nossa música preferida. King of Sorrow da maravilhosa Sade. Isso foi bem coerente, pois realmente me sinto a Rainha da Tristeza, como diz o nome da música. Cantamos juntas no volume máximo tanto do rádio como das nossas vozes. De vidros abaixados sentindo o vento no rosto e recebendo os olhares reprovadores de algumas pessoas e admirados de outras.

— SORROW, I'ME THE KING OF SORROW... — berramos ensurdecedoramente afinadas.

Cantando e rindo, apesar da letra ser a mais triste que já ouvi na minha vida. Está sendo legal colocar a dor para fora de um jeito diferente. Nem cheguei no apartamento dela ainda e já me sinto bem melhor. Mas em algum momento eu vou precisar contar tudo, ou quase para ela. Não por insistência da Kássia, mas porque eu preciso contar para alguém e não existe ninguém melhor nesse mundo do que ela. Minha irmã não vai me criticar, vai me ouvir e me entender.

O apartamento dela é apaixonante. Um ambiente enorme e lindo. Assim que entrei fiquei deslumbrada com a sala, pois o sofá foi feito com os bichinhos de pelúcia que ela foi ganhando e comprando desde a infância. No canto direito daquele espaço gigante, fica a sala de jantar com uma mesa para oito pessoas. A cozinha também não fica por baixo, mas o inusitado foi quando ela puxou uma porta de correr de madeira quase imperceptível. Surgiu um cômodo com um sofá de canto, um telão gigante, uma imensa estante de livros e um bar.

Eu moraria aqui com eles numa boa se o Eduardo não se importasse em ter uma cunhada por perto. Mas não tenho coragem de deixar nossos pais no Rio. Já foi difícil quando ela resolveu vir. Ela se sentia muito sufocada, mesmo já tendo saído do apartamento de nossos pais. Eles pegavam muito no pé dela por querer alugar um espaço para dar aulas de dança e eles diziam que não ia dar certo. É muito triste não termos o apoio dos pais na conquista dos nossos sonhos. Kássia trabalhou um bom tempo como modelo fotográfica para juntar o dinheiro necessário para dar o pontapé inicial no seu objetivo. Eu a admiro muito.

Guardei a mala no quarto de hóspedes enquanto a Kássia estava preparando a tal surpresa no recanto das guerreiras. Troquei minha roupa por algo mais confortável, como um shorts de moletom e uma blusinha de alças e logo fui ver o que ela estava armando.

— E então, preparada? — pergunta olhando para mim, com um sorriso estridente e o controle da TV na mão.

— Vamos ver um filme? — pergunto um pouco decepcionada.

— Não, sua boba — diz revirando os olhos. — Posso começar?

— Anda! Estou morrendo de curiosidade!

Ela aperta um botão do controle e uma imagem aparece na tela me causando um encantamento indescritível.

— Oh meu Deus! Somos nós? — indago maravilhada.

— Sim! — ela sorri também encantada. — Nem para me dar um beijo você desgrudava da bola! — isso me faz rir sem controle.

Esta foto me traz uma paz... Nossa infância foi maravilhosa. Com todas as brigas, brincadeiras, castigos... Tudo foi perfeito. Éramos irmãs como qualquer outras nessa fase da vida. Mas sempre fomos muito unidas.

— Onde essa foto foi tirada? — pergunto curiosa.

— Acho que na casa da vovó Laura — responde com dúvidas.

— Era tão bom lá, né? Tem mais? — ela aperta o botão novamente.

— Nossa! Eu gostava mesmo de te beijar, hein?

— Quando a gente não estava brigando, sim.

— É verdade! Não tem fotos da gente rolando no chão não?

— Claro que não, sua doida! Acha que o papai tiraria fotos da gente aos tapas?

— Você tá tentando me enforcar, Kássia? — indago incrédula e ela solta uma gargalhada.

— Claro que não!

— Mas olha a minha cara, eu não estava gostando nem um pouquinho.

— Você fazia muito drama com as minhas brincadeiras.

— É você, Kássia?

— Não, é você! Que gracinha, não acha?

— Nossa! Sinto falta dessa época — falo emocionada.

— Não chora agora, espera mais um pouco.

— Tem mais ainda?

— Claro! Olha essa:

— Essa é linda demais!

— Por que a gente tá de branco, Karen?

— Se você que é a mais velha não sabe, imagina eu.

— Kássia, você tá linda nessa foto!

— Ah, você também!

— Estávamos de férias né?

— Isso, no sítio do vovô Augusto. — ela demora um tempo para passar para outra foto e fica me observando.

— Acabou?

— Não, guardei a melhor pro final.

— Nossa! — exclamo. — Isso foi dias antes de eu começar a faculdade de medicina.

— Sim — confirma ela. — Você ficou treinando esse escorpião até sair impecável. E conseguiu.

Fico presa em outra dimensão olhando essa foto, pensando em como era perfeita a minha vida. Aquele era o meu sonho e eu estava vivendo o meu melhor momento. Nessa época eu não tinha tantos problemas como tenho agora. Não tinha patrão, não tinha inimigos, não tinha colegas apaixonados por mim, não tinha Douglas.

— O que foi Karen? — Kássia me pergunta preocupada.

— Nada... Eu só queria voltar no tempo e fazer uma escolha diferente. Talvez seguir os seus passos — respondo encarando o chão.

— Essa é a hora em que você me conta tudo o que está acontecendo.

— Nem sei por onde começar.

— Para não se perder, comece do início.

Sem saber, ela tem razão. Começar do começo é bem melhor para evitar dar com a língua nos dentes. Inicio do dia em que o Douglas chegou baleado ao hospital e explico como as coisas foram acontecendo gradativamente e ela vai achando tudo lindo. Cada investida dele a deixa encantada e eu não estou sabendo desconstruir isso sem contar o que aconteceu.

— Mas qual é o problema, Karen? Por que você não procura ele para conversar quando voltar?

— É complicado, Kássia. Digamos que descobri que ele não é quem dizia ser — explico.

— E quem ele é? — ela pergunta me complicando.

— Acho que elaborei mal as coisas. Ele estava escondendo um lado dele que eu não gostei.

— Me conta logo tudo, eu não vou contar para ninguém. Juro! — ela pede mostrando realmente ter interesse em saber o que aconteceu.

Eu conto sem omitir detalhe algum. Tenho certeza que da boca dela, ninguém vai ficar sabendo.

— Karen! Ele é um ser humano. Agiu errado? Agiu, mas você não pode relevar isso?

— Não é isso. Parece fácil, mas não é. Eu me senti manipulada. Acho que ele fingiu tudo isso achando que eu poderia encobrí-lo. E mesmo que não seja este o caso, imagina se ele fizer isso de novo, presenciar outra situação dessas e matar outra pessoa em vez de fazer o trabalho dele? Eu fui médica dele e tudo o que verão disso é que eu não agi profissionalmente. Que houve um conflito de interesses. — ela fecha os olhos e concorda com a cabeça, entendendo meu lado. — Que eu quis acobertá-lo para não prejudicar "nosso relacionamento".

— É. Agora eu entendi. — ficamos em silêncio por uns segundos. — O que você está pensando em fazer quando voltar?

— Nada. Vou começar a atender na clínica da mamãe. Pretendo mergulhar no trabalho fingindo que nada aconteceu.

— O que seus amigos acham disso tudo?

— Eles não sabem que eu gosto dele e nem sobre a verdadeira história do tiro. Eu não podia contar.

— E por que não? — ela inquire confusa.

— A Paola tem um jeitão superprotetor. Só consegue ver como isso prejudicaria meu trabalho e esquece que eu também tenho um coração.

— Eu entendo que isso esteja te deixando triste, mas mesmo que você tenha deixado de buscar um sonho, você encontrou um outro modo ser feliz. — ela faz uma breve pausa e eu a observo atentamente. — Você se apaixonou pela medicina e se tornou uma ótima médica, montou o seu próprio palco. Não deixa que isso destrua toda a sua conquista. Brilhe!

— Você tem razão — admito refletindo.

Às vezes eu sentia falta de dançar, mas era só uma saudade de uma época boa. Eu realmente não posso condenar a minha escolha e tudo o que eu conquistei na história da minha vida por causa de uma pequena vírgula.

— E o colombiano gostosão? — indaga me trazendo de volta à realidade.

— Quê? — demoro um pouco para lembrar que existiu um alguém desse tipo. — Ah, o Ygor?

— Já esqueceu ele??? — bate palmainhas em comemoração. — Isso é ótimo!

— Pois é, depois que o Douglas chegou eu não tive muito tempo livre para lembrar que ele sumiu no mundo.

— Sumiu do nada mesmo?

— Não exatamente, eu sei que ele voltou para a Colômbia.

— Mas por que você tem tanta certeza?

— Vou te explicar melhor. Ele tinha ido me buscar no hospital depois do plantão, no dia em que ele "sumiu". No caminho ficou perguntando se eu tinha vontade de viajar com ele para lá, mas eu estava longe de tirar férias, não daria. Ele disse que poderia ser uma viagem rápida, a gente iria assim que eu saísse do hospital e voltaria dois dias depois, não atrapalharia meu trabalho. Mas no fundo eu não tinha interesse em viajar para fora naquele momento.

— Ainda assim não seria motivo para te deixar.

— Mas a história ficou um pouco pior, pois ele ficou sem falar comigo até chegar em casa. Depois pegou a mochila dele, tirou duas passagens para um vôo naquela noite e jogou em cima da mesa.

— Ele comprou achando que você ia aceitar! — ela cobre a boca com as mãos.

— Isso. Discutimos ainda mais porque ele achou que eu dava mais importância ao trabalho do que a ele.

— Não era isso...

— Mas ele achou. Eu tentei explicar que eu só não achava que estava no meu melhor momento para viajar pro exterior. Não deu certo e ele saiu levando as duas passagens. — lembrar daquele dia me trouxe uma tristeza a mais. — Mas isso já passou. Agora meus problemas são outros.

— Eu queria poder fazer alguma coisa para te ajudar a se sentir melhor, mas não faço ideia do quê.

— Mas eu faço, pede uma pizza?

— Que pizza? Eu fiz nhoque!

— Tá maluca? Seu nhoque é horrível!

— Eu sei, é brincadeira — admite rindo. — Vou pedir.

Comemos nossa pizza marguerita e bebemos uma coca-cola bem gelada. Aproveitei para contar a parte mais leve dos meus problemas, o Daniel. Na verdade, ele não chega a ser um problema, eu que não soube lidar com o que aconteceu no início. Agora tô mais tranquila.

Kássia teve um ataque de risos quando contei como foi que tudo aconteceu na festa. O tornozelo, a caipirinha... ficou abismada dizendo que não entendia como foi que eu não percebi que ele gostava de mim e que no meu lugar, estaria dividida. Mas realmente não estou. Pelo Daniel eu tenho muito carinho, mas nada além disso. Ao terminarmos de comer foi minha vez de querer saber dos segredos dela.

— Agora me conta os seus podres — peço sorrindo.

— Ah, hoje não. Você deve estar cansada e precisa acordar cedo amanhã.

— Preciso é? — indago confusa.

— Sim, quero te apresentar uma pessoa.

— Não é homem não, né?

— Claro que não! Mas é surpresa. Agora vá dormir.

— Você adora fazer surpresas, hein?!

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