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Sobrevivência do mais apto


Guzlin estava ficando sem espaço, os soldados haviam avançado e os pressionado contra a parede. Ele apenas estava esperando a morte chegar até ele.

**

Naquela tarde, na antiga casa de Daivock...

Guzlin: Balder o nosso plano é tentar se infiltrar dentro do castelo, para isso iremos precisar de mais pessoas. Eu vou invadir e tentar segurar o avanço deles em tomar os portões enquanto isso você liberta todos os escravos e aqueles que quiserem lutar que vão à todas as entradas da muralha interna. Assim que vermos que chegaram vamos abrir os portões e vocês invadem.

Balder: Mas se vier com poucos escravos?

Guzlin: Terá uma boa quantia, todos estão loucos para sair e ainda mais querem vingança do reino que fez aquilo tudo com eles. Não esqueça que se você demorar todos nós estaremos perdidos.

Balder: Pode confiar em mim.

Daivock: Então todo esse é nosso plano. Tralfagir vou precisar conversar com você sozinho.

Tralfagir: Tudo bem.

Daivock: Poderiam nos dar licença?

Guzlin: Venha Balder, vamos conversar sobre a mina.

Balder: Certo.

Guzlin e Balder saíram da casa e esperavam lá fora.

Daivock: Antes de você ir, quero lhe falar algo sobre Preimor.

Tralfagir: Algo que ajude?

Daivock: O ponto fraco dele.

**

Já havia se passado vinte minutos desde o início do embate entre Tralfagir e Preimor e ambos não cansaram. Preimor continuava tentando dar tudo de si para derrotar Tralfagir, enquanto este apenas ficava desviando e tentando acertar pontos críticos na defesa de Preimor. Isso havia se mantido por todo esse tempo até o momento que se pode ouvir o soar de trombeta vindo das muralhas internas. Tralfagir neste instante deu um chute forte no escudo de Preimor que tentou manter a posição firmemente, mas em vão, o chute foi forte e o desequilibrou e o fez cair. Tralfagir guarda as suas espadas.

Tralfagir: Preciso me apressar.

Preimor: Para ir ao castelo? Sua luta é comigo agora.

Tralfagir: Ouvi falar tanto de você, mas me decepcionei muito ao ver pessoalmente. Você estava dando tudo de si e eu nem mesmo tive esforço de fazer algo. Você é um grande imprestável.

Preimor: Retire o que disse.

Tralfagir: Faça isso.

Preimor levanta rapidamente e avança em Tralfagir com a espada levantada, seu escudo levantado na altura do peito o protegendo e gritando ferozmente. Tralfagir esquiva para a direita no último momento, tirando qualquer resposta de Preimor, e pega na nuca de Preimor e o lança com força no chão.

Tralfagir: Fique ai que é o seu lugar.

Tralfagir dá as costas e começa a andar. Preimor levanta com um pouco de dificuldade.

Preimor: Não acabamos.

Tralfagir: Não quero te matar, apenas aceita que não consegue fazer nada.

Preimor: Você era o que eu mais precisava, não vou desistir assim. Bata-me com toda a força que tiver.

Tralfagir olhou para trás e viu Preimor soltando sua espada e escudo no chão.

Preimor: Se você vai lutar assim eu também vou, nada melhor que a velha luta às mãos nuas.

Tralfagir vira para Preimor e vai andando em sua direção. Chegando bem próximo Preimor tenta acertar sua cabeça com o braço direito, onde Tralfagir se abaixa e dá um soco com força na barriga de Preimor que chega a sair do chão e logo cai contorcendo. Tralfagir ao seu lado o chuta na costela lançando ele a dois metros chocando contra a parede de uma casa.

Tralfagir: Como eu disse você não é tão forte.

Preimor: Consegue bater mais forte?

Tralfagir: Consigo.

Preimor: Então faça.

Preimor levanta escorando na parede e com a cabeça baixa.

Tralfagir: Eu conheço aquela sua "habilidade".

Preimor: Então você já sabe o que vai acontecer se continuar.

Tralfagir: Você apenas conhece uma história minha e me diz isso. Não conhece minha verdadeira força.

Preimor avança a passos rápidos em direção à Tralfagir. Próximo dele inicia uma sequência de socos que Tralfagir desvia, apesar de perceber que a velocidade de Preimor havia aumentado. Tralfagir segura um braço de Preimor que tenta acerta-lo com o outro que também é segurado. Tralfagir puxa ambos em sua direção e lhe da uma cabeçada e logo em seguida solta seus braços e coloca a mão na cabeça de Preimor e puxa ela para baixo em direção ao seu joelho, batendo com tudo na sua cabeça. Preimor cai de costas no chão sangrando pelo seu supercilio.

Tralfagir: Levanta logo, sei que não desmaiou.

Preimor: Realmente sabe como funciona minha habilidade.

Tralfagir: Se adapta rapidamente ao ambiente em que é exposto. Quanto mais forte te bater e mais rápido eu for, mais você consegue me acompanhar e maior será sua força também.

Preimor levanta com um enorme sorriso no rosto.

Preimor: Quero mais força.

Tralfagir: Precisam de mim em outro lugar. Então vou ter que acabar com isso.

Tralfagir avança muito rápido para cima de Preimor, que não conseguiu perceber ele chegando, e o acerta em cheio no rosto que o tira do chão e então agarra sua cabeça com apenas uma mão e o lança no chão, solta sua cabeça e pega seu pé, o gira no ar e joga ele para dentro de uma casa quebrando a parede. Tralfagir permanece no mesmo lugar esperando que algo aconteça. Um pilar é lançado na direção de Tralfagir que da um passo para o lado e desvia. Dava para ouvir a risada e a voz de Preimor vindo do interior da casa.

Preimor: Que força impressionante é essa? Consegui tirar esse pilar com as próprias mãos.

Preimor sai de dentro da casa com seu corpo pingando sangue. Pega sua espada que estava no chão e consegue torcer ela.

Preimor: Nem mesmo o metal resiste.

Tralfagir: Gostou?

Preimor: Como você conseguiu tanto poder?

Tralfagir: Isso não importa.

Preimor move rapidamente ate Tralfagir e da um soco na barriga dele que o faz arrastar um pouco para trás. Tralfagir pega o braço de Preimor e o joga pra cima, prepara ambas as mãos e acertam elas juntas no peito de Preimor que é lançado novamente para dentro da casa que ele havia acabado de sair.

Tralfagir (sussurrando): 1,2,3,4...

Preimor sai da casa.

Preimor: Aquela não era toda a sua força. O que você é?

Tralfagir: Tanto eu quanto você somos monstros.

Preimor: De onde você é?

Tralfagir: Monstros não têm lares, não tem lugar para voltar, apenas temos um caminho a seguir que é a procura de algo que possa nos derrotar.

Preimor: Não deveria se chamar de monstro, estamos mais para deuses.

Tralfagir: Deuses ou monstros, não tem importância no final.

Tralfagir começa a andar na direção de Preimor que se prepara para o que Tralfagir possa fazer. Tralfagir dispara em direção à Preimor que desvia do soco de esquerda e logo em seguida segura o braço de Tralfagir e apoia suas costas nele e puxa seu braço fazendo Tralfagir girar no ar por cima de Preimor e cair no chão. Preimor lança seu punho direito em direção à máscara de Tralfagir que rola para esquerda e levanta rapidamente.

Tralfagir: Melhor tirar essas espadas de mim, já que não vamos mais usá-las.

Tralfagir tira as duas espadas de sua bainha e a de suas costas e coloca-as escoradas em uma parede. Alonga os ombros e os braços, olha diretamente para Preimor e avança. Preimor já o esperando em posição de defesa se surpreende ao ver que Tralfagir está mais rápido e por pouco desvia do soco, tenta retrucar com um soco nas costelas, mas a outra mão de Tralfagir a segura e puxa ele tirando do chão. Tralfagir estava bem mais rápido e quando Preimor estava no ar bem à sua frente ele se move rapidamente e joga o joelho com tudo na sua barriga, acabando de fazer isso ele se afasta.

Tralfagir (sussurrando): 1...2...3...4...5...

Preimor: Foi forte esse. Por que não continuou?

Tralfagir: Como disse não quero te matar.

Preimor: Ainda acha que consegue?

Tralfagir: Tenho certeza.

Preimor levanta rápido e avança em Tralfagir que desvia para a direita já dando um soco no rosto de Preimor que cai no chão próximo de Tralfagir. Tralfagir se abaixa e da um tapa de leve na cabeça de Preimor que cai no chão.

Preimor: O que você fez maldito.

**

Naquela tarde, na antiga casa de Daivock...

Daivock: Ele fica mais forte quanto mais apanhar, porém eu percebi que chega em um momento que o corpo dele começa a demorar mais para adaptar, quanto mais tempo durar a luta de vocês mais tempo vai demorar para o corpo dele adaptar a uma nova força.

Tralfagir: E o que posso fazer com isso?

Daivock: Em um de seus treinos ele ficou muito tempo e quando ele recebeu um golpe forte estava parado e outro dos homens do treino o tocou para ver se ele estava bem. Ele acabou caindo no chão, como se o corpo dele perdesse toda a força. Creio que quando o corpo dele está adaptando a uma nova força se algo tocar ele o corpo dele adapta ao último toque.

Tralfagir: Quanto tempo para isso acontecer?

Daivock: Não sei, veja quanto tempo ele demora em se mexer depois de um golpe.

**

Tralfagir: Eu fiquei contando durante toda nossa luta para ter certeza se você teria um ponto fraco assim.

Preimor: Como soube?

Tralfagir: Juntei-me a uma pessoa para destruir o rei. Ele me disse isso.

Preimor: Daivock!! Eu vou matar ele.

Tralfagir: Talvez você futuramente consiga, mas agora vai é ficar quietinho ai até conseguir força para levantar.

Preimor: Você foi covarde Tralfagir.

Tralfagir: Porque fui mais inteligente não quer dizer que fui covarde. Agora vou ter que sair, esperam-me em outro lugar.

Tralfagir pegou suas espadas, colocou cada uma em seu lugar e foi para o castelo deixando Preimor caído no chão.

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