Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Bônus

Robby cantava numa voz suave há quase vinte minutos tentando fazer Christopher dormir, mas o menino apenas olhava para ele e ria como se estivesse apreciando muito o show. Em qualquer outro dia, Robby teria achado engraçado e adorável, como quase tudo que o filho de um ano fazia. Desde que ele e Miguel haviam decidido adotar um filho, Robby sabia que o pequeno teria os dois na palma da mão.

Mas nesse dia, Robby estava exausto. O dia tinha sido muito ocupado, tanto que nem teve tempo de almoçar. Miguel estava tão cansado quanto ele, e tinha chegado ainda mais tarde, então o mais baixo se ofereceu para fazer o bebê dormir, do que já estava arrependido. Seus braços doíam, seus olhos já estavam pesados e lacrimejando e suas pernas estavam moles. Sentia uma fraqueza tão grande que teve medo de derrubar Chris, então o deixou no berço e se sentou na poltrona bem ao lado, para evitar cair.

O choro carente do filho assim que perdeu o lugar privilegiado no colo do homem de olhos verdes acordou Miguel, que esperou um ou dois minutos e se levantou para ajudar quando percebeu que Robby não tinha conseguido fazê-lo parar de chorar. Chegou ao quarto do filho e o encontrou chorando sozinho no berço, e Robby sentado na poltrona parecendo não estar bem. Pegou Christopher no colo, o que o fez se aconchegar em seus braços e parar de chorar, depois se sentou no braço da poltrona ao lado de Robby e correu as mãos pelos cabelos castanhos.

— Tudo bem, mi amor? — perguntou, preocupado.

Robby apenas acenou negativamente e apertou os olhos. Miguel notou que ele estava com o rosto um pouco vermelho e pôs a mão em sua testa.

— Robby, você tá ardendo! Vou te levar pro hospital — Miguel disse, aflito.

Robby tentou dizer que não era nada, mas estava sem energia para discutir, e sabia que quando Miguel entrava no modo protetor, era inútil teimar. Os dois deixaram Christopher na casa de Carmen, para a alegria dela e de Rosa, e foram para o hospital. Quando saíram de lá com uma receita e recomendações para Robby se cuidar e se hidratar bem para combater a gripe, Miguel estava bem mais tranquilo. Ele preferia exagerar e não ser nada a ignorar um problema sério. 

Pediram a Carmen que cuidasse do bebê pelo fim de semana, com medo de que ele pegasse o vírus também. Carmen com certeza os atualizaria com dezenas de fotos de Chris comendo, dormindo, brincando, rindo e tudo mais que ela achasse fofo, e eles não precisavam se preocupar. 

Quando os dois chegaram, Miguel separou roupas para os dois e depois ajudou Robby a ir com ele tomar banho, já que haviam chegado do hospital. Miguel lavou o cabelo dele e depois o secou com secador, para que não dormisse com ele molhado e ficasse desconfortável. Robby ainda tinha dificuldade de acreditar que havia encontrado alguém tão atencioso e carinhoso, sentia até vontade de chorar, o que provavelmente se devia à febre e ao estado de saúde abalado.

Robby tomou o remédio para a febre antes de dormir, após comer uma banana. Estava com dor de cabeça, e no corpo, mas havia sentido dor por tanto tempo que ainda esquecia que podia fazer algo quanto a isso. Para sua sorte, Miguel estava lá cuidando dele e fazendo tudo para que se sentisse melhor. 

Quando ele pegou no sono, Miguel ligou para Daniel e disse que não poderia ir trabalhar no dia seguinte, e o mais velho foi muito compreensivo, como sempre. Desde que haviam se casado há uns dois anos, Robby demandava cuidados com muito menos frequência, e quando acontecia, era sempre Miguel que tinha que perceber o que estava acontecendo, pois o marido ainda tinha o hábito de evitar pedir ajuda. Miguel achava que era só insegurança, mas o modo conformado com que Robby lhe contou que simplesmente havia se acostumado a estar sozinho nesses momentos partiu seu coração e ele prometeu a si mesmo que isso não aconteceria mais. 

Miguel se deitou na cama ao lado de Robby e ajeitou os cinco travesseiros e três almofadas para que os dois ficassem confortáveis, depois passou um braço ao redor da cintura de Robby e o puxou para mais perto. Além de querer lhe dar carinho e conforto, também seria útil para ficar de olho caso a febre piorasse ou houvesse qualquer mudança que ele precisasse saber. Encaixou a cabeça no pescoço de Robby e inspirou, adorava o cheiro natural dele mais que qualquer perfume. Ainda lembrava de como era estar dentro do carro e sentir o cheiro permear todo o ambiente, mesmo bem depois do jovem ter saído do veículo.

Como era esperado, Robby acordou bem pior. O remédio estava mantendo a febre sob controle, mas a fraqueza e as dores no corpo agora estavam ainda mais intensas. Para piorar, toda a secreção o deixava enjoado e sua cabeça doía, além de tossir e precisar assoar o nariz constantemente. Se sentia um lixo, o único ponto positivo era ainda poder sentir o marido abraçado a ele, algo que geralmente seria impossível a essa hora. Robby se sentiu mal por ter feito Miguel perder o dia de trabalho, lembrando de como havia sido o começo de sua recuperação, logo após irem morar juntos. Ainda não sabia como tinham conseguido passar por tudo aquilo e como o amor entre eles só havia crescido. 

O suspiro triste e longo que deixou seus lábios foi suficiente para acordar o marido, que bocejou e se espreguiçou de forma adorável, olhando para ele em seguida com aqueles belos olhos cor de chocolate.

— Dia — disse preguiçosamente, fazendo biquinho para que Robby o desse um beijo de bom dia, como sempre, e perguntando em seguida: — como tá se sentindo?

— Radioativo. Horrível. Pavoroso — Robby disse, fazendo Miguel sorrir de forma empática.

— Vai melhorar, lindo. Vou levantar e fazer um café pra gente. Você sabe que horas são? — perguntou, despreocupado.

— 10:47 — Robby disse ao olhar o celular na mesa de cabeceira.

— Wow. Dormi demais, você acordou há muito tempo? 

— Uma meia hora — Robby respondeu.

— Podia ter me chamado.

— Eu não ia te acordar pra me ver tossir, não preciso de babá — Robby disse, defensivamente.

Miguel pareceu um pouco surpreso com a resposta rude e Robby se arrependeu assim que viu o olhar magoado.

— Miggy…

— Vou fazer o café — Miguel disse e saiu, não querendo causar um conflito, nem fingir que estava tudo bem. Robby apenas bufou de frustração, estava voltando a fazer tudo errado, precisava ser melhor.

Miguel preparou dois sanduíches de queijo, suco de laranja e duas bananas e levou metade em uma bandeja para Robby. Deixou a comida com o outro e foi para a sala em silêncio tomar café. Ele não queria realmente dar um gelo nele, só não gostaria de brigar com ele doente e fazer ele se sentir mal. Resolveu respirar e se distrair enquanto comia para deixar a poeira assentar e tudo voltar ao normal. 

Robby olhou para a bandeja, mas já não estava com muita fome antes, depois daquilo menos ainda. Fechou os olhos e tentou se concentrar em manter as memórias afastadas, deixando as lágrimas caírem sem se importar. Até mesmo morto Silver conseguia fazer sua vida mais difícil, ele só queria ser capaz de esquecer tudo aquilo em vez de deixar que seu relacionamento fosse prejudicado dessa forma. Pensou em como era hipócrita tentar fazer tudo sozinho, mas sentir que não ia aguentar um dia inteiro doente se Miguel parasse de falar com ele. E se o moreno decidisse ir dormir no outro quarto ou algo assim, ele provavelmente passaria a noite em claro. Com a gripe, Robby só estava conseguindo respirar pelo nariz, e o choro dificultou ainda mais sua situação. Em algum ponto ele sentiu sua garganta apertar e a crise de tosse veio logo em seguida, o deixando ainda mais miserável. 

Miguel terminou de comer, deixou a louça suja dentro da lava-louças e voltou ao quarto para recolher a de Robby e fazer o mesmo, mas assim que entrou, se sentiu sem chão. Robby estava tossindo e chorando, parecia não conseguir respirar direito e seu rosto estava vermelho. A bandeja ainda estava intocada na mesa de cabeceira. Ele se aproximou e se sentou ao lado do marido, deixando para pensar no resto depois, o abraçou e o ofereceu um pouco do suco para tentar ajudar. Robby bebeu um gole e tossiu mais, mas começou a melhorar aos poucos. Miguel esperou até que ele se acalmasse para se afastar um pouco e olhar nos olhos verdes de onde as lágrimas ainda caíam.

— Miggy, desculpa! — Robby praticamente implorou, e o mais alto até esqueceu que devia estar chateado.

— Shh, tudo bem, tá desculpado — Miguel prometeu — todo mundo acorda de mau-humor às vezes. Toma seu café, lindo.

Robby ainda não havia parado de chorar, mas estava tentando em vão secar os próprios olhos com as mãos. Pegou um dos lenços de papel e assoou o nariz, depois o jogou na lixeira ao lado da cama.

— E-eu não… acordei de mau-humor — gaguejou com a voz triste.

Miguel podia sentir que havia algo sério acontecendo. Ele só queria que uma vez na vida Robby fosse grosso com ele por simplesmente estar sem saco e não sofrendo por algo terrível.

— O que houve, mi amor? — o moreno perguntou, ajeitando o cabelo do outro atrás da orelha.

— Quando — Robby começou, com uma pausa — eu ficava doente… Silver ficava atrás de mim — isso surpreendeu Miguel. O milionário não parecia alguém que se importasse — pra saber se eu tava… doente mesmo ou se era uma desculpa — ele nunca fazia nada por mim, só ficava me enchendo de perguntas e me tratando como um mentiroso inútil.

Miguel quase desejou que Silver estivesse vivo só para poder matá-lo novamente. Abraçou Robby de novo, e o mais baixo fez exatamente o que Miguel fazia durante o sono, encaixou o rosto no pescoço do mais alto e o abraçou de volta. 

— Ah, Robby. Eu sinto muito. 

— Mas não é culpa sua, você só quer me ajudar. Me desculpa, não me deixa sozinho, por favor — Robby pediu.

— Claro que não. Eu não tô mais chateado. Desculpa ter saído sem falar com você, eu não quis ser grosso — ’como você foi' Robby entendeu, e o olhar culpado fez Miguel se sentir ainda mais triste.

— Anda, come seu sanduíche. Você precisa de energia pra melhorar logo, lindo — Miguel disse, tentando animar o outro — posso esquentar se estiver frio.

— Não, tá ótimo — Robby disse, dando a primeira mordida — obrigado pelo café, mesmo eu tendo sido tão ingrato.

— Amorcito — Miguel disse, fazendo carinho nas pernas de Robby que estavam em seu colo — você não é ingrato. E eu cuido de você e você cuida de mim, certo?

— É… — Robby respondeu, se concentrando em terminar de comer. Era difícil sem sentir o gosto das coisas direito e estando enjoado o tempo todo, mas era necessário.

Miguel pegou o celular e sorriu para a tela de forma tão doce que Robby sabia que Carmen havia mandado algo, uma foto ou vídeo de Christopher. Ele tinha a mesma cara de babão de sempre.

— Mamá deu purê de manga pro Chris. Olha essa bagunça! — o moreno disse, passando o telefone para Robby, que riu alto ao ver o rosto do filho totalmente amarelo, e a cadeirinha cheia de respingos da mesma cor.

— Meu deus, ele é uma arma biológica, o que a gente fez?! — Robby disse.

— Deve ter manga até no teto. Mas ela disse que tá adorando e Yaya também. Até perguntou se ele pode ficar mais um ou dois dias — Miguel disse, surpreso.

— Elas devem sentir falta de você, Miggy. Elas criaram você tão bem — Robby disse com carinho.

— É, mas agora esse bebê aqui é só seu — Miguel disse — eu dou menos trabalho que o Chris, pelo menos.

— Às vezes — Robby implicou.

— Que injustiça! Vou te processar.

— Aí eu faço você dormir na casinha do Pietro — Robby ameaçou de brincadeira, e Miguel não aguentou segurar o riso. 

— É bom ver você assim. Sei que tá se sentindo mal, mas vai passar — ele disse, quando parou de rir. 

— Vai. Acho que preciso descansar mais um pouco, tô com tanto sono… Deita aqui comigo? — Robby pediu.

— Claro. Eu passo a tarde toda com você aqui se você quiser — Miguel disse — eu vou só deixar a comida e a água dele lá fora e já volto, tá? — completou, dando um beijinho na testa do marido.

— Volta logo — Robby respondeu, carente.

Miguel deixou água e comida para Pietro no quintal, fez um carinho no cachorro e praticamente pediu desculpas por ele ter que ficar do lado de fora até Robby melhorar. Depois, voltou para o quarto se e se deitou ao lado dele, o abraçando novamente como havia feito de manhã, deixando Robby se aconchegar a ele até encontrar uma posição confortável para voltar a dormir. 

Robby acordou no meio da tarde com o estômago revirando, a cabeça doendo e em meio ao sono e fraqueza, nem teve tempo de levantar, queria alcançar a lixeira, mas ela estava do outro lado da cama, e não queria de jeito nenhum sujar Miguel ou a cama, então apenas se arrastou até a ponta da cama e vomitou no chão, sendo imediatamente transportado para aquela vez no quarto de metal em que havia feito a mesma coisa.

A voz de Silver dizendo que ele nunca aprendia com seus erros ecoava em sua mente, assim como as imagens terríveis das consequências daquele ato. Robby mal sabia onde estava, só sabia que havia feito besteira de novo e iria pagar por isso se não a corrigisse a tempo. Robby se levantou, com dificuldade, e foi até o banheiro da suíte em que dormiam. Não estava conseguindo pensar direito, então apenas pegou um pano molhado e tentou fazer o melhor para limpar aquela bagunça antes que fosse tarde demais. Era difícil, mal tinha energia e quando se ajoelhou no chão para começar a limpar, sabia que não ia conseguir levantar tão cedo. O enjôo ainda estava presente, apesar de mais leve, e pensar que ainda não havia terminado o aterrorizava. A única solução que encontrou foi engatinhar até o outro lado da cama e esperar ao lado da lixeira, se preparando para a próxima onda.

Miguel acordou sentindo um cheiro estranho e estranhou não sentir Robby na cama ao seu lado. Abriu os olhos e olhou em volta, e se deparou com o marido no chão ao lado da lixeira e sujo de algo que logo reconheceu, a mesma fonte do cheiro que o acordou. 

— Robby? — chamou apreensivo e, ao não receber resposta, levantou rapidamente e se ajoelhou no chão ao lado do mais baixo — Robby? — repetiu mais alto, tentando encontrar algum sinal de reconhecimento nos olhos verdes, mas eles estavam nublados e opacos. Quando Robby respondeu da mesma forma que fez anos atrás, o sangue do latino gelou.

— Woof! — Robby praticamente ganiu, se encolhendo em volta da lixeira como se tentasse se proteger dele. Miguel já sabia muito bem o que isso significava, mas a dor e o choque o atingiram com a mesma força. 

Ele sabia que não conseguiria muito naquele momento, não até Robby voltar à realidade presente, então fez o que Daniel o havia ensinado para ajudá-lo a respirar e usou as técnicas que aprenderam na terapia para sair das crises de pânico. Se sentou no chão e puxou Robby para seu colo, apesar de ele tentar resistir inicialmente, chorando e gemendo como um animal ferido. Com o passar dos minutos, Robby começou a se acalmar, agarrado à camisa de Miguel e tremendo, sujando o marido no processo. Não que ele se importasse.

Miguel cantou para ele baixinho, tentando usar memórias boas que os trouxessem de volta, acariciando o cabelo que agora precisava urgentemente ser lavado. Demorou quase meia hora para Robby sair daquele estado e entender onde estava e o que acontecia. Essa era uma das partes mais dolorosas para os dois. A vergonha de ter agido daquela forma e o medo da reação de Miguel consumiam Robby, e o coração do latino se apertava ao vê-lo tão aflito por algo que não podia controlar.

— Hey, cielito. Quer conversar? — Miguel perguntou cuidadosamente, e Robby acenou negativamente com a cabeça, como sempre — Tudo bem, vou te ajudar a levantar e ir até o banheiro, tá? Depois vou limpar o quarto e aí a gente toma banho. Podemos relaxar um pouco na banheira depois, tudo bem?

Dessa vez Robby não respondeu, apenas olhou em volta e pareceu ainda mais culpado e envergonhado.

— Robby? — Miguel confirmou, e Robby acenou afirmativamente. Miguel se levantou e depois levantou Robby o segurando pela cintura e com os braços dele apoiados ao redor de seu pescoço. Levou o marido até o banheiro e o deixou sentado apoiado na parede ao lado da banheira. 

A estrutura era como uma pequena piscina, então ele estaria seguro ali, e era muito melhor que ficar no chão. Miguel foi até a lavanderia e pegou um mop, balde e produtos que precisaria para limpar o chão, e tratou de fazer tudo o mais rápido possível para não deixar Robby sozinho por muito tempo. O pouco tempo que levou já havia trazido novas lágrimas ao rosto do mais baixo, e Miguel o abraçou bem forte enquanto sussurrava em seu ouvido: — pronto, já passou. 

Ele encheu a banheira, levou Robby para o box e ligou o chuveiro, então pegou a esponja e o sabonete líquido para limpar aos dois e tirar qualquer resquício do que havia acontecido. Lavou os cabelos dos dois com shampoo de jasmim, a essência preferida de Robby. Quando estavam limpos, Miguel ajudou Robby a ir até a banheira, se sentou na extremidade e sentou Robby entre suas pernas, com as costas encostadas em seu peito e a cabeça em seu ombro. Ouvir o suspiro relaxado de Robby o fez sentir um alívio imenso. Começou a massagear os ombros fortes e as costas do mais baixo para ajudá-lo a relaxar ainda mais.

Miguel já havia aprendido a controlar a ansiedade. Sabia que Robby só conseguiria conversar sobre o que aconteceu no dia seguinte, e não iria pressioná-lo, ainda mais estando doente. Seguiu dando beijinhos na nuca e nos ombros e cheiros no pescoço do marido enquanto ele ronronava. Robby estava quase dormindo ali mesmo quando a água começou a esfriar e Miguel disse que era hora de sair. Se apoiou no mais alto para voltar para o quarto e deixou que ele o deitasse na cama e o cobrisse, sentindo depois os beijos na testa, no nariz, nas bochechas e um selinho que o fizeram sorrir e se sentir amado, apesar do dia horrível que estava tendo.

Miguel se deitou ao lado de Robby e o mais baixo imediatamente se agarrou a ele como uma âncora que o impedia de ser pego novamente pela corrente de memórias ruins que havia assolado antes. Miguel voltou a cantar para ele como antes até Robby dormir, com uma das mãos segurando a camisa do moreno e o rosto em seu pescoço. Era realmente engraçado como os dois faziam exatamente a mesma coisa, Miguel pensou, quase um instinto. Miguel só levantou para fazer uma canja para o jantar quando Robby estava entregue a um sono tranquilo. 

Robby acordou no meio da noite e não estava mais enjoado, o que o fez ficar morrendo de fome. A dor de cabeça também havia melhorado e aparentemente ele estava se recuperando bem. Miguel estava a seu lado, lendo um livro em seu Kindle, e assim que viu o marido se movimentar, perguntou como ele estava e ofereceu o jantar. Robby se sentiu tão sortudo que usou parte de sua energia já restaurada para puxar Miguel para perto e o abraçar, pedindo um beijo quando se afastou, que o latino prontamente concedeu.

Miguel esquentou a janta e levou para Robby junto com um copo de suco de limão, contente ao ver o marido comer bem e não se sentir mais nauseado. Depois de comer, Miguel voltou a ler e Robby se deitou em seu peito, apenas descansando e ouvindo as batidas de seu coração. Pensou por quase quarenta minutos até decidir que era hora de conversar, antes que acabasse dormindo de novo ou pior, perdendo a coragem.

— Miggy… o que aconteceu… — Robby disse em voz baixa, e Miguel imediatamente largou o livro para dedicar toda sua atenção a ele. Os dois se viraram de frente um para o outro, deitados de lado, e Miguel acariciava a face de Robby enquanto ele falava.

— Eu passei por isso uma vez naquele quarto. Foi igualzinho, eu tava enjoado na cama e vomitei no chão. Por isso tive essa crise — Robby confessou.

— Sinto muito, meu amor — disse, esperando o resto da história.

— Quando o Silver viu, ele tentou fazer eu… limpar, como um cachorro faria. E aí eu só vomitei mais ainda… — Robby disse com voz chorosa enquanto Miguel secava suas lágrimas e se controlava para não gritar de revolta — e ele me bateu até eu não conseguir me mexer e me deixou lá, no chão sujo. Depois ele botou uma coleira nova em mim… 

Miguel se lembrava bem da história da coleira. E só de lembrar de seu nome escrito nela, sentia arrepios.

— Tinha o mesmo nome… ele me trancou no banheiro enquanto alguém limpava a bagunça e quando eu tentei gritar por ajuda, levei um choque — contou, sentindo seu coração doer ao ver a agonia nos olhos do moreno enquanto ouvia.

— Eu senti tanto medo depois daquilo que fiquei horas sentado no banheiro até ter coragem de tomar banho e voltar pro quarto. Hoje quando eu passei mal, acho que meu cérebro esperava que acontecesse tudo de novo. E aí eu entrei em crise. 

— Tem alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar, cariño? — Miguel perguntou.

Robby sorriu suavemente entre as lágrimas:

— Você já fez, Miggy. Ninguém nunca cuidou de mim assim antes. Se eu passar mal de novo, sei que tenho você. E que não vão me machucar.

— Nunca, mi amor — o latino prometeu com determinação.

— Acho que vou ligar pra minha psicóloga amanhã e contar o que aconteceu hoje. E dizer que já te contei sobre… aquilo — Robby disse.

— Isso, cariño. Acha que já está melhor? Mamá e Yaya podem trazer o Chris de volta amanhã se a gente quiser. A decisão é sua, me avisa de manhã.

— Hm, ok, Miggy. Boa noite. Amo você mais que tudo.

— É… mas eu te amo mais. Boa noite. 

—-----

Miguel abriu a porta para a mãe e a avó e as deixou entrar, pegando Christopher no colo e fazendo cócegas nele para ouvir aquela risadinha da qual já estava com saudades. Os três se sentaram na sala onde Robby estava, as duas em um sofá e Miguel e Robby no pufe enorme e extravagante onde caberiam pelo menos mais umas três crianças. Miguel estava recostado com Robby em seu colo de frente para ele, com os braços em volta da cintura do mais alto e a cabeça deitada em seu ombro, aparentemente seu novo lugar seguro. Miguel conversava com a mãe e com a avó enquanto Robby apenas curtia a atmosfera familiar, sentindo os beijos que o marido às vezes depositava em seu pescoço, ou os cheiros que o dava e ele tanto amava. Robby dormiu no colo de Miguel como havia feito tantas vezes antes.

— Tudo bem, Miggy? — Carmen perguntou quando viu que Robby havia dormido — Ele tá melhor?

— Ele já tá bom da virose, mamá. Só teve um dia muito difícil ontem. Mas já passou.  

— Se precisarem de alguma coisa, você sabe que é só chamar — Rosa ofereceu.

— Obrigado, yaya. Obrigado por terem cuidado do Chris — disse afetuosamente.

— É um prazer, Miggy. Pode deixar ele quando quiser. Inclusive, agora que ele está melhor, se quiserem ter um tempo a sós…

— Mamá! — Carmen criticou.

— Obrigado, Yaya. Na verdade, acho que pode ser uma boa ideia — Miguel disse, provocando a mãe. 

— Bem, vamos indo e deixar vocês terem um tempo juntos então, antes que sua vó sequestre o menino — Carmen anunciou, deixando Christopher no colo de Miguel entre ele e Robby.

Miguel se despediu das duas, mas não se levantou para trancar a porta, isso podia esperar. Só queria passar mais um tempo com os dois amores de sua vida em seus braços.

------

Uma pessoa havia me pedido uma one sobre como o Robby lidaria com ficar doente depois do que aconteceu com Silver. Aqui está, espero que tenha ficado boa o suficiente 💕🌹 obrigada a quem tiver lido, deixem feedback 🥳




Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro