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Desentendimento

Cinco meses se passaram e hoje é o dia do meu aniversário de 17 anos.

Não estou feliz, pelo contrário, é como se hoje, mais do que qualquer outro dia, eu lembrasse de cada detalhe daquele tenebroso dia. Não quero sair da cama, não vou sair da cama hoje.

Christian tentou abrir a porta do meu quarto, mas não conseguiu por estar trancada. Já são 10h e eu não desci para tomar o café da manhã.

“Mas que porra é essa?” Perguntei quando o vi abrindo a porta com a chave reserva.

“Isso? Ah, é uma chave e você sabe muito bem da existência dela.” Christian fingiu inocência.

“Luana.” Christian a chamou. Ela apareceu com uma bandeja cheia de coisas gostosas.

“Que palhaçada é essa, Christian?” Perguntei.

“Bom, você me prometeu obediência há cinco meses atrás quando eu virei o rei da máfia, não pode me desobedecer. Se você não comer, você vai morrer e eu tenho que zelar pelo bem do meu bando. Come, é uma ordem. Falo como seu chefe, seu melhor amigo e seu irmão.”

“Obrigado, Luana.” Disse baixinho.

“De nada, gato. Você vai ficar bem.” Luana piscou.

“Duvido muito.” Cruzei os braços.

“Luana, deixe-nos à sós por gentileza.” Christian pediu.

“Com licença.” Luana se retirou.

Olhei para a comida com cara de paisagem e olhei para o Christian depois. “Come.” Christian falou com um tom autoritário.

Tentei comer o bolo, mas não sentia o gosto, estava completamente entalado na minha garganta.

Comecei a chorar, sem me importar em estar na presença dele.

“Chora o quanto quiser, parceiro. Estou aqui com você.” Christian disse colocando a mão no meu ombro.

Depois de um tempo parei de chorar.
“Obrigado por estar sempre comigo.” Disse.

Ele sorriu. “Vou te dar um motivo para ficar nesse quarto o dia todo, mas não para chorar igual a um viadinho e sim para sorrir.”

“Qual?” Perguntei.

Christian levantou a blusa e tirou o jogo do Street fighter 4! Não acredito que ele comprou!

“Obrigado! Não acredito que você comprou o lançamento!” Sorri.

“Então, vamos começar a jogar! É hoje que eu acabo com você!”

“Duvido!” Sorri.

“Eu que não fico de fora dessa!” Riccardo disse assim que entrou no quarto.

“Também não!” Paolo disse.

“Muito menos eu, mas antes eu queria falar à sós com o aniversariante.” Lorenzo disse.

Lorenzo está conosco tem três meses, ele é o mais velho. Vai fazer 20 anos em outubro.

Encontramos ele na rua, o pai dele o queimava por nada e ele resolveu fugir e morar na rua. O vimos roubando uma loja para poder comer.

O caso dele me tocou bastante porque eu lembrei que também morei nas ruas e assim como ele senti frio e fome. Mexeu com o Christian porque ele tem problemas com toque, não gosta que ninguém toque nas cicatrizes dele.

Lorenzo é um cara legal, mas é revoltado e essa revolta o deixa violento, tenho medo que um dia isso acarrete em problemas para a máfia.

“Vamos estar no meu quarto.” Christian disse.

“Parabéns pelo seu aniversário. Duvido que o Christian tenha falado isso.”

“Não falou. É um dia ruim, não devo ser parabenizando e eu mesmo havia pedido anteriormente  para que ele não me desse.”

“ Não estou aqui há muito tempo, mas estou há tempo suficiente para saber que vocês dois são melhores amigos, é uma amizade forte que nada e nem ninguém será capaz de destruir e é por isso que ele não quer te magoar e te parabenizando pelo dia que você nasceu te faz lembrar que há um ano atrás os seus pais morreram. Mas você está vivo e eles estando aonde estiverem estão felizes por você estar vivo. Então foda-se se eu estou te magoando, mas você precisa de um choque de realidade. É o seu aniversário, você está numa mansão, tem tanto dinheiro que se você enlouquecer e começar a rasgar, não vai fazer diferença porque sempre terá mais. Muitos gostariam de ter a sua sorte, de ter um amigo como o Christian e de ter tido a porra da oportunidade de ter convivido com duas pessoas que te amavam por 16 anos. A minha mãe morreu quando eu era criança, mal lembro dela e o meu pai, bebia e se drogava. Ele me batia o tempo todo, me queimava sempre que acendia um cigarro. Eu tinha que me virar para comer algo. Sempre roubei porque o dinheiro que o meu pai tinha ele comprava as drogas e as bebidas, nunca colocou comida na mesa, então quando a fome apertava, eu tinha que descer para roubar. O Christian foi abandonado naquele beco sozinho numa noite de frio, ele poderia ter morrido de frio naquele dia, o Giuseppe poderia tê-lo deixado lá para morrer. Os pais dele não o amavam, o meu pai não me amava. Queria eu poder ter tido 16 anos de amor, queria o Christian poder ter convivido com os pais biológicos e sentido o amor deles, ao invés de sentir a rejeição e o abandono de quem mais deveria proteger e cuidar. Agora deixa de ser criança para de chorar por algo que não vai voltar e vai viver a porra da sua vida. Parabéns por hoje.”

“Dói quando se perde os pais...” Tentei me defender, mas os argumentos dele foram muito convincentes.

“Dói, mas você vai ficar desse jeito até quando? Tem que superar, cara.”

“Obrigado pelo toque.” Disse.

“Vou lá chamar os garotos para a gente jogar. Sempre que precisar pode contar comigo para a gente conversar, o Christian sempre vai passar a mão na sua cabeça por não querer te ver triste, eu sempre serei sincero. Prefere a sinceridade ou meias verdades?”

Como assim, o Christian não fala tudo o que pensa? Ele saiu sem me dar tempo para rrespondê-lo.

Christian  entrou e eu fiquei olhando para ele, será que ele tinha pena de mim?

Será que ele me achava um egoísta por estar mal pela morte dos meus pais, enquanto ele não soube o que é ter o amor dos pais verdadeiros e nem dos adotivos?

Ele foi abandonado pelos pais biológicos e já tinha me dito há um tempo atrás, assim que nos conhecemos que queria ter tido a chance ter tido pais amorosos como os meus, ainda que por só 16 anos, ao invés de ter sido abandonado e não saber nem quantos anos tinha.

Será que ele acha infantil da minha parte? Eu não sei o que pensar.

“Salvatore, está tudo bem? Por que você está me olhando assim?” Christian perguntou.

“Nada, vamos jogar.”  Não quis dizer, ainda mais ali.

Jogamos muito. Descemos para fazer um lanche.  Depois que comemos,  resolvi subir e o Christian subiu também. Os meninos ficaram na sala vendo televisão.

“Christian, vou sair. Vou na igreja, preciso rezar um pouco.”

“Quer companhia?” Ele perguntou.

“Não. Sei que deve estar achando infantil da minha parte estar sofrendo porque você não teve a chance que eu tive, mas em mim dói muito ter perdido os dois. Não precisa esconder o que pensa.”

“Do que você está falando? É claro que eu preferia ter perdido os meus pais com 16 anos, ter tido o amor deles do que ter sido abandonado num beco de noite, em meio ao frio, sentindo fome e rodeado de pessoas ruins, mas eu entendo o que você está sentindo e não te acho infantil por isso. Acho que se fosse comigo eu sentiria o mesmo, mas com o tempo você vai deixar de se sentir assim tão mal. Você é o meu irmão, eu te entendo, entendo o que você sente e eu gosto tanto de você que me voluntariei para ir na igreja com você! Sabe qual foi a última vez que pisei numa igreja? Quando a minha mãe me batizou, cara.”

“Desculpa, não sei o que me deu.” O abracei forte.

“Gosto tanto de você que não te darei um tiro pelo que está fazendo.” Ele disse fazendo uma careta.

“Desculpa.” Disse me afastando. Ele sorriu.

Descemos. “Meu filho, vai sair?” Meirieli perguntou ao nos ver caminhando até a porta.

Ela ainda tenta me matar, mas é com uma menor frequência.

“ Vou na igreja.” Ele disse.

“Vai matar o padre?” Meirieli perguntou.

“Não, vou rezar.” Ele respondeu.

“Salvatore Spinoza, o que você fez com o meu filho?” Ela perguntou querendo me matar mais do que queria antes.

“Rezar faz bem.” Respondi como se não tivesse entendido a ameaça.

“Imagina um tiro de uma AK-47 bem no meio da sua cabeça! Imaginou? Isso sim vai fazer bem.”

“Mãe, já chega! Vamos, Salvatore.” Christian gritou e a Meirieli bufou em resposta.

Entramos na igreja, sentei num banco e me dispus a rezar, quando terminei, vi o Christian olhando as imagens na igreja, ele estava com um olhar perdido, me parecia um pouco desconfortável ali.

“Quer sair? Está tudo bem?” Perguntei.

“Acha que se existir céu, nós vamos para lá? Acha que Deus nos quer nessa igreja rezando? Principalmente a mim, eu matei tanta gente, fiz coisas muito ruins, se eu fosse me confessar só sairia daqui morto de tanta coisa ruim que fiz.”

“Deus sabe os motivos de termos feito o que fizemos. Roubei porque tive fome, você soube ver isso, lembra? Você mata porque na cabeça dos seus pais, isso é o certo e você foi incluído nisso muito cedo, com apenas cinco anos. Você não poderia saber que o que estava fazendo é errado e quando atingiu idade o suficiente para isso, já era tarde, passaram-se anos. Como você pode sair disso? Você fez muitos inimigos e se sair da máfia, a máfia também  será a sua inimiga e você vai acabar morrendo. Deus sabe.”

“Já disse que você é foda hoje?” Christian disse. Ele estava com os olhos marejados.

“Somos.”

“Ah, isso é verdade!” Ele riu.

Saímos da igreja e fomos para a mansão.

“Vamos assistir um filme? Você escolhe.” Christian disse assim que colocamos o pé em casa.

“Estou sem clima.”

“Terror? Ação?” Ele continuou insistindo.

“Ação.” Revirei os olhos em protesto. Ele não desistiria mesmo. Não existe ninguém mais teimoso do que ele.

Os meninos se juntaram a nós e começamos a assistir o filme.

De repente as luzes da mansão apagaram-se sozinhas e começou um barulho de alarme.

“Christian, a casa está sendo invadida? É isso?” Perguntei dando um pulo do sofá.

Quando olhei bem, nenhum deles estava lá, eu estava sozinho. Será que eles foram sequestrados?

“Christian, cadê você?” Disse apavorado, sacando a arma.

Vi uma luz iluminando o local e se aproximando cada vez mais de mim.

Quem será? Quando a pessoa chegou bem perto, vi que era o Christian.

“Achou mesmo que passaria esse dia sem um bolo? Não mesmo! Você não quis sair, eu respeitei a sua vontade e estou aqui. Fui até na igreja com você! Mas não poderíamos passar essa data sem pelo menos um bolo.”

Sorri. “Obrigado, seu viadinho.”

Recebi abraço dos demais, porém eles não me parabenizaram. Apenas o Lorenzo. Parabéns por ter nascido, estar vivo e ter matado os meus pais. Não mereço ser parabenizado por nada, deveria ter morrido com eles.

E não parou por aí, quando se comemora algo na mansão dos Ferrandini fartura é o que não falta.

“Salvatore, vem cá.” Christian me chamou. Subimos.

“Estou pesadão, cara.” Falei. Só ele para me fazer subir escada depois de tudo que comi.

“Foda-se. Agora senta aí e me escuta, porra.” Sentei. Por que será que ele está falando assim comigo?

“Eu entendo que você não queria comemorar porque o seu aniversário te lembra a morte dos seus pais. Mas dizer que eu sou fraco e ter pena de mim por eu não comemorar o meu é revoltante! Eu não comemoro porque é uma farsa! Você não tem noção do quanto eu gostaria de saber o dia do meu aniversário, quantos anos eu tenho, o meu nome verdadeiro. Às vezes, eu me olho no espelho e não me reconheço, é como se eu fosse um impostor, uma farsa.”

“Christian, eu te entendo. Eu imagino que deve ser dolorido para você isso tudo, respeito o fato de você optar por não comemorar, mesmo achando que você devesse. Mas eu não falei nada disso. De onde você tirou isso tudo?” Perguntei confuso.

“Lorenzo me falou.” Christian disse me olhando perdido.

“Hoje mais cedo ele me falou umas coisas também. Talvez ele esteja querendo colocar nós dois um contra o outro.”

“Ele vai ter o troco, Salvatore.” Antes que eu tivesse a chance de perguntar o que ele ia fazer, Christian saiu do quarto, não me restando outra opção, senão segui-lo.

Descemos. Ele desligou a luz e colocou o mesmo alarme.  Todos começaram a pegar as armas, podia sentir, sabia tudo o que estava acontecendo, mesmo sem estar vendo nada. O treinamento estava servindo para algo. Não deixei o Christian um minuto sequer sozinho.

Ele pegou o Lorenzo por trás e começou a arrastar ele para uma salinha que a Meirieli ia para ler os livros que gostava.

Todos já sabiam que era o Christian, só não entendiam o motivo para ele estar agindo assim, mas não fizeram nada para impedi-lo.

Ele acendeu a luz da salinha. Colocou uma arma apontada para a cabeça do Lorenzo e disse: “Jurei protegê-los como minha família e vocês me prometeram obediência e fidelidade. Me colocar contra o Salvatore me faz pensar que você não é confiável, que pode trair a máfia se te oferecem mais, então eu vou te dar só mais uma chance, se você continuar de joguinho ou se bandear para o lado do inimigo, será morto.”

“Vocês são fracos. Não tem coragem.” Ele sorriu. Christian socou tanto ele que ele desmaiou.

“Acho que ele entendeu o recado, meu irmão.” Christian  disse sorrindo.

Fomos para a sala. “Me desculpa por ter caído na pilha.” Disse.

“Também caí. Vamos prometer uma coisa? Vamos prometer dar sempre um voto de confiança antes de acreditar no que os outros falam? Você é o meu irmão e nada nem ninguém vai se meter nessa relação que é mais forte do que a porra toda.”

“Prometo, seu arrombado.” Sorri.

“Vamos jogar mais?” Ele perguntou.

“Claro.”

“Estamos dentro!” Riccardo disse.

“Cadê o Lorenzo?” Paolo perguntou.

“Está quase morto por não ser alguém confiável, talvez esse corretivo o mude.” Paolo e Riccardo se entreolharam e nenhum deles tiveram a coragem de perguntar o que tinha ocorrido.

Subimos e jogamos Street fighter até que o sono começou a dar os primeiros sinais, fazendo com que o Paolo e o Riccardo saíssem do meu quarto para dormir.

Christian acabou dormindo no colchonete no meu quarto. Ele é realmente o irmão que eu nunca tive.

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Boa noite, meus amores!

Ah, a amizade deles é tão linda!!

Se puderem, escutem essa música. A cara dos dois.

Dedicado á:

Leilamachado93

merieli123

LuanaPitoresco

Arsh_FallenStar

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