Sozinho
Ithien: Mas que merda é essa que você fez?
Heismer: Dê-me algo para beber.
Ithien: Por que fez isso cara?
Heismer: Quero beber.
Ithien: Só pensa nisso seu bêbado.
Ithien sai e deixa à porta aberta, Heismer consegue ver que é uma cabana pequena e que está tudo escuro. Ithien volta com uma garrafa na mão.
Ithien: É isso que você quer?
Heismer: Sim, me dê.
Ithien: Pegue o que sobrar.
Ithien solta a garrafa no chão que estilhaça toda.
Heismer: Solte-me, preciso beber!
Ithien: Vai ficar preso e fique quieto, não consigo dormi com você fazendo todo esse barulho.
Ithien sai do pequeno cômodo e fecha a porta com força. Heismer vê os estilhaços e pega um deles que estava próximo e começa a cortar a corda que o prendia.
Algum tempo depois...
Nay: Ainda acordado?
Ithien: Sim, perdi o sono.
Nay: Você quebrou uma garrafa lá?
Ithien: Sim, não tinha bebida, era água.
Nay: Não estou preocupado com o que havia dentro, você pegou os estilhaços?
Ithien: Não.
Nay: Ele já está há algum tempo em silêncio.
Ithien: Você acha que...
Nay: Sim, vamos lá.
Ithien levanta rapidamente e vai à frente de Nay. Ele abre a porta e não vê Heismer amarrado no lugar que deixaram.
Ithien: Nay! Ele fu...
Antes de terminar a frase, sangue escorria e esguichava de seu pescoço. Ele caiu no chão tentando pronunciar algo, mas nenhuma palavra saia, apenas o borbulhar do sangue. Nay afasta da porta e olha para trás e vê uma faca mais afastada deles, olha novamente para frente e vê Heismer saindo do cômodo com um pedaço de vidro na mão.
Heismer: Deveriam ter me deixado bêbado, eu não conseguiria fazer isso.
Nay: Calma, não queremos que nada mais aconteça.
Heismer: Vocês me obrigaram a lembrar dela.
Nay começou a afastar, indo em direção a faca.
Nay: Desculpe-me, nós estávamos errados.
Heismer: Vocês me fizeram passar por tudo isso de novo.
Nay conseguiu chegar até na faca e a pega e aponta ela para Heismer.
Nay: Você deveria aceitar que não consegue fazer nada, você não é mais àquele de anos atrás, está enferrujado.
Heismer: Vou matar você e voltar a beber.
Heismer avança em Nay que esquiva dando um passo para trás. Heismer tenta acerta-lo novamente com outro golpe da direita para a esquerda que Nay desvia novamente e depois pressiona o braço de Heismer contra a parede o fazendo largar o pedaço de vidro.
Heismer afasta com sua mão esquerda sangrando. Nay avança tentando acertar Heismer que foge de seus golpes, mas quando sente trombando com a janela ele percebe que chegou ao limite. Nay avança novamente em direção a Heismer que joga o sangue que escorria de sua mão esquerda no rosto de Nay que cai nos olhos e atrapalha sua visão deixando mais fácil para Heismer o desarmar e o jogar para longe.
Nay levanta-se limpando o sangue do rosto e avança com tudo em cima de Heismer, onde os dois atravessam a janela e caem do lado de fora da cabana. Nay cai em cima de Heismer e rola para o lado com respiração ofegante, ambos estavam cansados. Heismer tenta levantar, mas não consegue porque assim que atravessou a janela um pedaço de vidro entra nas suas costas. Nay pega a faca e sobe em cima de Heismer.
Nay: Vou te entregar morto mesmo.
Acerta duas facadas na barriga de Heismer que com muito esforço consegue pegar um pedaço de vidro e passar no pescoço de Nay. Sangue esguicha para cima de Heismer e Nay cai do seu lado murmurando seus últimos segundos de vida.
Heismer vira de lado e tira o vidro que o havia perfurado. Levanta com muita dor e mal conseguindo vai tentando voltar para traz por um caminho que ele achava que era certo. Não aguentando mais encosta-se a uma árvore e senta para o lado do nascimento dos sóis.
Heismer: Vou morrer aqui, sem nada para me ajudar a esquecer de tudo. Deveria ter morrido mais rápido possível.
Apolo começa a surgir no horizonte e pode-se ver um pequeno ponto branco solitário descendo do céu e cair entre suas pernas, o primeiro floco de neve. Começou a cair neve, o chão que estava um pouco verde começou a ficar branco.
Heismer: Vou morrer sozinho. Não queria ter feito aquilo com ela, ela... ela... não merecia isso.
Heismer olhando para o sol nascendo percebe uma sombra negra surgindo, sua visão já não conseguia ver tão bem de longe, mas a sombra estava aproximando. Ao aproximar era um lobo negro, separado de toda a matilha. Aproximou-se até ficar bem próximo de Heismer.
Heismer: Você veio me ver morrer? Eu te matei, sei disso. Eu te matei...
O lobo ficou ali parado olhando para Heismer, enquanto ele com sua mão na barriga cheia de sangue tentando colocar pressão. Então ele ergue os dois braços como se fosse dar um abraço.
Heismer: Você veio me matar. Veio se vingar. Mate-me, me mate, você tem todo o direito a isso. Mate-me logo.
Ele fecha os olhos esperando que o lobo o atacasse, mas o lobo em vez de ataca-lo deita em seu colo e começa a chorar.
Heismer: Não mereço seu perdão... não devia ter feito aquilo com você.
Heismer começa a chorar.
Heismer: Quero você de volta, não consigo fazer nada sem você... obrigado, por não me deixar morrer sozinho. Desculpe-me por tudo. Te amo.
Foram as últimas palavras de Heismer que agora estava morto aos pés de uma árvore com neve acumulando em seu corpo e o vento gélido o soprando.
**
Balder acordou e teve uma grande surpresa ao ver a neve começando a cair.
Balder: Tralfagir isso é neve?
Tralfagir: Sim.
Balder: É linda.
Tralfagir: Sim, ainda bem que ela começou agora, não vai atrapalhar mais nós. Chegaremos a tarde.
Balder que estava de pé sente uma tontura repentina e se apoia para não cair.
Tralfagir: Tudo bem?
Balder: Sim, apenas, senti algo muito forte.
Tralfagir: Está bem mesmo?
Balder: Sim, só vou beber um pouco de água.
Balder não quis dizer a Tralfagir, mas ele teve uma visão de Heismer morrendo.
Balder: Vamos lá.
Tralfagir: Sim.
Balder: Qual o local?
Tralfagir: Ruínas, cidade antiga de Terrenea.
Balder: O que vamos fazer em ruínas?
Tralfagir: Eu acho que tem algo ali dentro que eu quero.
Balder: O que seria?
Tralfagir: Dizem ter um escudo que consegue bloquear tudo. Seria ótimo ter ele.
Balder: Você gosta de carregar essas coisas.
Tralfagir: São todos itens raros e de boa qualidade.
Balder: Vamos seguir para lá então.
Tralfagir: Vamos.
**
Nisfter: Majestade, como o senhor pediu, nossas tropas estão avançando ate Riosmar, mas lentamente.
Rei Bali: Sim, algo mais?
Nisfter: Por meio do informante de Riosmar, descobrimos que eles poderão sofrer uma tentativa de golpe política do próprio general, ele quer usurpar a coroa de seu rei.
Rei Bali: Nada que eu me interesse. Muniex?
Nisfter: Acharam mais um pedaço da coroa.
Rei Bali: Tudo do jeito que gosto.
Nisfter: Ainda acha que é seguro deixar eles com a coroa?
Rei Bali: Sim, não conseguirão fazer nada contra nós, esqueceu o que somos?
Nisfter: Não senhor.
Rei Bali: Então não tem nada a temer tolo.
Nisfter: Sim majestade.
Rei Bali: Veio apenas me informar isso?
Nisfter: Sim.
Rei Bali: Só volte com notícias úteis, mas antes de ir, saiba que ele voltou.
Nisfter: Demorou muito para voltar.
Rei Bali: Sim, era para ter voltado bem antes.
Nisfter: E por que não fez isso?
Rei Bali: Só conversando com ele para saber, mas ele não se lembra de nada.
Nisfter: Deveríamos aproveitar dessa situação, fazer tudo antes que ele lembre.
Rei Bali: Não, quero que ele se lembre ou que alcance quase o mesmo potencial de antes. Assim será muito melhor, seria mais completo.
Nisfter: Sinal do outro?
Rei Bali: Nenhum, mas não tem problema, podemos parar ele fácil.
Nisfter: Mas para mim ele é problema.
Rei Bali: Apenas use o soro.
Nisfter: Não é bom usar ele.
Rei Bali: Use ou morre.
**
Mausle: Arquimago, aqui está o material esperado.
Arquimago: Ótimo, faltam apenas mais três. Como está a procura?
Mausle: Ainda procuram, mas não está nada fácil de achar. Quem escondeu os pedaços não era tão bom com a magia, mas sabia fazer ela perfeitamente o que dificulta.
Arquimago: Eu poderia emprestar um pedaço da coroa para vocês encontrarem mais fácil, mas não iriam aguentar tanto poder.
Mausle: Eu poderia aguentar.
Arquimago: Não se engane você não conseguiria. Eu mal consigo aguentar, quem dirá de você.
Mausle: Sim meu senhor.
Arquimago: Exército de Talsftar avança em direção a Riosmar. Podemos atacar?
Mausle: Não, está sendo falado por ai que é um grande exército, quase todo o exército de Talsftar, mas quando estávamos na busca da parte da coroa, lancei um feitiço de posicionamento. Havia apenas mil homens, isso não dá quase nada, a maior parte dos homens ainda está em Talsftar, atacá-los seria inadequado.
Arquimago: Boa observação, um dia poderá chegar a minha posição.
Mausle: Obrigado, mas eu quero fazer uma reclamação.
Arquimago: O que seria?
Mausle: Eu não quero ficar levando esses aprendizes comigo.
Arquimago: Por que não?
Mausle: Eu poderia ter feito isso muito mais rápido, mas tive que ficar explicando para eles tudo, isso demorou muito. Prefiro fazer tudo sozinho.
Arquimago: Se você encontrar e trouxer rápida a próxima parte, poderá fazer tudo sozinho.
Mausle: Quanto tempo?
Arquimago: Apenas ache e traga, depois decidirei se foi rápido ou não.
Mausle: Seria bem mais rápido se Kirkran não tivesse perdido o pedaço do mapa também.
Arquimago: Ele é um negociador, vai ajudar quem pagar mais.
Mausle: Eu sei, mas aquela história dele, de um cara com uma máscara eu achei de mais.
Arquimago: Uma máscara vermelha igual as que nos dois temos. O restante da antiga ordem secreta morreu.
Mausle: Sim, muito estranho isso, nós temos um exército de mortos, mas nós escolhemos quem queremos trazer de volta e ainda controlamos, esse cara está muito longe para ser nosso. Acha que mais alguém sabe ressuscitar mortos?
Arquimago: Eu sei fazer isso, vocês ainda não e sem o sangue real dos magos não conseguem fazer. Muito difícil outra pessoa fazer isso.
Mausle: Apenas quando encontrarmos ele para saber quem é e mataremos de novo o mago rubro.
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