4/20
Depois de voltar para casa e ir para o quarto como se tudo estivesse normal, Robby quase surtou. Não sabia explicar direito o que estava sentindo, mas era uma sensação de liberdade completamente nova. Depois de quase seis anos em que absolutamente cada aspecto de sua vida era controlado por Terry Silver, ele fez algo que queria exatamente no momento que queria e não se arrependeu. Estava se sentindo tão leve e solto que se Silver entrasse pela porta naquele minuto e acabasse com ele, não seria o suficiente para se arrepender. Estava realmente nas nuvens.
Claro que a partir de então ia ter que tomar cuidado redobrado e tratar Miguel como qualquer outro funcionário. Até voltaria a chamá-lo de Diaz, só por segurança. E precisava ter uma conversa sincera com ele sobre tudo para que ele entendesse no que estava se metendo. Se ele decidisse esquecer do beijo, pelo menos não haveria mais risco algum. E mesmo que fosse o único, ainda teria valido a pena porque Robby havia passado anos achando que jamais sentiria algo assim, que nunca um beijo lhe causaria algo diferente de repulsa e nojo novamente. Se sentia como se estivesse em chamas, como uma fênix. Renovado, livre, refeito e literalmente pegando fogo.
Miguel parecia estar no olho de um furacão. Não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido e no que poderia acontecer se fossem descobertos. Ao mesmo tempo em que não queria que as coisas mudassem, porque esteva finalmente num bom emprego e com uma boa vida, queria que mudassem, queria que Robby se livrasse de Silver. Mas sabia que isso não era uma possibilidade, que talvez Robby se arrependesse e nunca mais falasse com Miguel e arrumasse um pretexto para Silver demiti-lo. Ou talvez ele tivesse gostado de beijar alguém que não parecesse um vampiro e quisesse mais, sem ter que abrir mão do que já tinha. E aí Miguel teria que decidir se valia a pena se arriscar por alguns beijos secretos e para ser o outro, ou se devia só deixar isso pra lá e continuar procurando alguém com quem pudesse ter algo mais sério.
Isso era tudo um problema pro Miguel do futuro, claro. O Miguel do presente estava ainda satisfeito pelo beijo e pensando se conseguiria mais. Mesmo que não pudesse proteger Robby e se envolver de verdade com ele, ia aproveitar o que ele quisesse dar. Literalmente. Afinal, ele era lindo e beijava bem. E quando acabasse o fogo, Miguel ia só seguir em frente e fingir que não tinha feito nada de errado. Não sentia muito remorso, não depois de saber o que Silver fazia. Sentia um pouco de medo, mas sabia que podia agir com cautela e evitar problemas maiores. Estava determinado a curtir as coisas boas em sua vida e não se sabotar.
Quando Robby desceu para ir à clínica e viu Miguel esperando, foi como se houvesse faíscas no ar. A tensão era inacreditável, mas os dois conseguiram disfarçar bem o suficiente. Miguel abriu a porta e Robby entrou no carro, mantendo o silêncio por alguns minutos. Nenhum dos dois sabia se devia ser o primeiro a falar. "Miguel, sobre o que aconteceu... precisamos tomar muito cuidado."
"Ninguém vai descobrir, se a gente não falar nada, vai ficar tudo bem", Miguel disse.
"É, dessa vez sim, mas..." Robby deixou no ar.
"Você quer que aconteça de novo?" Miguel perguntou, com um falso tom casual.
"Se você quiser, Diaz." Robby imitou.
"Como? Você quase nunca tem dias livres como teve ontem", Miguel disse sem rodeios.
"Eu não vou deixar de vir aqui. Mas... eu não preciso ficar 3 horas. Posso ficar 2, se é que você me entende." Robby falou, de forma ousada. Nem acreditava que estava sendo tão atirado. "Talvez eu fique 3 horas aqui, mas não vá ao cemitério toda quinta, quem sabe. Podemos pensar nisso."
Miguel sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao pensar no que ficariam fazendo ao invés de ir ao cemitério. Nunca achou que ia se tornar um comedor de casados, mas a vida era mesmo imprevisível. "Tudo bem. Como for melhor pra você." Miguel ficou um pouco surpreso que Robby se dispusesse a alterar sua rotina dessa forma por sexo, mas talvez Silver fosse mesmo muito ruim. Se é que Silver ainda conseguia fazer alguma coisa. Talvez Robby estivesse subindo pelas paredes o suficiente para sair mais cedo da visita e dar uma desculpa qualquer a quem quer que ele viesse ver.
Chegou à clínica, estacionou e foi diretamente esperar em uma das poltronas. Robby demorou exatamente 2 horas para voltar. Miguel ficou levemente ansioso, lembrou que não tinha nada com ele, ia precisar ter lubrificante e preservativos disponíveis. Robby voltou, como sempre, e entrou no carro calado e pensativo. Miguel não tinha muita certeza se ia funcionar fazer isso depois das visitas, ele ficava sempre melancólico. Mas talvez ele quisesse se animar. A escolha seria dele.
"Você está bem?" Miguel perguntou.
"Sim. O mesmo de sempre", Robby disse.
"Certo. Eu... vou comprar umas coisas pra amanhã. Você sabe. Se você quiser vir no banco da frente, fica a vontade", Miguel disse. Robby abriu a porta de trás, saiu do carro e entrou pelo banco do carona.
Robby estava começando a pensar se devia mesmo fazer isso. Se Miguel resolvesse chantageá-lo, sua vida que já era horrível ficaria ainda pior. Ele devia botar a cabeça no lugar e apenas aceitar que as coisas eram como eram e ele não ia ter muito mais que isso. Mas enquanto eles estavam sentados ali se encarando, Robby não conseguia imaginar Miguel fazendo algo do tipo. Ele parecia uma pessoa realmente boa. Robby tinha essa mania de confiar nas pessoas, se decepcionar e confiar novamente, e depois de fazer isso tantas vezes, acabou sem conseguir confiar em ninguém. Mas Miguel realmente parecia diferente. E se não fosse... bem, Robby já estava no limite mesmo. Talvez valesse a pena tentar.
Robby botou a mão na coxa de Miguel e apertou sugestivamente, depois a deslizou mais para cima, acariciando-o por cima da calça. Olhou para ele e para sua própria mão, pedindo permissão em silêncio e abrindo a calça do moreno assim que ele balançou a cabeça afirmativamente. Miguel levantou um pouco o corpo para ajudar Robby a levar a calça social e a cueca até abaixo da altura do joelho. Miguel estava um pouco apreensivo por estarem do lado de fora da clínica, mas Robby disse que seria rápido e imediatamente se inclinou por cima do banco e envolveu o membro já semi ereto com as mãos na altura da base, lambendo a ponta com curiosidade e depois tomando-o em sua boca, fazendo Miguel se arrepiar inteiro. O mais alto levou sua mão direita ao cabelo de Robby e isso fez com que ele parasse imediatamente.
"Desculpa." Miguel disse, levantando as mãos em sinal de paz. Robby apenas o olhou por alguns segundos, depois relaxou.
"Tudo bem, pode botar a mão de volta. Só não força minha cabeça." Robby pediu.
"Claro que não!" Miguel disse ofendido e depois pensou se era isso que Silver fazia. Controlador do jeito que era, não seria surpresa.
Robby voltou a se inclinar e a chupar Miguel animadamente, enquanto o mais alto apenas jogou a cabeça para trás no banco e continuou acariciando os cabelos do outro. Quando sentiu que estava chegando lá, avisou Robby para que ele pudesse parar a tempo, mas ele apenas começou a sugar mais forte até que ele gozasse, como se não quisesse desperdiçar nem uma gota. Miguel soltou gemidos incrédulos, não estava esperando algo assim. Quando terminou, Robby limpou os lábios com o dorso da mão e depois ajudou Miguel a subir as roupas, ajeitando-o dentro delas e abotoando a calça para ele.
"Posso beijar você?" Ele perguntou e Miguel demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, fazendo Robby suspirar, decepcionado. "Deixa pra lá", ele disse e começou a se ajeitar para sair do carro, mas Miguel apenas o puxou de volta e se moveu o mais rápido possível em direção ao banco do carona, empurrando-o para trás e pressionando Robby contra o banco inclinado, estendendo seu corpo por cima do menor. Segurou o rosto dele com as duas mãos e o beijou com voracidade, explorando sua boca e sentindo o próprio gosto misturado ao daquela língua quente e macia. Continuaram se beijando enquanto Miguel acariciava cada centímetro de Robby que conseguia alcançar. Quando precisou parar para respirar, aproveitou para tirar a calça do outro do caminho e tocá-lo pela primeira vez, se perdendo enquanto beijava o pescoço do loiro e o masturbava até que atingisse o clímax, com gemidos longos e suspiros profundos.
Miguel retribuiu a gentileza e ajudou Robby com as próprias roupas. Ambos estavam satisfeitos e contentes, poderiam ficar ali por horas, mas sabiam que em breve estariam atrasados. Miguel checou o relógio e viu que faltavam 5 minutos para o horário em que geralmente deixavam a clínica. Sorriram um para o outro e Robby lembrou que era melhor voltar para o banco de trás ou estranhariam quando eles chegassem. O resto da viagem passou carregado de tensão. Miguel observava Robby pelo retrovisor como um animal faminto e ele não deixava por menos, fazendo o que podia para provocar o moreno, levando os dedos à boca e os lambendo de forma lasciva, sentado com as pernas abertas e a outra mão entre elas, sugestivamente. Miguel respirou fundo e resistiu. Ia ser difícil se controlar assim, mas seria divertido. Chegaram à mansão e Robby foi imediatamente para o quarto.
Miguel foi buscar Silver, e depois foi direto a uma farmácia no caminho para casa, comprou tudo que precisava e se preparou para o dia seguinte. Se antes já se animava para ir trabalhar, agora então iria ser praticamente pago para se divertir. Aliás, se Silver soubesse para que estava pagando Miguel... mas como tinha se tornado seu mantra: não era problema dele.
No dia seguinte, tomou banho, passou perfume e tentou ficar o mais bonito possível. Queria causar uma boa impressão. Buscou Silver na mansão e o deixou na empresa, e toda vez que olhava para ele se sentia estranho. Não era culpa porque ele não merecia, mas era esquisito pensar que ele não fazia ideia de que estava sendo enganado e que estava tratando Miguel normalmente enquanto ele planejava se pegar com o marido dele. Era quase surreal a situação.
Foi buscar Robby e ele saiu como sempre, de banho tomado e bem arrumado, era difícil perceber algo de diferente, mas Miguel notou. Ele parecia ansioso e suas bochechas estavam vermelhas. Podia se passar por calor para algum desavisado, mas não para Miguel. Quando estavam sozinhos no carro, ele foi direto ao ponto. "Pra onde vamos, Robby?
"Pro cemitério." Miguel ficou surpreso, pensando se Robby tinha simplesmente mudado de ideia. "Pensei que..."
"Vamos. Fica vazio por lá às quintas a essa hora." Miguel ficou chocado, boquiaberto. Não podia acreditar que Robby estava realmente sugerindo isso. "Tem certeza que não prefere ir pra um lugar mais... reservado?"
Robby suspirou, frustrado. "Depois daquele dia na praia, Diaz, Silver começou a controlar meu GPS mais de perto. Meu celular. Eu tenho que ir pro cemitério e tenho que ficar lá o tempo que sempre fico. Se você quiser a gente pode aproveitar esse tempo... se você não quiser, tudo bem. Vou fazer o que sempre faço."
Miguel se sentiu culpado por ter causado tantos problemas, mas também não era culpa dele Silver ser um maníaco controlador e Robby seguir aceitando tudo isso. "Entendo. Eu quero, sim." Estacionou na parte de trás do cemitério dessa vez, onde ninguém se interessaria em parar. Não havia lápides, túmulos, nada, apenas uma parte vazia do lote, que provavelmente seria útil no futuro para quando se expandisse. E agora, seria o refúgio perfeito para eles. Miguel parou o carro e travou as portas, mas não desligou o motor para poder manter o ar condicionado ligado. Não era exatamente um dia quente, mas ficaria depois de certos exercícios. Pegou o que havia comprado e se preparou para passar para o banco de trás, mas antes que pudesse, Robby disse para que passasse para o banco do carona e Miguel foi. Robby passou pelo meio para o banco da frente e ajudou Miguel a empurrar o banco para trás para que tivessem mais espaço.
"Achei que lá atrás seria mais confortável", Miguel disse. "Dependendo da posição."
"Outro dia", Robby disse apressado, beijando Miguel logo em seguida, empurrando o paletó para longe e tentando desabotoar a camisa social. Miguel ajudou tirando e botando o paletó no banco do motorista, já soltando os botões das mangas da camisa e se sentindo ainda mais excitado quando Robby começou a passar a mão em seu corpo, nu da cintura para cima. Miguel ajudou Robby a tirar a blusa e deixá-la junto com o paletó dele, e então começou a trabalhar nas calças. A de Robby foi fácil, ele sempre vinha de moletom ao cemitério para não arriscar sujar outras roupas com terra, ou até com lama em caso de chuvas. A calça social de Miguel foi um desafio um pouco maior, mas quando conseguiram se livrar dela, levaram a cueca junto.
Quando Robby estava nu também, Miguel se dedicou a admirá-lo. Era lindo vestido, mas assim era ainda mais. A pele era macia e, apesar de ter várias cicatrizes, parecia maravilhosa de tocar. Miguel passou os braços ao redor da cintura dele e começou a acariciar as costas, subindo até sua nuca e o puxando para um beijo quente e profundo que fez com que se perdessem um no outro. Quando começaram a diminuir o ritmo do beijo, as mãos de Miguel desceram para a cintura e os quadris de Robby, fazendo com que ele chegasse mais para a frente e se encaixasse perfeitamente no colo de Miguel, seus membros se esfregando e fazendo com que respirassem ofegantes.
Miguel começou a beijar o pescoço de Robby enquanto apertava sua cintura, tomando cuidado para não deixar nenhuma marca. Mordiscou a orelha do mais baixo e ele soltou um suspiro trêmulo que deixou Miguel louco. Robby perguntou se podia arranhar as costas dele e o motorista disse que ele podia fazer o que quisesse. Era uma vantagem dele não ter que se preocupar em esconder as evidências. Miguel procurou no bolso da calça já descartada o preservativo e o lubrificante, entregando ambos a Robby, que abriu o pacote e colocou o primeiro cuidadosamente no moreno, espalhando depois o lubrificante no pênis de Miguel, pensando no tamanho acima da média e aliviado por ter se preparado bem antes de sair. Deixou o frasco em cima das roupas no outro banco e ouviu imediatamente o protesto do outro. "Espera, e você?"
"Já cuidei disso antes de sair. Só me come logo, por favor." Robby pediu com urgência na voz e Miguel não se lembrava de ter sentido tanto tesão na vida. Soltou um grunhido selvagem e ajudou o mais baixo a se posicionar de joelhos por cima dele, e então começou a penetrá-lo com jeitinho, segurando a cintura dele para impedi-lo de se machucar caso entrasse nele de uma vez só. O loiro estava tão ansioso que parecia até que estava na seca há anos, o que era no mínimo estranho. Miguel pensou por um segundo que talvez ele fosse ninfomaníaco ou algo assim, mas perdeu a concentração quando Robby começou a cavalgar com vontade, gemendo alto e pedindo mais. Miguel começou a mover os quadris junto com ele, seguindo seu ritmo e tentando ir cada vez mais fundo dentro daquele corpo maravilhosamente quente e apertado.
"Ah, Miguel, mete mais!" Robby dizia sem pudor algum e o mais alto nem acreditava que tinha tanta sorte. Robby se apoiou no banco atrás de Miguel e sentava nele com tanta força que conseguiam sentir o carro balançando. "Oh, Miguel, eu vou..." nem precisava terminar a frase, era óbvio pelos choques que percorriam seu corpo que o orgasmo estava chegando, pareciam pequenas convulsões. Miguel sentiu as coxas de Robby tremendo e ele perdeu o controle e a força dos músculos, parando com os movimentos anteriores e começando a rebolar e mover os quadris em círculos, da forma mais deliciosa do mundo. Miguel não aguentou e começou a gemer alto junto com ele, sentindo o próprio clímax se aproximar também.
Miguel agarrou as costas de Robby enquanto gozava, apertando mais forte o corpo contra o seu e sussurrando no ouvido dele: "você é tão gostoso!" Queria morder aquele pescoço lindo, mas sabia que não podia. Robby jogou a cabeça para trás e soltou o banco para levar as mãos aos cabelos de Miguel, puxando sua cabeça para juntar suas bocas em outro beijo profundo. Depois que ambos terminaram, saciados, Miguel recostou no banco e levou Robby com ele, fazendo com que se deitasse por cima de seu corpo, a cabeça em seu peito, onde Robby deixou um beijo estalado e uma leve mordida. "Queria que você pudesse fazer isso também." Ele disse, suspirando daquela forma triste de sempre. Miguel percebeu que o calor do momento apenas o tinha distraído, mas esse era o sentimento dominante e sentiu seu coração apertar. Abraçou Robby mais forte e devolveu o beijo, no cabelo do menor. Queria ter mais tempo para conversar, mas precisavam voltar para casa.
--
Obrigada mesmo a quem estiver aqui 💙
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro