Uma raposa aparece
Balder: Nunca ouvi nada sobre cidade assombrada.
Tralfagir: Nossa próxima parada é Banshui.
Balder: Assombrada pelo o que?
Tralfagir: Algum monstro, mas tem algo bom vindo disto, nenhum exército vai lá por causa dele.
Balder: Dessa maneira ninguém vai sofrer mais por nossa causa.
Tralfagir: Depois conversamos sobre este assunto.
Balder: E aquele homem ferido que salvamos.
Tralfagir: Já melhorou e voltou para sua casa, agradeceu muito.
Balder: Pelo menos um salvou.
Tralfagir: Depois conversamos sobre isso.
Balder: Sobre isso o que?
Tralfagir: Depois...
Balder: Vamos para Banshui quando?
Tralfagir: Amanhã.
Balder: Não tem pressa para sair dessa cidade por quê?
Tralfagir: Quero verificar algumas coisas antes de ir. Enquanto isso ajude Jirda aqui.
Balder: Onde ela está?
Tralfagir: Bem ali fora. Ela vai melhorar o seu bastão, melhor, você vai melhorar seu bastão.
Balder: Eu?
Tralfagir: Converse com ela, talvez seja necessário saber de forja futuramente.
Balder: E por que você não aprende também?
Tralfagir: Porque isso é você que irá precisar.
Balder: Ainda espero pelo momento que você irá confiar em mim.
Tralfagir: Você não precisa saber muito sobre mim. Agora estou indo, faça bom proveito na oficina.
Balder: Ah, certo.
Tralfagir sai enquanto a Jirda entra.
Jirda: Tralfagir me disse que você estava interessado em como forjar armas.
Balder: Interessado? Há sim, estou.
Jirda: Então venha aqui. Vocês vão amanhã posso ensinar um pouco para você.
Tralfagir saiu da casa de Jirda e foi para o centro da cidade, onde tinha uma enorme torre, era a torre onde ficava o ovo da salamandra rara.
Ao chegar viu que a porta estava bloqueada por tábuas.
Tralfagir: Ei, o que aconteceu aqui?
Morador: Roubaram o ovo aqui já faz muito tempo, então essa torre se tornou desnecessária e foi abandonada.
Tralfagir: Quem roubou?
Morador: Não sabemos, um dia acordamos e sumiu.
Tralfagir: Obrigado.
Morador: Espere, você é aquele cara que o doido estava esperando, você fez todos sofrerem aqui, vá embora.
Tralfagir: Não estou interessado em saber o que ele fez com você, já foi tudo resolvido.
Morador: É melhor você não estar mais aqui amanhã.
Tralfagir: Não se preocupe, amanhã já terei saído daqui.
O morador saiu olhando para Tralfagir que nem mesmo deu atenção a ele. Tralfagir olhou ao seu redor e percebendo que estava sozinho começou a arrancar as tábuas que bloqueavam a entrada e empurrou a porta que se moveu com dificuldade. Ele entrou e empurrou a porta para se fechar novamente. Subiu as escadas da torre e quando chegou no seu topo viu que não tinha mais nada ali. Ele olhou em cada canto do pequeno espaço que tinha ali e não viu nada. Quando Rá e Apolo apareceram completamente no horizonte, um pequeno símbolo surgiu no topo da parede contrária ao nascimento dos sóis. Tralfagir aproximou-se e olhou bem aquele símbolo, uma raposa com um tapa olho no lado esquerdo da cabeça e uma parte da orelha esquerda faltando, o símbolo pertencia a um grupo antigo de ladrões que não existia mais, o reino de Muniex havia espalhado sobre a morte de seu líder e assim o grupo todo desfez.
Tralfagir: Agora sim que vai ser mais difícil de encontrar esse ovo. Eles devem ter levado como um prêmio e se Muniex os pegou, então eles devem ter o ovo. Só encontro mais dificuldades onde passo.
Tralfagir saiu da torre e quando saiu da torre aquele mesmo morador que havia o mandado embora estava do lado de fora o esperando.
Tralfagir: Já disse, amanhã não estarei mais aqui.
Morador: Eu me lembro, mas vi que você achou algo lá em cima.
Tralfagir: Não tinha nada.
Morador: A luz revela aquilo que a escuridão esconde. A raposa é muito esperta para morrer tão simples.
Tralfagir: O que você disse?
Morador: Eu disse que quero você fora da cidade amanhã, até mais.
Tralfagir: Mas não foi isso...
Morador: Até... mais.
Tralfagir: Você não vai se livrar tão simples assim.
Morador: Não é bom chegar perto de mim, a cidade é nossa e estamos em todo lugar, todos os lugares. Apenas se vire e vai.
Tralfagir: Não tenho medo de ameaças.
Morador: A ameaça não foi para você.
Tralfagir: Balder...
Tralfagir saiu correndo dali e foi em direção à casa de Jirda. Correu o máximo que pode e quando chegou lá nada havia acontecido.
Balder: Já resolveu tudo?
Tralfagir: Não, ainda não.
Tralfagir olhou cada lugar que tinha ali perto.
Jirda: Perdeu algo?
Tralfagir: Nada não, achei que tinha visto um pássaro raro por aqui, com listras verdes e azuis e tudo mais.
Jirda: Nunca ouvi falar dele.
Tralfagir: É raro, mas não vi nada, vou voltar a fazer o que estava fazendo.
Balder: Tudo bem.
Tralfagir sai andando rapidamente, Jirda e Balder olharam-se e começaram a rir.
Balder: Ele tem alguns momentos que faz parecer ser uma pessoa legal, mas guarda muitos segredos e isso me deixa com medo.
Jirda: Você confia nele?
Balder: Confio, mas, conheço nada dele e ele conhece muito de mim, causa um desconforto.
Jirda: Ela já te contou a história dele?
Balder: Nunca fala nada.
Jirda: Melhor eu te contar então...
Jirda contou a Balder tudo que Tralfagir havia lhe contado sobre sua história. Balder deu uma leve coçada na cabeça quando a história foi contada completamente.
Balder: Ele enfrentou isso tudo sozinho. Tantas coisas, como ele suporta isso?
Jirda: Não sei, mas isso o fez ser forte.
Balder: Por isso não para de surgir pessoas de Riosmar atrás de nós.
Jirda: Você acha que ele realmente vai tentar parar a guerra ou vai destruir Riosmar?
Balder: Ele disse que acabaria com a guerra.
Jirda: E onde você entra nisso? Mal entrou na vida de adulto e já foi trazido para o meio disso.
Balder: Não sei, mas, sinto que estou no lugar certo.
Jirda: Você tem certeza que quer estar aqui? E sua família?
Balder: Eles não queriam que eu viesse, mas senti que eu deveria ir, deveria estar aqui e fazer algo com isso.
Jirda: Se você quer estar aqui, não posso lhe dizer nada para sair, mas tome cuidado, se continuar perto dele você poderá morrer, inimigos muito mais fortes irão aparecer.
Balder: Eu vou melhorar. Vou ficar tão forte quanto Tralfagir.
Jirda: Só não morra criança.
Balder: Não morrerei.
**
Tralfagir: Onde foi aquele morador, ele me enganou maldito.
Tralfagir voltou a torre onde ele havia se encontrado com o morador. Encontrou um papel em baixo da porta da torre, puxou ele, abriu e leu.
"A raposa é muito esperta para morrer tão simples, não lhe disse. Ass: Raposa faminta 7"
Tralfagir: Então ele realmente fazia parte do grupo. E ainda por cima é o número sete da organização.
Tralfagir olhou para os lados e saiu andando para fora da vila. Saindo da vila ele viu um rastro estranho no chão. A grama estava como se algo estivesse passado ali rastejando e deixado a grama para as laterais, mas não havia nada com a grama, apenas foi jogada para os lados.
Tralfagir: Esses rastros, já vi em algum lugar... Flutuadores.
Tralfagir seguiu o rastro que dava para a parte leste da cidade e viu que ele entrava floresta adentro e seguia um longo caminho. Viu que não valeria a pena segui-lo, iria muito longe. Resolveu seguir a outra ponta que deu em algumas árvores ali perto. Percebeu que a grama ali estava amassada, foi ali que o flutuador havia ficado, mas ali do lado também tinha outro flutuador, não estava disfarçado, apenas jogado ali.
Tralfagir olhou bem ele e tentou liga-lo. Não funcionava, o motor estava estragado.
Tralfagir: Estragar um desses... só forçando muito. Então tinha dois flutuadores, um funcionando normal e o outro estragado, parecem de dias diferentes. Um deles chegou e outro foi mandado atrás do primeiro. Por que vigiar o próprio general? Se ele realmente era um general.
Um dia inteiro já havia passado, Tralfagir ficou o dia todo rondando a cidade enquanto Balder ficou com Jirda o dia todo aprendendo sobre como forjar armas. Todos se encontraram a noite na casa da Jirda.
Jirda: Encontrou o que queria?
Tralfagir: Não, mas foi proveitoso.
Balder: Amanhã cedo partiremos?
Tralfagir: Sim.
Jirda: Então foi isso, apenas dois dias.
Tralfagir: Já é mais do que pretendíamos ficar.
Jirda: Hoje de manhã você estava todo animado, agora tão seco e sério.
Tralfagir: Cansado do dia.
Balder: É a primeira vez que te vejo cansado.
Tralfagir: Eu sempre me canso, apenas não digo.
Jirda: Sim. Vá descansar, partirão cedo.
Tralfagir sai da cozinha e segue para um dos quartos.
Jirda: Ele nem tocou na comida.
Balder: Não fique ofendida, ele não come mesmo. Nunca o vi comendo, acho que ele come escondido para não ver o que a por baixo da máscara.
Jirda: Agora você sabe como que ele é por baixo daquela máscara e de todo aquele trapo que ele usa.
Balder: Desde que o vi, usa essa roupa, não tira por nada, nem a máscara. Não sei como não sente calor com essa capa.
Jirda: Eu poderia fazer armaduras para vocês se me dessem mais tempo.
Balder: Acho que não seria bom para nenhum de nós. Eu preciso de muita mobilidade para usar o bastão e a armadura poderia dificultar isso. O mesmo vale para ele, apesar de ser um ótimo espadachim, ele se movimenta muito e muito rápido.
Jirda: Espadachins que ficam pulando que nem macacos valeir não me chamam atenção, eles parecem ser tão frágeis.
Balder: Tralfagir não é um desses, ele conseguiu parar o soco de um gigante de cinco metros com apenas uma mão.
Jirda: Hum... Interessante, ele não aparenta ter tanta força assim.
Balder: Ele realmente surpreende a todos.
Jirda: A conversa está ótima, mas, estou indo.
Balder: Vai onde?
Jirda: Vou arrumar um presente para você, de despedida.
Balder: Mas está de noite.
Jirda: E não terei outro momento para fazer isso. Vai dormi, espero que os barulhos da oficina não te acordem.
Balder: Eu não posso usar armadura.
Jirda: Apenas vai dormi e deixe isso comigo.
Balder: Mas...
Jirda: Você é uma pessoa muito difícil, ou vai dormi por vontade própria ou meus punhos cuidaram disso. - disse enquanto estralava seus dedos.
Balder: Pode deixar que já estou indo.
Jirda: Bom menino.
Balder foi para seu quarto e foi dormi. Demorou um pouco para dormi, pois, Jirda estava fazendo muito barulho e estava com medo de dormi e sonhar novamente com aquilo tudo.
Quando acordou ainda dava para ouvir o som da oficina funcionando, Jirda havia trabalhado a noite toda. Ele levantou, arrumou e foi para fora do quarto, onde, coincidentemente, Tralfagir também havia aberto a porta de seu quarto.
Balder: Bom dia.
Tralfagir: Bom dia e que barulho é esse?
Balder: Jirda disse que faria um presente para mim.
Tralfagir: Que não seja uma armadura.
Balder: Creio que não.
Tralfagir: Vamos lá ver.
Ambos saíram da casa e foram para a oficina onde Jirda havia acabado de produzir sua última peça.
Jirda: Acordaram bem cedo, espero não ter sido eu que acordei vocês.
Balder: Não foi, mas, o que é isso.
Jirda: Você disse para não criar uma armadura, então criei uma proteção melhor para você, nos antebraços, coxas, pernas, braços e ombros. Não se preocupem com a mobilidade, elas são pedaços independentes, não são juntas e isso não faz com que ao mexer elas se toquem ou limitam seus movimentos. O peso também não precisa se preocupar, deixei o metal bem leve e resistente, minha técnica especial.
Balder: Obrigado, não sei como agradecer...
Jirda: Não precisa, você salvou a cidade.
Balder: Tralfagir também salvou a cidade.
Jirda: Sim, mas creio que ele seja teimoso o bastante para não aceitar se eu fizesse para ele também.
Tralfagir: Acertou.
Jirda: Então é isso, vocês agora vão partir e eu vou dormir.
Tralfagir: Não quer ir com nós? Aqui nessa cidade não tem mais nada para você, lá fora você pode crescer...
Jirda: Nem precisa continuar falando, eu não vou, não sou guerreira, sou uma forjadora de armas e armaduras e apenas isso. Essa cidade pode ate ser nada agora, mas quando isso tudo acabar, eu vou estar aqui para reerguer ela. Então vão, terminem com essa guerra e voltem aqui para ver como que eu farei essa cidade melhorar.
Tralfagir: Obrigado por tudo.
Jirda: Agora vão porque eu vou dormi e não quero ninguém me atrapalhando, fechem a porta ao sair.
Balder: Muito obrigado por tudo.
Jirda: Vá logo garoto.
Tralfagir: Vamos, estamos atrapalhando.
Balder arrumou suas coisas rápido enquanto Tralfagir o esperava fora da casa. Antes de sair passou no quarto onde estava Jirda, deitada de costas para a porta.
Balder: Você é uma pessoa incrível, quando isso acabar prometo que volto aqui, até a próxima Jirda.
Enquanto Balder saia pela porta da casa de Jirda, ela estava deitada em sua cama chorando.
Jirda: Esse garoto... boa sorte.
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