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2(Abigail)

Abigail lutava para manter a calma sempre que sua mãe, Made Moura Martin Fortlesley, mexia em suas coisas. O problema não era apenas que Made tocava em seus pertences, mas o modo como rearranjava tudo, criando uma bagunça que Abigail não sabia como lidar. Embora já tivesse tentado explicar isso para Made, a mãe nunca a ouvia, acusando-a de ser ingrata e difícil.

Se Abigail pudesse escolher, passaria todos os dias no internato Gouth'La Collie, onde era tratada como uma bruxa respeitada e não como uma dependente constante da mãe. Apesar da personalidade complicada de Made, Abigail sabia que, de algum modo, ela a amava profundamente. Essa era uma verdade que Abigail defendia com fervor, mesmo que Made não a demonstrasse da maneira que Abigail pudesse compreender plenamente.

- Abigail, querida, já arrumei suas malas. - Made sorriu, tentando transmitir um carinho que só parecia aprofundar a frustração de Abigail. A expressão de Made era uma mistura de orgulho e inocência, como se ela realmente acreditasse estar fazendo algo positivo. Mas para Abigail, o gesto era uma tortura silenciosa. A cada vez que a mãe mexia em suas coisas, Abigail sentia um nó na garganta e uma vontade de gritar. Mas se conteve, preferindo apenas forçar um sorriso.

- Obrigada, mãe, mas não precisava. - Abigail murmurou, sua voz carregada de cansaço e desânimo. Ela se dirigiu para o quarto, onde Made estava fechando a última de três malas já prontas.

Made, com seu sorriso persistente, terminou de fechar a mala e se sentou na cama meticulosamente arrumada de Abigail. O olhar de Made era uma mescla de carinho e uma dor latente que Abigail reconheceu imediatamente. Era um olhar que frequentemente comparava sua beleza com a de Angelina, a filha mais velha. Made não conseguia evitar essas comparações, e isso era um fardo pesado para Abigail carregar.

O cabelo ruivo de Abigail, agora mais longo do que nunca, era um ponto de inquietação para Made. As madeixas vermelhas estavam mais brilhantes e espessas, o que Made atribuía a uma erva mágica que recomendara. A mãe se arrependia de ter compartilhado esse conhecimento, pois via em Abigail uma constante lembrança da filha perdida. Cada dia, Abigail parecia mais com Angelina, em aparência e estilo. Made via essa semelhança como uma faca de dois gumes.

Abigail, com o rosto pálido e os olhos escuros, tentou ignorar o olhar de Made. A semelhança com Angelina era algo que ela detestava, principalmente porque Made sempre a comparava com a irmã. Abigail desejava acreditar que tinha sua própria beleza, uma beleza que não dependia da presença ou do legado de Angelina.

- Mãe, você sabe que dia é hoje? - Abigail perguntou, enquanto se aproximava da cama. - 6 de janeiro.

- Sim, Abigail. - Made desviou o olhar, sua expressão ficando sombria. As rugas ao redor dos olhos da mãe se acentuaram, revelando uma tristeza que Abigail estava começando a entender.

- Não é o ano que importa, é o dia e o mês. - Abigail franziu a testa, o tom de sua voz se tornando mais sério. - Mãe, já se passaram três anos. Por que continuar com esse silêncio? Por que manter essa distância? Isso está te destruindo, e você sabe disso. Por que não dar um passo em direção a uma resolução?

Made levantou-se abruptamente, sua postura rígida e seu rosto marcado por dor e frustração. - Abigail, não é fácil para mim. Angelina nunca nos perdoaria se revelássemos toda a verdade. - A voz de Made estava carregada de desespero.

- Não estou pedindo que você revele a verdade completa. Apenas estou pedindo que você reconheça que Angelina merece mais do que esse silêncio. Ela não merece essa frieza, e você sabe disso. - Abigail sentiu uma onda de desespero misturada com cansaço, sua voz quase quebrando.

O silêncio que se seguiu era pesado. Ambas sabiam que a discussão não levaria a uma resolução imediata. Made finalmente se dirigiu para a porta do quarto, sua expressão endurecida. - Prepare o chá de cidreira, Abigail. E vá se preparar para dormir, não quero que acorde exausta amanhã. - Fez um gesto com a mão em direção à gaiola onde a coruja familiar de Abigail estava adormecida. - E veja sua coruja. Ela precisa estar pronta para acompanhá-la no seu último ano.

- Eu sei o que devo fazer, mãe. - Abigail respondeu, o tom exausto evidenciando o peso do seu fardo. Havia um ressentimento sutil em suas palavras, uma frustração que se acumulava com cada tentativa não correspondida de se aproximar da mãe.

Cada vez que Made saía do quarto após uma discussão, Abigail se sentia mais desamparada. Era como se, ao fechar a porta, Made deixasse para trás uma parte de Abigail que se desintegrava em lágrimas e dúvidas. A dor de não ser amada como Angelina estava sempre ali, uma constante lembrança do que Abigail sentia que nunca poderia ter.

- Boa noite, mãe. - Abigail sussurrou para o vazio do quarto, onde o silêncio parecia um peso esmagador. As palavras eram uma tentativa de afirmar uma conexão que parecia sempre fora de alcance, e o silêncio de resposta era como uma punição implacável.

Enquanto se preparava para a noite, Abigail enfrentava suas emoções conflitantes. O luto de Made e a comparação constante com Angelina eram sombras que a acompanhavam constantemente. Cada passo que Abigail dava parecia uma tentativa de se libertar dessas sombras, mas a sensação de estar à sombra de uma irmã que nunca mais estaria presente era esmagadora.

O chá de cidreira esquentava, e Abigail sentia o aroma suave preencher o quarto. As mãos de Abigail tremiam ligeiramente enquanto preparava a infusão, seu olhar perdido em pensamentos turbulentos. Ela sabia que precisava estar pronta para enfrentar mais um dia no internato, mas o peso de suas emoções tornava essa tarefa quase impossível.

A coruja familiar, um símbolo de sua própria força e resiliência, parecia dormir tranquilamente, alheia ao tumulto interno de Abigail. Cada pluma branca da coruja parecia refletir a tranquilidade que Abigail desejava desesperadamente, mas não conseguia alcançar.

O silêncio da noite era um contraste doloroso com a tensão e as emoções que Abigail carregava. Ela sabia que precisava enfrentar seus próprios sentimentos e encontrar uma maneira de seguir em frente, mesmo que isso significasse encarar a verdade difícil sobre si mesma e sobre sua família. O próximo ano no internato poderia ser a chave para encontrar algum tipo de paz ou entendimento, mas, por enquanto, Abigail se sentia perdida e sozinha, lutando para encontrar seu próprio caminho em meio à escuridão.

Enquanto a noite avançava, Abigail sentou-se com uma xícara de chá na mão, o calor da bebida contrastando com a frieza do ambiente. Ela tentou encontrar conforto na rotina, mas o peso das conversas e dos conflitos familiares parecia quase insuportável. Com cada gole, Abigail buscava não apenas aquecer o corpo, mas também acalmar uma mente que não conseguia encontrar paz.

Em sua solidão, Abigail se perguntava se algum dia conseguiria se libertar do peso da comparação e do ressentimento. O luto de Made e a falta de reconhecimento para Angelina eram uma ferida aberta que parecia nunca cicatrizar. E céus, como aquela ferida lhe causava dor.

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