O preço do saber
Tralfagir: Essa parada foi mais compensadora do que pensei que seria.
Balder: Salvamos algumas pessoas, aprendi um pouco de criação de armas e conhecemos a Jirda.
Tralfagir: E você teve sua primeira luta.
Balder: E muitas pessoas se feriram por nossa causa.
Tralfagir: Não somos culpados diretamente.
Balder: Riosmar estava atrás de nós, os moradores não tinham nada haver com isso.
Tralfagir: Ser herói pode ocorrer isso, querem atingir seu ponto fraco, fazer você desistir.
Balder: Estão conseguindo.
Tralfagir: Não desista, apenas está no começo, as coisas só vão piorar, mas lembre-se, o que estamos fazendo será para um bem enorme.
Balder: Quantas pessoas tem que sofrer por isso?
Tralfagir: Nenhuma deveria, mas não fazemos isso diretamente, não podemos ser culpados por tudo.
Balder: O que faço com essa culpa?
Tralfagir: Quer sentir-se culpado e ficar lamentando? Que fique. Ou prefere vir lutar e deixar esse mundo melhor para que ninguém mais sofra?
Balder: Lutar.
Tralfagir: Ature essa culpa ou jogue ela fora, mas não desista da luta. Se desistir, todos irão sofrer.
Balder: E o que eu posso fazer nessa guerra?
Tralfagir: Você é mais capaz do que pensa.
Balder: Não é apenas essa sensação de incapaz, também sinto saudades das pessoas que deixei.
Tralfagir: Isso é normal, você vai voltar um dia, eles estarão te esperando.
Balder: Tem certeza disso?
Tralfagir: Seu nome vai começar a estar na boca de todos, logo chegara aos ouvidos das pessoas que você ama tanto.
Balder: E estarão falando o que sobre?
Tralfagir: Que você é um bom guerreiro, que derrotou um general de Riosmar, é bondoso, gentil e generoso com as pessoas e que está andando com um procurado.
Balder: Tomara que tenha certeza disso.
Tralfagir: Agora vamos seguir em frente, temos ainda quatro dias de longa caminhada.
Balder: Sim. Algo a mais que devo saber sobre Banshui?
Tralfagir: Não muito, cidade assombrada, ninguém lá além dessa criatura, nenhum exército ousa passar lá e acho que mais nada. Ninguém vai lá então pouco é comentado.
Balder: Então temos a chance de sermos descobridores.
Tralfagir: Sim, mas tome cuidado.
Balder: Acho que consigo me virar um pouco, ainda mais com esse novo bastão.
Tralfagir: Não fique se achando tanto, homens com as melhores armaduras foram derretidos junto com elas.
Balder: Sim, tentarei não ir contra a criatura.
Tralfagir: Você vai treinar muito ainda. Quando chegarmos no campo de batalha você deve saber se virar sozinho, lá não terei tempo para ficar te protegendo.
Balder: Não se preocupe, serei melhor que você.
**
Linquins: É... É meu rei, o que traz o senhor até aqui na oficina real?
Litius: Quero ver como está o projeto daquela arma que você disse que faria.
Linquins: Sim, sim. O senhor poderia me acompanhar?
Litius: Sim.
Ambos andaram por um galpão grande onde havia vários projetos sendo criados e testados. Seguiram até uma porta com três trancas e dois guardas bem armados e protegidos defendendo a porta que entraram em posição de firmeza ao verem Linquins se aproximando com o rei.
Linquins: Deixei-a aqui escondida e bem protegida.
Linquins acena com a cabeça para os guardas onde ambos se viram para a porta e cada um destrava uma tranca. Os guardas voltam a sua posição original e Linquins tira de seu pescoço a última chave e destranca a última tranca. Ele e o rei entram na sala onde as portas são novamente fechadas.
Linquins: Meu rei, essa arma será a nossa maior arma nessa guerra, se cada guerreiro tivesse um pedaço dela a guerra já teria acabado com nós como vencedores...
Litius: Não me enrole, seja direto.
Linquins: Sim, sim. Enquanto alguns escravos escavavam para obter maior quantidade de ferro, bronze, ouro e trianito, encontraram essa pedra diferente de todas as outras, inicialmente não dávamos importância a ela, deixávamos os escravos com elas para se divertirem. Então um dia um desses escravos estava com ela fora da mina, apreciando, foi ai que percebemos a diferença dela. Ela absorvia a luz que vinha dos sóis e a conserva dentro de si, que a faz brilhar muito. Solicitei que me trouxessem alguns pedaços delas para verificar o que poderia fazer e assim tive a maior descoberta, elas sugam a luz para si e as seguram, mas essa luz pode ser lançada para fora quando a pedra é rachada ou quebrada. Veja.
Linquins pega uma dessas pedras que brilhava muito e coloca dentro de um pequeno projeto de canhão, acrescenta um pequeno envoltório com liquido explosivo.
Linquins: Senhor, melhor ficar atrás de mim.
Ele colocou um barbante dentro do pequeno canhão e o acendeu.
Quando se teve o som da pequena explosão saiu uma luz direcionada ao alvo que tinha no centro um pedaço de carne de animal que foi pulverizado de instantâneo com o toque da luz.
Linquins: Com essa arma podemos reduzir o exército deles a pó, não importa se são de mortos vivos ou de guerreiros imparáveis, todos serão destruídos.
Litius: Consegue fazer isso ate quando?
Linquins: Consigo fazer dentro de algumas semanas, talvez cinco ou sete.
Litius: Você terá quatro semanas.
Linquins: Mas isso é muito pouco, precisarei de muitas pedras, pessoas trabalhando no projeto e...
Litius: Não me importa, os faça ficarem mais tempo escavando, traga uma equipe para isso, faça como quiser, mas tenha isso pronto em quatro semanas.
Linquins: Mas...
Litius: Quatro semanas e só, nada mais. Também quero que coloque uma dessas em um cajado, será para mim, ninguém deve saber disso.
Linquins: Sim meu rei.
**
Daivock: Como isso pode ser possível. Como se pode existir um homem tão perverso assim. Como ele pode fazer aquilo com a própria filha. Quando Preimor saber disso, como irá reagir?
A batidas na porta.
Daivock: Abra.
Soldado: Senhor, vimos um flutuador se aproximando entre as montanhas da cidade, parece ser Guzlin.
Daivock: Quanto tempo para chegar?
Soldado: O seu flutuador parece estar com problemas, irá chegar apenas no final do dia.
Daivock: Mande dois homens buscá-lo e o tragam diretamente para a minha sala.
Soldado: Sim senhor.
O soldado sai apressado rumo aos portões e Preimor aparece logo depois que o soldado havia saído.
Preimor: Parece-me que estamos perto de saber a verdade.
Daivock: Sobre que verdade está falando?
Preimor: Que outra teria? Sobre Tralfagir, será que é mesmo como dizem?
Daivock: Deve ser.
Preimor: O que esconde de mim?
Daivock: Nada.
Preimor: O que aconteceu com o aparelho que você colocou em Saultese?
Daivock: É... Ela o viu e o jogou fora.
Preimor: Olhou direito?
Daivock: Sim, sempre uso eles, sei bem como acha-los.
Preimor: Queria saber sobre o que ela e o rei conversaram. Será que tramaram algo contra você? Hahaha, não tenha medo. Saber que Guzlin está voltando já me deixa mais animado.
Daivock: Sinto o mesmo.
Preimor: Antes de ele passar a informação para você me chame, quero recebe-la ao mesmo tempo que você.
Daivock: Não confia em mim?
Preimor: Você confiaria em alguém que fica vigiando os outros e planeja assassinar o rei e tomar seu trono?
Daivock: Não e não saia falando essas coisas por ai assim, alguém pode ouvir.
Preimor: Enquanto eu não obtiver minha informação eu pessoalmente protejo você.
Daivock: Faz de tudo por isso.
Preimor: Sim.
**
Tralfagir: A partir de hoje os dias passaram mais rápidos. Você irá treinar muito e nem verá o tempo passando.
Balder: Sim, já está quase anoitecendo e nem havia percebido.
Tralfagir: Esses quatros dias passaram voando.
Balder: Tem alguma história para hoje?
Tralfagir: Histórias são o que mais tenho.
Balder e Tralfagir haviam acabado de treinar e logo acendem uma fogueira. Balder já consegue fazer tudo sozinho, sem ajuda ou comandos de Tralfagir.
Tralfagir (pensamemto): Aquela luta o fez mesmo evoluir.
**
Naquele anoitecer...
Daivock e Preimor dentro da sala quando alguém bate na porta.
Daivock: Entre!
Guzlin: Eu retornei da missão senhor.
Daivock: Feche a porta e me diga o que aconteceu.
Guzlin: Gilgrac está morto...
Preimor: Eu quero é novidades, isso todos aqui do reino já sabem.
Guzlin: Sim. O alvo não lutou contra Gilgrac. Ele foi derrotado por outra pessoa enquanto o alvo salvava as pessoas.
Preimor: Quem é essa outra pessoa?
Guzlin: O alvo o chamou de Balder.
Preimor: Balder... nunca ouvi esse nome. Dê mais detalhes dele.
Guzlin: Altura normal, forte, novo, deve ter acabado de completar seus dezoito anos, usou um bastão para derrotar Gilgrac...
Preimor: Um bastão? Hahaha sabia que Gilgrac era fraco, mas não o suficiente para ter adagas que queimam e perder para uma criança de bastão.
Guzlin: Apesar de Balder ser novo e utilizar um bastão, ele lutou muito bem. Creio que recebeu treinamento especial do nosso alvo.
Preimor: Um aprendiz, escudeiro ou sucessor? O que acha Daivock?
Daivock: Acho que vai demorar a ficar forte que nem Tralfagir, mas a chances.
Preimor: Não é um alvo que devo almejar então. Fale-me mais sobre Tralfagir.
Guzlin: Ele não lutou diretamente com Gilgrac, mas derrubou alguns dos moradores. Ele é muito rápido, grande força, alto, esteve sempre coberto por uma capa com capuz, usa uma máscara vermelha e carrega uma grande espada nas costas e duas na cintura.
Preimor: Que tamanha força seria essa?
Guzlin: Grande o suficiente para levantar um homem gordo com uma só mão e com extrema facilidade.
Preimor: Eu posso fazer isso.
Daivock: Mas ele pode ter se segurado para não machuca-lo.
Preimor: Sim. Mais algo?
Guzlin: Ele me viu.
Preimor: Fale mais alto.
Guzlin: Ele me viu senhor.
Preimor: Você não escondeu-se bem?
Guzlin: Escondi sim, mas, parece que ele havia me sentindo ali, olhou diretamente para mim, não me procurou, sabia onde estava exatamente.
Preimor: Ele viu o símbolo em sua roupa?
Guzlin: Não, apenas minha cabeça estava à mostra.
Preimor: Então ele não sabe que éramos nós que estávamos atrás dele. Pode descansar soldado.
Daivock: Preimor preciso conversar com ele antes, poderia nos dar licença?
Preimor: Sim. Amanhã volto.
Preimor sai da sala e assim que a porta fecha Guzlin vai em direção à Daivock e lhe da um abraço e um beijo na boca.
Guzlin: Estava com saudades.
Daivock: Não é um bom momento para isso.
Guzlin: O que aconteceu?
Daivock: Veja você mesmo, ali em cima da mesa.
Guzlin: Você colocou em quem?
Daivock: Saultese.
Guzlin escutou o que o pequeno aparelho havia gravado.
Guzlin: Isso realmente aconteceu?
Daivock: Sim.
Guzlin: O que você vai fazer com isso?
Daivock: Quero ir lá e matá-lo agora.
Guzlin: Não é muito inteligente.
Daivock: O que você acha então que deve ser feito?
Guzlin: Comece o seu plano.
Daivock: Não dá para fazer ele ainda, não temos pessoas suficientes, não temos nada.
Guzlin: Faça com que ele comece, organize tudo para que dê certo quando chegar a hora.
Daivock: E o exército que está avançando ate nós?
Guzlin: Você não terá que tomar frente de nada com o avanço desse exército. Observe o avanço e comunique e faça tudo por baixo dos panos. Gilgrac não está mais aqui então você vai tomar frente em ver o avanço do exército. Você pode tomar conta de tudo escondido.
Daivock: Você acha que dará certo?
Guzlin: Com paciência vai dar tudo certo.
Daivock: Começamos por onde?
Guzlin: Precisamos de mais pessoas do nosso lado. Espalhe algumas coisas dentro dos muros.
Daivock: Sim. Amanhã começaremos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro