Inimigos e aliados
O crepúsculo iniciou, Balder e Tralfagir estavam em um pequeno acampamento.
Tralfagir: Hoje você deverá defender todos os meus golpes. Só avançaremos se acaso você conseguir.
Balder: No último treino eu quase consegui, nesse defenderei todos.
Tralfagir iniciou com um ataque a direita de Balder que o defendeu perfeitamente. Tralfagir vendo que Balder realmente estava melhor resolve aumentar sua velocidade. Dando vários ataques seguidos em Balder, que defendia da maioria deles no início, mas ao fim já estava conseguindo defende todos. A noite chegou e Balder havia defendido todos os golpes de Tralfagir.
Tralfagir: Parabéns.
Balder: Acho que já consigo te derrubar.
Tralfagir: Eu apenas fui um pouco mais rápido. Não usei tudo.
Balder: Como contra Nazszar.
Tralfagir: Sim. Vá pegar madeira para a fogueira e já procure por comida.
Balder: Não posso matar.
Tralfagir: Apenas vá.
Balder saiu para conseguir o que necessitava. Enquanto isso Tralfagir pegou novamente o papel e tentou entender o que um pedaço de papel branco estaria com tanta proteção. Girava o pequeno papel para todos os lados, colocava na luz da lua e não conseguia ver nada.
Balder: O que é isso em sua mão?
Tralfagir: Um pedaço de papel que achei na tenda daqueles soldados, acho que tenha uma mensagem escondida.
Balder: Entendo, do que vale um pedaço de papel branco? Mesmo com uma mensagem escondida parece ser muito pequeno para ter algo.
Tralfagir: Você está certo, mas o que me incita a curiosidade é isto mesmo. Por que tanta proteção neste pedacinho de papel?
Balder: Será que eles têm as outras partes?
Tralfagir: Quem sabe, mas prefiro deixar esse pedaço guardado comigo. Seja o que for isso tiveram um grande cuidado para proteger, é importante.
Balder: Entendo. Aqui está a madeira.
Tralfagir: E a comida?
Balder: Não quero matar nenhum animal.
Tralfagir: Trouxe o que então?
Balder: Algumas frutas.
Tralfagir: Isso não vai te ajudar em nada.
Balder: Se dividirmos entre nós teremos uma quantidade menor, mas servirá.
Tralfagir: Não, fique com tudo, vai te ajudar.
Balder: Não vai comer de novo?
Tralfagir: Não preciso ficar sempre comendo.
Balder: Eu nunca te vi comendo.
Tralfagir: Por que você quer tanto ver meu rosto?
Balder: É algo muito curioso.
Tralfagir: Aqui só tem um rosto destruído pela guerra.
Balder: Então existem pessoas que podem te acertar.
Tralfagir: Sempre existirá alguém melhor que você em algo, não fique sonhando que sempre será o melhor.
Balder: Entendo... quem fez isso em você?
Tralfagir: Um antigo inimigo. Espero encontrá-lo novamente para me vingar.
Balder: Você às vezes parece ser movido por raiva, ira, a tanta coisa negativa em você.
Tralfagir: Com minha história sim.
Balder: Falando em história. Fale-me sobre o rei.
Tralfagir: O rei... Ele foi o primeiro a dominar tudo aqui, o primeiro a ser declarado rei. Ele era o exército de uma pessoa só, conseguia enfrentar qualquer um sozinho.
Balder: Disseram-me que ele conseguiu isso pelo tal poder das chamas que ele tinha.
Tralfagir: Isso, ele controlava o fogo, uma chama verde que queimava tudo em sua direção. Por muito tempo esse poder dele ficou desconhecido, só souberam depois da sua morte. Um dos empregados pegou a coroa do rei e a usou para se divertir, não esperava que lançasse chamas para todos os lados.
Balder: A fonte de seu poder era a coroa?
Tralfagir: Provavelmente sim, mas também não. Esse empregado brincando com a coroa acabou queimando sua filha e vendo o que a coroa poderia fazer decidiu esconde-la de todos. Não foi dito que havia um mapa ou instruções para achar a coroa, apenas escondeu.
Balder: E existe mapa para tais armas?
Tralfagir: As minhas espadas achei assim.
Balder: Como achou elas?
Tralfagir: Muitas armas foram produzidas no início dos tempos, mas apenas algumas foram feitas de um material precioso. Dizem que essas minhas espadas foram feitas com pedaços de celestiais, os primeiros seres.
Balder: Ainda existe muita coisa que eu não conheço. Quero saber de tudo.
Tralfagir: Tudo é muita coisa, aprenda o que precisa agora. O rei, ele tratava bem o seu povo, era um herói, mas algumas pessoas o temiam. Saíram boatos de que ele havia matado várias pessoas inocentes para conseguir o trono...
Balder: Todo o povo além mar...
Tralfagir: Isso, mas ninguém entende por que ele fez isso. Ele apenas se levantou, deixou sua coroa e foi embora. O povo o considerou culpado por ele não ter dito nada e aceitado.
Balder: Muito estranho isso, ninguém faz isso do nada.
Tralfagir: Depois ele foi morto por um tigre bauboceu. Esse rei tem sua lenda suja por pessoas que querem usar ele para mostrar o que eles querem que as pessoas veem, já que não tem nada certo sobre nada, as pessoas inventam para a maneira que quiserem.
Balder: Então... o que meu pai me contou...
Tralfagir: Não o culpe, ele pode ter apenas contado para você o que contaram a ele.
Balder: Entendo.
Tralfagir: Segura essa minha espada.
Tralfagir abre o seu sobretudo e da para Balder a sua espada branca.
Balder: Ela é bem leve, parece ter um bom corte.
Tralfagir: Devolva-me está e pegue essa.
Tralfagir entregou a espada vermelha a Balder.
Balder: Essa é muito pesada e o corte dela parece ser mais grosso, como se esmagasse em vez de cortar.
Tralfagir: Essas são minhas espadas, dois lados de uma mesma moeda, são totalmente diferentes, mas, sempre que olhar nesse punhal saberá que, apesar de serem lados opostos da moeda, ainda é a mesma moeda.
Balder: Não importa o que definimos a elas, elas são o que são.
Tralfagir: Pensou bem, assim são as pessoas, não importa o quanto tentamos muda-las, dando definições de postos, jeitos e tudo mais, elas são o que são. Melhor ir dormi, amanhã será cedo.
Balder: Você também deveria.
Tralfagir: Hoje vou aproveitar mais um pouco a lua.
Balder: Faça o que quiser. Eu já vou.
Tralfagir: Até.
Tralfagir subiu em cima de uma árvore e ficou observando o luar. Lá de cima da árvore podia-se ver o grande caminho que teriam que enfrentar. Assim que Balder adormeceu, Tralfagir desceu da árvore e entrou na floresta, fez uma caminhada, observando tudo que se tinha por ali. Pela primeira vez, ele viu uma noite calma.
O primeiro sol começou a raiar, Balder se levanta e não vê Tralfagir em seu lugar habitual. Quando ele não vê Tralfagir; imagina que tenha inimigos por perto e já pegou um pedaço de madeira que ele usa para o treino.
Tralfagir: Guarde esse bastão, sou eu.
Balder: Não te vi ali, mas me assustei por você não estar no mesmo lugar de sempre.
Tralfagir: E pensou em ataque inimigo, inteligente, mas você seria o primeiro a ser levado, além de estar no chão estava dormindo e desarmado.
Balder: E onde você estava?
Tralfagir: Caminhando.
Balder: Acordou mais cedo hoje?
Tralfagir: Não dormi.
Balder: Ficou fazendo o que a noite toda?
Tralfagir: Pensando.
Balder: No que?
Tralfagir: Eu me esqueci de te contar ontem a estratégia de você derrotar as pessoas em uma batalha.
Balder: Tá mudando de assunto.
Tralfagir: Em vez de corta-las, que tal apenas faze-las desmaiar.
Balder: Hanf... Fui ignorado. Como seria isso?
Tralfagir: Uma espada sem corte, grande, pesada, assim você não corta ninguém e pode finalizar eles batendo com força.
Balder: Se eu acertar a cabeça deles ainda morrerá. Se usar muita força também.
Tralfagir: Por que esse foco em não matar ninguém, sei que não é apenas pelo o que você quer me mostrar.
Balder: Toda vida tem seu valor, não deveremos tira-la dos outros, estaríamos destruindo futuros assim.
Tralfagir: Precisa de tijolos para ter escadas e subir na vida. Eles são apenas tijolos no caminho para atrapalhar, use o direito e irá ganhar tudo.
Balder: Pessoas não são objetos.
Tralfagir: Que tal um bastão?
Balder: Se usar certo posso apenas tira-los do combate.
Tralfagir: Você já usa algo parecido no treino. De agora em diante, sua arma será um bastão. Aprenda a usá-lo mais rápido possível. Na próxima cidade com certeza teremos inimigos.
Balder: Como eles saberão o caminho que estamos traçando?
Tralfagir: A uma cidade e três vilas aqui perto. Todas tem a mesma distância de viagem, menos Luz do Ouro. A única entre elas que se aproxima mais da guerra é Rubritanhe. Então já sabem o caminho.
Balder: Preciso estar mais forte.
Tralfagir: Quer aumentar o treinamento?
Balder: Isso iria prolongar a viagem.
Tralfagir: Melhor demorar mais do que chegar lá e você não poder fazer nada.
Balder: Preciso proteger as pessoas.
Tralfagir: Precisa se proteger primeiro. Ajeite-se logo e vamos.
**
Gilgrac: Transmissão de mensagem. Missão especial 007068. Gilgrac falando. Acabei de chegar a Rubritanhe. Doze horas de viagem usando o flutuador 5200. A maior parte da cidade destruída e apenas alguns moradores. Vou deixar tudo armado para quando eles chegarem. Transmite essa mensagem a majestade.
Preimor: Ele chegou bem rápido. Sádico maluco correu muito para poder torturar os outros. Deve ter estragado o flutuador. Pode deixar que eu informo o rei. Qualquer nova mensagem dele me avise e não se fala desse assunto com mais ninguém.
Preimor está no controle de toda informação que Gilgrac envia. Está muito curioso pelo inimigo que o aguarda. Apenas de pensar que ambos mataram quase a mesma quantidade de homens, Preimor fica ansioso em saber que existe alguém que pode ter uma batalha mais emocionante.
Daivock: Está bem ansioso por causa de Tralfagir.
Preimor: Daivock, sempre nas sombras.
Daivock: Meu lugar favorito. E você na central de informações. Algo errado aqui.
Preimor: Apenas quero informações.
Daivock: Sei, sei. Se quiser, posso enviar alguém lá. Ele acabou com o gigante muito rápido. Gilgrac é mais fraco que Nazszar, ambos sabemos disso. Só chegou até aqui por ser bom em estratégia.
Preimor: Por torturar pessoas que estavam no seu caminho. Por ter contatos de alta patente. Por ser persuasivo.
Daivock: Então você já sabe que ele não irá ver nada de batalha realmente. Eu peço apenas que você cumpra um favor pra mim.
Preimor: Que seria?
Daivock: Você ficará do meu lado quando eu for tomar o trono de Litius.
Preimor: Não farei isso.
Daivock: Joguei alto então. Vamos ver... que tal uma pequena parte do seu exército?
Preimor: Quantos exatamente?
Daivock: Duzentos.
Preimor: Não irá me atrapalhar em nada. Mas saiba, eles são totalmente leais a mim, se caso tentar usá-los contra mim ou o rei, você irá se arrepender.
Daivock: Tenho outros planos para eles.
Saultese: O que vocês tanto estão conversando aí?
Daivock: Princesa general Saultese, está linda hoje...
Saultese: Não me faça perder tempo com você puxando meu saco. O que vocês tanto conversam aqui?
Preimor: Apenas recrutamento de soldados para a divisão de invasão.
Saultese: Você sabe Daivock que se precisasse de mais soldados deveria falar comigo ou com o rei.
Daivock: Preciso de soldados mais experientes em batalhas, Preimor poderia me transferir alguns.
Saultese: A sua divisão tem que saber invadir discretamente e não aos berros como os soldados de Preimor avançam.
Preimor: Você apenas tem poder aqui porque seu pai é rei.
Saultese tirou o machado de sua cintura e colocou no pescoço de Preimor.
Saultese: Eu poderia te matar agora. Por que não fazer isso?
Preimor: Porque seu pai mataria você se tentar me causar arranhões.
Saultese: Você se acha bem forte em, por que não lutamos antes?
Daivock coloca uma faca no pescoço de Saultese.
Daivock: Você sabe que é proibido o confronto entre generais, aliás, seu paizinho que proclamou isso.
Saultese: Daivock, ouvi muitos rumores de você estar querendo o meu futuro trono.
Daivock: Não se pode confiar em boatos. Abaixe o machado.
Saultese olhou bem nos olhos de Preimor.
Saultese: Deu sorte campeão do rei, se eu pudesse ter lutado naquela arena vocês estariam todos mortos.
Daivock: Apenas vamos abaixar as armas.
Saultese abaixou seu machado e Daivock tirou a faca de seu pescoço.
Daivock: Está tudo certo então. Agora cada um vai para o seu lado.
Saultese: Vocês estão no meu caminho.
Daivock: Desculpe majestade.
Saultese foi para o centro de informação e Preimor seguiu seu rumo.
Daivock: Esses dois e essas histórias da arena de novo nunca se cansam. Vamos ver o que Linquins tem para os meus novos soldados.
**
Balder: Já estamos no segundo dia de viajem e nada de novo acontece.
Tralfagir: Tenha paciência, eu poderia te contar tudo que sei deste mundo, mas, se você não explorar o mundo contado teriam sido apenas palavras no ar.
Balder: Quais são os nomes deles?
Tralfagir: Quem?
Balder: Dos dois sóis.
Tralfagir: Apolo e Rá.
Balder: De onde veio esse nome?
Tralfagir: São chamados assim já se faz anos. Tem esses nomes antes mesmo dessas minhas espadas.
Balder: Você nunca vai usar essa das costas?
Tralfagir: Apenas em ocasiões extremamente especiais.
Balder: A do gigante não foi?
Tralfagir: Você ainda não sabe de muita coisa.
Balder: Fale-me então.
Tralfagir: Tudo ao seu tempo.
Balder: O que mais pode me falar do antigo reino?
Tralfagir: Agora é só escombros. Foi tomado pela natureza. Apenas um grande deserto com poços de lava o separa das demais terras.
Balder: As pessoas o abandonaram?
Tralfagir: Não queriam participar da briga pelo trono, então viajaram para o sul.
Balder: Como está acontecendo agora.
Tralfagir: Isso, não é de agora que as pessoas fogem. Não quiseram participar da guerra antes e agora as outras gerações estão pagando por isso.
Balder: Tudo que estamos fazendo agora terá um resultado no futuro.
Tralfagir: Sim. Você já faz parte da história.
Balder: Como é o deserto?
Tralfagir: Ele é o resultado de um incêndio que iniciou do nada e queimou toda a passagem para o antigo reino. Ele é muito quente e tem alguns poços de lava, tem que ter cuidado ao passar ali, a areia pode simplesmente deslizar e assim abrir um outro poço. Dizem que as almas das pessoas do antigo reino abitam esse lugar e que por isso não se cresce mais nada ali.
Balder: Quando morrem, para onde vão?
Tralfagir: Só depois de morto para saber.
Balder: Tem como trazer elas de volta à vida?
Tralfagir: Rumores que Muniex e Talfstar conseguiram ressuscitar seus exércitos. Porém, como você sabe, nunca voltam como antes.
Balder: Isso parecia ser algo bom na minha cabeça. Por que agora vejo que é algo tão ruim?
Tralfagir: As ideias não são ruins, ruim é o que as pessoas fazem com elas.
Balder: Você acha que pode acontecer de um de nós morrermos e for ressuscitado para ir contra o outro?
Tralfagir: Hahaha... Você ficou com medo?
Balder: Apenas pensei.
Tralfagir: Se precisarmos um lutar contra o outro, apenas digo, faça o seu melhor, dê o seu máximo.
Balder: Não quero lutar contra você.
Tralfagir: As coisas podem acontecer, é a vida.
Balder: Sim.
Tralfagir: Agora abra um grande sorriso. Lá na frente, bem lá no fundo, é Rubritanhe. Estamos quase.
Balder: Se corrermos poderemos chegar lá mais rápido.
Tralfagir: Se corrermos? Cansará mais rápido e se aparecer algum soldado estaremos cansados e perdermos.
Balder: Estou muito ansioso.
Tralfagir: Estamos.
**
Gilgrac: Devem chegar em três dias. O que posso fazer com eles? Posso usar a própria população contra eles? Creio que não, não seria algo tão prazeroso. Separar eles e depois torturar até a morte cada um. Parece-me ótimo. Cheguem logo, quero brincar.
Gilgrac tinha a mania de conversar sozinho tudo que fazia de anotação, o ajudava a pensar melhor.
A maior parte da população da cidade era composta por mulheres, logo, os empregos considerados masculinos elas faziam. O que dava mais acessibilidade a Gilgrac em chegar perto das pessoas.
Gilgrac: Eles amam proteger as pessoas, que tal pegar algumas delas. Hahaha... Vai ser ótimo isso aqui, tomara que cheguem logo.
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