Dúvidas dos aliados
Preimor: Mais quatro dias de cavalgada e chegamos.
Balder: Nem parece que já passamos dias cavalgando.
Preimor: Conseguimos ocupar bem nosso tempo, então.
Balder: Tralfagir, eu treinei muito já com Preimor, não que ele seja fraco, é muito forte, mas queria treinar com você hoje, já faz tempo que treinamos.
Tralfagir: Vamos ver como estará o momento.
Balder: Estamos com dias calmos, faz tempo que não vemos ninguém.
Preimor: Não vou aparecer mesmo, como eu disse ficam apenas atrás dos muros.
Balder: E como defendem suas terras?
Tralfagir: Feitiços em suas fronteiras. Normalmente se tem uma forte na fronteira com Talfstar, mas por aqui é fraca e desfiz fácil.
Preimor: Como você tem esse conhecimento com magia?
Tralfagir: Já viajei por todas estas terras, se não soubesse.
Preimor: Sangue real?
Tralfagir: Sangue de ninguém. Sempre fui tratado assim e não ligo em continuar assim.
Preimor: Ainda assim seu envolvimento com magia não é confiável.
Tralfagir: Tudo bem acredite em que quiser.
Balder: Vocês não conseguem ficar sem brigas pelo menos por dois dias?
Preimor: Às vezes não creio que você me aceitou vir com vocês. Com todo esse orgulho.
Tralfagir: Se não deixasse o garoto com o bichinho de estimação dele poderia fazê-lo mal.
Balder: Vai começar de novo.
***
Ykar próximo da coroa ficava a olhando e contemplado ela. Ao escutar a porta se abrindo olhou rapidamente para ela e viu Mausle a abrindo, com uma exaustão considerável.
Ykar: Você não deveria ter saído da cama.
Mausle: Já estou pronto para a próxima.
Ykar: Se a próxima for se matar creio que esteja mais do que pronto. Sente-se.
Ykar apoiou Mausle e o levou até a cadeira que estava na escrivaninha. Ykar apoiando-se olhou para a coroa e Mausle fez o mesmo.
Ykar: Obrigado por ter feito isso.
Mausle: Você é meu rei.
Ykar: Não precisa disso, somos familiares de sangue.
Um silêncio se abateu entre eles até que encerrou com Ykar levando a sua mão direita sobre a boca.
Mausle: O que lhe preocupa?
Ykar: Você quando me chama de "meu rei" parece me ver com uma visão perfeita. Sabe que já cometi vários erros.
Mausle: Erros de forma tola, mas você queria algo melhor.
Ykar: Tenho minhas dúvidas se foi bom fazer aquilo com meu pai.
Mausle: Muitas pessoas estavam sendo machucadas por causa dele...
Ykar: Mesmo assim, matei meu próprio pai, aqui dentro de Muniex talvez não me vejam assim, mas lá fora sou o regicida, traidor, filho impuro...
Mausle: Os que estavam lá fora não sabem o que aconteciam dentro dessas muralhas.
Ykar: Às vezes acredito que eles estão certos.
Mausle: Olha o que você fez. Realmente fez essas pessoas se tornarem cidadãos, não são mais apenas pessoas circulando por essas terras, agora são cidadãos de uma sociedade que necessita deles.
Ykar: Ainda assim não foi o suficiente, as pessoas ainda achavam que ele era melhor, se ao menos soubessem a verdade...
Mausle: Eles sabem, mas não querem enxergar. Você parou com aquelas pesquisas medonha, deu um lugar para as pessoas que sofreram dela e ainda tenta parar a guerra...
Ykar: Mas eles querem guerra. Eles querem que dominem tudo eu não os entendo tudo que perdemos tudo que poderia ser melhor... Se continuar assim não terá outra opção a não ser realmente ir à guerra.
Mausle: Desde que você assumiu não entrou em batalhas, apenas defendeu nossas terras...
Ykar: Eles veem isso como fraqueza. Meu pai com o exército avançava diretamente em cima deles. Agora eles acham que somos covardes, despreparados...
Mausle: Somos fortes sim e assim que conseguir completar a coroa eles vão aceitar seu comando, não por ser tornar o mais poderoso, mas vai ter que ser pelo medo.
Ykar: Medo, não creio que seja a melhor escolha.
Mausle: Mas vai ter que ser essa.
Ykar: Quando chegar o momento vou tomar a decisão certa.
***
Tralfagir: Acorde Balder! Vou precisar verificar algumas coisas logo à frente e preciso que fique com minha espada, ela é grande vai apenas me atrapalhar.
Balder: Vai o que?
Tralfagir: Apenas fique com a espada e lembre-se, nunca tire ela da bainha, nunca!
Balder: Por que nunca?
Tralfagir: Apenas nunca! Se acaso o outro quiser se intrometer fale qualquer coisa para ele, mas também não deixe ele se aproximar da espada.
Balder: Não consigo segurar ele se acaso ele quiser.
Tralfagir: Consegue sim.
Depois disso Tralfagir entrou na mata e Balder com a visão um pouco turva por ter acabado de acordar dificilmente o via e tudo ao seu redor. Não conseguindo dormir novamente levantou e jogou uma água no rosto e ajeitou sua cama. Apolo estava começando a surgir no horizonte e Balder sentado de frente com ele com os olhos fechados.
Preimor: Acordou cedo hoje.
Balder: Sim.
Preimor: O que é isso que você está fazendo?
Balder: Tralfagir me ensinou isso, logo de manhã é bom para poder se concentrar e focar melhor durante o dia todo.
Preimor: Quanto tempo fica nisso?
Balder: Alguns minutos. Apenas vou terminar aqui e já podemos treinar.
Preimor levantou, mas ainda em sua cama e ficou olhando para Balder. Ele nunca havia sentindo aquilo alguma vez em sua vida. Parecia uma forte energia vindo de Balder e sentiu como se o tempo estivesse mais lento e olhando para a relva onde Balder sentava-se a viu crescer rapidamente como se o tempo passasse mais rápido para ela.
Preimor: Balder!
Balder: Oi?
Quando ele se distraiu tudo aquilo acabou e Preimor ficou olhando para os lados.
Balder: Algo aconteceu?
Preimor: Você não percebeu nada?
Balder: Estava muito concentrado.
Preimor olhou para a grama que ele viu crescendo e ela estava normal e nada havia mudado ao seu redor.
Preimor: Não, nada. Vou ali fazer minhas necessidades enquanto você termina ai.
Enquanto Preimor estava dentro da mata, Balder continuava seu ritual diário. Preimor ouvia algo se movendo dentro da mata, mas não conseguia ver o que era e pensou ser algum animal pequeno e então ignorou.
Balder sentiu alguém próximo e pensou ser Preimor, se levantou e virou-se.
Balder: Se quiser treinar já estou pron... Quem é você?
Tinha aparência humanoide, mas era bem menor que um ser humano normal e tinha olhos amarelos com pelugem negra que grunhiu alto para Balder e pegou a espada de Tralfagir e fugiu para dentro da mata, com o alto grunhido Preimor voltou correndo.
Preimor: O que foi isso?
Balder: Algo pegou a espada de Tralfagir e a levou para dentro da mata.
Preimor: E por que você não fez nada?
Balder: Assustei com aquilo, nunca tinha visto antes.
Preimor: Tem reações rápidas em batalhas, mas se assusta com um bicho e onde está Tralfagir para deixar a espada ai?
Balder: Ele saiu cedo. Foi à frente resolver algumas coisas.
Preimor: Em terreno inimigo sem uma de suas armas e sem falar o que era? Não consigo confiar nele de forma alguma.
Balder: Não importa o que seja, temos que recuperar a espada.
Preimor: Já deve estar longe.
Balder: Você já marchou por aqui e deve conhecer ele, menor que um humano com pelugem preta e olhos amarelos.
Preimor: Foi em qual direção?
Balder apontou e Preimor coçou sua cabeça suspirando.
Preimor: Temos mesmo que ir atrás dessa espada?
Balder: Ele pediu para eu proteger ela e nunca vi usando ela em batalha nem mesmo em treino. Acho que é muito importante para ele.
Preimor: É uma tribo de seres que não desenvolveram e não se tornaram humanos, eles costumam roubar coisas de viajantes, mas se você for até a vila deles para recuperar o que foi roubado, se prepare para lutar.
Balder: Vamos nos arrumar rápido e ir lá.
Preimor: Tralfagir dando trabalho sem nem mesmo estar aqui. Vamos ter que esconder as coisas, vamos levar apenas as armas.
Enquanto Balder arrumava tudo Preimor cavava um buraco, enrolaram tudo em um pano e colocaram dentro do buraco e tamparam. Os cavalos deixaram soltos, sabendo que não iriam tão longe dali.
Preimor: Não precisa se preocupar com o tempo, ele não vai além da vila dele. Deve estar dentro desta parte da mata, não costumam ir longe.
Balder: Como você os conheceu?
Preimor: Uma vez marchamos para Muniex, Quando ainda tinha o antigo rei. Tivemos que acampar por aqui e algumas armas nossas foram roubadas. Tivemos que ir atrás deles e recuperamo-las.
Balder: Apenas isso?
Preimor: Sim.
Balder: Pela reação que você exibiu quando descrevi o que era, esperava mais.
Preimor: Foram apenas vinte homens comigo, achei que não seria necessário ir mais por conta de serem apenas criaturas arteiras, mas estava errado. Depois de tanto observar nossas batalhas eles aprenderam a usar as armas e melhor do que muitos guerreiros. Apenas três voltaram comigo, achei melhor colocar fogo na tribo inteira deles para que não restasse nenhum deles e que não nós atacassem pelas costas.
Balder: Achou que era necessário isso?
Preimor: Tinha que se feito, mas o problema agora é que foram necessários vinte homens para poder acabar com uma tribo, nós somos apenas dois.
Balder: Você não era como antes, posso ver arrependimento nos seus olhos. Você está mais forte agora e eu também não sou um guerreiro comum.
Preimor: Podemos fazer um acordo aqui e agora, em qualquer batalha você protege as minhas costas e eu protejo as suas.
Balder: E onde Tralfagir entra nisso?
Preimor: Não tem ele aqui com nós mais e também não confio nele, mas em você eu sei que posso.
Balder: Protegerei você, assim como também protegerei Tralfagir.
Preimor: Prometo proteger você.
Ambos apertaram as mãos e entraram na mata que tinha pouca luz dentro dela.
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