A grande espada
Balder: Logo vai começa a escurecer e ainda não chegamos.
Preimor: Esse que é mais outro dos problemas de enfrentar eles, sua base fica bem no meio dessa mata e qualquer rota que você pegar vai chegar lá apenas no anoitecer.
Balder: E com os pelos negros escondem bem à noite.
Preimor: Sim, mas os olhos deles cintilam o amarelo na noite e assim podemos ver. Não confunda com as luzes dos insetos. A partir de agora fique atento.
Balder: Não sei como ele conseguiu carregar aquela espada tão grande sendo daquele tamanho.
Preimor: Força, isso eles tem muita.
Andavam normalmente e atentos a qualquer barulho que ouviam ambos olhavam diretamente. Mais adiante viram uma luz fraca, mas parecia ser uma fogueira acesa. Diminuíram as passadas para não fazer barulho e andaram agachados para se esconder entre os arbustos e pequenas árvores.
Viram algumas cabanas pequenas formando um círculo e dentro dele havia uma cabana bem maior com dois andares e a frente de cada cabana havia uma fogueira.
Preimor: Chegamos!
Balder: Mas onde eles estão?
Preimor: Dentro de suas cabanas, apesar de parecerem seres noturnos não gostam muito da noite, a escuridão os assusta.
Balder: E como vamos achar a espada?
Preimor: A última vez que estive nessa tribo eles colocavam os melhores saques no andar de baixo da grande cabana do meio.
Balder: Ir andando até lá não seria a melhor escolha.
Preimor: Só temos essa. Eu vou à frente e você me segue, não faça nenhum barulho.
Ambos saíram da mata lentamente e moveram-se para dentro do circulo de cabanas. Com passos cautelosos na terra arenosa vermelha seguiram para o centro da vila tomando cuidado para ninguém ouvi-los e olhando se não produziam sombras chamativas com as luzes das fogueiras.
Chegaram ao andar de baixo e olharam para trás e não viram nada os observando. Cortaram a corda que prendia a porta e entraram rapidamente. Lá dentro viram vários e vários objetos amontoados.
Preimor: Você tem algo que possa iluminar melhor?
Balder: Nada.
Preimor: Droga! Vamos ter que procurar no escuro.
Balder: É uma espada bem grande, isso já a torna mais fácil de achar.
Encontraram de tudo ali dentro, desde panelas roubadas dos viajantes até pedras preciosas, mas não acharam a espada. Enquanto reviravam o local escutaram um barulho do lado de fora, como se fosse passos.
Balder: Será que algum deles acordou?
Preimor: Eles nem dormiram, deve ser algum deles apenas rondando. Fique quieto e não vai acontecer nada.
Balder não confiante e pressentindo algo de errado se aproximou da porta e olhou pela fresta, engoliu seco e encostou-se à porta.
Balder: Temos problemas.
Preimor: O que aconteceu?
Balder: Está cheio deles lá fora, ao menos vinte.
Preimor: Deixe-os lá.
Balder: Estão armados e formando um círculo ao nosso redor. Descobriram-nos.
Preimor se aproximou da porta e também olhou pela fresta.
Preimor: Você está certo.
Balder: E agora?
Preimor: Matar eles e sairmos daqui.
Balder: Eu não quero matar eles.
Preimor: Ou você faz parte dos que mata ou faz parte dos que morre. Vai ter que escolher um lado.
Balder: Prefiro apenas derrubar eles.
Preimor: Se funcionar que faça. Vamos lá fora enfrentar eles.
Preimor abriu a porta e saiu com seu escudo no braço e Balder logo atrás dele. Entre os seus oponentes tinha um maior que os demais e parecia ser o líder. Ele estava com a espada de Tralfagir nas costas e tinha uma cicatriz no peito que parecia um corte de espada.
Balder: Nunca iriamos achar a espada lá dentro, ele está com ela.
Preimor retirou a espada de dentro do escudo e ficou olhando para o líder.
Preimor: Aquela cicatriz fui eu que fiz nele.
Balder: Ele conseguiu sobreviver pelo jeito.
Preimor: E reproduziu. Fique preparado.
O líder olhava ambos e começou a andar por fora do círculo. Chegando perto de uma das fogueiras jogou a terra arenosa em cima dela e a apagou. Feito isso ele continuou andando para a próxima fogueira e a apagou. Quanto mais fogueiras ele apagava mais escuro ficava e apenas dava para ver os olhos amarelados cintilando e seu pelo que brilhava bem pouco com a luz da lua.
Preimor: Ele ficou mais esperto do que a última vez que nos vimos. Assim que ele apagar a última fogueira vai atacar.
Ambos firmaram as mãos em suas armas. Quando a última fogueira apagou apenas tinha pontos amarelos flutuando no ar com um pouco de luz da lua. Ao rugido do líder eles avançaram.
Preimor: Tente acertar no meio dos olhos!
Eram muitos que viam na direção deles sem contar que também viriam pelas laterais e até por cima da cabana. Enquanto Balder tentava nocauteia-los podia ouvir o som de ossos sendo quebrados e peles rasgadas do lado de Preimor.
Um deles conseguiu acertar a perna de Preimor cortando na lateral. Balder escutou o som de dor que Preimor soltou.
Balder: Proteja minhas costas.
Preimor olhou para Balder e entendeu o que ele queria dizer e com ambos de costas ficaria mais fácil de defender. Conseguiam matar e derrubar algum deles, apesar de alguns cortes que sofriam. Enquanto eles não percebiam um deles tentou ataca-los por cima, mas uma espada o acertou em pleno o ar o prendendo na parede da cabana. Ambos olharam para a espada e perceberam que era uma das espadas gêmeas de Tralfagir.
Tralfagir saltou por cima dos macacos negros pousando no lado de Preimor e Balder puxando sua espada do corpo morto do macaco que ele matou e virou-se apontando ela para os demais. Todos pararam o ataque e recuou, o líder rugia, mas eles não atacavam e fugiram.
Tralfagir: Aquela é a espada que pedi para você guardar?
Balder: Uma longa história... desculpa.
Tralfagir: Alguém a tirou da bainha?
Balder: Ainda não.
Tralfagir guardou a espada que tinha em sua mão direita e olhou para o líder e foi andando até ele.
Balder: Cuidado, ele tem a sua espada.
Tralfagir não escutou o que Balder disse e continuou andando. O líder dos macacos negros puxou a espada da bainha e a empunhou contra Tralfagir.
Tralfagir: Grave erro.
O líder cambaleou para o lado e ao tentar pegar apoio com a sua perna esquerda caiu de joelhos e soltando a espada. Tralfagir aproxima e coloca a espada dentro da bainha e a coloca em suas costas. O líder da tribo olhando para Tralfagir cai no chão e Balder vai vê-lo rapidamente.
Balder: Está morto?!
Preimor: Tralfagir, como o matou?
Tralfagir olha para os arredores onde os demais seres da tribo fogem sem direção.
Tralfagir: Eu te falei para apenas não deixar ninguém tirar ele da bainha e você deixou causar isso tudo.
Balder: Não foi por querer.
Tralfagir: Não importa mais. Acho que não posso deixar você com tais responsabilidades.
Preimor: Tralfagir que espada é essa?
Tralfagir: Não que importa a você, mas acho que não devia intrometer nos assuntos dos outros.
Preimor: Eu posso confiar apenas no Balder, mas se não termos o mínimo para uma equipe, não sei como vai ser.
Tralfagir: E quando você pensou que isso era uma equipe?
Preimor: Então o que somos para você?
Balder: Parem vocês dois.
Preimor: Ele tem uma espada que mata alguém apenas da pessoa toca-la. Tem todos esses segredos dele que não geram confiança em ninguém e por fim não somos uma equipe? Somos apenas estorvos para você usar em seus objetivos? Fale algo Tralfagir!
Tralfagir: Você não merece saber nada.
Com essas palavras ele saiu andando para mata adentro.
Preimor: Covarde, volte e fale. O que tanto teme?
Balder: Deixe isso.
Preimor: E você, você também percebeu que estamos sendo estorvos para ele, mas tem medo de acreditar.
Balder: Apenas acalme-se.
Preimor: Como ficar calmo? Ele sumiu o dia todo e volta aqui no meio do nada. Aquela espada dele matou apenas com um toque, um toque! Você não percebe como ele é estranho com tudo isso e ainda tem aquilo da magia...
Balder: Pare! Desde que sai de casa e comecei a viajar com ele, vivo com essas dúvidas, mas no final sempre ocorreu tudo bem. Apenas confie um pouco.
Preimor: Desculpe-me, mas não dá. Essa "equipe" crê que não irá durar mais.
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