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Capítulo 33


KATE


Meu coração deve ter falhado uma centena de batidas em questão de segundos. E assim como respirar corretamente, pronunciar meras sílabas se transformou na tarefa mais difícil de realizar. Abri a boca na vã tentativa de balbuciar um "o que?" que fosse, mas nem isso consegui. Dylan não tinha ideia do que havia feito, não apenas comigo, mas especialmente com Natasha.

As palavras em sua boca soaram fortes, vigorosas, com um toque de intensidade e verdade tão profundas que não fui capaz de evitar que os olhos se enchessem. Como ninguém eu sabia a importância de ter um pai na vida, o meu se foi cedo demais, mas os poucos anos que passou ao meu lado foram mais do que suficientes para transformá-lo numa das pessoas mais importantes, sua marca ficaria para sempre em mim. E se tive aquele tipo de amor um dia, desejava que ela pudesse ter a mesma coisa.

Natasha não teve, foi dispensada tão logo surgiu no mundo. A blindei de tudo, lutando para que a falta dele não fosse sentida, mas a quem eu queria enganar? Quando todos ao seu redor compartilham de algo tão extraordinário, os questionamentos tornavam-se inevitáveis. Jamais saberia o que se passava em seu coraçãozinho, mas somente a hipótese do tamanho do emaranhado de sentimentos que carregava me fazia sofrer tão quanto ela, quiçá mais um pouco. Meu sonho ser o remédio para as suas dores, mas nem tudo tinha cura, e para tamanha angústia, doses homeopáticas que fluíam de mim para ela não bastavam.

Sorvi o ar lentamente, obrigando meus pulmões a finalmente se inflarem e me darem o fôlego tão necessário. Num ato automático, passei a língua pelos lábios estranhamente ressequidos pela surpresa. Minha expressão de choque devia ser evidente, porque o risinho torto de Dylan era intermitente.

O abusado adorava me levar ao limite de absolutamente tudo, mas nem ao menos parei para pensar no aquilo envolvia quando ao meu lado eu tinha uma menina de seis anos, emudecida e com o peito subindo e descendo num ritmo acelerado e frenético.

Foram dias e mais dias me perguntando quando ele apareceria para ela, quando enfim voltaria para nunca mais partir. Cada mentira dita era uma facada a mais no peito, sangrava sozinha e em silêncio para que a ferida dela não se abrisse como a minha. Não sabia se era o destino, ou a mera casualidade, ou apenas coincidências que calharam de acontecerem sem que eu esperasse por elas, mas a minha última opção de pessoa para tomar aquele posto estava sentado a centímetros de mim, revezando entre fitar meus olhos úmidos e os da bailarina, que de igual modo, derramavam lágrimas que, pela primeira vez, não corri para secá-las.

Seu rosto pequeno tornara-se pequeno para tamanha emoção. As sobrancelhas ralinhas se curvaram, os cílios compridos chocavam-se num quase carinho tão lentamente eram tocados. Os dedos das mãos eram inquietos, assim como os dentes de leite que mordiam a bochecha. Engoli em seco ao ver seu semblante aos poucos reluzir. Não era um simples sorriso ou uma reação exarcebada momentânea.

Expectativa e realização.

Temi que a frase dita, e por quem foi dita, não chegasse perto do que Natasha imaginava.

Se nós, adultos formados, inevitavelmente nos decepcionávamos quando nos perdíamos em suposições, imagine crianças?

Mas em meio ao furor de emoções que queimavam na pele como candeias que iluminavam na noite, ele conseguia dissipar medo, temor, inquietação com um simples sorriso.

Dylan chegou em minha vida com toda a sua loucura e devassidão. Seria hipocrisia dizer que não o quis ou o desejei, como ele mesmo disse, se era um jogo, fiz questão de participar dos movimentos. Em contrapartida, o que não se encontrava em meus planos iniciais se revelava no fato de que acreditei em sua afirmativa, mesmo que não tivesse sido direcionada a mim, pelo menos não em primeiro plano.

— Mamãe... — receosa, com a voz num tom baixinho, como que buscando ajuda no vendaval, me chamou — ele... ele...

Meu peito era labareda.

Natasha era fogueira.

Dylan era o combustível incendiário.

— Ele... — disse outra vez, resfolegando.

Passei as costas da mão debaixo dos olhos, enquanto um riso antes sufocado despontava.

— Quer que ele repita pra você, só pra ter certeza? — sussurrei, colocando os fios de seu cabelo atrás da orelha.

Meneando a cabeça num aceno calmo, concordou. Sua atenção se concentrava nele. No moço com os desenhos lindos, segundo tinha dito antes. Natasha se encantou com as que viu. A maioria era preta e branca, poucas tinham cores. A principal ficava em seu pescoço, não sabia o que era de fato, mas assemelhava-se a uma espécie de flor, mandala.

Quanto mais o conhecia, mais a certeza de que sua existência se baseava em me desestabilizar se concretizava.

Devia ser uma noite apenas, foi aquilo que concordamos. Uma noite onde aquela eletricidade seria posta para fora e nos renderíamos ao que nossa conexão misteriosa nos levava a fazer. E foi uma noite, a noite que me mostrou: nossos planos não valiam de nada quando o universo decidia mexer os seus pauzinhos e nos levar a caminhos desconhecidos e nunca antes vistos.

Elevei meus olhos para Dylan que nos encarava com certa adoração, suspeitei; mas era incerto, tinha medo só de cogitar o que se passava na mente do americano. Aquele território me causava calafrios, por mais esquisito que pudesse parecer. Se as palavras ditas me deixavam abismada, os pensamentos sem controle e livres de amarras eram coisa, como também dizia, demoníaca. E mesmo não podendo lê-la, uma nitidez e clareza me eram óbvias, fazendo o resto da minha sanidade ir por água abaixo.

Ele me amava de um jeito louco e bizarro, e esse mesmo amor – de forma surpreendente e repentina – se estendeu para Natasha.

— Americano... — mordisquei a boca, a pulsação latente fazendo as veias vibrarem — se importa de falar novamente?

Suas sobrancelhas se uniram em dúvida.

— Não acho que consigo repetir, todo o meu poderio foi usado numa tacada só, e por isso tenho zero por cento de certeza que serei capaz de repetir, fora que nem sei se o que vocês escutaram foi o que realmente planejei.

Tentou me ludibriar como se fosse inocente, mas a única alma inocente ali não era nenhum de nós dois.

— Pois não acreditei em nada do que falou — devolvi.

O sorriso leve se transformou no sorriso debochado de sempre.

— Então eu disse certo mesmo, russa? — enunciou envaidecido — Não me diga que a minha singela frase a fez perder o chão sobre os pés, e como uma bela princesa, se derramou aos pés do príncipe?

Soltando o ar pela boca, rolei os olhos.

— Não sou princesa.

— Ainda bem por isso, vai que na hora de se abaixar o movimento a fizesse tropeçar? Cuidado princesa, se não a coroa cai.

Neguei com a cabeça, vendo-o se deliciar com a minha reação contrária.

— Tudo bem — riu. — Posso repetir, mas se sair alguma merda, a culpa não é minha, e sim da tecnologia.

— Como se isso fosse te impedir de fazer qualquer coisa — disse, o tranquilizando. — Só diga, independente se achar que possa soar esquisito.

— Coloque esquisito nisso, que idioma dos infernos esse, nem sei como fui gostar de você, um simples olá parece um vai se fo... — silenciou-se ao notar que Natasha o fitava como se entendesse cada palavra — droga, preciso aprender a controlar a boca perto dessa menina, capaz dela já ter aprendido e internalizado todas as desgraças por osmose.

Exalou, se ajeitando melhor sobre a cama, fazendo com que ele e Natasha estivessem a milímetros de se tocarem.

— Ela que pediu?

Perguntou, focando em mim.

— Foi — concordei. — Se importa?

— Nunca, por que importaria?

Deu de ombros.

— Faço qualquer coisa por vocês, ainda mais se me pedirem com jeitinho.

Dylan tinha uma maneira muito peculiar de fazer declarações, e para o aumento do meu delírio, eu as adorava. Porque ouvir palavras doces e promessas infundadas era fácil e rápido. Mas colocá-las em prática era diferente. E diferente ele tinha de sobra. Éramos opostos ao ponto da sensatez franzir os olhos e se perguntar quem era aquele cara, mas para o inferno a sensatez.

A vida só era boa com uma pitada de extravagância.

Dylan era o próprio deus da excentricidade.

E como minha mãe sempre dizia, o amor não era apenas cego, mas surdo e mudo também.

Não se podia controlar as vontades e anseios de um coração que desconhecia tamanha devoção. Quando eu imaginaria que o cara do bar se transformaria naquele ali diante dos meus olhos? Quando eu imaginaria que o mesmo cara que não escondeu por um segundo as intenções nefastas quanto a mim se colocaria numa posição que não lhe era obrigatória? O fato de me querer não o fazia imediatamente responsável pelos meus problemas, mas Dylan pouco se importava para as convenções.

Alguns até poderiam considerar insensatez ou imprudência deixar um desconhecido fazer o que ele fez, mas para a minha mente conservadora eu tinha apenas uma coisa a dizer: eu não ligo.

Porque assim como Natasha, sua afirmativa me acertou em cheio, e eu acreditei em cada palavra proferida.

— Eu sou o papai bailarina — a declaração, apesar de feita com cautela e com uma alta dose de sotaque, foi doce, melodiosa, sedosa, tão suave que chegava a acariciar a pele.

Natasha tomou uma respiração mais funda, as lágrimas dobraram. Tanto em velocidade, tanto em quantidade. Os destroços do passado, antes jogados ao chão e deixados ao relento, lentamente, eram pegos e postos no lugar, colados e unidos até que não houvesse mais rachadura ou separação. Dylan, vendo que soluços a tomavam, exprimiu um sorriso singelo, daqueles que diziam "está tudo bem, eu estou aqui". Aproximou-se dela, tão perto que ouvir as batidas de seu coração não devia ser complicado. Como mãe qualquer sinal de desespero ou choro como aquele me faria correr para consolá-la, mas Natasha tampouco necessitou do meu afago.

No momento seguinte Dylan tinha seu rostinho entre as mãos e os polegares deslizando sobre as lágrimas. Ele as tirou do caminho, deixando o vigoroso rubor de suas bochechas e nariz bem evidentes. Natasha ainda não sabia o que fazer, Deus, como eu queria saber o que se passava em sua mente. Porque depois de todos os dias dos pais, natal, e festas de escola onde ela olhava para os lados e esperava, finalmente podia dizer que tinha um pai. E a julgar pela expressão que se transmutava em sua face antes espantada, as conjecturas feitas deviam se sobrepor numa velocidade alarmante.

— Papai... — por pouco não conseguiu, o bolo na garganta parecia lhe ser demais, mas mesmo assim ressoar a diminuta palavra lhe mostrava ser essencial — você veio.

Meus olhos pinicavam e manter-se calma beirava o improvável.

— Ah, bailarina... — disse ele, sorrindo, levando-se de encontro a ela — não sei o que falou, mas a resposta é sim.

Dylan me fitou rapidamente, seus olhos eram tomados por uma nuvem de emoções que não soube distinguir, mas todas me pareceram reconfortantes. Querê-lo, naquele momento, não se resumia em um sentimento de posse, mas numa necessidade nunca antes sentida. Minhas pálpebras abriam e fechavam num ritmo lento, extremamente vagaroso.

— Eu te amo, russa.

Abrir a boca foi inevitável.

— Tremeu na base, foi? — suscitou provocativo — Nada como fazer a diaba ficar apavorada, acho que posso me acostumar com isso.

— Quem disse que eu tremi? — sussurrei, escondendo o sorriso — Acho que era mais do que óbvio. Basta lembrar o que me disse na noite passada.

— Espero mesmo que não se esqueça de nada, sinto informar, mas é um caminho sem volta. Não a troco por nada, e muito menos te deixarei para qualquer outro.

— E quem disse que eu quero outro?

Havia sentimentos que podíamos ou não sentir e vivenciar. Ouvi aquela frase mais de uma vez, de diversas formas e de um grupo pequeno de pessoas. Alguns foram verdadeiros, outros apenas disseram da boca para fora. Um me disse e sumiu, provocando a ruína e o estremecimento da possibilidade de crer em algo semelhante, mas novamente ali estava Dylan, me levando a acreditar que, daquela vez, era real.

Como contar a alguém que o amava? Você não contava, mas mostrava com como.

E antes de dizer ele mostrou.

Encaramo-nos, compartilhando silenciosamente a maior loucura que poderia nos atingir.

— Não diga o mesmo agora — me aconselhou, para a minha confusão mental —, não repita o mesmo no calor do momento, quero que diga quando sentir vontade de dizer.

— O que aconteceu com toda a autoestima? — permiti-me caçoar e Dylan me deu aquela olhada bem típica dele, o sarcasmo era vívido, mas o homem se controlava. Pelo visto Natasha inibia as suas bizarrices, e se aquilo se comprovasse, fato que a usaria vez ou outra. Seria engraçado vê-lo controlar a língua ácida. Ele não podia ter escolhido apelido melhor.

— Ela permanece aqui, e inalterada diaba, devo dizer — arqueou a sobrancelha direita, se movendo sobre a cama e erguendo Natasha com cautela para a colocar sobre as suas pernas. — Só deixei o lado bom moço dar o ar da graça, mas logo, logo o jogo de lado. Sabe que prefiro as coisas boas da vida, ou melhor, as piores. Tenhamos por exemplo se ajoelhar, o castigo é bem vindo para ser aplicado quantas vezes forem necessárias.

— Sorte a sua que ela não entende — pontuei, apontando para Natasha.

— Ainda não entende — corrigiu, com a voz firme e enfática. — O que brevemente mudará.

E do todo que ele era, aquela parte sempre me provocava um sobressalto.

O homem na sua forma normal era extasiante, mas na forma séria era a epítome do embevecimento.

Ele voltou-se para ela, deixando os dedos deslizarem sobre os fios de cabelo. Natasha mal piscava, parecia atônita, imersa numa situação anteriormente apenas hipotética. O choro havia desacelerado, mas o rosto permanecia molhado. Minha mãe costumeiramente brincava dizendo que Natasha se assemelhava a um tomate quando chorava. Ficava vermelha, a ponta do nariz adquiria uma forma arredondada, as bochechas tingiam-se num tom fervoroso e vistoso.

Erguendo a mão, Natasha alcançou o rosto dele e o tocou. Imediatamente Dylan fechou os olhos, deixando que agora fosse examinado pele a pele. Os dedos percorriam sua face num ritmo comedido, quase preguiçoso, contudo com ela era assim. Gostava de tocar, sentir as texturas, as nuances, todas as variações. Contornou a testa, as sobrancelhas, desceu pelo nariz, deixando um riso frouxo e curioso escapar ao notar o piercing preso ali. Eu sorri junto, ela nunca tinha visto alguém como ele, uma alegoria ambulante que ostentava riscos, sombras e formas – desde geométricas a representações perfeitas de terceiros.

Ele entreabriu as pálpebras para encontrá-la com os olhos fixos nele. Havia uma barreira linguística entre os dois, um não entendia o outro. Mas o que era aquilo quando o resto extrapolava os sentidos? Conhecendo-a bem, sabia do seu acanhamento, porém tudo caiu por terra quando encostou o rosto no peito dele e o envolveu com os braços.

Segurei o fôlego e pisquei rapidamente, os ânimos alvoroçados e bagunçados.

— Esperei tanto por você, papai — ela disse num sussurro engasgado, quase ao ponto de ser doloroso. — Mas você veio, eu sabia que viria pra mim.

Dylan retribuiu o abraço.

Natasha parecia uma formiguinha no meio dos braços grandes e fortes. As mãos de Dylan descansaram nas costas dela, subindo e descendo enquanto um corpo magrinho e esguio se aninhava ao dele, apertando e puxando-o para ela. Abaixou a cabeça, apoiando o queixo no ombro dela, afagando sem parar. Dylan balançava-se, levando Natasha a seguir o movimento sutil.

Os observava com o peito inflamado, o sorriso brincando nos lábios, a vista embaçada. E o coração? Ah, o coração estava emudecido, silenciado e quietinho diante da visão que me desmanchava. Aquele homem não existia, era isso, era um sonho, pura alucinação. Pessoas como Dylan não existiam, estavam fadadas a habitarem unicamente os nossos imaginários pensantes e sonhadores.

Mas então eu olhava para Natasha e via que não, era verídico.

Não interrompi, se Dylan não se importava, eu que não me oporia.

Deixei que ficassem juntos o quanto quisessem, eu, de mera espectadora, me sentia mais do que satisfeita em apenas presenciar aquilo. O que era algo biológico comparado àquilo? Absolutamente nada.

— Ele é como eu sempre imaginei — Natasha confessou ao erguer o rosto, obrigando Dylan a fazer o mesmo.

— E como ele era? — perguntei, sorrindo.

Ela não ousava olhar para outro lugar, o foco era o doido – que Natasha não sabia, ainda – e compenetrado pai à sua frente. Céus, pai. Arregalei os olhos por instantes. Você não escolhia os seus pais, mas o pai dos seus filhos sim. Apesar do pesares, apesar de odiar quem a fez, não conseguia me arrepender de ter permitido a sua presença na minha vida, a consequência foi Natasha. E ali, como se as coisas se encaixassem, passei a entender um pouco mais as forças que nos guiavam. Tanto ela quanto eu o achamos anos depois, estava perdido pelo mundo. Mas o que era nosso inevitavelmente encontrava o seu caminho de volta.

— Quando eu pensava nele, quando ele aparecia nos meus sonhos, sabia que era muito lindo — encolheu os ombros, dando o risinho torto que em muito se assemelhava ao do americano. Se compartilhassem o mesmo sangue não seriam tão parecidos.

— É mesmo? — fitei-o — Muito lindo?

Dylan enrugou a testa, claramente duvidoso com o que falávamos. Eu contava o que ela disse? Serviria apenas para deixá-lo insuportável.

— Aham, muito lindo — deu ênfase, gesticulando a cabeça. — Mas o de verdade é melhor.

— E por quê?

— Porque ele tá aqui.

Ele a moveu, de modo que os dois tinham a atenção voltada para a minha figura intrusa.

— Algo me diz que a bailarina me ama — se gabou, fazendo com que ela reclinasse sobre ele. — Estou errado?

Respirei fundo, sabia.

— Novamente, não foi isso. Foi mais para ele é muito lindo.

E pronto.

Ego nas alturas.

— Muito — repetiu, degustando o adjetivo na boca. — Muito lindo, cacete, essa pequena é tão nova, mas tão inteligente.

Ri.

— E esperta — completei.

— Estou sabendo, bonecas de porcelana — a fitou de soslaio ao inclinar a cabeça. — Um ser colorido aí achou um par perfeito. Quem diria?

Fez cócegas nela.

— Preciso registrar esse encontro épico, tirar aquela foto para nunca deixá-lo esquecer. Sempre que quiser me ameaçar o purpurinado, terei provas para fazê-lo ficar com o rabinho entre as pernas. Ai, ai, russinha bailarina, tu não não tem noção de todas as ideias que isso me deu.

Natasha o olhava com um ar confusão, franzido a boca.

— Mamãe, por que eu não entendo o que ele fala? — me perguntou.

— Porque ele não é daqui amor.

— E de onde é?

— De muito longe, bailarina — acariciei sua perna. — Você não conhece.

— Hum — o resmungo que deu não me passou despercebido, muito menos o pender da cabeça para baixo.

— Amor — juntei-me a eles, e pondo a mão debaixo de seu queixo, fiz com que me encarasse. — Ele não vai embora.

— Certeza? — o medo de perdê-lo cintilou nos olhos temerosos.

— Certeza, ele veio pra ficar com a gente — confessei.

Mordiscou a boca, virando o rosto para enxergá-lo sobre os ombros.

— Você vai ficar com a gente, papai? — indagou para Dylan que torceu o nariz.

Minha vez de me aproveitar de sua ignorância.

— Você vai ficar com a gente, papai? — endossei, daquela vez em inglês.

Dylan, uma vez ciente da pergunta, a abraçou por trás, aproximou a boca do pescoço livre e fez barulhos altos, fazendo-a se contorcer e gargalhar.

— Nunca irei abandonar vocês, bailarina — disse para ela, mas se focando em mim. — Nunca.

E por um segundo o mundo se calou, a promessa ecoando e a certeza de que faria a loucura que me pediu se confirmando.

— Ele vai ficar pra sempre com a gente, Natasha — acalmei o seu coração, mas o meu batia descontrolado.

Americano, por que demorou tanto a aparecer?

— Porra, eu amo a nossa família capeta.

Bem, eu amava alguém atrasado e maluco.

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