Linquins (pensamento): Por que eu aceitei isso mesmo?

Ancião Falras: Antes de ir, pegue as suas ferramentas.

Linquins volta até o ancião e pega o saco que estava ao lado do ancião com todas as suas ferramentas.

Linquins: Eu poderia fugir, sabia?

Ancião Falras: Se fosse fazer isso teria feito a noite.

Linquins: Tem razão.

Linquins coloca o saco nas costas e corre na direção apontada por Hilt. O local onde os moradores ficavam era apenas um dos vários locais que havia no subsolo. Vários túneis existiam ali antes mesmo dos moradores irem morar lá. Linquins corria na direção do túnel apontada, mas logo o túnel dividia em dois. Ele usou uma de suas criações para criar uma chama para que tivesse uma iluminação no local. Olhou para o chão e viu que para o túnel da direita o chão havia sido pisoteado, entendeu que passaram ali e voltou a correr naquela direção. O túnel voltou a ser dividido mais três vezes e todas elas Linquins seguiu o caminho mais pisoteado e assim ele chegou a um local onde tinha uma luz tênue no fim do túnel. Ele apagou a chama q produzia seu aparelho e seguiu a passos silenciosos. No fim do túnel ele pode ver os monstros ao redor de uma fogueira e a criança amarrada em um tronco de árvore e alguns monstros perto. Eles eram quadrúpedes com o pescoço e patas longas, o corpo coberto de pelo menos em seu pescoço, tinha cinco garras em cada membro e o rosto coberto de pelo não dava para ver nada, apenas os dentes caninos inferiores que saíam de sua boca e ficavam sobre os pelos, sua altura era em média de 1.76 metros. Um dos monstros chegou perto da fogueira e com suas garras da direita pegou um pedaço de madeira no chão e mexeu no fogo. Uma brasa saltou no monstro que saltou para trás com medo dela. Nesse momento Linquins percebeu que eles sabem usar o fogo, mas o temem muito. Linquins sentou dentro do túnel e esperou o momento para que pudesse ir atrás do menino.

O tempo passou e nada daqueles monstros fazerem algo, pareciam esperar algo. A criança que estava desacordada no tronco acordou e viu onde estava e começou a gritar apavorada, os monstros assustaram e não sabiam o que fazer. Um começou a produzir grunhidos um para o outro. Quando a criança percebeu que Linquins estava por ali começou a gritar por socorro desesperada.

Linquins (pensamento): Se ele não parar vão descobrir que estou aqui.

Linquins colocou o dedo em seus lábios fazendo o sinal de silêncio. A criança demorou um pouco para perceber e quando notou foi diminuindo o seu choro e os monstros acalmaram.

Linquins percebeu que teria que fazer algo logo antes que mais deles chegassem. Ele pegou uma luva e colocou na mão e o mecanismo com o fogo carregando na outra. Ele foi andando em direção à criança, quando os monstros o ouviram foram pra cima dele correndo. Ele acendeu o mecanismo com uma força maior fazendo lançar chamas para frente atingindo um dos monstros que começou a queimar e não conseguia apagar, pois seu pelo parecia inflamável. O outro monstro com medo parou seu avanço até chegando a deslizar no chão e correndo para outro túnel ali perto e escondendo.

Garoto: Obrigado!

Linquins: Vamos logo antes que chegue mais deles.

Linquins fecha o pulso e sai uma lâmina da parte de cima da luva que ele usa para cortar as cordas que amarravam a criança.

Linquins: Acalma para conseguirmos sair daqui. Qual seu nome?

Criança: Bun Shei.

Linquins: Shei, vamos por aquele túnel ali certo, fique atrás de mim.

Bun Shei acenou a cabeça de maneira positiva. Linquins guardou a lâmina que tinha na luva.

Homem: Algum herói apareceu? Quanto tempo não vejo isso.

Linquins: De onde veio essa voz?

Um homem com metade de seu rosto queimado saiu de dentro de um túnel lateral que tinha.

Homem: Daqui, herói tolo.

Linquins: Quem é você?

Homem: Não importa nomes aqui, importa é o que você faz e você tá levando meu alimento.

Linquins: Comer outros humanos?

Homem: Aqui em baixo tem que sobreviver de alguma maneira. Preciso comer então se puder devolver ele.

Linquins: Nunca.

Homem: Como disse, mais um herói tolo. Você o assustou com o fogo, mas eu sou mais assustador, vão me obedecer independente do que seja. - colocou a mão sobre o monstro que havia fugido - Ataque.

O monstro que antes estava tremendo de medo parou de tremer e atacou Linquins que lançou fomo em cima dele. Mesmo o monstro em chamas não parou o avanço e Linquins saltou para o lado junto com Shei, o monstro trombou na parede do túnel e caiu no chão e ficou queimando.

Homem: O medo tem resultados incríveis.

Linquins vendo isso lembrou de como Litius fazia no seu mandato. Levantou com a cabeça baixa e olhou para a criança.

Linquins: Pegue um pequeno frasco azul dentro daquele saco.

A criança pegou o frasco e levou até Linquins.

Linquins: Agora corra por aquele caminho e siga em frente até acabarem dois túneis e me espera.

A criança começou a correr e Linquins foi andando até o saco e colocou-o nas costas.

Homem: Você fez meu alimento fugir, você vai ter que ocupar o lugar dele.

Linquins colocou o mecanismo de fogo na cintura, a mão que ficou livre ele segurava o saco nas costas. Olhou para o homem.

Linquins: Pegue-me então.

Linquins começou a correr dentro do túnel e o homem mandou os monstros atrás dele. Linquins tentava correr o mais rápido que podia, mas aquele saco em suas costas pesava e o atrapalhava. Ele olhava para trás e via os monstros aproximando. Ele havia acabado de passar o primeiro túnel e entrado no segundo. Ativou a lâmina e passava na parede para criar destroços e atrasar os monstros. Quando ele chegou ao final do segundo túnel o menino o esperava.

Linquins: Jogue o frasco no túnel!

A criança jogou e Linquins jogou o saco para fora do túnel. Quando o frasco passava do seu lado ele saltou girando para trás. Os monstros estavam aproximando. Linquins pega o mecanismo que estava em sua cintura e o ativa com força total soltando uma enorme chama que pegava quase o túnel inteiro. O fogo atingiu o frasco que o fez explodir. A explosão jogou Linquins para trás e fez o túnel desmoronar.

Linquins estava com dor no corpo por conta da queda, mas estava são e a criança bem. Guardou a luva no saco e o colocou em suas costas, diminuiu as chamas do mecanismo e foi para o túnel com a criança.

Chegando à vila o pai de Shei o abraçou forte e agradeceu muito Linquins.

Ancião Falras: Você conseguiu parabéns.

Linquins: Foi um pouco doloroso, confesso.

Ancião Falras: Obrigado por ajudar as pessoas daqui. Agora você pode ir.

Linquins: Eu estava pensando em ficar.

Ancião Falras: Interessante isso.

Linquins: Você já esperava por isso.

Ancião Falras: Apenas arrisquei, mas não conheço o futuro.

Linquins: Ainda merece o mérito.

Ancião Falras: Por que deseja ficar?

Linquins: Eu queria ir para um lugar onde minhas ideias poderiam ajudar as pessoas, mas vejo que aqui precisam mais de mim.

Ancião Falras: Tudo bem em ficar.

Linquins: O senhor vai dividir a casa comigo?

Ancião Falras: Não, fique com a pequena casa de ferramentas. Ninguém começa grande.

Linquins: Entendi. Antes que o senhor vá, tinha um homem junto com os monstros, ele parecia controlar eles.

Ancião Falras: Interessante, nunca iríamos saber disso.

Linquins: Ele tinha metade do rosto queimado.

Ancião Falras: Não me recordo de alguém assim por aqui.

Linquins: Ele vai voltar.

Ancião Falras: E você está pronto para parar ele?

Linquins: Sim!

**

Preimor: Tralfagir precisamos conversar.

Tralfagir: Você ainda está por aqui? Achei que já teria ido.

Preimor: Preciso falar com você antes.

Tralfagir: Fique a vontade.

Preimor: Posso ir com vocês?

Tralfagir: Para onde?

Preimor: Para todos os reinos.

Tralfagir: Você quer me seguir em tudo?

Preimor: Não pense que quero seguir você ou que acho que você sendo rei de tudo seria melhor, mas aquele menino é uma ótima pessoa é alguém que eu sinto que posso confiar e que fará bem para todos.

Tralfagir: Então você está enganado.

Preimor: Como assim?

Tralfagir: Você quer seguir ele e não a mim. Deve fazer essa pergunta para ele e não para mim.

Preimor: Ele que me chamou e me disse para falar com você.

Tralfagir: Se for assim. - Tralfagir estende a mão - Bem vindo.

**

Em Muniex...

Mausle: Arquimago tenho noticias de Riosmar.

Arquimago: Prossiga.

Mausle: Rei Litius foi morto em meio a um motim criado por um de seus generais e agora o novo rei está declarando que está fora da guerra.

Arquimago: Não sei se devo comemorar por ter um inimigo a menos ou por estarmos chegando à reta final da guerra.

Mausle: O senhor acha que não ganhamos?

Arquimago: Longe disso, mas é a emoção de sentir o poder de todas as terras em minhas mãos.

Mausle: E outro pedaço da coroa foi detectado.

Arquimago: Onde?

Mausle: Riosmar.

**

Nisfter: Senhor.

Rei Bali: Não precisa falar. Litius caiu.

Nisfter: Sim e as duas forças estavam lá quando isso aconteceu.

Rei Bali: Ainda não consigo acreditar que eles estejam juntos.

Nisfter: Se estiverem, teremos problemas.

Rei Bali: Melhor você preparar. Ele pode estar vindo com tudo.

Nisfter: Você vai ajudar?

Rei Bali: Você sabe que pode usar aquilo se necessário.

Nisfter: É muito perigoso.

Rei Bali: Usa ou morra sem.