Sacrifícios da magia
Eles cavalgavam lentamente em direção à pequena vila e de longe podia ver as pessoas escondendo.
Balder: Será que acham que somos do exército?
Tralfagir: Creio que quaisquer pessoas com armas os assustam.
Preimor: Vamos logo lá.
Aproximaram e a vila estava sozinha novamente, olhavam dentro das casas e não viam ninguém ali.
Balder: Que estranho, vimos pessoas aqui de longe e agora sumiram.
Preimor: Alguns homens diziam sobre essa vila. Que os espíritos dos antigos moradores ainda tentam reconstruir sua vila.
Tralfagir: Obra de vocês?
Preimor: Não, aqui foi atacado antes por Muniex.
Balder: Vocês acham que pode ser algo de Muniex?
Preimor: Como assim?
Tralfagir: Pode ter possibilidade.
Preimor: Até onde sei, Muniex consegue ter algo relacionado com mortos e não com espíritos.
Balder: Desde que eu saí de minha cidade vi coisas estranhas acontecendo. Acho que isso pode ser mais uma delas.
Tralfagir: Ouviram isso?
Todos ficaram em silêncio e podia ouvir uma respiração ofegante ali perto.
Preimor: Algo está cansado.
Tralfagir: Ou alguém.
Tralfagir desceu do cavalo e o amarrou à uma estaca de madeira que estava ali perto, logo em seguida Balder e Preimor fizeram o mesmo.
Tralfagir: Parece estar abaixo de nós.
Tralfagir remexeu a terra que estava em baixo de seus pés até parecer alguns pedaços de madeira.
Tralfagir: Limpem ao redor.
Balder e Preimor ajudaram a tirar a terra do local. Era uma escotilha com um metro e meio de comprimento e o mesmo de largura. A maçaneta era apenas uma argola de ferro que foi puxada por Tralfagir que levantou a escotilha que tinha uma madeira espessa. Soltou-a do outro lado levantando poeira. Assim que a poeira baixou revelou-se uma crisálida grande e azul. Preimor levou ambas as mãos á cabeça e Tralfagir deu um passo para trás.
Preimor: Não acredito que seja isso.
Tralfagir: Nunca vi desse tamanho.
Balder: O que é isso?
Tralfagir: É uma crisálida morten. Eles juntam o que sobrou da pessoa que usaram como sacrifício para criar elas.
Balder sentiu um aperto no coração e engoliu seco.
Balder: Por que fizeram isso?
Preimor: Eles usam como marcação de território. Colocam alguma magia junto para mostrar que é deles.
Tralfagir: O antigo rei deles era conhecido por causar medo nas pessoas.
Preimor: Era um necromante esplêndido.
Tralfagir: Vou ajeitar o fogo para queimar isso.
Balder: Você vai matar eles ou ele?
Preimor: É o melhor a se fazer.
Balder: Nós ouvimos o respirar ofegante.
Tralfagir: Não é respiração, como eu disse são restos, isso que ele libera são partículas do que ainda está sobrando. Não tem mais vida, já sofreu demais para estar assim como está, melhor ter um fim.
Preimor: É o melhor a se fazer - colocando a não sobre o ombro de Balder.
Balder abaixa a cabeça ressentido, mostrando que queria fazer algo. Ele afastou quando Tralfagir aproximou com uma tocha.
Preimor: Espero que possa encontrar paz para onde vai que seja um local cheio de felicidade...
Tralfagir: Que seja um lugar onde possa se divertir e encontre seus amigos e familiares...
Preimor: Um local onde sua alma possa descansar eternamente...
Tralfagir: E que possa reviver honradamente seus feitos, nobre guerreiro...
Preimor: Pois todos aqueles que olharam nos olhos do inimigo e aguentaram as consequências são dignos de serem guerreiros honrados.
Tralfagir passa a tocha na crisálida que começa a pegar fogo lentamente, então ele deixa a tocha lá dentro. As chamas vão aumentando ate consumirem toda a crisálida. As ilusões feitas dos moradores surgem olhando para eles e balbuciam a cabeça de maneira positiva para Tralfagir e Preimor e vão se desfazendo lentamente com o vento. Balder que havia afastado e estava chorando sentado no chão e com a cabeça baixa, sentiu uma pequena mão tocar o topo de sua cabeça. Ele a levanta e vê uma menina segurando uma boneca.
Criança: Obrigado por se preocupar.
E começa a se desfazer junto com o vento igual às outras ilusões criadas
Tralfagir: Ela estava agradecendo a todos, pelo jeito era o que ela desejava a muito tempo.
Preimor: Libertamos eles.
**
Mausle: Arquimago, algo estranho aconteceu.
Arquimago: Diga-me.
Mausle: Outro pedaço da coroa apareceu, mas esse quando foi identificado fez com que três de nossos localizadores morressem.
Arquimago: A coroa deseja realmente ser remontada. Vá buscar ele.
Mausle: Fica muito longe então posso demorar alguns dias.
Arquimago: Você conseguiu criar um portal distante em um lugar não marcado anteriormente com apenas o toque de um pedaço do outro lado.
Mausle: O que o senhor quer dizer?
Arquimago: Você pode demorar a chegar lá, mas use sua magia de movimentação para voltar.
Mausle: Eu não conseguiria de tão longe e com a coroa da última vez apenas consegui criar um portal pequeno.
Arquimago: Agora você terá realmente um pedaço da coroa e não apenas a presença dela.
Mausle: Mesmo ficando mal como fiquei da última vez, não sei se agora iria resistir.
Arquimago: Eu estarei aqui do outro lado pronto para te receber. Onde ela está?
Mausle: No extremo norte, dentro da floresta que separa o deserto de nós.
Arquimago: Isso quer dizer que você deverá passar bem próximo de Talfstar.
Mausle: Sim, isso era a outra parte do perigo que eu queria te dizer.
Arquimago: Não consegue abrir um portal ou algo do tipo?
Mausle: Não têm marcas minhas por ali.
Arquimago: Você acha que consegue passar sem chamar a atenção de todos?
Mausle: Posso tentar, mas vai ser dificil.
Arquimago: Então tenho que te entregar algo antes de você viajar.
Mausle: O que seria?
Arquimago: Volte amanhã, ainda tenho que organizar os preparativos.
No outro dia Mausle apareceu cedo, mesmo assim não estava pronto e teve que voltar mais tarde, quando ambos os sóis estavam prestes a alcançarem o centro do céu. Mausle foi levado para o fundo do castelo que ficava aos pés de uma montanha. Foram para o jardim do castelo onde havia uma grande abóbada e o Arquimago estava ali esperando por ele.
Arquimago: Se aproxime e tire a parte de cima de sua vestimenta e se sente.
Mausle foi até o Arquimago e fez como solicitado.
Arquimago: Hoje vou te passar uma parte da magia especial de nossa família. Uma de invocação. A outra parte irá se cumprir sozinha. É a mais forte que temos e você vai ter posse dela.
Mausle: Perigos?
Arquimago: O perigo vem com a invocação completa, você não conseguirá controlar e para que essa fase esteja completa você terá que morrer.
Mausle: Por que eu irei usá-la então?
Arquimago: Assim que invocar o ser místico, você será capaz de destruir tudo ao seu redor, mas irá buscar uma grande fonte de magia que está nesse reino, quando retornar eu te ajudarei a voltar ao normal.
Mausle: E se eu destruir o reino?
Arquimago: Confia em mim?
Mausle: A minha vida.
Arquimago: Então não precisa se preocupar.
Mausle: Pode começar.
O Arquimago pegou uma tigela que estava ao seu lado cheio de sangue e outros objetos identificáveis flutuando. Começou a misturar e colocar o dedo na tigela e passando no corpo de Mausle. A cada momento que tocava o corpo de Mausle pronunciava sussurros que não eram ouvidos facilmente. Mausle olhava ao redor e sentia uma brisa leve batendo o seu corpo que logo em seguida se tornou um vento que foi ficando cada vez mais forte. Ele olhou para o Arquimago e o chamou sem sucesso, percebeu que os olhos dele estavam completamente brancos, ele estava em transe profundo. Mausle ao olhar para as flores do jardim percebeu que elas estavam começando a secar e viu um pequeno fluxo de magia vindo delas e entrando nas marcas em seu corpo. Antes não sentiu nada, mas agora as marcas começaram a queimar e sua pele ficou vermelha, o ar que saia de sua boca vinha queimando desde os seus pulmões. A dor era intensa e não consiga mover seu corpo e seus gritos fizeram todas as pessoas que olhavam das janelas dos quartos esconderem. Todo o jardim ao seu redor foi murchando e a barba do Arquimago começou a ter alguns fios brancos. Lançou a cabeça para trás e deu um grito intenso de dor. A pupila e a íris de seus olhos ficaram vermelhas e o restante do olho tomou a cor de lava incandescente. Então seu grito cessou, sua cabeça tombou para frente de seu corpo que liberava vapor. O Arquimago voltou a si e balançou o corpo de Mausle.
Arquimago: Tudo bem com você? Mausle! Acorde!
Mausle foi levantando a cabeça lentamente e respirando profundamente.
Mausle: Está melhor para respirar.
Arquimago: Pelo o que parece, deu tudo certo.
Mausle: Mas o que foi isso tudo.
Mausle olha para o seu corpo e vê que onde havia passado o sangue agora fazia parte da pele dele, como se fosse às marcas que os antigos nativos faziam em seus corpos. Seus olhos voltaram ao normal. As marcas em seu corpo formavam linhas em formato semicircular até seu peitoral e no meio como se fosse um pingente ao redor do coração. Olhou para o seu redor e viu todo o jardim morto, o Arquimago com algumas mechas brancas em sua barba e cabelo e o local onde estava havia envelhecido; como se tivesse passado longos anos ali.
Mausle: Não se assuste com tamanha destruição. Essa invocação é muito poderosa, por isso o sacrifício é grande.
Arquimago levantou lentamente estralando o seu corpo e com dores.
Mausle: O senhor está bem?
Arquimago: Não precisa preocupar comigo, como eu disse o sacrifício é muito grande, dei alguns anos da minha vida em troca e quase toda a minha magia. Apenas me deixe descansar e vá atrás do outro pedaço da coroa.
Mausle: Sim.
O Arquimago deixa o jardim e Mausle vai para a beirada do jardim e olha para baixo, ele vê mais plantas mortas e animais mortos.
Mausle: O que será que é essa invocação para matar tantos seres vivos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro