Daivock: Então é aqui que nós despedimos.

Tralfagir: Sim.

Daivock: E quem iria imaginar que Preimor iria com você.

Preimor: Existe algo aqui que me chama a atenção.

Guzlin: Eu espero que dê tudo certo para vocês.

Balder: Não se preocupem, com Tralfagir já era seguro e agora com Preimor junto, nada poderá acontecer.

Daivock: Os seus homens sentirão sua falta Preimor.

Preimor: Você vai cuidar bem deles.

Guzlin: Vamos dizer a eles o que você escolheu. Salvar a todos.

Preimor: Vocês sabem o que fazer.

Tralfagir: Nós já vamos.

Cada um em cima de seu cavalo sai do portão C com o destino final sendo Muniex.

Preimor: Algum plano para ao menos chegar lá?

Tralfagir: Não preocupe com isso. Vamos conseguir.

Balder: Preimor você já viu Muniex?

Preimor: Já vi de longe.

Balder: Como é?

Preimor: Uma cidade grande e toda branca. Lá parece sempre estar em um bom momento. Sempre em paz.

Balder: Já enfrentou algum mago?

Preimor: Apenas um até hoje, eles não costumam mandar magos para o campo de batalha, normalmente mandam um exército de mortos.

Tralfagir: Eles deixam os magos dentro do castelo, exército de mortos para atacar e magos para defender.

Preimor: Exatamente isso.

Tralfagir: Uma boa estratégia, porém tem algumas falhas.

Preimor: Qual? Até hoje não vi nenhuma.

Tralfagir: O exército deles é controlado apenas por uma pessoa que precisa estar no campo de batalha, não vai estar junto ao exército, mas muito recuado. Essa pessoa é o rei.

Preimor: Se derrotarmos ele...

Tralfagir: Não terá mais exército.

Balder: Quantos dias para chegarmos?

Tralfagir: Não sei bem, não tem muitos pontos para parar e talvez ele tenha colocado seu exército para fora. Já que Riosmar saiu da guerra Talfstar pode vir com tudo.

**

Naquela noite, em Riosmar...

Guzlin: Então nós teremos que começar uma nova escolha de generais.

Daivock: Sim, de preferência soldados que sejam de dentro do próprio esquadrão que faziam parte. Já irão se conhecer melhor e assim não teremos problemas para fazê-los interagirem.

Guzlin: Precisamos fechar as minas e arrendar terras para as plantações.

Daivock: Tirar os mercenários das terras e devolver ao lar todos os escravos que quiserem voltar.

Guzlin: Muita coisa.

Daivock: Sim e nem sei por onde começar.

Guzlin: Que tal começar comigo ali em cima.

Guzlin passa por Daivock passando a mão em seu ombro e sai da sala do trono. Daivock levanta, coloca a coroa no trono e sai da sala do trono. A sombra do trono toma forma e se mostra ser um Reikans escondido na sala do trono. Quando a sala do trono fica sozinha um reikan sai da sombra do trono e com seu corpo todo desfigurado e suas garras aproxima do trono e pega a coroa em sua mão e a quebra retirando um pequeno pedaço. Ele aproxima da parede do fundo e toca o pedaço da coroa que abre um pequeno portal onde ele jogou o pedaço da coroa, depois disso ele volta a se tornar a sombra do trono. Do outro lado do portal Mausle estava de joelhos respirando fortemente.

Rei Ykar: Deveria melhorar na criação de seus portais.

Mausle: Riosmar é muito longe, foi ótimo eu ter conseguido.

Rei Ykar: Só conseguiu graças à coroa, ela te deu força suficiente para você fazer a ligação do outro lado.

Mausle: Pelo menos você conseguiu o seu pedaço.

Rei Ykar: Ainda faltam três.

Mausle: Mesmo que achemos mais um, o outro vai ser impossível de achar sem o mapa completo. Esse foi guardado com uma magia experiente.

Rei Ykar: Tenho a impressão de que a última parte do mapa será fácil de conseguir.

Ykar aproxima de um pedestal tampado por um pano que ele o retira. Ali em baixo estava a coroa sendo montada e ao aproximar o novo pedaço dela ele voou em direção à coroa e juntou parecendo que nunca havia saído ali.

Rei Ykar: Interessante, a cada pedaço que achamos a coroa parece ter mais vontade de ser reconstruída.

Mausle: Se ela atraísse os outros pedaços assim seria bem mais fácil.

Rei Ykar: Ela deve estar reconhecendo o meu poder e querendo fazer parte dele.

Mausle: Vou reforçar eles para encontrarem o outro pedaço mais rápido possível.

Rei Ykar: Faça. Não consigo pensar em outra coisa. A ansiedade para tê-la é tão grande.

Mausle: Não esqueça dos seus afazeres majestade.

Rei Ykar: Não precisa preocupar-se. Ainda mais quando eu tiver todo esse poder em minhas mãos.

**

Na manhã seguinte, Balder e Tralfagir estavam treinando quando Preimor levantou.

Preimor: Tão cedo?

Tralfagir: Você que levantou tarde, melhor começar a acordar mais cedo se não vai ficar para trás algum dia qualquer.

Balder: Não precisa preocupar-se porque não fazemos isso.

Preimor: Não iriam deixar alguém como eu para trás.

Tralfagir: Exibido.

Preimor: Olha quem fala o cara que anda com três espadas e uma máscara vermelha.

Tralfagir: E que quase acabou com você sem nem precisar usar tudo.

Preimor levanta rapidamente e vai à direção de Tralfagir que vira para ele cerrando os punhos e Balder entra na frente dos dois.

Balder: Parem vocês dois. Sei que tiveram uma desavença antes, mas agora somos um grupo com objetivos parecidos e temos que fazer isso dar certo.

Um olho para o outro e afastam.

Tralfagir: Acho melhor você começar a acordar mais cedo. Creio que seja melhor você treinar Balder.

Preimor: Por que acha isso?

Tralfagir: Você melhora quanto mais batalhas tiver ele aprende muito rápido, então quanto mais batalhas melhor. Um completa o outro e creio que assim poderão desenvolver melhor e mais rápido.

Preimor: Se for um pedido de desculpas foi péssimo.

Tralfagir: Não foi um pedido de desculpas.

Tralfagir estende a mão a Preimor.

Preimor: Aceito, mas se seguir minhas regras.

Tralfagir: Seu treino, suas regras.

Preimor: Gostei. Balder a partir de hoje sou eu que coordeno seu treino.

Balder: Vai ser o que agora?

Preimor: Agora? Não pensei que teria que fazer algo tão rápido assim.

Balder: Se quiser apenas treinar normal.

Preimor: Por mim tudo bem.

A viagem deles permanecia normal ate que dois dias havia passado e na parte da tarde com Apolo no centro do céu. Apolo começou a perder sua luz e o céu começou a ficar mais escuro, estava acontecendo um eclipse solar. Nesse momento Preimor fica pasmo com aquilo.

Balder: Por que está tão assustado?

Preimor: Profecia.

Balder: Que profecia?

Preimor: Do retorno do primeiro rei.

Tralfagir: Não creio que você acredita nisso.

Preimor: Mas está acontecendo igual foi dito.

Tralfagir: E quantas profecias foram feitas e nada aconteceu.

Preimor: Mas essa está exata até agora e quando isso acontece eu assusto.

Balder: E como é essa profecia?

Preimor: Quando os reinos começarem a ruir, quando o grande sol for engolido, quando o céu for riscado por fogo e o animal de ouro nascer ele irá surgir da escuridão para o mundo todo ajoelhar diante de seu supremo poder.

Balder: Riosmar não ruiu.

Preimor: Mas já não é o mesmo reino que antes. Aquela antiga Riosmar caiu.

Tralfagir: Está mudando as coisas para que possam encaixar à maneira que você quer que seja.

Preimor: Nem sempre uma profecia é clara.

Tralfagir: Sim, igual àquela que diz que o primeiro rei voltará quando a terra se tornar água e a água se tornar fogo. Isso eu queria ver acontecendo.

Preimor: Não brinque com essas coisas.

Tralfagir: Tem uma melhor, ele retornará quando Hórus cair em nós.

Preimor: Tralfagir! Profecias não foram feitas para serem abusadas assim. Concorda comigo Balder?

Balder: Eu acredito que algumas profecias possam acontecer, mas o primeiro rei morreu há tantos anos, não teria maneira alguma de voltar.

Preimor: Não é bem assim. Ele tinha esse poder de fogo e foi o único a conseguir ter, sua inteligência era muito avançada, as armaduras que usamos hoje foram criadas por ele há muito tempo atrás, em todas as batalhas que participou seu corpo não teve uma ferida se quer e ele não teve a menor dificuldade em derrotar os Graudius. Então acreditamos que ele seja um tipo de ser que não morra, mas que reaparece ao longo dos tempos e que dessa vez ele esteja extremamente furioso por estarmos destruindo e brigando por sua terra.

Tralfagir: Bobeiras.

Preimor: Incrédulos como você não acreditam, mas quando ele voltar vão sofrer também e em dobro.

Balder: Quem é Graudius?

Preimor: Achei que esse tolo tivesse te falado já.

Tralfagir: Tenho que ensina-lo a lutar e não encher a cabeça dele com essas histórias.

Preimor: Aposto que ele nem te contou tudo do pouco que disse. Graudius não é uma pessoa, mas uma raça de seres que existiam antigamente, a maioria tinha seu corpo feito de pedras, que eram os de classes mais baixas e logo em seguida vinha os feitos de água e por último os de lava. Eles eram extremamente fortes, teriam que juntar dez guerreiros para derrotar um deles feito de rocha. Em um ataque que eles fizeram para acabar com nós surgiu ele, brandindo sua espada enorme ferozmente cortando eles com apenas um golpe. Ele conseguiu derrotar todos, até mesmo os da mais alta classe. O povo começou a segui-lo e assim criou o primeiro reino e com os restos de um Graudius de lava criaram uma coroa para ele, misturando ouro e prata.

Tralfagir: E depois de fazer isso tudo morreu para um tigre bauboceu.

Preimor: Não tem certeza, foi encontrado apenas restos de sua roupa.

Tralfagir: Esses tigres liberam ácidos, dissolveu até os ossos dele.

Preimor: Mas ainda deveria ter sobrado algo.

Tralfagir: Jogar-te na toca de um desses tigres e vamos ver se sobra algo.

Preimor: Incrédulo.

Tralfagir: Criador de histórias.

Balder: Sendo criada ou não eu gostei.

Tralfagir olha para Preimor e toca o cavalo adiante.

Balder (pensamento): Achei que seria fácil.

Tralfagir para o cavalo a frente de todos.

Balder: Algo aconteceu?

Tralfagir: Uma pequena vila ali.

Preimor: Não deveria ter algo por aqui.

Tralfagir: Olhe.

Preimor aproxima de Tralfagir e olha uma pequena vila sendo reconstruída com algumas poucas pessoas ali reunidas.

Preimor: Eu sei que Daivock prometeu reconstruir o que destruímos, mas isso daqui é muito rápido.

Tralfagir: Olhe ali, perto daquela cabana a direita. Aquilo foi reformado já deve fazer cinco dias.

Preimor: Melhor ir lá conferir.

Tralfagir: Vamos sim.