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13

Ando pelos corredores desnorteada tentando absorver e processar tudo o que acabei de descobrir. Será que isso pode ficar pior? Avisto a Paola vindo em minha direção, o que por ora, já vai ser de grande ajuda.

— Karen, que cara é essa? O que aconteceu lá? — ela pergunta vendo a minha expressão de quem acaba de perder o chão.

— Não posso falar sobre isso agora. Só me faz um favor, por enquanto.

— Claro, fala.

— Você pode recolocar os eletrodos do monitor cardíaco no Douglas?

— Por que ele está sem os eletrodos? — ela questiona confusa.

— É complicado... Só faça isso, por favor e depois verifique se a paciente que operamos ainda há pouco já acordou da anestesia. Eu preciso conversar com o Dr. Gilberto.

— Tá bom — ela concorda ainda sem entender.

Este assunto é muito delicado e eu não faço ideia de como começar a abordá-lo. Há muitos anos, enquanto eu ainda estava na faculdade, estudei sobre sigilo médico, mas a teoria é diferente da prática. À medida em que estudamos algo, não levamos em consideração a pressão psicológica, o nervosismo e a ansiedade que acompanham a necessidade de agir. Há um risco de estragar nossa reputação, ou a de alguém. No meu caso, é a minha ou a do Douglas.

Bato na porta e aguardo. Ainda oscilo entre achar que faço o certo ou o errado, mas se eu não expor isso ao meu chefe, não sei como vou seguir adiante guardando isso comigo. Se for um erro, vai ser o mais correto. Ele abre a porta.

— Dr. Gilberto, preciso conversar com o senhor. É um assunto muito sério. — ele olha brevemente para os lados.

— Entre e sente-se. — faço como ele pede.

— E então? Do que se trata?

— Bom, se trata do Douglas, aquele paciente que o senhor me autorizou a acompanhar o caso de perto.

— Sim, me recordo bem. Você notou alguma necessidade de pedir a um psicólogo para avaliá-lo?

Minhas mãos começam a suar e eu gaguejo.

— Não. Quero dizer, não exatamente. Vou contar pro senhor o que eu descobri a respeito dele, e acho melhor o senhor decidir.

— Do que você tá falando? — ele parece confuso.

— É um assunto muito grave e eu temi tomar qualquer decisão sozinha.

— Pois então, fala logo! — ele aumenta o tom de voz.

— Eu descobri o que aconteceu com ele na noite em que ele chegou baleado. — ele paralisa, me encarando.

— Todos nós sabemos, Dra. Karen. Ele impediu um assalto tentando salvar a vítima. O indivíduo reagiu atirando no policial e, em legítima defesa, ele atirou também — ele fala com absoluta certeza.

— Não, senhor. Eu digo a história por trás da versão da imprensa. — ele me encara por alguns segundos.

— Onde você quer chegar, Dra. Karen?

— Na farsa, no crime. Ele, aparentemente teve um tipo de surto por causa de problemas pessoais e reagiu não de forma profissional, mas de forma passional. — ele se choca e logo saca o maço de cigarros acendendo às pressas.

— Como você descobriu isso?

— Através dele mesmo. Fiz como o senhor me pediu e tentei ver se havia necessidade de chamar um profissional para avaliá-lo.

— Não foi isso que eu te pedi! Eu precisava que você apenas o observasse e não que tentasse invadir a mente dele! — ele traga o cigarro e solta a fumaça em seguida. — Aliás, o que você fez pra conseguir tirar essa informação dele? — penso e repenso de forma ágil a fim de responder sem entregar meu erro em ser confidente do Douglas, mas ele age antes de mim e atropela a minha resposta. — Não é possível! — ele se levanta e começa a andar de um lado a outro da sala. — Eu pensei que fosse só uma fofoca como outra qualquer, já que nesse hospital todo mundo é chegado a uma fofoca, mas não. Você tá mesmo tendo um caso com o seu paciente???

— O quê?! — eu me apavoro e meu coração quase salta pela boca. — Mas é claro que não, Dr. Gilberto!

— Não seja ainda mais errônea em negar isso! Não teria como você saber se não estivesse tendo uma relação íntima com ele dentro do hospital! Quanto desgosto!

— Eu nunca faria isso, doutor...

— Este assunto já estava sob controle e você não devia mexer nisso.

— Como assim? O senhor já sabia? — pergunto um pouco desorientada.

— São negócios, Dra. Karen. Nossas instituições atuam juntas em defesa da vida. — ele se senta. — Esse policial sempre foi exemplar até aquela noite. O delegado dele é um amigo meu de longa data e me pediu para OMITIR alguns fatos caso a imprensa pedisse algum detalhe que pudesse contradizer a razão daquele tiro. Mas eu não precisei fazer nada. Só passei as informações médicas e o resto dos trâmites da cena do crime foi resolvido entre eles. — ele traga novamente enquanto eu o observo chocada. — Apesar de tentar de tudo para ajudar, eu não queria devolver às ruas um policial que trouxesse mais riscos do que segurança à população. E quando você disse que ele solicitou os seus cuidados médicos, vi uma chance de acompanhar o caso dele de forma mais discreta. Mas o que você visava era outra coisa.

— Há um grande mal entendido nesta história, doutor...

— NÃO HÁ MAL ENTENDIDO NENHUM! — ele grita comigo.

— Tudo bem, o senhor pode acreditar em quem quiser, eu não me importo. Mas isso não muda o fato de que o Douglas cometeu um crime! — ele ri.

— Quem é você para dizer o que é certo ou errado? Está... como posso dizer? Se relacionado com um paciente! E dentro do hospital! — ele afirma de forma convicta, usando isso para me atacar.

— Doutor, eu não sei quem faria uma coisa dessas comigo. Mas pense por um instante, se eu tivesse algum relacionamento com ele, o senhor acha que eu viria aqui pra, de certa forma, denunciá-lo?

— Mas é óbvio que sim. Agora que você descobriu tudo e viu o risco que está correndo de arruinar a sua carreira médica, preferiu mudar de lado.

Eu não consigo acreditar que ele está convencido disso. Quem teria a coragem de inventar uma mentira dessas? A sensação de derrota é tão grande...

— Eu lamento muito que o senhor não consiga encontrar em si uma maneira de acreditar em mim e prefira dar ouvidos às fofocas deste hospital. — ele balança a cabeça em negação, demonstrando não dar importância a nada do que falo. — Também sinto muito pelo senhor ter se vendido aos "negócios" e optou por escolher ser cúmplice de tudo isso. Mas eu não vou ser.

— Você não tem essa opção. Não vai e não pode se meter nisso! — ele engrossa a voz. — quer mesmo destruir a sua reputação tendo que explicar sua relação com um paciente? Quer dar desgosto ao Olivier quando ele souber que em vez de você estar seguindo os passos dele e de sua mãe, está sendo totalmente irresponsável?

Eu não sei o que dizer, isso soou como uma ameaça. Tive todas as minhas expectativas frustradas. Achei que ao contar a verdade para o Dr. Gilberto, ele levaria isso à polícia. Mas ele está de acordo com tudo. Isso faz com que a minha voz seja apenas um sussurro em meio a gritaria. Eu teria que dar a minha cara à tapa e me envolver em um problema maior do que eu posso lidar. Além de não ser ouvida, poderia acabar me causando muitas consequências.

— Só esse seu caso com o policial já resultaria em muitos problemas. Mas eu vou te fazer um favor. Vou te dar férias. Mas quero que esse descanso desça bem quadrado pela sua garganta porque a minha vontade é te demitir. Não farei isso em consideração ao Olivier. Enviarei a papelada por alguém de confiança para você assinar. Não me apareça mais neste hospital até o dia do seu retorno. — ele se dirige até a porta e a abre num gesto menos ignorante de me expulsar de sua sala e eu o sigo em silêncio, pois já perdi essa discussão antes mesmo de ter entrado aqui.

Ao passar pela porta vejo o Daniel andando de um lado para o outro no corredor a uns metros de distância.

— Dr. Daniel! — nosso chefe o chama e ele levanta o olhar meio nervoso se dirigindo até nós.

— Senhor.

— Me faça o favor de acompanhar a Dra. Karen até a saída e não permita que ela converse com NINGUÉM antes de sair. — eu volto meu olhar a ele incrédula.

— Sim, Dr. Gilberto — Daniel responde prontamente recebendo meu olhar carregado de ira.

— Isso é mesmo necessário, doutor?! — pergunto implorando para que me deixe sair pelo menos com o pouco de dignidade que ainda me resta.

— De jeito nenhum eu iria permitir a despedida dos pombinhos. — balanço a cabeça em negação me sentindo decepcionada por ele não ter acreditado em mim. — É isso ou eu posso chamar os seguranças.

Não respondo. Abaixo a cabeça e começo a andar em direção à cardiologia para pegar minhas coisas. Hesito e olho para trás onde o Dr. Gilberto ainda está a nos observar.

— Doutor, posso lhe fazer um único pedido?

— Não vou contar ao seu pai.

— Obrigada.

Continuamos andando e depois de dobrarmos o corredor e sair totalmente do campo de visão do Dr. Gilberto, começo a questionar o Daniel.

— Como você teve coragem de fazer isso comigo?

— Do que você tá falando? Eu não fiz nada.

— Mas é claro que fez! Bastou você me ver um pouco mais perto do Douglas pra ir contar para o chefe. — eu bufo. — E ainda aumentou tudo!

— Então foi isso que aconteceu? — ele para no corredor e me olha nos olhos. — Karen, depois que eu vi aquilo, voltei pro meu setor e fiquei pensativo, tentando encontrar uma maneira de conversar com você e te alertar sobre a dimensão do problema que você teria se fosse outra pessoa que visse vocês tão próximos um do outro. — ele pausa meio irritado. — Eu voltei pra te procurar e conversar sobre isso, mas a Paola me disse que você tinha vindo conversar com o Dr. Gilberto e desconfiei que tinha algo errado nisso.

— Então não foi você?! — pergunto ainda não muito convencida.

— É claro que não! Por mais que eu tivesse ficado puto, principalmente porque ele sugeriu que eu voltasse depois, eu jamais faria isso. — ele começa a caminhar novamente e eu o acompanho.

— Desculpa — peço arrependida por acusá-lo de maneira equivocada.

— Não tem problema.

Depois de pegar minhas coisas na minha sala, encontramos a Paola no corredor.

— E aí? Pode me dizer o que aconteceu agora?

— Não posso — respondo olhando para os lados, verificando se alguém nos observa.

— Vamos entrar na sala de novo, Karen. Você não pode conversar com ninguém, lembra? — o Daniel me alerta.

Entramos os três na sala.

— Por que você não pode conversar com ninguém???

— Eu vou resumir, tenho que sair daqui logo. — os dois se mostram tensos. — Alguém inventou pro Dr. Gilberto que eu tenho um caso com o Douglas. — Paola leva as mãos à boca, pasma. — E ele quase me demitiu. — começo a chorar e a Paola me abraça enquanto o Daniel puxa a cadeira e se senta, cabisbaixo.

— Eu sinto muito, Karen — diz ela me  consolando.

— Eu tenho que ir. — me desgrudo do abraço dela. — Depois que você sair daqui, vai lá pra casa, não quero ficar sozinha hoje.

— Não vai dar, está faltando uma enfermeira na pediatria e eu vou ter que ficar pra preencher o quadro.

— Tudo bem então. — limpo as lágrimas. — Meus pais chegaram hoje, e eu tinha prometido à minha mãe que iria lá pra ver eles. Acho melhor contar isso pro meu pai antes que ele fique sabendo por outras pessoas e acredite nessa fofoca também.

Nos despedimos e o Daniel me acompanha até o estacionamento. Aqui eu me dou conta de que não vim de carro, culpa de tantos acontecimentos para um único dia. Enquanto explico isso ao Daniel, ouço uma voz familiar ainda distante.

— Dra. Karen! — olho na direção e reconheço o sujeito. Dr. Júlio. — Precisei vir o mais rápido que pude para te alcançar. — agora já está a alguns passos de mim.

— O que você quer?! — pergunto sem paciência.

— Ver de perto a sua derrota e perguntar como é a sensação de ter o seu segredinho descoberto.

— Então foi você, seu desgraçado!!! — vou na direção dele.

— Calma, Karen. — Daniel tenta me afastar do Dr. Júlio.

— O que você ganha inventando uma mentira desse tamanho, me prejudicando desse jeito?

— Na verdade, estou te fazendo um favor. Me diga uma coisa, eu já ouvi falar em mulheres que fazem café coado na calcinha. Mas você parece ter feito diferente. Colocou a calcinha no peito dele antes de suturar?

Eu armo um soco para disparar na cara dele, mas o Daniel é mais rápido e enfia um belo soco na cara horrenda do Dr. Júlio, que cai sentado, mas se levanta rápido querendo revidar.

— Eu não faria isso se fosse você — diz Daniel em tom irônico.

O Dr. Júlio tenta acertar o Daniel, mas ele afasta o rosto para o lado fazendo com que o imbecil acerte o ar, e logo depois de escapar do soco, já acerta mais um. Fico preocupada porque o Daniel luta Jiu Jitsu e pode machucar bem feio esse sujeito desprezível. Então peço para que ele pare com a briga. O Dr. Júlio desiste e fala com a mão no rosto já inchado:

— Você vai se arrepender, Daniel! Defender essa aí — fala apontando para mim —, não vai te trazer benefício algum — diz e segue para a entrada lateral, onde chegam as ambulâncias.

— Você tá bem, Daniel? — pergunto pegando em seu rosto intacto.

— Claro, socar a cara dele era algo que quase todo mundo do hospital queria fazer.

— É verdade — falo deixando uma gargalhada escapulir. — Agora volta lá antes que ele invente algo sobre a gente também. — ele sorri.

— Depois a gente se fala?

— Claro — confirmo. Ele assente e se vira rumando para a entrada do hospital.

— Daniel! — chamo e ele se vira me olhando.

— Obrigada! — ele faz uma reverência militar e entra.

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