Bem vindo à guerra!
Balder: Já foram cinco dias e não chegamos ainda.
Tralfagir: Chiwein não é tão perto, mas creio que seja a única que vai ter cavalos nessa região.
Balder: Mas já estamos chegando?
Tralfagir: Sim. Mas já te digo, de agora em diante só iremos ver cidades e vilas tomadas de mercenários. Estamos perto do campo de batalha. Aqui concentram-se a comercialização de pessoas, não afaste de mim em nenhum momento.
Balder: Vamos libertar essas pessoas?
Tralfagir: Algumas, não podemos libertar todas. Antes que você fale algo, se libertar elas, serão pegas novamente. Precisamos destruir a fonte de tudo isso, os reinos que dão dinheiro.
Balder: Eu já havia pensado nisso. Você querer libertar algumas para criar confusão e pegar os cavalos?
Tralfagir: Certo, está aprendendo.
Balder: Sim, mas apenas concordo com isso porque eu sei que poderemos fazer melhor só mais a frente.
Tralfagir: Para mim já basta. Vamos dar uma parada aqui.
Balder: Mas por que agora? Ainda temos muito tempo a frente e é melhor aproveitar.
Tralfagir: Porque precisamos observar aquilo.
Tralfagir com sua mão direita abre um espaço entre os arbustos e Balder pode ver a cidade um pouco mais longe e algumas pessoas armadas.
Tralfagir: Vamos ficar aqui hoje e observar de longe tudo o que fazem. Precisamos ser extremamente cautelosos, se te pegarem...
Balder: Sim, eu já entendi.
Ambos ficaram o resto do dia observando a movimentação dos soldados e essa observação durou ate o outro dia ao entardecer.
Balder: Vamos para lá quando?
Tralfagir: Esta noite. Esteja preparado, vamos sair agora para chegar lá a noite.
Arrumaram-se e saíram. Ao chegarem à cidade, esconderam na sombra.
Tralfagir: Antes de irmos, preste bem atenção a tudo que eu falar, você deve seguir exatamente o que falo e o mais rápido possível.
Balder: Tudo bem.
Tralfagir: Então vamos.
Tralfagir seguiu agachado e movendo-se rápido e Balder logo atrás fazendo o mesmo. Apenas com sinais que Tralfagir fazia Balder compreendia perfeitamente. Eles atravessaram entre as casas e barracas dos mercenários, pareciam ser invisíveis, ninguém os via passando por ali. Pararam atrás de uma casa que estava sendo usada como cela.
Tralfagir: Jogo-te em cima da casa e você faz os guardas dormirem.
Balder: Combinado.
Tralfagir jogou Balder em cima da casa. Ele foi andando lentamente e puxou seu bastão bem próximo a beirada. Então pulou com seu bastão em mãos e caiu entre dois guardas. Acertou o guarda da esquerda com o bastão no queixo, antes que o outro guarda puxasse a espada ele bateu a base de seu bastão nas pernas do guarda que caiu de costas no chão e quando percebeu Balder o acertava no rosto com o bastão que o fez desmaiar. Pegou as chaves do corpo do segundo guarda e abriu a porta da casa.
Balder: Vão! Estão livres. Pegue essas chaves e liberte os outros.
As pessoas saíram correndo desesperadas, enquanto a pessoa que estava com a chave foi libertando os outros. Balder foi atrás da casa onde Tralfagir o esperava.
Balder: Eles estão se libertando.
Tralfagir: Vamos esperar os guardas perceberam e daremos a volta e pegamos os cavalos.
Não demorou muito e foi soado a trombeta, os mercenários começaram a correr atrás das pessoas que estavam fugindo.
Tralfagir: Nossa hora.
Ambos deram a volta no local, passando entre as árvores evitando serem vistos. Chegaram nos cavalos, cada um pegou o seu e montou. Na hora de partir Balder sentiu um puxão em sua manga, olhou para trás e viu Coustpir, um dos moradores de sua cidade.
Coustpir: Ajude-me.
Tralfagir: Não temos tempo, vamos.
Balder o puxou para cima do cavalo.
Balder: Segure bem.
Balder correu com o seu cavalo com Tralfagir a sua frente o guiando. Olhou para trás e ouviu gritos das pessoas tentando fugir desesperadas, jurou a si mesmo voltar para salva-las um dia. Olhou para Coustpir que adormeceu escorado em Balder.
Após conseguirem ganhar distanciar deram uma parada.
Tralfagir: Por que o trouxe?
Balder: Ele era da minha cidade.
Tralfagir: Não podemos ficar carregando ele por ai.
Balder: Só hoje. Preciso falar com ele.
Tralfagir: Já chegaram à sua cidade se é o que está pensando.
Balder: Já percebi.
Tralfagir: Amanhã ele vai ter que tomar conta de si mesmo. Vou ficar de guarda.
Aquela noite se passou e no outro dia Balder já estava acordado à espera de Coustpir acordar.
Coustpir: O que aconteceu?
Balder: Você fugiu comigo.
Coustpir: Muito obrigado a vocês.
Balder: Não se lembra de mim?
Coustpir: Desculpe-me, mas não.
Balder: Sou eu, Balder.
Coustpir: Não pode ser, Balder está morto.
Balder: Mas estou aqui diante de você, como que morri.
Coustpir: Já faz algum tempo que você sumiu, todos acharam que você morreu.
Balder: Não morri e também não deixei de lutar. O que aconteceu com a cidade?
Coustpir: Eles começaram a pegar as pessoas de lá agora.
Balder: Então não avançaram muito ainda.
Tralfagir: Não existe apenas sua cidade nesse caminho todo. Pegam de outros lugares também.
Coustpir: Eles falaram de você, te temem, pode nós salvar, por favor.
Tralfagir: Já estamos fazendo isso a muito tempo.
Balder: É que estamos tentando acabar com isso tudo de uma vez e não ficar aos poucos, pelo jeito demora um pouco mais.
Coustpir: Mas vai demorar mais quanto tempo? Logo vão pegar minha esposa.
Tralfagir: Estamos bem avançados e mulheres eles pegam por último.
Balder: Estavam te levando para onde?
Coustpir: Talfstar.
Tralfagir: O mais longe.
Balder: Agora está salvo.
Coustpir: Volte comigo Balder.
Balder: Desculpe-me, mas não posso. Vim até aqui para acabar com tudo isso, não posso deixar agora.
Coustpir: Lisci sente muito a sua falta.
Balder: Eles ainda estão na cidade.
Coustpir: Não, mudaram pouco antes dos mercenários chegarem.
Balder: Ainda bem. Tralfagir tem algum lugar aqui perto que ele possa ficar seguro?
Coustpir: Não me levarão com vocês?
Tralfagir: Não, você só iria atrapalhar.
Balder: Não é bem assim, é que não queremos te colocar em maior perigo.
Tralfagir: Fica para aquele lado, se ir agora chega antes do anoitecer, assim que te verem vão te ajudar, é uma vila de refugiados, então estará tudo bem.
Balder: Você consegue chegar lá?
Coustpir: Consigo.
Balder: Foi bom rever um rosto antigo.
Coustpir: Foi bom saber que alguém bom não morreu.
Despediram-se e seguiram por caminhos contrários.
Tralfagir: Ainda tem preocupações com o seu lar.
Balder: Isso é algo que não vou deixar para trás. Continuo porque sei que o bem que farei aqui será maior.
Tralfagir: Agora um pântano nos separa do campo de batalha.
Dois dias após o encontro com Coustpir...
Balder: Dois dias já passaram e nem chegamos.
Tralfagir: Se estivéssemos de pé estaria demorando muito mais. Antes do dia acabar chegaremos.
Balder: Preciso esperar por algum monstro do pântano?
Tralfagir: Não, de onde tirou isso?
Balder: É que sempre tem algo.
Tralfagir: Dessa vez não. Seu amigo te trouxe lembranças?
Balder: Sim.
Tralfagir: Sente falta?
Balder: Sim, mas sei que tenho que me esforçar aqui.
Tralfagir: Logo estaremos em Riosmar, ai que tudo vai começar.
A noite chegou e eles estavam logo a frente do pântano, por ali se manterão durante toda a noite e logo de manhã partiram. O pântano fedia muito e os cavalos eram um pouco mais lentos, mas mesmo assim ao final do dia...
Balder: Nossa. O cheiro piorou, acho que chegamos ao pior ponto.
Tralfagir: Está enganado. Chegamos no campo de batalha. Bem vindo a guerra.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro