Erro estúpido
Por mais que eu estivesse correndo, aquelas policiais continuavam na minha cola.
Devo admitir que o Christian é melhor do que eu no quesito se livrar de perseguições policiais e que o Rafaello fez um belo trabalho com o motor dessa lata velha quando o deu para o Christian.
“Deixa de ser mulherzinha e corre mais!” Lorenzo disse.
“Eu estou no máximo!” Gritei. Estava nervoso.
“No máximo que você pode aguentar porque eu consigo acelerar isso mais.” Ele retrucou e estava certo, ainda dava para acelerar.
“Não posso parar agora para você poder dirigir.” Estava desesperado.
“Acelera essa porra e deixa de ser viado!” Ele disse sem paciência para os meus traumas.
“E se eu capotar?” Perguntei.
Morro de medo de morrer num acidente de carro. Aceito morrer de qualquer outra forma, menos assim porque os meus pais morreram assim. E se eu capotar, eles morrerem e eu sobreviver? Não irei aguentar.
“Está com medinho?” Lorenzo disse e em seguida deu uma risada para me provocar. Ignorei.
“Christian, ele não está aqui, mas esse carro está com um barulho de relógio irritante.” Ouvi a Dayane dizer.
Merda! É uma bomba! Acelerei mais o carro.
Sabia que a Dayane iria junto. Christian não consegue negar nada para ela, só espero que ela não atrapalhe.
Leila está em casa e eu nem precisei amarrá-la na cama como eu havia dito. Quando o homem manda a mulher tem que obedecer.
“O que uma bomba não faz com as pessoas...” Paolo disse e eu ignorei.
Escutei um barulho de explosão. Meu coração acelerou. Será que o Christian escapou?
“Christian Ferrandini, que espécie de mafioso é você que trás consigo a namorada para vê-lo sendo morto?” Gennaro perguntou com um tom sarcástico.
Christian está vivo! Fiquei tão feliz que sorri, deixando um pouco de lado o fato de que o Gennaro quer matá-lo.
“Christian, tem um carro de polícia nos seguindo, estou tentando despistar. Aguenta que já estamos chegando.” Tentei tranquilizá-lo.
Gennaro resolveu contar a origem do Christian: “Você, na verdade, se chama Graham Sherimam, nasceu no dia 01/05/1989. Quis matar você e a sua mãe porque aquela vagabunda, depois que descobriu que eu a traía todos os dias num cabaré muito bem frequentado, cujo o ex dono era o Francesco Bonini começou a sair com um outro homem e isso é inadmissível.”
“Você traía a minha mãe no Segreto Piacere?” Christian perguntou.
“Todos os dias!” Ele respondeu.
“Salvatore, não é por nada não. Mas o Christian vai morrer, dá para dar um jeito aí?” Riccardo falou.
“Vou atirar no pneu do carro.” Disse.
“No pneu? Está de sacanagem, né? Elas vão conseguir rapidamente uma outra viatura e ainda vão alcançar a gente, do jeito que você está dirigindo devagar!” Lorenzo disse me deixando mais nervoso ainda.
“Está escuro, se eu correr demais podemos sofrer um acidente...” Lembrei dos meus pais e quase deixei uma lágrima escorrer do meu rosto.
“Seja homem e atira nas vadias.” Lorenzo disse.
Dei um tiro no pneu da viatura e um outro no ombro de uma das policiais. Queria ter dado na maluca que estava brincando com a máquina de eletrochoque, mas ela estava dirigindo e foi mais fácil dar na outra.
“Christian, não teve jeito e eu tive que balear uma policial. Eu estou chegando, aguenta firme aí.” Disse.
Corri o máximo que eu pude, mas quando eu estava chegando ouvi a Dayane gritando o nome do Christian e logo depois um barulho de tiro.
Se o Gennaro tiver matado o Christian, eu juro que eu mato este presidente, mesmo que eu tenha que encarar a cadeira elétrica por isso! O Christian é o meu irmão e eu morro por ele.
Se o Christian estiver morto, Eu nunca mais vou dirigir, sei que o meu medo não me deixou chegar no beco mais cedo. Não deveria ter assumido a direção do carro.
Nos entreolhamos e desligamos a escuta.
Dois minutos depois já estávamos no local: “Chegamos.” Disse ao ver que os dois estavam vivos e o Gennaro morto com uma bala na cabeça. Christian conseguiu matar o pai!
“Você o matou?” Lorenzo perguntou incrédulo devido à lei da máfia - Não matarás pai e mãe. – Gennaro é o pai biológico do Christian, ele só pode matar caso o Gennaro atentasse contra a vida dele, o que ocorreu, mas o Christian sempre disse que jamais faria isso porque quem deu a vida tem o direito de tirá-la.
“Ele é o meu pai. Foi a Dayane.” Christian respondeu e um minuto de silêncio foi feito porque isso é completamente inacreditável!
“A Dayane?” Perguntamos surpresos e o Christian sorriu.
“Sim. Ele ia me matar e ela me salvou!” Sorrimos em resposta.
“Christian, precisamos conversar.” Uma voz feminina familiar se fez presente no local.
“Sarah, o que houve?” Christian perguntou com um tom de surpresa na voz quando finalmente conseguiu vê – la.
Sarah é uma policial, mas ela ajuda o Christian desde que ele foi preso por ter matado o Pietro. Sempre achei esse tipo de atitude dela estranha e que o Christian deveria investigar, mas ele disse que não se importa com o motivo, só dela ajudá-lo está ótimo e que provavelmente ela age assim porque é apaixonada por ele.
Prefiro trabalhar com certeza, ao invés de hipótese. Acho que por de trás dessa bondade toda tem outra coisa envolvida.
“A Evelyn, adotou uma medida um pouco mais cautelosa do que a Diane e a mesma resolveu adotar depois que ela assumiu novamente a delegacia. A Evelyn descobriu alguns corpos no Rio Alcântara que ainda não estavam no estágio de decomposição. Alguns deles ainda tinham a bala no corpo e com exame de balística foi comprovado que a bala partiu das mesmas armas, só nos resta saber quem é que de fato atirou. Na verdade, sabemos que foram vocês, só precisamos provar e o gatinho que protegeu a Dayane no dia em que você matou o desgraçado do Pietro, resolveu facilitar a vida da delegada. Ele resolveu sair da mansão com a arma na mão. A Jaqueline e a Sabrinna viram, pensaram que se tratava de algum assalto, eles perceberam e entraram no carro, elas começaram a perseguir o carro dele, mas o gatinho não conseguiu despistar e resolveu atirar. Também, com aquela lata velha que eles estavam, fica um pouco difícil mesmo. Se a bala não tiver sido de raspão, vai bater com alguma arma usada para matar alguns daqueles corpos e ele vai ser preso. Para ele não morrer, ele terá que contar quem são os outros, ou seja, todos vocês serão presos e executados.
“Não tem como você retirar a bala da sala de provas e modificar por outra antes do exame de balística?” Christian perguntou.
“Vou tentar, Christian. Porém, não será algo fácil a se fazer. Me diz, como vocês marcaram esse encontro?”
“Através do celular.” Christian respondeu.
“O celular dele está grampeado porque a Evelyn estava suspeitando que ele fosse corrupto. Tenho que apagar essa conversa e ver o que eu consigo fazer a respeito da bala. Se eu conseguir sumir com a prova, caso ela exista, vocês tem que rezar para elas não lembrarem do rosto do atirador. Com relação ao nosso ex querido presidente, você está com sorte porque o mandato dele termina no mês que vem porque, caso ao contrário, a Diane poderia te acusar por tentar matá-lo novamente. Aconselho a esquartejar o corpo, retirar a bala e queimar, se sobrar algo, jogar num rio que não seja o Alcântara ou em alguma floresta. Fiquei com uma pena desses peixinhos do rio agora.” Ela fez carinha de triste ao pensar nos pobres peixes.
“Quando derem por falta do Gennaro, Diane irá me procurar, certo?” Christian perguntou.
“Sim e vai fazer de tudo para te prender. Então seja convincente.” Sarah respondeu.
“Mas fui eu que matei. Não vou deixar ninguém ser preso por mim!” Dayane respondeu chorando.
“Caso aconteça algo, eu não vou deixar você ser presa por isso. Eu assumo a culpa, eu morro, mas não permito que você estrague a sua vida na cadeia por ter me salvado.” Christian disse para a Dayane.
“Dayane, A Diane jamais acreditaria que você é culpada. Ela acharia que você assumiu a culpa para o Christian não morrer. Como você é ré primária, você pegaria alguns poucos anos de prisão, enquanto o Christian morreria na cadeira elétrica pelo mesmo crime.” Sarah disse calmamente e a Dayane chorou mais ainda.
“Sarah, como você me encontrou?” Christian perguntou com um tom de curiosidade na voz.
“Te segui. Estou de folga, por isso você não me notou. Estava com o meu carro. Viaturas chamam muito atenção.” Ela piscou para ele.
“Obrigado, Sarah. Se você precisar de qualquer coisa, eu estou aqui.” Ele disse.
“Vou cobrar, ok?” Ela sorriu e ele devolveu o sorriso. Ela acenou e desapareceu naquela escuridão. Essa troca de sorrisos deixou a Dayane com muito ciúmes a ponto dela não conseguir disfarçar.
“Desculpa, Christian... a arma faz parte do meu próprio corpo. Eu vacilei legal por tê-la deixado a mostra, eu sei.” Disse.
“O seu erro foi primário. Qualquer bandidinho de quinta, aprende a esconder a merda de uma arma antes de sair de casa, mas eu te perdoo e ninguém vai te prender ou prender ninguém do meu bando. Para isso vão ter que passar por cima de mim antes!” Christian disse e por um instante eu fiquei feliz pela resposta dele. Ele é o irmão que eu nunca tive.
Sorri e disse: "Christian, caso eu seja preso, eu não vou entregar ninguém, mesmo que eu tenha que pagar com a minha própria vida por isso. Só peço que cuide da Leila por mim."
Não posso morrer sem ter a certeza de que a Leila será protegida, não quero que ela passe por dificuldades do mesmo modo que passei quando os meus pais morreram, não quero que ela tenha nenhum tipo de problema, só quero que ela fique bem e que seja feliz.
"Prometo que cuidarei dela, caso algo der errado. Você pode ter certeza que eu mato todos os policiais daquela maldita delegacia só para te tirar de lá." Sorri e nos abraçamos.
Dayane revirou os olhos em protesto com a promessa do Christian. Meu irmão está ferrado com essa mulher porque ela é muito ciumenta.
“Vacilou legal!” Riccardo disse.
“Vamos nós fugir da polícia de novo.” Paolo disse revirando os olhos em protesto.
Abaixei a cabeça. Eles tem razão, eu estraguei tudo quando cometi aquele erro estúpido.
"Deixem de reclamar igual duas mulherzinhas. Já disse que ninguém vai ser preso nessa porra! Temos um corpo para cuidar." Christian disse.
“Então, vamos começar a esquartejar logo o corpo!” Lorenzo disse animado.
“Esquartejar? Estou fora!” Dayane disse fazendo cara de nojo.
“Me espera dentro do carro e haja o que houver não saia de dentro. Este beco é perigoso. Nos comunicaremos através da escuta.” Christian disse.
“Ok.” Dayane respondeu, deu um selinho no Christian e partiu em direção ao carro.
Fizemos o serviço todo e depois voltamos para a mansão.
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Boa noite, meus amores!
É, o Salvatore tem medo de dirigir em alta velocidade. Coitadinho. 😔
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