20/20
"Robby saiu com a Sam, eles foram ao cinema. Você acha melhor fazer surpresa ou ligo pra ele avisando que você tá aqui?"
"Não sei, você tem convivido com ele sempre. Como ele lida com surpresas?"
"Bem, geralmente. Acho que ele vai gostar." Miguel disse, torcendo para não estar errado. Não queria causar ansiedade em Robby. "E agora que você está aqui, eu posso finalmente botar meu plano em prática." Miguel disse, contente. Estava prestes a mostrar do que se tratava quando ouviram os latidos do filhotinho sinalizando a chegada de Robby. Segundos depois, a porta se abriu.
"Miggy? Tá em casa?" Robby chamou.
"Na cozinha!" Miguel gritou de volta.
Robby já estava feliz só de imaginar o que Miguel estaria fazendo na cozinha, ele realmente havia melhorado muito suas habilidades culinárias convivendo com Robby. Mas nada poderia tê-lo preparado para tamanha surpresa, seu coração se encheu de alegria e parecia a ponto de explodir. Ele mal podia acreditar que era real, mas ali estava sua mãe, de pé, andando e, como ele descobriu quando ela disse seu nome, falando.
Robby correu até ela e a abraçou como se não a visse há anos, e ela podia entender o sentimento. Tudo que ela queria era poder compensar o filho por todos os anos em que ele havia sofrido por culpa dela e de Johnny.
"Meu bebê, eu senti tanto a sua falta! É tão bom te ver, eu te amo tanto!" Shannon disse, chorando enquanto o abraçava, e ele tinha a cabeça no ombro da mãe e as mãos em volta de sua cintura, se agarrando a ela fortemente como se ela fosse sumir se ele a largasse.
"Eu também, mãe. Eu também te amo muito!" Ele disse, como se não fosse óbvio.
"Você quer que eu passe uns dias aqui até arrumar minha casa, bebê? Ou prefere que eu fiquei com a Amanda e o Daniel?" Ela disse, olhando com um sorrisinho para Robby e Miguel, alternadamente.
"Claro que queremos você aqui, mãe!" Robby disse, animado.
"Não vou atrapalhar vocês?"
"Não, o escritório é à prova de som e…" Miguel disse, descaradamente, e Robby ficou vermelho e deu um leve tapa em seu braço.
"Miggy!"
"Ai, é verdade, oras. Ela pode ficar sossegada."
Shannon apenas riu, feliz em saber que o casal estava tão apaixonado quanto no início do relacionamento ou ainda mais. Eles subiram com ela para mostrar o quarto onde ela ficaria, a outra suíte.
Shannon ficou na casa dos dois por uma semana - e apesar de se fazer de ofendido, Robby sugeriu muitas visitas noturnas ao escritório - até que a casa que Robby havia comprado para ela estivesse pronta e mobiliada. Ela seria vizinha de Carmen e Rosa, que estavam vivendo em um condomínio bem sossegado perto do hospital onde Carmen trabalhava. Havia sido difícil convencer a sogra a deixar Robby comprar uma casa para elas, mas ele se sentou para conversar com ela sinceramente e dizer que só usaria o dinheiro para coisas que o fizessem feliz porque ele não queria ser como Silver. E ela entendeu a importância que a família tinha para ele e aceitou o presente de bom grado, agradecendo muito. Se ofereceu para ficar com Pietro sempre que eles precisassem.
No dia em que Shannon se mudou para sua casa nova, Miguel conversou com Robby sobre o que vinha planejando. Não queria fazer um pedido surpresa em público e causar ansiedade no outro, mas a ceia de Natal com os LaRusso seria a oportunidade perfeita de anunciar o evento, se tudo desse certo.
"Robby, eu pensei muito durante esse ano. Você quer casar comigo?" Miguel perguntou, se ajoelhando em frente a Robby e mostrando o belo anel de noivado que havia comprado, com uma esmeralda da cor dos olhos de seu amado.
"Miggy… claro que sim! Você tem certeza? Claro que quero!" Robby disse, quase saltitando de animação enquanto Miguel botava o anel em seu dedo. "Vem, vamos tirar uma foto!" Robby disse, puxando Miguel para perto dele para uma selfie e mostrando a mão para a câmera. Depois, enviou a foto para todos os amigos e familiares, e nem aguardou resposta antes de puxar Miguel para o sofá e devorá-lo como um lobo faminto.
Robby e Miguel brigaram pela primeira vez desde que estavam morando juntos, menos de dois dias depois do pedido de casamento. Miguel havia insistido em elaborar um acordo pré-nupcial e em casar com separação total de bens, simplesmente porque não queria que Robby achasse que ele era interesseiro. Robby tentou explicar que jamais pensaria isso e que dividir o que possuía com Miguel era importante para ele, mas o moreno estava reticente. Os dois estavam brigados há dois dias, e Robby estava dormindo no quarto de hóspedes.
O moreno não aguentava mais aquela situação, e Robby também não, mas nenhum dos dois queria dar o braço a torcer. Na terceira noite, Miguel estava se preparando para dormir quando ouviu o som inconfundível dos soluços de Robby vindo do outro quarto. Ele foi até lá, mesmo que fosse enxotado, iria tentar consolar o homem que amava. Bateu à porta e não recebeu resposta, mas viu que a porta estava destrancada e a abriu. Entrou no quarto e Robby estava de bruços na cama, chorando com o rosto contra um dos travesseiros.
"Robby? Fala comigo, cariño." Miguel disse, acariciando os cabelos de Robby e deitando a cabeça dele em seu colo.
"Você ainda me acha interesseiro?" Robby disse, com a voz embargada.
"Não, amor, claro que não." Miguel disse. E não achava mesmo. Se culpava muito por tudo que havia dito sobre o namorado.
"O jeito que você falou… Parecia que tinha vergonha de mim. Que não queria… ser como eu." Robby disse, interrompido por soluços agoniados.
Miguel se deitou na cama ao lado dele e o abraçou, fazendo Robby se virar para olhá-lo. "Eu só não queria que você achasse que eu tinha ficado com você por dinheiro, amor. Mas não estava te julgando. Só quero que você tenha certeza de que é amado. Muito." Ele disse, beijando a testa de Robby suavemente.
"Eu queria dividir tudo com você, Miggy. Eu nunca senti que tinha alguma coisa, nada daquilo era meu. Era tudo do Silver. Eu não quero viver assim, eu quero que tudo seja nosso. Por favor." Robby estava praticamente implorando e Miguel se sentiu a pior pessoa do mundo. Pelo menos já haviam começado a terapia, ele iria levar isso para a próxima sessão com certeza.
"Oh, meu lindo. Se é tão importante pra você, eu aceito, ok? Eu quero fazer você feliz, amor." Miguel disse, e Robby esboçou um sorriso.
"Ainda estamos brigados?" Ele perguntou, timidamente. Miguel apenas negou com a cabeça e fechou os olhos, deixando Robby beijá-lo. "Vem, volta pro quarto." Miguel disse, enquanto eles recuperavam o fôlego. "A cama fica fria e vazia sem você." Se levantou e estendeu a mão para o mais baixo, que a aceitou prontamente.
–
Amanda, Daniel, Robby e Miguel planejaram cada detalhe do casamento. Na última semana antes da cerimônia, Daniel disse que estava muito surpreso por Miguel e Robby não terem brigado durante o processo, já que isso era muito comum, até contou sobre como ele e Amanda brigavam sempre e ela havia ameaçado jogar o bolo nele. Miguel e Robby morreram de rir, mas a lembrança da briga que tiveram garantia que não teriam outro conflito tão cedo, haviam sofrido muito. Sempre que estavam se sentindo mal, paravam para conversar e a terapia estava ajudando muito.
Quando Robby se casou com Silver, o mais velho o havia feito usar um terno branco, dizendo que realçava sua beleza. Só de pensar em algo do tipo, Robby tinha calafrios. Miguel disse que ele podia usar o que quisesse, que ficaria perfeito até de vestido de noiva. Robby havia ficado um pouco tímido ao ouvir isso, mas guardou na memória para explorar isso um dia. No dia da cerimônia, Robby estava vestido com um terno vinho de veludo, e Miguel em um terno branco e dourado que o deixava parecendo um príncipe. Robby teve muita dificuldade de não atacar o futuro marido ali no altar mesmo. Sam, Tory, Shawn e Demetri foram os padrinhos e Eli disse que preferia ser padrinho do primeiro filho deles. Tory disse que queria as duas coisas e que se alguém tentasse tirar isso dela, ela chutaria a cara deles. Um doce.
Foi tudo lindo e todos choraram, como em qualquer bom casamento. Carmen e Shannon levaram os filhos até o altar e emocionaram todos os presentes, só perderam para os votos trocados pelo casal, e todos ali que conheciam sua história, sabiam ser absolutamente verdadeiros.
"Robby, meu lindo. Espero que saiba que quando te chamo assim, não é só pelo seu rosto lindo, seus olhos, seu sorriso. Mas porque você é a pessoa mais linda e incrível do mundo, por dentro e por fora. Você é tão bom, generoso e divertido, e tão forte, mas gentil como ninguém. Quando estou com você, me sinto em casa. Você me fez uma pessoa melhor e me completou, por isso eu prometo te amar e te proteger sempre, e cuidar de você nos momentos bons e ruins." Miguel disse, vertendo algumas lágrimas de emoção combinadas a um sorriso amoroso.
Dava para ouvir as pessoas fungando e suspirando, e Robby se segurou para não chorar antes de terminar seus próprios votos.
"Miggy, antes de você eu nunca achei que fosse saber como era amar e ser amado. Você mudou minha vida e me deu tudo que eu sempre quis. Espero fazer por você pelo menos um pouco do que você fez por mim. Ver você quando eu acordo é sempre a coisa mais linda e eu nunca conheci alguém tão maravilhoso quanto você, amor. Seu sorriso me faz feliz e seu abraço me completa. Eu também vou te amar e te proteger sempre, e cuidar de você nos momentos bons e ruins."
Miguel queria muito abraçar Robby, mal podia esperar a permissão. Disseram sim um para o outro e quando foi dito que os noivos podiam se beijar, foi como se uma barragem se rompesse. Primeiro se beijaram delicadamente e depois se encontraram em um abraço apertado e cheio de promessas e alegria.
Agora oficialmente casados, os dois dançaram a noite inteira, beberam champanhe, comeram bolo, Miguel cantou uma música para Robby - e apesar de cantar mal, o marido achou a coisa mais linda do mundo e a performance compensou a falta de afinação. Robby sempre achou que odiaria algo clichê assim, mas ouvir Can't take my eyes off you na voz do moreno o fez derreter. Talvez ele merecesse um pouco de romance clichê em sua vida, depois de tudo.
Tory fez um brinde para o casal que fez todos morrerem de rir, mas também foi muito emocionante. Ela e Sam estavam indo muito bem juntas e se tudo continuasse assim, provavelmente seriam as próximas a se casarem.
Miguel e Robby podiam escolher ir para qualquer lugar que quisessem na lua-de-mel, e decidiram por um hotel no Caribe onde apenas curtiriam a praia e o bangalô alugado, deixando viagens mais exploratórias para outro momento, quando pretendessem realmente sair do quarto.
Já fazia quase um ano desde a tortura de Silver e Robby ainda não tinha conseguido se entregar novamente. Nos primeiros meses, ele sabia que os gatilhos tornariam o ato impossível, e nos últimos, ficou com medo de tentar e não conseguir e acabar decepcionando o namorado, então apenas faziam coisas que não envolvessem penetração. Miguel nunca reclamava, mas Robby queria voltar a se sentir livre como antes e agora tinha certeza que estava pronto, só faltava vencer a vergonha e insegurança de pedir. Decidiu que faria isso durante a viagem. Queria se sentir totalmente livre de seu algoz e caminhar em direção ao futuro.
Deixaram as malas no chão e arrumaram as roupas dentro do armário, para não perderem tempo toda vez que precisassem pegar alguma. Depois deram uma olhada em tudo, a qualidade dos lençóis era ótima, o banheiro era amplo e tinha hidromassagem, o frigobar estava bem estocado. Sobre a cama, havia um balde de gelo com vinho para recepcionar os recém-casados. Miguel estava perplexo, era bom demais mesmo ter dinheiro. Quando viajou para o México, de ônibus, só passou por perrengues. Mas ali, era como se cada desejo deles fosse atendido antes mesmo de deixar suas bocas.
Robby abriu a garrafa e serviu duas taças de vinho, que eles beberam com os braços entrelaçados como era tradição entre novos casais. Brindaram ao presente e ao futuro, aos sonhos que tinham e a tudo que haviam conquistado. Tomaram o vinho aos poucos, sentindo bem o gosto e apreciando a qualidade da bebida. Definitivamente iam comprar algumas garrafas deste vinho para levar para casa, Miguel pensou. Ao terminarem a segunda taça, Robby pegou as duas e as depositou em cima da mesa onde comiam, e se aproximou de Miguel sedutoramente e pôs uma das mãos na cintura do moreno enquanto usava a outra para puxá-lo para um beijo doce com o sabor do vinho que degustaram, mas que logo se tornou quente como o álcool descendo por suas gargantas.
Robby começou a desabotoar a camisa do mais alto lentamente, provocando-o, correndo as mãos pelo peito e pela barriga do marido, ele não se cansava de tocá-lo. Desabotoou também a calça do moreno, deixando que ele tirasse as camisas dos dois logo em seguida e abrisse também a calça do loiro, que o empurrou até as pernas encostarem na cama e depois o fez cair deitado nela, exposto como um presente na manhã de natal. Robby lançou um olhar faminto que fez Miguel tremer de excitação.
Robby subiu na cama, se deitou por cima dele e começou a atiçá-lo, usando a fricção entre seus corpos para deixá-lo louco até que ele não aguentou e inverteu suas posições, tendo seu pescoço imediatamente abraçado pelo mais baixo, sendo puxado para mais um daqueles beijos avassaladores. Robby começou a beijar seu pescoço, morder e lamber, deixando Miguel ainda mais excitado. O mais alto apertou e arranhou a cintura do marido, fazendo-o jogar a cabeça para trás e expor o pescoço branco e macio para Miguel, que o atacou como um vampiro sedento.
"Oh, Miguel… eu te amo tanto!" Robby disse, entre gemidos.
"Eu… te amo mais." Miguel respondeu, como de costume. Era teimoso e competitivo, sempre tinha sido. Mais ainda quando era sobre algo que tinha certeza, como o tamanho de seu amor pelo menor.
"Quero você, Miggy", Robby disse e Miguel afastou suas pernas gentilmente, se encaixando entre elas, pronto para usar o contato de suas peles e genitais como estímulo em busca do êxtase, mas Robby o parou: "não, espera", disse com a respiração pesada, e Miguel esperou para ouvir o que ele queria. "Quero você em mim, Miggy." Disse com segurança, deixando Miguel surpreso. "Tem certeza que está pronto, amor? Não é só porque casamos que você tem que…"
"Eu não tenho, Miguel. Eu quero. Se você quiser…" Robby disse, sensualmente.
"Eu quero. Te extrañé muchísimo, guapo." Miguel disse, nunca esquecendo o quanto Robby amava isso, ouvindo o gemido rouco dele logo depois, se transformando em um lamento quando Miguel se levantou.
"Calma, amor, esquecemos uma coisa." Miguel até a mala e levou o frasco de lubrificante, depois voltou para os braços do mais baixo e passou mais alguns minutos beijando Robby e acariciando todo seu corpo.
"Você é tão lindo, cariño!" Miguel disse, inserindo um dedo na entrada sensível do outro, fazendo ele se lembrar do quanto amava essa sensação quando era escolha dele e do quanto se sentia livre quando se permitia ser tão íntimo do moreno.
Miguel inseriu o segundo, massageando lentamente e deixando Robby insano de paixão, pressionando sua próstata com as pontas dos dedos e o fazendo ver estrelas. "Miggy… vai, por favor. Senão eu vou gozar…"
"Isso era pra me fazer parar?" Miguel diz com aquele sorriso atrevido que Robby não via há tempos. O mais baixo chegou ao clímax apenas com os dedos hábeis do marido, e sabia que agora seria o momento em que o moreno aproveitaria sua sensibilidade aguçada para torturá-lo da forma mais deliciosa possível, até que ele finalmente estivesse pronto para mais. Quando o momento chegou, Miguel preparou a si mesmo e disse a Robby que lhe daria o que ele quisesse. Robby envolveu seus quadris com as pernas e começou a ditar o ritmo que desejava, deixando Miguel atento a cada movimento e som, qualquer sinal de que devia fazer algo diferente.
Robby gemia alto e pedia por mais, e em certo momento a expressão "cadela no cio" perpassou sua mente e ele mordeu o lábio inferior com força e cravou as unhas no ombro de Miguel, fazendo o moreno soltar um grunhido dolorido. Robby precisava urgentemente de uma conexão com a realidade para não se perder em pensamentos sobre o que havia passado. "O que… eu pareço, Miggy?" Precisava esquecer a lista de respostas degradantes que ecoavam em sua cabeça nas vozes de Silver e seus comparsas.
"Ah… um anjo", Miguel disse, gemendo também, se movendo dentro dele devagar e profundamente, fazendo Robby se arrepiar inteiro com o elogio. "Meu anjo." O moreno disse, em tom de adoração, fazendo Robby suspirar de alívio e satisfação.
E exatamente nesse momento, Robby acordou subitamente, sentindo um peso sobre ele. Abriu os olhos, arrancado bruscamente do mundo dos sonhos, e se deparou com o conhecido par de olhos azuis olhando diretamente nos seus. Havia caído num sono tão pesado que nem ouviu a porta abrir ou sentiu quando subiu na cama, apenas quando estava praticamente pulando em cima dele. Ouviu apenas a palavra sábado, e logo se lembrou do que estava acontecendo.
"Acorda, papai! É sábado!" A menina disse, tentando arrancar o travesseiro de Robby para que ele não pudesse voltar a dormir.
"Laura… já falei pra não pular nos outros assim, você me assustou!" Robby reclamou. A garotinha era um doce, mas quando queria acordar alguém, parecia mais o Freddy Krueger.
"Desculpa… mas é sábado! Papá já acordou e os meninos também!" Ela disse, animada. "Ele disse pra eu te acordar quando o café ficou pronto."
Claro que Miguel ia arrumar seis crianças sozinho e preparar o café antes de acordá-lo. Era impossível dizer quem era mais mimado nessa casa, Robby ou Laura, a única menina dos seis filhos que adotaram, e por isso a princesinha dos pais. É verdade que estava mais para Xena e vivia batendo nos meninos, mas ainda era sua princesa.
"Já vou descer, querida. Avisa pro seu pai que vou me arrumar bem rapidinho."
"Sua mala tá lá embaixo!" Ela disse, saindo do quarto para o pai poder trocar de roupa.
Robby desceu de banho tomado, calças e botas, e um casaco nas mãos. Estavam indo para um chalé que a família tinha nas montanhas passar uma semana das férias de dezembro, e ele estava preparado para o frio. Precisavam estar de volta dali a no máximo dez dias, já que sempre passavam o Natal em família com os LaRusso, Shannon, os Diaz e os Payne, além de Demetri e Hawk, padrinhos de dois de seus filhos, e finalmente um casal.
"Bom dia, meus amores." Robby disse animado, assim que entrou na cozinha, e o coro quase sincronizado de "bom dia, papai" sempre fazia seu coração se encher de emoção. Mal podia crer que tinha isso. "Bom dia, lindo." Miguel disse, abraçando Robby assim que ele se aproximou.
"Daniel ligou e disse que vai assumir suas aulas pra você nessas duas semanas. Ele disse que não planejava ensinar karatê de novo, mas que você merece um tempo pra você." Miguel informou, contente.
Robby sempre soube que queria ensinar, e quando a chance de assumir o dojo apareceu, ele a aceitou com muito carinho. Já era sensei há cinco anos e ainda se emocionava ao pensar no quanto seu sensei confiava nele, a ponto de deixá-lo responsável por manter a tradição e legado do Miyagi-Do depois que Daniel havia se aposentado do karatê para curtir a vida ao lado de Amanda e paparicar os dois netos que Sam e Tory haviam lhes dado. Além das crianças de Robby e Miguel, claro, que ele tratava também como netos.
"Todo mundo pronto?" Robby disse, botando o último prato na lavadora. "Podemos ir?" Perguntou, recebendo gritos animados e afirmativos das quatro crianças maiores. E palminhas animadas do filho de três anos.
"Ok, Laura, Alonzo e Christopher, ajudem seu pai com as malas, ok? Patrick, me ajuda com o carrinho." Robby disse, com um carrinho de bebê em uma mão e o filho de três anos no colo. Enquanto arrumavam tudo dentro do carro grande e espaçoso, Robby só conseguia pensar em como era sortudo e feliz de ter uma família tão incrível.
"Pat, o Daniel vai do seu lado, fica de olho nele, tá?" Disse, ajeitando o carrinho do filho de 1 ano, o único que tinham adotado tão novo. Era um menino latino que havia sido tirado de uma casa em chamas e ficado órfão, e se a etnia já dificultava sua adoção, a história trágica também afastava pais em potencial que não queriam ter que lidar com possíveis consequências do incidente.
"Pode deixar, papai! Vou cuidar dele!" Patrick disse, orgulhoso. Ele era o que mais se parecia com Robby e esse senso de proteção que tinha o fazia se identificar ainda mais com ele.
Quando todas as crianças estavam ajeitadas em seus lugares, Miguel se aproximou e o abraçou pela cintura, dando um beijo na testa do filho que ele carregava.
"Você leva o Esteban? Eu dirijo." Robby ofereceu, e Miguel respondeu que sim, com um sorriso brilhante. Amava ver Robby dirigir, saber que ele havia superado o medo e conseguia lidar melhor com o acidente traumático de seus pais. Miguel segurou o menino e Robby abriu a porta do carro para eles, fazendo o moreno se lembrar de quando ele era motorista e fazia o mesmo, rindo de forma nostálgica. Parecia ter sido em outra vida, mas fazia pouco mais de dez anos.
Robby se sentou no banco do motorista, alisando o volante e sentindo o mesmo orgulho e alegria que sempre sentia quando dirigia. Ele se sentia forte e livre. Olhou para Miguel a seu lado com o filho no colo e teve certeza que poderia fazer qualquer coisa que quisesse. A viagem foi tranquila e chegaram à noite, então todos tomaram banho e se vestiram para dormir logo e poderem aproveitar bem o dia seguinte.
Robby e Miguel estavam deitados na cama de seu quarto, onde ficava também o berço de Esteban e a caminha de Daniel. "Boa noite, Miggy. Te amo." Robby disse, docemente.
"Boa noite, cariño. E eu te amo mais." Miguel disse, sorrindo, e fazendo Robby sorrir. Isso agora havia virado um costume, era o seu boa noite tradicional e Robby achava a brincadeira teimosa muito divertida. Apenas revirou os olhos e abriu os braços para Miguel poder se aconchegar a ele e dormir abraçado com seu amado.
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Acabooou
Talvez no futuro eu faça ones nesse universo e adicione elas aqui, mas oficialmente esse é o fim. Obrigada a todos que leram e me acompanharam nessa jornada hehe. Vocês são demais. 💖
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